A dama selvagem - Capítulo 27
Aimê ouvia a respiração acelerada, o
som dos corpos se amando, mas não era isso que a deixou perplexa, deixando- a
com os olhos abertos e arregalados.
Teve a impressão que tremia, mesmo
sentindo-se em verdadeira brasa.
Seu coração pulsava de forma tão
acelerada que temia um ataque cardı́aco. Os seios se elevavam como ondas no mar...
Ainda sentia os espasmos poderosos do
gozo que a dominara totalmente.
Voltou a encará-la...
As luzes estavam acesas... Iluminara
cada emoção, cada expressão que se passara durante o amor que fizeram.
Diana se apoiava nos braços.
Os cabelos negros estavam molhados de
suor, alguns fios colados a sua tez.
Ela fitava a Villa Real e sua expressão
demonstrava a mesma surpresa que a menina mostrava.
Ouvia a própria voz declarando o
sentimento que ficara preso durante tanto tempo gritando por liberdade. Era como
tirasse um enorme peso dos ombros. Um peso que a estava sufocando aos poucos.
Amava-a! Amava-a! Amava-a!
Essa era a única verdade, a única
realidade para sua difı́cil história.
Pensou em deixar o quarto e seguir para
seu santuário, fugir mais uma vez de tudo...
“Sim,
você é a filha do miserável que destruiu a minha vida... Ah, meu bem, como ele
destruiu... Há dez anos, eu perdi tudo, até o sentido de viver... – Beijou-lhe
os olhos, depois encarou-os. – Porém a ironia foi você ter me devolvido
tudo...”
Quanto ainda poderia feri-la?
Conseguiria não o fazer? Mirou o rosto corado.
Os lábios carnudos estavam entreabertos
e inchados dos beijos...
Encarou-a e teve a impressão que ela
podia ver sua alma... Conseguiu se ver ali... Deus, como era fácil se perder
naquele olhar!
Ainda sentia o corpo em chamas depois do
prazer que lhe assolara.
Cerrou os dentes.
Sentia as mãos da amada em suas costas,
sentia os dedos longos e bem feitos parados lá, depois passeavam por suas
cicatrizes.
-- Repete... – A filha de Otávio pediu
em um sussurro. – Fala de novo. – Acariciou a face bonita.
A Calligari umedeceu os lábios, sentia
a garganta seca.
Aimê esboçou um sorriso doce, enquanto
não deixava de fitá-la.
-- Às vezes você parece aquelas
heroı́nas que demonstram sempre superioridade, tentando esquecer que tem um
coração... Em outros lembram uma menininha assustada... – Arqueou-se um pouco,
praticamente colando as bocas. – Fala pra mim... Fala que que gosta de mim...
Eu desejo ouvir de novo, eu preciso disso... Fala, meu amor, fala pra mim...
Os olhos negros se estreitaram, mas não
de forma ameaçadora. Parecia analisar o que se passava. As palavras pareciam
presas...
Mordiscou o lábio inferior
demoradamente, ponderavam todos os perigos que poderiam causar aquela
declaração.
-- Estou apaixonada por ti... Estou te
amando e tenho a impressão que esse sentimento vai acabar transbordando dentro
do meu peito... Estava me afogando com ele...
Mais uma vez os olhos azuis brilhavam em
emoção. Antes que pudesse falar algo, seus lábios foram tomados por um beijo
intenso, exigente, dominador.
Aimê se permitiu ser conduzida,
vibrando ao encontro das lı́nguas, entregando-se a ela, doando-se
apaixonadamente.
O sabor dela era única, poderoso...
Abraçou-a mais forte, trazendo-a para
uma perfeita união...
Queria ficar ali para sempre... Não
queria que aquele momento terminasse, pois sabia que quando o sol nascesse as
coisas sempre seriam mais difı́ceis.
Batidas na porta interrompeu o interlúdio.
A Villa Real pareceu assustada.
Desvencilhou-se do toque, cobrindo-se com o lençol.
Ouviram o toque insistente e a filha de
Otávio se levantou, seguindo até a maçaneta, segurando-a, temendo que alguém
entrasse nos aposentos.
Encarou
a major, percebendo
que ela não
parecia preocupada com
uma possível invasão,
apenas demonstrava aborrecimento
por terem sido interrompidas.
Mirou o corpo nu e sentiu aquela
pressão costumeira.
-- Aimê!
A voz de Alex soou baixa do lado de
fora, tirando-a da sua distração.
A Calligari se levantou irritada, mas a
neta de Ricardo fez um gesto para que ela parasse.
Pigarreou.
-- Alex, eu estava quase dormindo, o que
você quer?
-- Queria que fosse ao jardim comigo...
Lembra daquelas orquídeas que você sempre falava, tem algumas lindas...
A major parecia fora de si.
Pegou o roupão que estava no chão,
vestindo-o. Aimê a repreendeu com o olhar novamente.
-- Isso não são horas para fazer algo
assim! – Dizia calmamente.
O rapaz permaneceu em silencia durante
alguns segundos, tanto que pensaram que ele tinha saı́do, mas a voz voltou a
ser ouvida.
-- Eu estou preocupado... Esse nosso
noivado... Não sei... Eu queria muito falar contigo... Há algumas coisas...
Preciso te falar...
A filha de Otávio seguiu até a cama
pegando o robe, mas a Calligari a deteve.
-- Você não vai! – Diana sussurrou por
entre os dentes. – Dispense esse idiota antes que eu saia e faça isso!
A jovem pareceu irritada.
-- Você quem inventou esse noivado... –
murmurava. – Envolveu o Alex nas suas loucuras, então o mı́nimo que posso fazer
é ir lá falar com ele e confortá-lo para que não surte, como eu quase já
fiz.
-- Dispense-o! – Ordenou mais uma vez. –
Amanhã você fala com ele e não uma hora dessas.
A Villa Real sustentou o olha da pintora
e por fim suspirou, parecendo vencida.
Livrou-se delicadamente do toque,
aproximando-se da porta. Deu as costas para a artista. Sentia a tensão nos
ombros.
-- Alex, eu não estou me sentindo muito
bem, foi um dia cansativo... Prometo que amanhã falarei contigo, porém hoje
não tem essa possibilidade...
Ouviu a respiração do rapaz acelerada.
Percebia-o agoniado e condoeu-se por ele.
Desde que aceitara fazer parte desse
noivado, deixara claro com ele que nada haveria, que aquela era apenas uma
forma de se livrar da Calligari.
Não desejara dar esperanças ao jovem,
pois sabia que jamais poderiam ter algo. Imaginou se ela continuaria a
insistir, mas para seu alıvio ouviu-o concordar.
-- Ok! Mas amanhã preciso que fale
comigo, por favor.
-- Está bem...
Aimê sentiu-se mal, ainda mais por toda
aquela situação, ainda mais por que sabia que aquele matrimônio não
ocorreria, mesmo se não estivesse apaixonada pela major, não poderia aceitar
uma relação com alguém que via apenas como um irmão.
-- Por que esse mancebo idiota veio
aqui? – Diana já esbravejava.
Aimê soltou um longo suspiro sabendo
que teria que lidar com a irritação da outra.
Não acreditava que iriam discutir novamente,
ainda mais depois de terem se amado e a ogra ter confessado seus sentimentos.
Lentamente virou-se para ela.
Fitava-a com atenção e ficava a se
perguntar como poderia resistir aos apelos do corpo. A ı́ndia selvagem era
muito linda, tão linda que lhe tirava o fôlego.
Vê-la ali parada, com os braços
cruzados sobre os seios, tendo a expressão pouco amistosa era uma introdução
para a vontade surgir, fosse de brigar ou de amá-la.
-- Se você não tivesse inventado
isso... – Meneava a cabeça em total desânimo. – Se você não tivesse armado
esse circo...
-- Ah, sim, agora a culpa é minha! –
Passou a mão pelos cabelos. – O que você estava fazendo com aquele
engomadinho no jardim antes de chegar aqui?
Aimê se mostrava confusa com a
indagação. Não compreendia do que ela estava falando.
Quando a festa terminara decidiu seguir
até aquela parte para tentar ficar um pouco em paz, buscando um equilı́brio
para sua mente, porém um encontro com um dos seguranças a irritou, ainda mais
porque o rapaz se mostrou bastante interessado em si. Não falaria para a
pintora, pois temia uma explosão ainda maior.
-- De que está falando?
-- Não se faça de tola! Vi aquele
imbecil no jardim e quando estava no corredor te vi entrando aqui!
-- Sim, eu estive no jardim, mas não vi
o Alex lá, nem mesmo o encontrei depois da festa.
A pintora estreitou os olhos.
-- Disse-me que...
-- Sim, eu disse! – Interrompeu
impacientemente. – Mas falei porque não aguentava mais te ouvir, queria que me
deixasse em paz... Queria que saı́sse daqui, queria te ferir, te magoar, da
mesma forma que tinha feito comigo durante aquela maldita festa. – Começou a
massagear as têmporas.
A major a olhava e viu a face corada de
raiva.
-- Então estava a me provocar? –
Arqueou a sobrancelha. – É isso que você faz, me tira do sério, me enlouquece
a ponto de desejar te bater como ocorreu ainda pouco.
A Villa Real arqueou o queixo
desafiadoramente, mas ao lembrar do que se passou, sentiu o corpo reclamar mais
uma vez.
-- Ah, sim! – Seguiu até ela com um
sorriso travesso. – Vi como bateu no meu bumbum. – Apoiou as mãos nos ombros
da morena. – Ainda sinto as pancadas que me deu! – Piscou provocante. – Não
quero continuar esse noivado, eu não posso iludir o Alex, eu nunca senti nada
por ele. – Falou seriamente. – Quero ser sincera com ele...
A Calligari percebia como ela parecia
triste com a situação, entendia e seu peito enchia de contentamento ao saber
que ela desejava terminar aquele compromisso.
Diana a abraçou pela cintura, trazendo
mais para perto de si.
-- Eu sei que a coloquei nessa relação,
meu amor... Mas o fiz pensando no seu bem... – Tocou-lhe os cabelo, fitando os
olhos azuis.
-- Fala de novo... – Pediu mais perto.
-- Eu sei...
-- Não! – Interrompeu. – Me chama de
amor... Ainda está ecoando no meu cérebro suas palavras... fala que me ama de
novo...
A Calligari esboçou um sorriso.
-- Eu estou apaixonada por ti... –
Começou a beijar seu pescoço. – Eu me perco nessa sua insolência... Enlouqueço
por ti.
Aimê sentia as carı́cias, inclinando-se
mais para que desse acesso a toda extensão...
Fechou os olhos em prazer, enquanto
sentia as mãos da pintora começarem a soltar as amarras do seu robe.
-- Eu amo você... – Sussurrava em seu
ouvido. – Amo tanto... Tanto, meu amor... – Encarou-a. – Fico louca quando penso
que algo de ruim pode se passar contigo... Sou capaz de dar a minha vida para
te manter segura...
-- Não quero que se arrisque, eu desejo
ficar contigo... Desejo muito que possamos nos amar todos os dias... Quero
acordar ao seu ledo... Desejo ver esse rosto preguiçoso despertar... Quero
ficar te olhando... Te admirando...
Diana engoliu em seco.
Desejava tudo o que Aimê falara, porém
sabia que as coisas não seriam tão fáceis assim, ainda mais por que teria
que enfrentar o perigoso bandido, sabia que não haveria paz, enquanto não tirasse
Crocodilo do seu caminho.
-- Preciso que tenha paciência e faça
tudo o que eu pedir... Não deve correr riscos... Preciso que se mantenha de
acordo com as minhas palavras.
-- Como assim? O que deseja que eu faça?
Quer que eu continue com esse noivado? É isso, Diana? – Indagou irritada.
A pintora a observou se afastar,
enquanto fechava o roupão.
Sabia que ela estava irritada, mas antes
que a menina pudesse chegar a porta, deteve-a pelo braço delicadamente. Aimê
ainda protestou, mas foi conduzida pela mão.
A Calligari seguiu até a poltrona,
sentando-se, fazendo a jovem se acomodar de lado em seu colo.
-- Acha que quero que continue noiva
desse rapaz? – Segurou-lhe o queixo, fazendo-a encará-lo. – Você tem ideia de
como fiquei quando vi o beijo que trocou com ele ou quando me provocou falando
que estavam juntos? – Fitou-lhe os olhos revoltos. – Eu só desejo que tudo
isso acabe... Eu já te expliquei o meu plano, já disse a razão para estar
fazendo isso... Eu só preciso que confie em mim... Confie em mim... – Pediu
novamente.
A Villa Real suspirou.
Não entendia porque tinha que aceitar
isso, ainda mais agora que a morena deixará claro que a amava. Cruzou os
braços sobre os seios.
-- Tá parecendo uma menina emburrada...
– Sorriu. – Dê-me um tempo para resolver tudo... – Voltou a abrir o roupão. –
Amor, tenha um pouco de paciência. – Mirava os seios redondos embevecida. –
Prometo que tudo isso vai acabar... – Fitou-a. – Agora desfaça esse bico e seja
boazinha... – Começou a acariciar a pele branca.
Usou o polegar para acariciar.
-- Acha que vai me convencer assim,
major? – Questionou-a com a sobrancelha arqueada. – Acha que me sinto bem
sabendo que você anda se arriscando? Por que não permite que a polı́cia cuide
disso?
A major não falaria que não confiava
em ninguém, pois tinha certeza de que alguém passava informação para
Crocodilo.
-- Prometo me cuidar, se você fizer o
mesmo... – Apertou o mamilo com o polegar e o indicador delicadamente.
Observava os olhos azuis escurecerem e
parecia fascinada com a transformação que se passava em sua face.
-- Quer que continue noiva do Alex? –
Deteve-lhe o movimento. – Sabe que ele vai levar isso a sério. – Continuava
aborrecida.
Diana tomou-lhe as mãos, levando aos
lábios, beijando-as demoradamente.
-- Mimadinha linda, você não terá
nada com aquele idiota, é apenas minha e se ele te beijar novamente, não me
responsabilizarei por minhas ações. – Replicava calmamente. – Preciso que me
dê um voto de confiança, sei que já fiz muita coisa para te machucar,
acredite, cada dor que infringi em ti, doeu em dobro em mim... Porém agora, eu
necessito que confie em mim...
Aimê suspirou lentamente.
-- Eu tenho medo... Não por mim, mas
por você... – Tocou-lhe a face com as costas da mão. – Sei como já sofreu e
me assusta imaginar que poderá passar novamente por isso.
Diana fechou os olhos por frações de
segundos e teve a impressão de que tudo que vivera passava por sua mente. As
dolorosas imagens eram quadros que foram pintados com sangue...
Lembrou-se do pai...
Aimê abraçou pelo pescoço, escondendo
sua face ali.
A morena a estreitou mais forte,
sentindo como a presença dela era suficiente para trazer conforto para suas
feridas.
Ficaram assim por muito tempo.
Diana apenas a sentia, sentindo que pela
primeira vez em tantos anos, havia algo além do seu desejo de vingança, sentindo
que pela primeira vez em tanto tempo podia fechar os olhos e ficar ali sentindo
que ainda tinha um novo dia para viver.
Não sabia o que aconteceria na manhã
seguinte, mas aproveitaria o momento que a teria com ela, as horas que ficariam
juntas.
Começou a massagear a nuca da esposa,
logo afastou um pouco seu rosto. Fitou-a e antes que Aimê pudesse falar algo,
beijou-lhe os lábios com fervor. Segurou-a pelas madeixas longas e macias,
mantendo-a cativa de seu carinho.
A Villa Real conhecia a impetuosa mulher
e não pareceu assustada com o arrobo apaixonado. Aceitou o beijo e gemeu
quando a outra lhe sugou a lı́ngua com mais sofreguidão.
Sentia os seios doloridos e desejou que
as carı́cias chegassem até eles.
Apertou-se mais a ela, sentindo a união
dos colos, mesmo separados pelo tecido era um suplı́cio. Aimê abriu o roupão,
fazendo o mesmo com o da pintora.
O contato entre os mamilos fê-la
resmungar de desejo contra a boca que a mantinha cativa. Seu sexo já doı́a.
Nunca em sua vida se sentira daquele
jeito, nunca imaginara que existia aquela paixão enlouquecedora que turvava
seu cérebro, deixando-a perdida em suas ideias, em seus pensamentos.
Às vezes parava e ficava a imaginar como
se sentia ousada diante da major, como seu corpo dominava suas ações e a fazia
fazer coisas inimagináveis.
Louca de tesão, pegou as mãos da
morena, pousando sobre seus seios. Diana interrompeu o beijo, fitando-a.
O olhar era atrevido, estimulante,
poderoso como se fosse a dona de tudo aquilo.
Sem falar nada, começou a massagear o
colo bonito, fazendo-a sentar de pernas abertas para si.
Logo a boca seguia os caminhos das
mãos, enquanto Aimê inclinava o tronco para trás, dando maior acesso.
Diana mamava como um animal faminto,
esquecendo a delicadeza, parecendo um ser em desespero, dominado por um desejo
maciço e primitivo.
Aimê cerrava os dentes, tentando
controlar a paixão que apenas crescia dentro de si. Estava tão envolvida que
nem percebeu o robe deixando os ombros delicados.
Voltou a encarar a Calligari quando
sentiu as carı́cias no sexo aberto.
A morena passeava os nós dos dedos,
lambuzando-os, esfregando-os... Mexia com curiosidade... Os olhos negros
pareciam mergulhar no mar azul.
-- O que você quer? – Questionava,
enquanto continuava o passeio. – O que quer, Aimê?
A
Villa Real, mesmo sentindo o rosto corar, continuava fitando-a.
-- Você não sabe, major, pensei que
sua inteligência chegasse muito além. – Provocou-a. – Não consegue
imaginar... – Interrompeu a frase ao sentir mais pressão. – Não conhece as
reações... Não escuta como te chamam?
A artista entendeu a outra mão para
tocar seu seio, apertando o mamilo gentilmente.
-- Você é uma menina muito atrevida...
– Retirou a mão, tocando em seus lábios com o mel. – Eu adoro o seu cheiro.
– Levou a mão à boca, passando a
lı́ngua para lamber todo o excesso. – Seu cheiro é uma tentação muito grande
para resistir...
Aimê olhava a cena, via a lı́ngua
passeando por toda a pele e não conseguia pensar em outra coisa a não ser em
senti-la fazendo o mesmo com seu sexo...
-- Também gosta do meu sabor então?
-- Sim... – Voltou a lhe tocar o sexo. –
Eu adoro o sabor... Adoro quando entro dentro de ti... Quando me prende... Quando
ouço o atrito...
Os olhos azuis se estreitavam em prazer,
os lábios entreabertos, a respiração acelerada.
-- Diana... – Sussurrou o nome dela. –
Você me deixa louca... – Mordiscou o lábio inferior. – Eu tenho a impressão
que não vou aguentar... – Inclinou o quadril para frente para que o os dedos
roçassem com mais vigor. – Eu quero... Eu quero muito...
A Calligari usou o indicador para
invadi-la lentamente.
-- Eu adoro ver seu rosto cheio de
prazer, adoro quando geme pra mim...
As bocas se encontraram novamente,
enquanto a morena seguia com o delicioso vai e vem, não parecia ter pressa,
fazendo-o de forma lenta, paciente.
Aimê mexia o quadril contra seu toque,
aumentava os movimentos. Fê-lo mais rápido e ouviu o som...
A pintora usou mais um...
-- Han.. – rosnou... – Ain...
A morena apenas continuava, sentindo-a
apertada, deliciosamente aceitando as investidas.
-- Sente... Assim é uma delı́cia...
Assim... – Metia mais forte...
Mirava a expressão transfigurada de
desejo e sentia o próprio corpo reclamar por carı́cias. De repente, a filha de
Otávio deteve os movimentos, levantando-se.
Diana a mirava, confusa.
A neta do general era verdadeiramente
muito bela. A Villa Real estendeu os braços, chamando-a.
A major se levantou, mas não foi até a
esposa logo, antes livrou-se do roupão. Não deixava de olhar a garota que a
mirava com tamanha fascinação.
Não negava que sempre se achara uma
mulher de grande beleza, via isso nos olhares que encaravam, via essa
admiração nos rostos de muitas pessoas, porém isso não parecia fazer
diferença, mas quando era aquela garota que a apreciava, tudo parecia
diferente.
Foi até ela.
Diana era pouco mais alta.
As bocas se encontraram novamente,
perdidas, abraçando-se, unindo-se, desejando que aquele momento durasse para
sempre.
Caminharam até a cama.
A bela florista fez a major deitar
confortavelmente entre os travesseiros.
A morena estendeu, enquanto observava a
amada parada ali, mas não por muito tempo.
A Villa Real beijou os delicados pés,
seguindo pela canela, panturrilha... Fazendo-o de forma calma... Chegando as
coxas, demorou-se mais, adorando sentir a rigidez, a maciez...
Acomodou-se entre elas, assim podia
acariciar a parte interna. Fê-la dobrar os joelhos.
A Calligari se apoiou nos cotovelos,
observando toda a cena.
Observou-a passar por seu sexo com
sorriso atrevido, parando seu abdome liso. Aimê beijava a pele morena,
enquanto não parava de fitá-la.
Subiu até os seios, lambendo os
biquinhos, incitando-os... Viu quando os olhos negros se estreitaram, antão
ousou mais, chupando mais forte.
Ouviu o gemido dolorido, viu os lábios
implorando por mais... Começou a descer e dessa vez parou diante do centro do
prazer.
Beijou toda parte externa, mordiscando
de leve. Fungou... Beijando de forma mais demorada, passeando a boca por toda
extremidade...
-- Quer mais, major? – Lambeu a fenda
que separava.
-- Eu quero tudo... – Disse com voz
rouca. – Dê-me tudo, meu amor, tudo...
Aimê sorriu, enquanto afastava os
grandes lábios, beijando-os, provando do delicioso mel que já escorria.
Passou a lı́ngua e ouviu o rugido abafado da mulher que amava.
Chupou-a mais forte, penetrando-a com a
lı́ngua.
Usava-a de forma delicada, mas a pintora
parecia querer muito mais, então colocou mais pressão... Esfregando o rosto,
a boca mexia com mais vigor.
Diana rebolava para ela e quando não
aguentou mais, puxou para cima de si, colando-se, moldando-se, abrindo-se,
desejando que o prazer supremo chegasse para ambas. O que não demorou a
acontecer.
Cláudia despertou cedo na manhã
seguinte, enquanto Ricardo dormia. Vestiu-se, deixando o quarto enorme.
Não tivera uma boa noite de sono, na
verdade nem mesmo conseguira dormir pensando na neta.
Viu a tristeza em sua face, percebeu
como parecia perdida, enquanto seu olhar não abandonava em nenhum momento a
herdeira de Alexander.
Deus, suas suspeitas pareciam mais perto
da verdade agora.
Dobrava o grande corredor quando se
deparou com a morena deixando o quarto da neta. Escondeu-se para não ser
vista.
Diana usava apenas um roupão e os
cabelos estavam úmidos, denunciando um banho. Levou a mão ao peito, tentando
raciocinar o que se passava ali.
Aimê fechou a porta com um enorme
sorriso no rosto.
Encostou-se à madeira, relembrando como
tivera uma deliciosa noite, sem falar que fora acordada com beijos, amando-se
mais uma vez, antes de tomarem banho e praticamente fazer a major deixar os
aposentos.
Na verdade, sua vontade era não se
separar dela mais, porém sabia ainda não era o momento, mesmo que não
entendesse as palavras da Calligari quando explicava, decidiu confiar, não
desejava entrar em confrontos, mesmo que Diana conseguisse resolver isso de
forma apaixonada e deliciosa.
Mordeu o lábio inferior. Ainda sentia o
sabor dela...
Deus, como amava aquela mulher!
Ouviu batidas na porta e imaginou se a
major tinha voltado, mas ao abrir, deparou-se com a avó. Sentiu o rosto corar,
enquanto Cláudia nem esperava um convite, adentrando o espaço.
A esposa do general olhava tudo com
curiosidade.
Aimê viu o vestido da Calligari ainda
ao chão, fora as suas próprias roupas, as peças ı́ntimas e os vidros da
garrafa que fora quebrada.
-- O que houve? – Indagou preocupada a
senhora.
A filha de Otávio seguiu imediatamente,
recolhendo as roupas, levando-as até o banheiro, depois retornou.
-- Eu acabei... – Gaguejou. – Quebrei...
Quebrei a garrafa... Caiu da minha mão... – Deu um sorriso. – Aconteceu alguma
coisa?
Cláudia fitou o leito em total bagunça.
-- Você já foi mais organizada! –
Apontou. – Parece que um furacão passou por aqui. – Olhou-a com reprovação.
Aimê apressou-se em arrumar tudo, assim
não tinha que encarar a avó.
-- Filha, temos que ver o apartamento...
– Dizia enquanto acompanhava tudo.
A
Villa Real correu para pegar o papel amassado no chão.
-- Que apartamento? – Indagou confusa.
-- O que ficaremos até seu casamento,
afinal, temos o dinheiro para alugar um lugar, seu avô precisa se manter aqui.
Alex nos convidou para irmos para a casa dele, mas eu prefiro que não façamos
isso.
-- Sim, claro que não! – Negou-se com
vigor.
-- Então temos que ver um lugar...
Antes que continuasse a falar a porta se
abriu e lá estava Diana novamente.
A Calligari ainda vestia o roupão,
pareceu surpresa em não encontrar a amada sozinha.
-- Bom dia! – Cumprimentou séria. –
Preciso falar contigo.
Aimê a advertiu com o olhar, enquanto
percebia como a avó se mostrava interessada nas duas.
-- O que deseja? – Questionava tentando
se mostrar desentendida. – Aconteceu algo?
-- Olá, senhora! – Cumprimentou a
esposa de Ricardo. – Na verdade tinha algo para dizer, mas está fugindo da
minha mente agora. – Piscou. – Mas o que fazem tão cedo conversando?
-- Vovó veio me falar que devemos sair
em busca de um apartamento... Não se preocupe que iremos com seus seguranças.
Os olhos negros se estreitaram.
-- Podem ficar no apartamento de antes,
está disponível e eu prefiro que Aimê
fique por perto.
Cláudia a fitava com interesse.
-- Eu prefiro que tenhamos um lugar
nosso, major. Meu futuro genro ofereceu sua casa, mas prefiro que enquanto o
casamento não acontecer, fiquemos por nossa conta.
A Villa Real observou o maxilar da morena
enrijecer.
-- Ficarão aqui então, enquanto
Crocodilo não for preso, não me importa com o que pensa ser melhor, eu sei o
que é melhor nesse momento! – Disse aborrecida.
Aimê mordeu a lı́ngua para não
responder, pretendendo fazer isso em outro momento ao perceber o interesse da avó
no assunto.
-- Agora vou tomar um banho, terei umas
coisas para resolver hoje. – Diana seguiu até a porta.
-- Pensei que já tivesse tomado... –
Cláudia a alfinetou. – Na verdade, penso que as duas tomaram banho, mesmo
sendo tão cedo.
A filha de Alexander virou para elas.
-- Coincidência, não é? – Disse com
olhar de sarcasmo.
Aimê viu-a deixar o quarto e teve a
impressão que desmaiaria.
Quando a encontrasse, com certeza se
desentenderiam, ainda mais por ela ter deixado no ar aquela insinuação. Se
havia alguma dúvida sobre o que aconteceu naquele quarto, agora não havia
mais.
Esperou as broncas, o olhar de raiva,
mas não veio.
-- Vou acordar o seu avô para comer
algo. – Depositou um beijo em sua face. – Te amo muito e só desejo o seu bem.
A
jovem só soltou a respiração quando a viu se afastar.
-- Você disse que estava tudo certo
para noite passada! – Crocodilo esbravejava no telefone. – Entreguei o dinheiro
ao rapaz e esperei a encomenda que não chegou.
-- Eu tive um problema... A Diana
apareceu na hora.
O bandido bateu forte contra o volante
do carro.
-- Maldita Calligari!
-- Logo entregarei Aimê, eu te dei
minha palavra e o farei.
-- O meu tempo está se esgotando,
preciso entregá-la, quanto à filha de Alexander, essa logo terá seu fim. –
Tocou a pistola que tinha sempre à mão. – Seu filho não causará problema?
Ontem quando falei com aquele segurança, vi o noivinho passeando pelo jardim.
Pensei que tinha convencido ele a participar.
-- Preferi não falar para o Alex sobre
isso.
-- Tem certeza de que ele não vai
causar problema? – Insistia.
-- Não, ainda mais quando ficar sabendo
que a noiva dele está transando com Diana Calligari!
Eita 😕
ResponderExcluirTenso 😬
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