A víbora do mar - Prólogo

As ondas estavam altas. A tempestade varria toda a costa continental. Os sons dos ventos pareciam um agouro na escuridão do abobado. Nem mesmo o mais experiente navegador poderia guiar-se diante daquele mar. Aquela área era bastante perigosa. Poucos ousavam aventurar-se naquelas águas. Muitos acreditavam que uma fera terrível habitava ali e sempre naufragava os indesejados que não tinham recebido permissão para navegarem em seus domínios. Um dos tripulantes fez o sinal da cruz ao ouvir gritos. Não havia estrelas no céu, apenas a imensidão negra espelhada nas águas cruéis do mar do Norte. Havia silêncio, apreensão, temor diante do acontecimento daquela noite. Alguns lampiões iluminavam os rostos dos presentes na proa. Cinco soldados da marinha mantinham guarda, enquanto alguns homens vestidos de forma exótica olhavam desconfiados. Pareciam prontos para desafiar o perigo, mas o olhar firme de um homem alto parado diante deles era suficiente para mantê-los controlados. -...