A déspota -- Capítulo 19.


Eva abraçou-a forte, mesmo que tudo aquilo a ferisse profundamente, só aqueles braços conseguiam lhe dar a paz que ela tanto almejava. Quanto ao seu corpo, esse não tinha como negar o desejo que chegava a ser cada vez mais forte, bastava um simples toque para incendiá-la, um sussurro e suas defesas iam todas por terra.

Ouvia o som da chuva, sua pele começava a congelar de tanto frio. Maria Fernanda a fitou.

-- Vem, comigo, vem, meu anjo! – Beijou-lhe os lábios. – Não quero que pegues uma pneumonia.

A cigana assentiu e ambas seguiram para o carro.

A juı́za ligou o aquecedor do veı́culo e seguiram em silêncio. Ela não desejava falar naquele momento, queria apenas sair daquele lugar e levar a italiana consigo para bem longe dali. Às vezes desejava nunca ter cruzado o caminho daquela garota, porém em outros momentos ficava a imaginar como seria não ter conhecido a filha de Belluti. Talvez, se o caminho de ambas não tivessem se cruzados, ela nunca teria sentido algo tão poderoso e tão gritante, poderia continuar vivendo com sua frieza, levando sua vida com o único propósito que era vingar a morte da mãe, mas não, um belo dia cruzara com a ciganinha rebelde e desde então não conseguia mais se manter longe, mesmo sabendo que isso era o certo a fazer.

Olhou-a de soslaio e percebeu que tremia.

-- Tire a roupa, fique apenas de calcinha e sutiã. – Disse sem se virar.

Eva a fitou confusa.

-- Isso vai te fazer esquentar rapidamente e evitar que pegues um resfriado.

 A italiana deu de ombros.

-- Para onde estamos indo? Quero ir para minha casa.

Maria Fernanda não respondeu, apenas acelerou o carro mais um pouco.

A chuva não dava trégua, mas a motorista parecia ter total segurança da direção que estava tomando. Alguns minutos se passaram até ela adentrar um portão e seguir por uma pequena trilha.

Parou o carro.

Eva desceu, observou tudo ao redor e percebeu que estavam em uma espécie de chalé. Havia árvores por todos os lados e ali uma pequena cabana.

A juı́za abriu a porta e fez um gesto para a outra entrar.

A cigana olhava tudo de forma desconfiada, porém acabou fazendo o que lhe era pedido.

Não era um lugar grande, mas era aconchegante. Havia uma lareira acesa na pequena sala, duas poltronas ficavam de frente para as labaredas, havia um pequeno corredor e uma porta na lateral, tudo era bem rústico.

Maria Fernanda entrou e começou a tirar toda roupa, ficando apenas de sutiã e calcinha. Eva observava tudo, enquanto tentava se aquecer próximo ao fogo.

Sentiu um arrepio percorrer a espinha ao fitá-la tão sedutoramente linda. Precisou usar toda sua força de vontade para não se aproximar e tomar aquela mulher para si. A juı́za a flagrou no momento que ela a admirava.

A cigana corou diante do olhar safado que a outra lhe dirigiu. Maria Fernanda se aproximou.

Apenas o fogo da lareira iluminava o pequeno espaço.

-- Tire a roupa, pois só assim você conseguirá se aquecer. – Sentou na poltrona e estendeu as mãos para poder aquecê-las.

Mesmo que não quisesse admitir, a filha de Belluti sabia que a déspota tinha razão. Seu corpo mesmo estando perto da lareira continuava a tremer, pois sua roupa estava demasiadamente molhada.

Irritada, livrou-se da camiseta e em seguida fez o mesmo com a calça, decidiu sentar na outra cadeira.

Mirava as projeções que as sombras faziam nas paredes e lembrou-se do tempo que era criança e saia para acampar com a famı́lia da mãe. Eles realmente levavam a sério o espı́rito cigano.

Respirou fundo e acabou chamando a atenção da jovem que parecia tão concentrada ao seu lado.

-- Você está bem?

A italiana apenas meneou a cabeça afirmativamente.

-- Vamos esperar parar de chover e depois iremos embora. – Continuou. – Esse lugar é dos meus pais. – Encarou-a. – De Pedro e Maria, esses são os meus pais.

Naquele momento a filha de Andrello se recordou do que se passara na mansão do milionário italiano.

-- O senhor Luı́s Fernando é realmente seu pai? – Eva indagou mostrando curiosidade.

    A juı́za fechou os olhos e sua respiração aos poucos foi ficando lenta, parecia lutar para manter a calma.

-- Sim! – Soltou o ar.

A cigana tentava entender toda aquela história, mas se sentia cada vez mais confusa.

-- Nossa! – Mordeu o lábio inferior. – Sabia que seus olhos me faziam lembrar alguém, e agora eu sei por quê. -- Balançou a cabeça com um sorriso distante.

-- Lembra os olhos do seu namoradinho? – Indagou irritada.

-- Também! – Falo fingindo não notar a raiva da outra. -- Mas lembram mais o do seu pai, eles têm a mesma metamorfose dependendo da emoção.

-- Ah, não diga! – Ironizou com um sorriso. – A única coisa boa de toda essa história é saber que eu tenho uma cunhadinha tão gostosa. – Provocou-a.

-- Eu não sou nada sua! – Retrucou irritada, levantando-se. – Vou pegar a minha bolsa no seu carro, ligarei para minha casa e pedirei ao meu pai que mande alguém para me buscar.

Maria Fernanda em um movimento rápido a puxou para si, obrigando-a a sentar em seu colo.

-- Xiii, calma! – Segurou-lhe os pulsos para não ser arranhada e sussurrou-lhe ao ouvido. – Vai acabar se machucando ou me machucando com suas unhas novamente.

-- Você me machuca o tempo todo e essas feridas são mil vezes piores do que as fı́sicas.

A juı́za mordeu o lábio inferior ao sentir as unhas cravarem na pele da sua mão.

-- Calma, meu anjo, calma, não quero brigar contigo, perdão por ficar te provocando, perdão, perdão, meu amor.

-- Deixe-me sair! – Pediu.

-- Não! Assim que a chuva parar eu te levarei a sua casa. – Sentiu que a outra cedia, então a fez virar para si. – Você é tão linda! – Passou a costa da mão em seu rosto. – Sua boca é  tão tentadora... – Desenhou os lábios com os dedos delicadamente.

-- Por favor, não faça isso de novo! Já estou cansada de você tomar meu corpo para si e depois me desprezar. – Encarou-a. – Eu não tenho medo de dizer que te quero, que sou apaixonada por ti, porém não vou permitir que me use a hora que quiser e depois aja como se nada tivesse acontecido.

-- Eva, você não entende que não podemos ficar juntas? – Passou a mão pelos cabelos. – Meu Deus, você não tem ideia de como eu te quero, de como enlouqueço quando penso que outra pessoa pode ter você.

A cigana desvencilhou-se dos braços dela, levantando-se.

Caminhou até a pequena janela de vidro, ficou lá a observar a chuva continuar caindo de forma implacável. Sentiu o corpo da outra colar ao seu.

-- Por favor, me dê um tempo...

-- Tempo para quê? – Virou-se para ela. – Para que eu tenho que te dar tempo?

-- Para que eu possa resolver meus problemas e assim possamos ficar juntas.

-- Quer que eu seja sua amante é isso? Insiste nessa ideia? – Indagou arqueando a sobrancelha.

-- Não! – Abraçou-a.

Aquele toque foi o suficiente para destruir todas as defesas que ambas ainda buscavam manter. As peles pareciam queimar.

Eva a apertou mais forte.

Não conseguia negar a si mesma a vontade de ser daquela mulher e fazê-la sua novamente.

Abriu o fecho do sutiã e espalmou as mãos naqueles lindos seios. Apertou-os. Viu os olhos da déspota ficarem mais escuros, observou-a morder o lábio inferior e sentiu-a enrijecer.

-- Eu não consigo não te querer... – A cigana passou a lı́ngua no biquinho do seio de Fernanda. -- E isso me deixa irritada... você me quer como sua amante... quer que eu esconda a nossa relação... – Prendeu o mamilo nos dentes. – Quando o que eu mais quero é que todos saibam que eu sou sua e que você é só minha...

A juı́za gemeu ao sentir aquela boca praticamente devorar seu colo, sugando, chupando, mamando... Apoiou-se na italiana, temia perder o equilı́brio a qualquer momento.

Eva a conduziu até a poltrona, sentou e ficou a observar.

Maria Fernanda ficou parada diante dela, apenas usando uma calcinha, sentindo-se inspecionada minuciosamente por aquele olhar sedutor. A déspota fez menção de se cobrir, mas a voz rouca da outra a deteve.

-- Não! Tira a calcinha, eu mereço te ver nua, não mereço? Afinal, você fez o que queria comigo...-- Sorriu amarga. – Eu aceitarei ser sua amante... mas você precisará fazer todas as minhas vontades...

-- Quais vontades? – Indagou sem fôlego.

-- Quero poder ter a poderosa juı́za da forma que eu desejar... Saciar todos os meus desejos... Todas as minhas fantasias... Topa? Maria Fernanda fitou aqueles olhos pretos... Viu que havia um brilho diferente neles, tão misterioso, ousado... Temeu!

Temia por seu coração que há tempos já tinha sido conquistado por aquela muleca, temia porque ela era irresistıv́  el de mais para que alguém conseguisse lhe negar algo. Determinada, despiu a última peça e parou bem próximo a ela.

-- Sim! Toparei qualquer coisa, menos te dividir com alguém! Mesmo que sejamos amantes, você será só minha, somente eu tocarei em ti. A cigana estendeu a mão e acariciou o delicioso sexo que se exibia a sua frente.

A juı́za apoiou uma perna na poltrona, mostrando sua intensa excitação.

-- E então? Você  será  unicamente minha?

Eva parecia hipnotizada, fitava longamente aquele ponto que tanto desejava. Passou a lı́ngua para umedecer os lábios.

-- Sim! – Passou o dedo médio pelo sexo molhado. – Mas só eu poderei comer você... – Levou a boca o dedo úmido.

-- Sim! Só você poderá me comer...

A italiana inclinou a cabeça para ficar mais perto. Passou a lı́ngua pela coxa e foi descendo até chegar ao centro do prazer. De inı́cio apenas lambeu sutilmente, de forma imperceptível; Depois colou os lábios, como se fosse um beijo... Sentiu a outra tremer, sentiu ela se apoiar em seus ombros.

Maria Fernanda precisou se segurar, pois espasmos lhe sacudia, seu ventre doı́a de tesão... A posição que se encontrava era tão favorável para o toque que ela temia perder o controle rapidamente.

Fechou os olhos para se deliciar com o beijo intimo que prosseguia sem nenhuma pressa de parar.

 

Quando a pontinha da lı́ngua da cigana ameaçou entrar, a déspota não pode conter o gemido alto, antecipava o ato que delicadamente fora concretizado. A penetração aconteceu de leve, em movimentos lentos, tortuosos... Um vai e vem que enlouqueceria qualquer um...

A juı́za mexeu o quadril para aumentar o ritmo e percebeu que algo mais entrava em si... Cravou as unhas nos ombros da amada...

A cigana levantou a cabeça, mas continuou os movimentos com a mão... Os dedos... um...dois... três... e a déspota se enrijeceu... Eva lhe segurou pelos cabelos, trazendo seu rosto bem perto de si... encarando-a.

Se fosse em outro momento, Fernanda teria ficado irritada em ver aquele ar de superioridade na face da jovem, mas naquela hora aquilo só fazia aumentar ainda mais sua libido.

A italiana tocou-lhe os lábios com os seus em um intenso beijo, explorou cada canto daquela boca, enquanto seus dedos continuavam com fortes estocadas, entrando naquele recanto de prazer, mergulhando naquele território lânguido.

A juı́za estava pronta para mergulhar no êxtase, quando os movimentos cessaram. Por pouco não caiu, quando a filha de Belluti levantou-se da poltrona.

-- Que... que hou... – Balbuciou confusa.

A cigana interrompeu-a, trazendo-a para si, encostando-a na parede.

A jovem se livrou das roupas que ainda lhe restavam, depois colou-se a outra. Maria Fernanda corou quando a garota sussurrou algo em seu ouvido.

A déspota levantou uma das pernas para que a amada se posicionasse...

-- Abre pra mim, abre... – Pediu Eva, já fazendo o mesmo que tinha falado. – Ain... eu adoro...assim... rebola pra mim, rebola... O pedido foi prontamente atendido...

-- Eu quero que você dê bem gostoso...ain...

Descontroladas, buscaram a posição horizontal, deitando-se no chão duro...Rolando entre carı́cias, desejando que aquele momento não chegasse ao fim...

-- Eu quero que você goze dentro de mim... quero seu mel dentro do meu corpo...

Fernanda afastou-lhe as pernas e se posicionou de forma que os sexos se tocassem perfeitamente... Cavalgou-a descontroladamente...buscava loucamente pela satisfação do seu corpo, desejava fazer sua mulher alcançar o ápice do prazer... Não demorou muito para que isso acontecesse...

Eva chegou ao paraı́so... e levou consigo a sua perfeita amazona que desabou em seus braços... Exausta...


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