A déspota -- Capítulo 15


Eva não reconhecia o caminho que seguia, estava atordoada, apenas se deixara conduzir pela juı́za. O que a outra desejava consigo? Não sabia, porém sentia a raiva no calor daquele aperto em seu pulso, na energia que a outra demonstrava ao caminhar.

Maria Fernanda a levava consigo por meio as árvores, desejava um lugar afastado dos holofotes, longe daquela música, daquelas pessoas todas.

Havia uma pequena clareira, onde ao fundo existi uma espécie de casa. Não sabia do que se tratava, mas ali era longe o suficiente para mal lembrar daquela festa de ricos despreocupados. As árvores fechavam o ambiente de olhares curiosos.

A cigana foi conduzida até os fundos da pequena construção, acabou tropeçando devido à escuridão que reinava ali, mas a juı́za fora rápida o suficiente para não deixá-la cair, fazendo-a encostar-se ao pequeno muro.

-- Você nunca consegue se manter de pé? – Indagou entre o desdém e o deboche. A italiana tentou sair do lugar, mas sentiu seu corpo preso junto ao da déspota.

-- Solte-me! – Exigiu irritada.

-- Só depois que você me explicar por que me deixou sozinha naquela noite e no outro dia foi embora sem ao menos se despedir de mim?

 

Eva tentou não olhar para aqueles olhos que brilhavam na penumbra, pois eles tinham o poder de deixá-la frágil, de desnudá-las, de fazê-la confessar todos os seus segredos. Estava sempre em desvantagem diante daquela mulher, seu corpo parecia não ter vontade própria, ele era conduzido pela outra como se fosse uma espécie de marionete.

Respirou fundo!

Tinha tomado uma decisão de tirá-la de sua vida e lutaria com todas as suas forças para realizar aquela árdua tarefa. Sorriu, ainda trêmula, buscava mostrar força e segurança.

-- Nosso assunto já tinha terminado, não pensei que desejasse um segundo tempo, na verdade você me deixara esgotada naquele dia de tempestade... Levei como uma despedida pelos bons tempos que nunca vivemos.

 Maria Fernanda estreitou os olhos ameaçadoramente.

Pousou as mãos ao lado daquele pescoço bem feito, sentia ganas de apertá-lo até tirar-lhe aquele sorriso jocoso do canto de sua boca.

-- Você é uma das pessoas que eu mais odeio ter conhecido! É como se fosse uma praga em minha vida.

-- Então, mantenha-se longe de mim, ninguém pediu para você se aproximar. – Empurrou-a, afastando-se.

A jovem Belluti passou a mão pelos cabelos e fitou a longe as luzes que denotavam a comemoração do aniversário do sogro. Lembrou-se de Lutho, mesmo que não tivessem  reatado o relacionamento, admirava o desempenho do rapaz em reconquistá-la, mesmo sentindo toda a hesitação de jovem.

Colocou as mãos na cintura e voltou-se para a perdição de sua alma.

-- O que você quer? Não me diga que veio até aqui atrás de mim?

Maria Fernanda gargalhou de forma sarcástica. Caminhou até a cigana, ficando perto o suficiente para sentir o hálito gostoso e refrescante.

-- Nossa! Eu tinha me esquecido como a filha de Andrello era presunçosa. – Passou as costas da mão na lateral do seu rosto. – Ver-te, ciganinha, fora apenas uma terrível surpresa, acredite-me, não estava em meus planos acabar a minha noite com tua imagem.

-- Então, o que veio fazer aqui? – Indagou sem demonstrar a decepção que aquelas palavras lhe causavam.

 A juı́za lhe estendeu a mão.

-- Por que não usa suas técnicas de quiromancia para descobrir.

Eva fitou aqueles dedos longos e precisou se concentrar para não permitir que lembranças a desconsertassem. Levantou a cabeça e viu que a outra permanecia com a sobrancelha arqueada em sinal de zombaria.

Segurou junto as suas e começou a contornar as linhas daquela palma, em nenhum momento desviou os olhos daquele mar azul.

 Maria Fernanda mordeu o lábio inferior.

Ela sabia o quão perigoso era aquela proximidade, aquele toque a estava fazendo ter contrações em seu baixo ventre.

-- E então... O que você vê? – Perguntou, tentando disfarçar o desejo.

-- Eu vejo isso...

Delicadamente a puxou para si e colou seus lábios aos dela, o fez como se sua vida dependesse daquilo, o fez como se aquela boca fosse à fonte de seu viver. Os lábios de ambas pareciam tremer, mas aos poucos se encontraram, o fizeram como se fosse a coisa mais natural a acontecer.

Maria Fernanda sentiu a maciez daquela boca e desejou que o tempo parasse naquele momento, abraçou-a forte, colando os corpos maravilhosamente. Conduziu-a até a parede, pressionando-a, querendo aquele contato.

Eva desceu as mãos, apertou as nádegas firmes da juı́za, arrancando gemidos da meritı́ssima.

A urgência daquele encontro fora interrompido, luzes vinham na direção das jovens, fazendo-as se separarem abruptamente.

Luis Fernando aproveitou a distração da esposa, pegou o carro que usava no golfe e foi em busca da filha. De longe conseguiu visualizar a cena.

-- Estão tomando ar, moças?

O empresário teve que segurar a vontade de rir ao ver a italiana ficar vermelha, enquanto sua filha tentava recuperar a pose de arrogância.

-- Eu... nós... – Beatrice gaguejou.

-- Estávamos conversando. – Maria Fernanda se adiantou.

-- E por que tão longe? – Indagou arqueando a sobrancelha.

A juı́za o fitou, demonstrando o quão de irritada estava, mas só conseguiu um sorriso debochado do homem.

-- Eu vou voltar para festa. – A cigana saiu apressada nem ao menos se despedindo dos presentes.

Maria Fernanda ainda pensou em chamá-la, porém não queria dar mais motivos para o magnata usar contra si.

Luis Fernando mirou a filha e viu seus olhos brilharem. Não havia dúvidas que ela era apaixonada pela linda filha do Belluti.

-- Olha, eu quero saber o que o senhor quer comigo porque eu não quero ficar mais nenhum minuto nesse lugar.

-- A primeira coisa que eu quero é que pare de perseguir o meu filho Fernando. Suas investigações não darão em nada, ele está limpo, é  um homem fraco, porém integro.   

A jovem estreitou os olhos ameaçadoramente.

Sim! Ela passara todos aqueles anos buscando afundar o miserável que destruı́ra a vida da mãe e desejava alcançar o cargo de desembargadora para ter mais poder para realizar aquele intuito.

-- Eu o farei pagar pelo o que fez! – Falou fichando as mãos.

O empresário pôde ver o ódio presente naqueles olhos que eram tão parecidos com os seus. Nunca pensara que aquilo o machucaria tanto, mesmo que não entendesse sentia um enorme carinho por aquela mulher ali em sua frente.

-- Sinto muito em dizer-lhe, mas você está cobrando da pessoa errada. – Falou tristemente.

A juı́za se aproximou do pequeno automóvel, pousando as mãos na lateral.

-- O que o senhor está querendo dizer com isso? – Indagou já sabendo a resposta.

O homem com muita dificuldade desceu do veı́culo, queria estar a altura quando falasse algo tão importante para a jovem.

-- Que eu sou o homem que você tanto odeia, pois eu sou o seu pai!

 Maria Fernanda balançou a cabeça, parecia incrédula, magoada, ferida.

-- Que espécie de lixo é a história da minha vida?

-- Deixe-me explicar-lhe como as coisas aconteceram...

A déspota desvencilhou-se do carinho que receberia, mantendo-se distante.

-- Eu não desejo explicações nenhuma, quero apenas que saiba que eu o odeio e odeio tudo isso que é a minha vida.

 Luı́s Fernando a viu seguir apressada para longe...

-- Não tem permissão para sair ainda, senhorita! – Ele gritou. – Não esqueça que ainda temos um assunto inacabado.

A juı́za deteve-se, respirou fundo.

Ela sabia que estava nas mãos dele, se aquelas fotos caı́ssem nas mãos da imprensa não só  sua vida, mas seu trabalho estaria em risco, porém  era tão  orgulhosa que chegava a não  se importar com tudo aquilo.

Voltou a caminhar.

-- O que você acha que aconteceria com a senhorita Belluti se aquelas imagens chegassem à mı́dia? Eu sei que ela é  meio cigana, porém não acho que ela se sentiria bem em ser tão exposta.

Maria Fernanda cravou as unhas tão fortes na palma da mão que teve a sensação que elas lhe penetravam a carne. Voltou a passos largos para onde se encontrava o seu recém descoberto pai.

-- O que o senhor quer de mim?

-- Quero apenas que você fique na festa, se divirta e outro dia a gente conversa melhor.

A juı́za o encarou durante alguns segundos e depois assentiu. Não podia se negar, seria um escândalo se esse material fosse divulgado, ainda mais por tudo que lutara tanto para conseguir.

Soltou um longo suspiro e por fim acatou:

-- Ok! Farei como o senhor deseja!

 

 

Eva estava sentada em uma mesa, onde além de toda a famı́lia Alcântara, também estavam presentes seu pai, a noive e outras pessoas que ela só conhecia de vista. Viu quando o sogro voltou ao salão e alguns segundos depois, a mulher que lhe deixava louca aparecia.

Desviou o olhar quando encontrou o dela.

Sentiu o sangue ferver quando um belo homem se aproximou da déspota e lhe disse algo em seu ouvido. Viu-a sorrir e em seguida levantar-se para dançar com o rapaz.

Lutho percebeu a expressão de desconforto da amada.

-- Tudo bem, amore mio? – Sussurrou-lhe ao ouvido. Ela se assustou com a proximidade.

-- Sim, estou apenas cansada!

-- Hun! – Ele olhou na direção da deusa de olhos azuis. – A convidada do meu pai é muito bonita, pelo visto ela já seduziu um dos melhores partidos, o deputado parece estar babando por ela. Veio duas vezes aqui me perguntar de quem se tratava.

A cigana apenas deu de ombros.

Nunca tinha visto a juı́za tão à vontade com alguém. Ela distribuı́a aquele sorriso lindo e o ciúmes parecia ficar cada vez maior dentro de si. Pegou uma taça da bandeja do garçom e bebeu o conteúdo todo de uma vez.

Engasgou com o ato chamando a atenção de todos ali.

-- Calma, Beatrice, assim vai fazer as pessoas pensarem que nem mesmo sabe se comportar em uma festa. – Esther comentou desdenhosamente.

Belluti fitou a filha e temeu por uma explosão. A conhecia mais do que o suficiente para saber que ela odiava que a repreendesse com toda aquela presunção.

-- Eu prefiro um circo a sua festa! – Levantou-se. – Pelo menos lá, os palhaços como você fazem graça!

Os presentes a miraram boquiabertos, então a risada de Luı́s Fernando quebrou o silêncio constrangedor.

-- Um brinde a Eva! – O empresário estendeu a taça.

A senhora Alcântara foi a única que não participou e ainda olhou ameaçadoramente para o marido.

 

 

A cigana engoliu mais uma vez o conteúdo de uma única vez, levantou-se e seguiu para a pista de dança. Estava tão irritada que foi direto para onde estava a juı́za e seu acompanhante dançando. Sem pensar meteu-se entre os dois.

-- Licença! – Falou para o homem. – E você vem comigo! – Segurou a outra pelo braço e saiu puxando-a por entre os convidados.

Maria Fernanda estava tão surpresa com o que a italiana fez que nem ao menos decidiu protestar, acompanhou-a tão rapidamente que chegaram ao estacionamento. Beatrice pediu a chave ao manobrista, abriu a porta, empurrou a déspota, deu a volta, assumiu o lugar de comando e saiu cantando pneus.

-- Posso saber o que você está fazendo? – A jovem indagou pondo o cinto de segurança. – Como ousa sair me arrastando no meio daquelas pessoas.

-- Ao inferno com todos! – Freou bruscamente no sinal vermelho. – Quem você pensa que é para ficar dançando e permitindo que aquele politicozinho te abraçasse e te acariciasse? – Bateu forte no volante.

A juíza parecia surpresa com a explosão.

-- Você bebeu e está conduzindo esse carro? – Ela a encarou assustada.

 

-- Sim! Bebi! – Engatou a marcha e continuou. – Bebi de tanta raiva, primeiro por te encontrar naquele salão quando eu não desejava te ver nunca mais em minha vida e segundo porque a sua falta de vergonha é espetacular.

A Lacerda segurou na lateral do banco.

-- Diminua a velocidade! – Exigiu. – Você está querendo nos matar?

-- Não! – Ela entrou em um prédio e estacionou. – Você morta não vai saciar a minha fúria.

Maria Fernanda nunca tinha visto a jovem tão fora de si. Ela parecia transtornada, os olhos estavam ainda mais escuros, porém era a raiva que imperava naquele momento.

 Eva abriu a porta do passageiro.

-- Siga-me! – Falou com os dentes cerrados.

A juı́za a encarou desafiadoramente.

-- E se eu não quiser?

-- Eu te arrasto pelos cabelos e ainda por cima teremos a imprensa aqui para registrar tudo. – Sorriu sádica. – Que tal? Sem falar que a polı́cia também chegaria.

-- Ok ! – Saiu do veı́culo respirando fundo. – Para onde você quer que eu te siga?

-- Para o meu apartamento.

 

 

Belluti tentou justificar a saı́da brusca da filha.

Esther estava possessa, afinal, ela e todos os convidados viram o momento que Eva saiu arrastando a convidada desconhecida.

-- Elas se conhecem! – Andrello continuava. – Maria Fernanda é  filha do meu secretário...

-- Mas por que ela a saiu praticamente arrastando-a? – Lutho indagou pela primeira vez.

O empresário não poderia dizer que a causa de tudo aquilo tinha sido a prisão forçada que tinha submetido a italianinha, porém ele não tinha ideia do que dizer.

-- Chega desse assunto! – Luı́s Fernando falou autoritariamente. – Elas são amigas e deveriam ter coisas para conversar, não precisam fazer uma tempestade em um copo de água. Vamos continuar a festa!

Todos assentiram, menos sua esposa que o fitava com ódio. Ele não se importou com aquele detalhe, sabia bem quem teria que lhe dar umas boas explicações no dia seguinte, porém agora só aproveitaria a noite.

 

 

As duas mulheres seguiram em silêncio até o destino. Chegando lá, Eva fechou a porta e fitou a outra.

-- O que você estava pensando quando começou a flertar com aquele deputado? – Indagou parando em frente à juı́za.

-- Estava apenas dando atenção a um cavalheiro que me tratou com muita cortesia. – Piscou. – Acho que isso me seduziu.

-- A é? – A cigana arqueou a sobrancelha.

-- Fiquei até molhada com tanta atenção. – Provocou.

A italiana não se conteve diante da provocação. Segurou-a forte pelo ombro, empurrando-a com toda força contra a parede. Maria Fernanda quase perdeu o fôlego com a pancada, mas continuou exibindo um sorriso debochado.

-- Eu nunca senti tanta raiva de alguém como sinto de ti! – Respirou fundo. – Quem mandou você vir até essa cidade? Quem mandou você ir até à festa da famı́lia Alcântara?

-- Garanto que não estava atrás de ti. – Afastou-se dando as costas e ajeitando o vestido. – Levando em conta que naquele lugar tinha pessoas mais atraentes do que uma simples ciganinha enjoada e mimada.

Eva pegou-lhe os cabelos, puxando-os, trazendo-a para junto de si.

-- Não me provoque ainda mais! – Disse cerrando os olhos.

-- Você não passa de uma pirralha!

A italiana não controlou seus impulsos, enquanto segurava as longas madeixas da déspota, com a outra mão lhe subiu o vestido, pousando os dedos sobre a calcinha.

-- Vou te mostrar quem é a pirralha! – Invadiu aquele espaço e sentiu nos dedos como a outra estava molhada. – Você é uma safada!

Maria Fernanda não conseguia se concentrar ou se livrar daquele toque, pois seu corpo reagia com um tesão avassalador.

-- Ah é? Não me diga! – Mordeu o lábio inferior.

Beatrice soltou-a, para em seguida rasgar todo vestido que a juı́za usava. Fez o mesmo com a lingerie.

-- Está  me devendo um bom dinheiro, pois essa roupa custou caro. – Debochou.

-- Eu quero ver se esse sorriso vai continuar depois do que eu vou fazer contigo.

-- O que uma garotinha mimada, filhinha de papai seria capaz de fazer comigo? Acho que qualquer um naquela festa ganharia de ti nesse quesito. Eva sentia a raiva crescer mais e mais dentro de si, aquela maldita a estava provocando a ponto de não deixá-la raciocinar.

Passou o indicador o biquinho do seio e o viu ficar bem durinho.

-- Eu vou te mostrar quem é Eva Beatrice Belluti de Lucero.

Maria Fernanda sentiu os doces beijos sendo depositado em sua boca e acabou se distraindo a ponto de não perceber o que a cigana estava fazendo até que se deu conta que seus braços tinham sido presos e pendurados numa alça que tinha na parede.

-- O que você ta fazendo? – Ela tentou puxar, mas gemeu de dor. – Acha que sou o que para me amarrar e deixar-me aqui pendurada? – Falou indignada. – Está me machucando. – Tentou puxar novamente. – Solte-me! Eu exijo.

A italiana apenas sorria.

Estava sendo perfeito vê-la ali. Os pulsos tinham sido presos um ao outro e depois alçados sobre sua cabeça, a posição vertical lembrava os escravos quando eram amarrados ao tronco para receberem os bárbaros e cruéis castigos.

-- Você não está pendurada! – Falou se livrando do vestido. – Seus pés continuar no chão e você só se machucará se tentar se livrar das tiras.

A juı́za estava fascinada em ver aquela mulher se despindo sensualmente para si. Nunca virá uma mulher tão linda em toda sua vida, nem mesmo a raiva por está presa era suficiente para sufocar o desejo que lhe invadia.

-- Está gostando da visão? – Parou bem perto dela.

Tinha ficado apenas com a calcinha e o sutiã.

-- Solte-me! – Ordenou mais uma vez.

-- Nesse tribunal quem manda é eu, meritı́ssima!

Ela caminhou até um móvel e ligou o aparelho de som em uma música estilo cigano.

Maria Fernanda lembrou a primeira vez que a viu, era aquilo que ouvira naquele dia quando seus olhos miraram aquela imagem pela primeira vez. Sentiu uma contração no ventre quando a outra começou a seguir os acordes, mostrando toda a sensualidade que era inerente a ela.

Estava louca para tocá-la e aquilo a estava deixando sem conseguir aos menos raciocinar.

Tentou se soltar, porém estava presa fortemente e sempre que tentava se desvencilhar acabava se ferindo. Eva se aproximou bem da linda mulher de olhos azuis.

Posou as mãos na lateral de seu quadril, colando-se a ele.

-- Você está sentindo dor, minha linda déspota? Sua expressão não é uma das melhores.

-- Tire-me daqui! Meus pulsos estão doendo.

-- Mantenha-se quieta que eles ficarão bem.

Eva sorriu quando a outra tentou lhe acertar com o pé.

-- É ruim ficar assim é? – Livrou-se do sutiã e depois da calcinha. – Eu lembro bem de um dia que eu fiquei presa e você se aproveitara do meu corpo.

Maria Fernanda recordava bem aquele dia. Fora impossível se manter neutra. Mas a vontade que sentia de possuı́-la em outrora não chegava perto do que estava a sentir naquele momento. Mesmo estando irritada pelo jeito que estava sendo tratada.

Viu quando a outra se aproximou dela e dessa vez preferiu esperar, antes de lhe chutar novamente. Precisava daquele corpo junto ao seu. A cigana se aproximou, abraçando-a, roçando o corpo como uma gata na sua vı́tima.

-- Tire-me daqui e eu prometo que farei um amor bem gostoso contigo! – Sussurrou-lhe ao ouvido.

-- E quem disse que eu quero fazer amor com você? – Falou próxima a boca dela. – Eu vou te comer até você aprender a me respeitar. – Desceu a mão e tocou no sexo de sua cativa.– Ta molhadinha... – Trouxe os dedos melados e passou nos lábios dela. – Vou te comer até você entender que eu sou a única mulher que você deseja.

-- Ah é? Não esqueça que eu dormi contigo e com a Catrina ao mesmo tempo, então não tem muita diferença para mim. – Provocou.

Eva apertou bem forte o seio dela e em seguida a penetrou com um único dedo, o fez forte, repetiu com dois e depois tentou o terceiro... não conseguiu...

-- Hun, como você é apertadinha... – Passou a lı́ngua pelos lábios dela.

-- Está querendo me rasgar... – Sussurrou entre a dor e o prazer.

Eva sorriu safada.

-- Deixe-me ver se consigo rasgar-te.

Maria Fernanda a viu ajoelhar diante de si, percebeu quando ela arrastou um pequeno banco parando-o perto delas. A italiana sentou, ficando na altura do centro do seu prazer, puxou-lhe a perna e a fez dobrar o joelho sobre sua coxa.

-- Deixe-me ver se conseguirei meu intuito...

A juı́za tentou tirar a perna, porém quando sentiu os lábios passeando por seu sexo, ela nem tentou se rebelar.

Gemeu quando Eva lhe abriu bem e passou a lı́ngua por toda extensão se demorando propositadamente em seu clitóris.

Enquanto a lambia, deslizou um dedo e iniciou movimentos de vai e vem, bem lentamente, depois intensificou metendo mais um, chupando avidamente todo o mel que escorria. A déspota gritou prevendo o prazer total, porém não veio, os movimentos cessaram.

Baixou a cabeça e encontrou o olhar cheio de arrogância e ironia. Irritou-se!

-- Solte-me, sua cadela! – Puxou forte os braços, mas fora inútil. – Você vai pagar caro, sua mimada dos infernos.

Beatrice gargalhou alto, em seguida abriu novamente a parte daquele lindo corpo que a deixava louca de tesão, separou bem os grandes e pequenos lábios e meteu a lı́ngua bem fundo, mexendo-a dentro daquele espaço minúsculo.

A juı́za a xingou novamente, mas isso não a impediu de mexer o quadril para intensificar os movimentos, o fez , porém a outra mais uma vez parou. A cigana levantou-se e ficou bem de frente para ela, encarando os lindos olhos azuis que eram um misto de ódio e desejo.

-- Por que está fazendo isso? – Indagou sem forças.

-- Sabe o porquê de eu está fazendo isso?

Lambeu os mamilos e depois começou a mamar gostoso, sugando, mordiscando...

-- Eva, por favor... – Implorou em um fio de voz.

A italiana mais uma vez parou, fitando-a profundamente.

-- Isso! – Disse vitoriosa. – Implora mesmo! – Colou os corpos e meteu o dedo dentro dela. – Ver quem está te comendo agora! – Meteu mais forte. – Olha para minha cara e ver quem é que tá quase te fazendo gozar. – Enfiou dois. – Aprende de uma vez por todas que você é  minha, seja uma vadia, uma puta, uma cadela... ou seja a mulher que eu amo loucamente. – Acelerou mais. – Diga o que você quer ser minha?Diga! – Gritou!

-- Quero ser... o que você desejar que eu seja... serei sua...sua...

Os gemidos de volúpia da juı́za encheram o ambiente. Ela olhava para os olhos da cigana e sentia que seu corpo não iria aguentar tanto prazer, então se sentiu invadida por um poderoso orgasmo e gritou o nome da italiana.

Beatrice a abraçou forte e sussurrou.

-- Ti amo, amore della mia vita!

Eva sentiu os ombros molhados e fitou-a, vendo as lágrimas rolarem daquele rosto tão lindo. Soltou-a, massageando-lhe os pulsos delicadamente.

Caminharam até a cama e a sentou em seu colo.

-- Il perdono , il mio amore!


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