A déspota -- Capítulo 25


Eva se levantou do chão depois de passar horas rolando de um lado para o outro.

Seria impossível dormir naquele lugar. O assoalho era duro, não havia sequer um carpete para amenizar o efeito e, para piorar, nem mesmo cobertores lhe foram disponibilizadas.

Caminhou até a janela e viu o carro estacionado. Não era o oficial que a juı́za utilizava, mas o automóvel que realmente era dela. Talvez, ela não tenha desejado arriscar ter o precioso veı́culo destruı́do.

Seguiu até a porta, mas deteve-se.

Seria uma boa ideia falar com a déspota e lhe pedir que a deixasse pegar alguns lençóis para forrar e tornar mais confortável seu ninho de dureza?

 Respirou fundo e recordou do encontro nada amistoso que tiveram na cidade.

Encostou-se a porta e ficou batendo lentamente como se tivesse tocando piano.

Por que Maria Fernanda não fora lhe procurar se um dos seus passatempos favoritos era perturbá-la? Tamborilou mais rapidamente, até que decidida seguiu até ao quarto da déspota.

Desejava apenas que ela lhe desse algo para dormir, decerto havia alguma coisa que tornasse o chão mais confortável. Mas e se ela interpretasse errado a sua ida aos seus aposentos?

Parou e encostou-se à parede.

Desejava do fundo do seu coração que Arthur conseguisse o que ela pedira. Se assim o fosse, logo ela estaria livre daquela chantagem e daquela sensação de descontrole que em alguns momentos se apossava de si.

Deu mais um passo e teve aquela maldita sensação de mariposas brincando em sua barriga. Aquilo era demais para si.

Irritada, aumentou ainda mais os passos e parou bruscamente diante da cena que se desenrolava a sua frente.

Agora entendia o motivo da juı́za não ter ido perturbá-la, ela estava muito ocupada, desfrutando da sensualidade da empregada. Seus olhos fitaram os de Catrina.

Era percebível como a loira se sentia vitoriosa em estar nos braços da amada.

 Eva sentiu o estômago revirar diante da cena.

Maria Fernanda se desvencilhou do abraço da jovem e sentiu o sangue gelar ao ver quem a mirava.

-- Não é o que você está pensando... – Tentou explicar.

Catrina apenas deu de ombros e seguiu apressadamente para longe dali.

A déspota tentou se aproximar da filha de Belluti, mas foi afastada com um safanão.

-- Não ouse encostar um dedo em mim! – Falou por entre os dentes.

-- Apenas quero te explicar o que se passou aqui. – Tentou mais uma vez de forma impaciente.

A juı́za fitou aqueles olhos misteriosos e percebeu que não havia apenas raiva presente neles, havia decepção, talvez dor e o pior, havia asco.

-- Não quero ouvir nada que venha da sua boca.

Fernanda observou-a se afastar e pela primeira vez, não sabia como agir. Era óbvio que a italiana não iria acreditar em suas palavras, afinal, quem acreditaria? Retirou os óculos e ficou parada em meio ao corredor observando a cigana desaparecer na curva e bater fortemente a porta.

Entrou no próprio aposento, deitou na enorme cama e fechou os olhos.

 

Não entendia o motivo que a fez tentar se explicar para Eva, afinal, não era ferir que desejava, então aquela com certeza seria uma forma de acabar com o orgulho dela, porém alguma coisa naquele olhar a tocou profundamente.

Algo dentro de si se revoltava com a ideia de que sua italiana acreditasse que ela esteve com a Catrina naquele dia.

Rapidamente, levantou-se e foi ao quarto da jovem Belluti.

 

 

 

 

Eva fechou os punhos fortemente até sentir as unhas enterrarem na palma da mão.

Sua fúria era tamanha que tinha ganas de espancar aquela maldita mulher. Como a odiava, como desejava puni-la, destruı́-la, fazê-la sentir a mesma dor que ela estava sentindo naquele momento.

Mais uma vez amaldiçoava o dia que seu caminho cruzara com o da juı́za. Se pudesse voltar no tempo, jamais teria ido parar naquele lugar. Mas em breve aquele suplı́cio chegaria ao fim e nunca mais em sua vida ela desejaria saber nada sobre aquele ser tão odioso.

Batidas na porta precederam a entrada daquela que só lhe tirava a paz. Sem querer olhá-la, caminhou até a janela, dando-lhe as costas.

Observou o céu estrelado e tentou se distrair para conter a fúria que ameaçava explodir a qualquer momento. Sentiu o cheiro da Catrina nela e teve vontade de vomitar.

-- Não houve nada entre ela e eu. – Começou. – Quando você nos encontrou eu a estava pedindo para ir embora e de repente ela me abraçou e foi quando... quando chegastes. – Estendeu a mão para lhe tocar o ombro, mas desistiu, recolhendo-a. – A encontrei em meu quarto, totalmente despida e deitada em minha cama...

Eva virou para ela.

Ambas estavam bem próximas.

Os olhos se encararam.

-- Eu tenho nojo de ti.

Fernanda sentiu uma pontada no peito.

-- Por quê? – Perguntou-a, olhando em seus olhos.

-- Porque você não tem alma, não tem sentimentos, não tem respeito... – Aumentou o tom de voz. – É lamentável alguém perder o tempo pensando que em teu peito existe algo que não seja uma pedra.

A juı́za a segurou pelos braços e pressionou-a contra a parede fortemente.

-- Sim, você está certa, afinal, se houvesse um coração dentro do meu peito, ele estaria despedaçado devido a sua maldita traição.

-- Você é uma idiota, a maior de todas, porém isso será resolvido e a partir desse momento, eu terei o maior prazer de sumir da sua vida.

Maria Fernanda continuou mirando-a, parecia buscar desvendar naqueles lindos olhos alguma abertura para poder contra-atacar, mas apenas encontrava uma frieza nunca vista antes.

-- Eu não desejo ouvir mais nada. – Afastou-se. – Te espero em meu quarto. – Seguiu até a porta.

-- Eu não irei!

A juı́za se virou lentamente, exibindo um sorriso perigoso.

-- Você que sabe! Mas... – Piscou e seguiu para fora.

Ela não precisava ter terminado a frase para Eva saber que aquilo fora uma ameaça.

Como desejava poder mandar tudo para o inferno e ir embora agora mesmo, porém não iria fazê-lo, guardaria esse prazer quando tivesse as provas de que a poderosa déspota estava cometendo uma injustiça consigo, será que esse fato mudaria algo ou a juı́za continuaria agindo como se estivesse com a razão?

Aquilo não iria lhe importar, pois se realmente a chantagem girava em torno dessa falsa denúncia, então ela teria que parar.

 

 

 

Maria Fernanda seguiu direto para o banheiro.

Estava tarde, necessitava de um banho e de um pouco de descanso, ainda se sentia tocada e cansada devido à discussão que tivera com a cigana. Ficou sob a ducha, sentindo a água relaxar seus músculos.

Necessitava de um pouco de paz, estava tudo tão corrido, que não lhe sobrava tempo para nada. Ensaboou todo o corpo.

Fechou os olhos e lembrou-se das palavras duras que ouvira há alguns minutos. Valeria a pena continuar vivendo algo tão destrutivo?

A italiana já mostrara mais de uma vez que não sentia nada por ela, afinal, se fosse diferente, ela não a teria traı́do. Aquilo era o que mais doı́a em si.

Vestiu o roupão, prendeu os cabelos com a toalha, seguindo para o quarto e teve como surpresa a cigana tentando tirar o colchão da cama.

-- Você, tá louca é? – Falou, segurando-a por trás.

-- Eu não vou deitar no lugar onde você se divertiu com sua amante.

-- Eu já disse que não tive nada com ela. – Levou-a fortemente consigo, sentou na enorme poltrona e a fez sentar em seu colo. —Xiiiiii. – Começou a embalá-la como se faz com uma criança. – Eu juro que nunca estive com ninguém nessa cama a não ser contigo.

-- Solte-me! – Pediu em um fio de voz.

-- Calma, minha princesa. – Aconchegou-a mais perto de si. – Não desejo que briguemos mais.

Eva fechou os olhos por alguns segundos e ficou imaginando que aquilo era real, pois era aquele colo que desejava em seus dias de agonia, era aquele abraço terno que pensara que ganharia quando o peso dos dias fossem maiores que suas forças.

Sentiu as mãos acaricia-lhe as coxas e naquele momento se deu conta que ela era vista apenas como um objeto sexual que a déspota desejava humilhar e possuir. Levantou-se!

-- Você poderá fazer o que quiser com meu corpo, mas saiba que eu te odiarei ainda mais por isso.

Maria Fernanda parecia de certa forma decepcionada, afinal, não era aquilo que ela desejara, verdadeiramente sua intenção naquele momento era muito mais profundo que desejo sexual.

-- Deite-se e durma! – Ordenou.

A cigana a viu seguir até o interruptor e apagar a luz, deixando o quarto em seguida. Soltou o ar que sem perceber prendera e seguiu até a cama, deitando-se.

Seu coração pulsava aceleradamente.

Onde a juı́za teria ido?

Decerto para os braços da amante.

Permanecera desperta ainda por uma hora, assustada com a possibilidade de Fernanda voltar e encontrá-la dormindo e poder tentar alguma coisa, mas isso não acontecera.

A linda italiana acordara quando os pequenos raios de sol adentrava o quarto pelas frestas da janela e ficou surpresa ao perceber quem dormia tranquilamente na mesma poltrona que fora consolada durante sua crise de raiva.

Fitou-a e sentiu seu coração se enternecer diante da visão que se projetava.

Naquele momento era fácil imaginar na juı́za um ser humano, alguém que também necessitava de cuidados, alguém que enfrentara coisas difı́ceis e que parecia não ter superado os traumas da infância.

Levantou lentamente para não fazer barulho, queria sair dali antes que ela acordasse, mas ainda se deteve bem próximo a ela e se permitiu observar por alguns segundos aquela linda mulher que fizera inúmeras vezes seu coração pulsar acelerado, que mesmo desejasse negar, seu corpo era refém do seu toque, das suas carı́cias e dos seus beijos.

Irritada seguiu para o próprio quarto.

 

 

Os dias se passaram rapidamente.

Maria Fernanda permanecia quieta, mas exigira que a amante dormisse em seu quarto todas as noites, enquanto Eva ficava com a confortável cama, a juı́za dormia na minúscula poltrona, mas só em senti-la perto já era suficiente para lhe acalmar os demônios.

Sempre só voltava para os aposentos quando sabia que ela já devia ter adormecido, assim, ficava parada, admirando a beleza e desejando secretamente que ela fosse sua esposa e que a esperava ansiosamente para dormir em seus braços.

Aquilo era apenas um sonho impossível, pois Eva não a amava, não mesmo!

 

 

 

-- Arthur, você tem certeza? – Indagava a cigana.

Eva tinha acordado tarde naquele dia e da juı́za no quarto só havia o cheiro. Mirou o lugar onde ela sempre dormia.

Respirou fundo!

-- Eva, você está aı́? – O amigo chamou impaciente.

-- Sim, eu estou. Estava apenas pensando...

-- Olha, não há tempo para pensar. – Deu uma pausa. – Você, não deseja provar sua inocência? Pois bem, eu tenho tudo pronto, a sua juı́za irá se arrepender do dia que duvidou de ti.

-- Você tem certeza que ela vai acreditar? – Franziu a testa.

-- Sim, eu tenho provas, quer dizer, alguém tem essas provas e mesmo esse alguém não querendo colaborar, eu tenho uma forma de ele fazer.

-- Quem? Como? – Perguntou confusa.

 

-- Olha, não faça perguntas, apenas siga as minhas instruções...

 

 

 

           

 

Maria Fernanda estava em sua sala.

Naquele dia não havia muita coisa para fazer, então estava pensando em sair para almoçar, relaxar um pouco. O telefone tocou, era a secretária.

-- Mande-a entrar! – Falou surpresa.

Colocou os óculos e esperou a visita inesperada.

Ficou imaginando o que ela poderia desejar, talvez, uma nova confusão viesse por aqui. Quando a porta abriu, sentiu o corpo inflamar na mesma hora.

A cigana estava vestida sensualmente.

Usava um vestido justo nas curvas do corpo, no meio das coxas, uma sandália de salto alto e usava os cabelos presos em um coque que valorizava ainda mais seu rosto afilhado. Eva encarou aqueles olhos azuis e pode perceber que seu plano de sedução estava dando certo.

Sentiu um friozinho percorrer a espinha.

-- O que faz aqui e para onde você vai vestida assim?

A italiana caminhou até a cadeira e sentou cruzando lentamente as pernas.

A juı́za não parecia querer disfarçar o desejo que estava estampado em seu rosto.

-- Estou desejando almoçar e como sei que não tenho ordens para sair sozinha, decidi te chamar para ir comigo. – Fez cara de inocente. Fernanda arqueou a sobrancelha.

Sim, ela também estava faminta, mas de outro tipo de alimento.

-- E você se vestiu assim... – Mirou-a das pernas e pousou os olhos no decote que deixava os seios mais valorizados. – Para um simples almoço?

-- Vai depender da companhia... quem sabe o almoço se transforme em algo mais gostoso. – Piscou sedutora.

A cigana estava fazendo o possıv́  el para soar convincente, mas decerto, aquela era a parte mais difı́cil do plano.

A déspota a encarou por alguns segundos, parecia confusa com a nova postura da jovem, o que ela estaria tramando?

Bem, não custava nada ver o que ela queria, mas ficaria de olho bem aberto, afinal, poderia se tratar de uma artimanha para conseguir algo. Sorriu!

-- Será um prazer almoçá-la... desculpe, eu quis dizer, almoçar em sua companhia. Eva sentiu a face queimar.

Safada!

Esperava que não tivesse que chegar tão longe, esperava do fundo do coração que pelo menos uma vez na vida, Arthur fosse pontual e a livrasse de ter que chegar tão baixo.

Maria Fernanda estranhara o lugar que a jovem escolhera para a tal refeição. Seguiram até a capital e de lá foram para um apartamento.

-- Por que tivemos que vir tão longe para comer? – Indagou desconfiada.

-- Porque só aqui tem o que eu desejo comer e viemos para cá porque eu não desejava me expor e nem expor sua respeitável pessoa. Arthur, pelo menos, providenciara tudo bonitinho. – Pensou observando os detalhes.

Uma mesa fora arrumada na varanda e de lá saia um maravilhoso aroma.

-- Sente-se! – Apontou. – Terei um maior prazer em lhe servir.

Maria Fernanda arqueou a sobrancelha em sinal de zombaria, mas decidiu se acomodar onde lhe era indicado. Ambas iniciaram a refeição em silêncio.

A italiana olhava para o relógio com a mesma urgência que via a comida sumir dos pratos.

Estava quase na hora que fora combinada com o amigo.

Fernanda observava cada gesto feito pela jovem, tinha certeza que ela estava ansiosa e nervosa, ainda não sabia por qual motivo.

-- Bem, a comida estava ótima, mas acho que já está na hora de voltarmos. – Levantou-se.

 A filha de Belluti sentiu a aflição se apossar do seu peito.

Ela não poderia permitir que a outra fosse embora, teria que arrumar uma desculpa, precisava ligar para Arthur e pedir para que ele fosse mais rápido.

-- Certo! – Sorriu. – Só espera um minuto.

Vou ao banheiro rapidinho.

-- Está bem!

Eva seguiu rapidamente e assim que se viu sozinha, discou para o amigo que demorou a atender.

-- Onde você está? – Indagou irritada. – Você disse que estaria aqui no horário combinado.

-- Sim, eu disse, mas não depende só de mim e nossa prova teve um problema e vai demorar um pouco.

-- Demorar??????? – Gritou.

A cigana cobriu a boca com a mão, respirou fundo e contou até dez para se acalmar.

-- Arthur, você não pode se atrasar, Maria Fernanda acabou de levantar e disse que vai embora, eu não tenho como segurá-la aqui.

-- Você vai ter que arrumar um jeito, prevejo que só poderei chegar aı́, no mı́nimo em duas horas.

A italiana estava com vontade de xingar alto, mas sabia que aquilo não resolveria nada.

-- Ora... seu... seu... seu...

-- Modere sua lı́ngua, ciganinha, ou melhor, use-a para evitar que a juı́za gostosa vá embora.

A jovem ainda o xingou mentalmente de tudo quanto era nome que conhecia, mas sabia que naquele momento não adiantaria nada.

-- Ok! Eu verei o que faço. – Finalizou desligando.

 Caspeta!

Ela sabia que aquela era a oportunidade que esperara para se livrar da déspota, então não poderia estragar tudo e ela conhecia uma forma para segurar a Fernanda por mais duas Sim, valeria a pena para se livrar daquelas amarras.

 

 

Maria Fernanda observava a cidade pela janela, já estava impaciente.

Não conseguira entender ainda o motivo de ter sido levada até aquele lugar. Eva não parecia desejar nada, além de lhe tomar o tempo, prova disso é que ela não falava nada, não parecia se sentir a vontade em sua presença, era como se estivesse sendo forçada em estar ali.

Passou as mãos pelos cabelos.

Estava a ponto de ir chamá-la para irem embora, quando a viu retornar e havia algo diferente naquele olhar, determinação...ou... Nem mesmo pode concluir o pensamento.

A italiana a empurrou contra a parede e colou os lábios nos dela.

De inı́cio, esmagou-lhe a boca, em seguida fez a própria lı́ngua deslizar por todos os cantos, invadindo, tomando para si. A juı́za não parecia estar entendendo nada, apenas respondia com a mesma paixão que lhe era dada.

Sugou a lı́ngua da cigana, chupando forte, sentindo o sabor que se depreendia dela. Fernanda tentou livrar as mãos para lhe tocar, mas a outra não permitiu tal ato.

-- Não! Ainda não! – Sussurrou em seu ouvido. – Fique quieta!

Abriu o terninho que a jovem usava e depois fez o mesmo com a saia, deixando-a, apenas, vestida com uma lingerie preta de renda. Afastou-se para apreciar aquele corpo lindo.

Sim, aquilo era apenas uma forma para mantê-la ali até o amigo chegar, mas a excitação que tomava conta de si não parecia lhe deixar muito convicta daquilo.

Uma boa alternativa para tentar manter o controle, era não permitir que a outra lhe tocasse, faria o possível para manter a cabeça no lugar enquanto executava o ato. Aquilo era apenas uma forma de manter a déspota ocupada.

-- E então? – Indagou a juı́za em desafio.

A cigana sorriu e despiu o vestido, exibindo a calcinha sensual e minúscula que usava e os seios livres de amarras. Fernanda não parecia seguir o script criado pela filha de Belluti.

Ignorando os protestos, a trouxe para seus braços e mais uma vez suas bocas se encontraram em um beijo exigente e dominador. Eva gemeu quando sentiu os seios sendo tocados com maestria, ela não recordava como aquele toque era perigoso e viciante.

Maldição! – Xingava mentalmente.

Não percebeu que estava sendo conduzida, até sentir um obstáculo em suas pernas. Maria Fernanda sentou na poltrona e a fez se acomodar em seu colo, de costas para si.

-- Está disposta a satisfazer todas as minhas vontades? – Sussurrou em seu ouvido.

A italiana mordeu o lábio inferior ao notar que sua calcinha estava sendo invadida e seu sexo maculado. Seu sexo estava pulsando, desejando aquele toque, desejando ser sitiado e conquistado.

Estava perdendo o controle, ela sabia disso, não havia uma forma de resistir.

-- E quais são suas vontades, meritı́ssima? – Indagou rouca.

-- Comer você do jeito que eu quiser...

A filha de Belluti ainda pensou em protestar, mas a forma que seus seios estavam sendo tocados, não lhe permitia recusar tal convite.

-- Sim, mas eu também ditarei como eu quero que seja. – Levantou-se.

A juı́za a observou retirar a única peça que tinha em seu corpo e sentiu a boca seca. Viu-a ajoelhar diante de si e lhe retirar a calcinha, em seguida retirou-lhe o sutiã.

Eva afastou-lhe as pernas e fez com seu bumbum se encaixasse entre seu sexo, iniciou alguns movimentos lentos e sentiu a pressão que a outra começava a iniciar em suas nádegas.

-- Ah, cigana, você, vai me enlouquecer. – Sussurrou. – Rebola mais, rebola gostoso.

 A italiana sorriu e levantou-se sobre os desagrados da amante.

Precisava levá-la para o quarto, mesmo com a cabeça turvada de tesão, ainda conseguia lembrar dessa parte do plano.

-- Calma! Na cama vai ser mais gostoso fazer isso. – Estendeu a mão para a mulher.

Fernanda seguiu junto com ela e nem mesmo chegou ao leito, empurrou-a mais uma vez contra a parede, colando os corpos, sentindo os seios tocarem nos seus, sua excitação se misturar com a dela.

-- Calma, juı́za! – Mordeu-lhe o lábio inferior. – Deite-se, eu garanto que não vais se arrepender.

-- E por que eu haveria de lhe obedecer? – Fitou-a intensamente.

-- Porque eu garanto que vai ser uma delı́cia

A jovem fez o que lhe fora mandado e esperou ansiosamente para que a outra lhe fizesse companhia, mas não fora isso que aconteceu.

-- Lembra aquele dia que você se tocou em minha cama, ao meu lado? – Ajoelhou-se diante dela. – Por que o fez? Não sabia que é uma falta de respeito e poderia se classificado como atentado ao pudor?

-- O fiz porque meu corpo queria possuir-te e o fiz porque sabia que não estavas a dormir.

 Eva mordeu o lábio inferior recordando os sons que ouvira naquele dia.

-- Mesmo assim não deveria tê-lo feito e estás a merecer um castigo. – Subiu as mãos por suas coxas até parar em seu sexo molhado.

A juı́za se apoiou no cotovelo e observou.

-- Não acha que já recebi castigo suficiente?

-- Qual?

Fernanda também se ajoelhou e segurou seu rosto com ambas as mãos.

-- Querer-te tanto e ser rejeitada, ou achas que estou a brincar quando digo que te quero?

A italiana sentia que sua alma estava sendo invadida por aqueles lindos e intensos olhos, era como se nada importasse naquele momento, só a imensa vontade de estar nos braços daquela mulher.

Abraçou-a forte e mergulhou a cabeça naquele pescoço altivo. Sentiu o toque em suas costas, a carı́cia sutil e delicada.

Maria Fernanda desejou ter forças para declarar seu amor, estava disposta a esquecer de tudo para tê-la ao seu lado, para amá-la por todos os dias de sua vida, despertar ao seu lado e dormir em seus braços.

-- Eva... – Iniciou.

-- Xiiii... – A cigana cobriu-lhe os lábios com os dedos. – Quero te amar mais uma vez, deixemos para outra hora a nossa conversa.

A juı́za assentiu, passando a lı́ngua por aqueles dedos e colocando-os na boca, sugando-os.

A italiana sentiu mais uma vez a pressão no ventre. Imaginou aquela boca em outro lugar, chupando...

Fernanda pareceu adivinhar aquele pensamento, a fez deitar e a cobriu com seu corpo. Iniciou movimentos lentos, a fez abrir para si e ocupou o lugar entre suas pernas. Sentiam os sexos deslizarem, ouviam os sons do atrito provocado por eles.

Eva acelerou um pouco mais os movimentos, mas a outra a deteve.

-- Calma, não quero que acabe agora.

A juı́za piscou sedutora e desceu até alcançar seus seios e iniciar uma torrente de beijos neles, mas aos poucos o ato se tornou mais intenso. Prendeu o mamilo em seus lábios e em seguida iniciou chupadas, sugando-o intensamente, mamando-os como alguém faminto em busca de alimento.

A cigana gemeu alto, implorando por mais.

Fernanda fez o que lhe era pedido, mas acrescentou algo mais.

Enquanto mamava vigorosamente, invadiu-a com um dedo, preparando-a e metendo mais um.

-- Sentes como eles deslizam...

A italiana apenas rebolou mais para senti-los mais forte.

A déspota abandonou os seios e dedicou toda a sua atenção àquela fonte inesgotável de mel. Retirou os dedos e sorriu ao ouvi-la implorar para que ela não parasse.

-- Te darei muito mais agora, meu amor.

Afastou-lhe o centro do prazer com ambas as mãos, deixando-o aberto o suficiente para que sua lı́ngua o invadisse. Iniciou movimento no interior e a sentiu contrair, aumentou mais a pressão, usando também os dedos, e a ouviu gritar.

Começou um delicioso vai e vem, usando apenas os dedos, agora, dedicou mais atenção ao clitóris que naquele momento era sugado como se fosse uma balinha.

A juı́za percebia pelos movimentos e pelas palavras pronunciadas pela cigana que em poucos segundo ela estaria gozando, adoraria fazê-lo em sua boca, mas seu corpo desejava loucamente acompanhá-la naquela jornada, só em imaginar seu sexo atingindo o orgasmo dentro dela, fazia-a enlouquecer.

Abriu-a mais para si e sentou sobre ela, fazendo com que os corpo se tocassem com maior intimidade.

-- Eu quero sentir meu mel dentro de você...

Cavalgou-a como uma exı́mia amazonas, levando-a consigo a atingir em poucos segundos um intenso e poderoso prazer, ambas gritando e sendo vencidas pelo poderoso êxtase que invadira seus corpos.

 

 

 

Arthur entrou no apartamento.

-- Eu não entendo o motivo de você ter me trazido aqui, eu estou muito ocupado. – Protestava o homem.

-- Apenas quero ver as provas que você disse que tinha. – O rapaz aumentou o tom de voz.

-- Você sabe que esses papéis não podem ser expostos. Já imaginou a confusão que seria? Estamos lidando com pessoas muito poderosas.

-- Mas por qual motivo o senhor Belluti não desmentiu, afinal, a filha dele não fez essa denúncia não é?

-- Eu já disse que não. A Eva nem mesmo assinou aquilo, porém o empresário deve ter preferido proteger o noivo da jovem, pois foi ele quem fez e falsificou a assinatura dela.

-- Você sabe que isso que você está dizendo é muito sério! Não pode sair acusando as pessoas assim.

-- Eu trouxe as provas para te mostrar, assim você ficará convicto de que o que eu falo é a mais pura verdade.

-- De que provas você está falando?

Os homens viraram a tempo de ver a juı́za saindo do quarto vestida com um roupão.

Arthur sorriu vitorioso e a promotor que ali estava pareceu empalidecer, ele conhecia muito bem Maria Fernanda e sabia que estava perdido.

-- As provas de que eu nunca te trai, excelentı́ssima juı́za! – Respondeu Eva orgulhosamente.


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