A dama selvagem - Capítulo 12


Aimê ainda estava com as pernas bambas por tudo o que tinha acontecido.

Ainda sentia o toque da major queimar em sua pele...

Seu coração pulsava tão descompassado que chegou a pensar que sofreria um enfarto.

Não foi difı́cil para encontrar o roupão, pois Diana o colocara em um lugar estratégico.

Vestiu-o, mas não deixou o recinto. Continuou lá, parada, encostada à porta, temendo encontrar a Calligari naquele quarto e começar uma nova discussão ou algo ainda pior e mais difı́cil para controlar do que a sua fúria.

Ainda se sentia aliviada por ela ter acatado seu pedido, mas temia que mudasse de ideia.

Amarrou o cordão do roupão, demorando-se como se um simples nó estivesse fora dos seus conhecimentos.

Suas mãos tremiam. Fechou-as por alguns segundos, tentando recuperar o equilı́brio.

Mordiscou o lábio inferior.

O que era aquilo que estava acontecendo?

A Diana era um ser terrível em todos os sentidos. Arrogante, grosseiro, orgulhoso, sarcástico, irritante, até  mesmo cruel em suas ações e palavras, mas havia algo mais que isso e essa era a parte que não conseguia entender, era essa parte que não conseguia lidar.

Ouviu batidas na porta e isso a tirou dos seus devaneios.

Assustou-se ao imaginar que era ela, mas ao ouvir a voz da senhora Antônia, sentiu-se aliviada.

-- Querida, você está bem? – A mulher indagou. – Precisa de ajuda?

Aimê respirou fundo.

Tentou falar, mas as palavras não vieram de imediato, porém ao tentar novamente conseguiu.

-- Sim, já...já estou saindo! – Falou baixo.

Antônia permanecia no quarto e viu pela janela quando a sobrinha saia no carro.

O que tinha se passado?

Nunca tinha visto a Diana tão fora de si, nunca tinha presenciado um comportamento tão descontrolado da filha de Alexander.

O que Aimê tinha? Pois não acreditava que só o fato da garota ser filha de Otávio fosse motivo suficiente para deixá- la tão fora de si;

Conhecia-a desde que era um bebê, passou com ela todos aqueles momentos difı́ceis, viu-a se fechar em um cı́rculo de desejo de vingança e frieza, mas em todos aqueles anos não presenciara aquele tipo de comportamento tão instintivo.

Viu a porta se abrir e garota sair de lá.

Foi até a neta de Ricardo, segurando delicadamente sua mão, depois seguiu com ela até a varanda do quarto, fazendo-a sentar em uma cadeira.

Notou que ela tremia, mas nada comentou sobre isso.

Sentiu o vento soprar em seu rosto.

Aquela parte era extensa, havia uma rede onde Diana, às vezes, ficava deitada observando as estrelas.

Era um lugar agradável.

-- Trouxe seu jantar!

-- Na verdade não estou com fome... – Aimê disse receosa. – Mas agradeço muito por sua gentileza.

Antônia a fitou e percebia que havia algo errado.

Puxou uma cadeira, sentando-se. Estendeu as mãos tomando as da garota sobre a mesa.

Observou os olhos tão azuis parecerem assustados.

-- A Diana fez algo contigo?

O rosto bonito tingiu-se de vermelho.

Antônia tinha um pressentimento terrível e depois do silêncio de Aimê tinha quase certeza de estar certa.

Nada fora dito durante longos segundos.

As duas mulheres apenas pareciam ponderar sobre tudo o que se passou, uma seguindo teorias e a outra sufocada pela realidade.

-- Pode me responder algo? – A Villa Real questionou depois de um tempo.

Dinda fez um gesto de assentimento.

-- Sim, pergunte.

-- A Diana me odeia porque eu sou cega?

A senhora sentiu uma pontada no peito ao ouvir a indagação, ainda mais porque sabia que o fato da Calligari demonstrar não gostar da menina a feria.

Que injustiça a vida estava fazendo agora?

O destino parecia gostar de brincar com as pessoas de um jeito muito cruel.

Ainda abriu a boca para contar a verdade, mas sabia que seria terrível para Aimê  saber de como seu pai fora ruim.

Viu como ela ficara abalada pelas palavras da Calligari, sabia que ela sofreria muito ao tomar conhecimento daqueles fatos.

-- Por que pensa isso, minha criança?

Na mente da filha de Otávio as palavras que ouvira na choupana de Piatã ainda martelavam fortes.

-- Porque desde que ela descobriu a minha deficiência me trata mal, é sempre grosseira, sarcástica...

Será que quando soubesse a verdade ela entenderia a raiva da Diana?

-- Meu bem, o seu avô vai mandar alguém para te buscar e logo não precisará se preocupar com os arroubos de raiva da minha sobrinha. Quando estiver com eles, estará segura e de forma alguma deverá voltar a se aproximar da sua salvadora. Esqueça o que viveu e mesmo diante das histórias que ainda saberá, não volte a se aproximar...

O rosto de Aimê demonstrava confusão.

-- Ela fala que estamos unidas pelo casamento que fora feito na aldeia. Acha que isso tem algum tipo de valor?

Realmente estou unida a ela?

Antônia torceu a boca em deagrado.

-- Não, querida, nós somos pessoas civilizadas e não selvagens como aqueles ı́ndios que inventam coisas loucas. Não há nada que te ligue a Diana, pode continuar levando sua vida, esqueça toda essa história de gente selvagem...

-- A sua sobrinha é selvagem... Perdoe-me em dizer isso! – Pareceu constrangida com as próprias palavras. – Não quis falar assim, mas é que... Desculpe-me...

Antônia teve que segurar o riso diante da expressão afetada da jovem.

-- Como disse não deve se preocupar, pois logo o seu avô mandará alguém te buscar e estará salva.

-- Ligou pra ele? – Indagou esperançosa. – Obrigada, dona Antônia!

-- Sim, fiz, amanhã não estará mais aqui.

Só esperava que Diana não surtasse... – Dinda pensava na reação da sobrinha.

Um sorriso se desenhou nos lábios de Aimê.

-- Agora vou buscar o seu jantar, acredite, querida, os problemas ficam menores quando nossas barrigas estão cheias.

A Villa real assentiu.

A tia de Diana era uma mulher muito boa, sentia-se bem com ela, diferente da major que parecia uma fera pronta para trucidar a presa a qualquer momento.

Assim que fosse embora daquele lugar tentaria esquecer tudo o que passou, assim poderia voltar para sua vida normal e seguiria o conselho que recebera, em hipótese alguma se aproximaria da princesa selvagem novamente.

 

 

 

 

 

O sol do amanhecer invadia o quarto.

Diana passara parte da noite fora e quando retornou encontrou Aimê dormindo confortavelmente no leito de casal.

Passara as últimas horas em um barzinho, bebendo, porém teve a impressão que nem todo o álcool do mundo a ajudaria a relaxar, por isso retornara para a casa.

Desde que chegara ficou sentada diante da cama, observando-a.

Ela usava um robe branco de seda, decerto, sua tia estivera ali para cuidar da garota.

Os cabelos negros estavam soltos, espalhavam-se pelo travesseiro.

Os lábios de veludos estavam entreabertos.

O corpo bonito estava descoberto pelo lençol. As pernas longas e torneadas apareciam maravilhosas.

A Calligari passou horas fitando-a... desejando-a.

Ainda não entendia por que atendera ao pedido dela quando sabia que a garota a queria também.

Aimê a queria, sabia disso...

Havia momentos que a fitava e tinha a impressão que via Otávio Villa Real e isso a deixava fora de si.

Na realidade, essa fora a forma que Diana achara para não permitir que seu coração fosse afetado pela doçura dela... Projetava o coronel para se manter imune à paixão que queimava.

Não estava funcionando!

Seu corpo a queria, estava morrendo de desejo por ela, mas temia pela concretização daquele ato.

O que aconteceria depois?

Os olhos negros pareciam se deliciar com a figura adormecida.

Aimê era diferente de tudo que nunca tivera em sua vida, parecia tão ingênua, frágil...

Aproximou-se dela...

Sentou-se na beira da cama... estendeu a mão, mas não a tocou...

Acabou seguindo para o banco diante da tela branca.

Sentou-se, pegando um lápis e começou a desenhar.

Parecia concentrada... Pensativa... Enquanto rascunhava os traços delicados, enquanto tentava transportar para o papel aquela áurea de menina mesclada à mulher.

 

 

 

 

Ricardo estacionou o carro diante da casa enorme.

Não contara a esposa que iria até Diana, pois sabia que não seria uma conversa fácil que teria com a filha de Alexander, porém esperava poder levar a neta embora. Protegê-la de ódio da Calligari.

Estava disposto a tudo...

Recebeu a ligação de Antônia e ficara surpreso, pois jamais imaginara receber ajuda daquela mulher.

Entre as duas famı́lias existiam um ódio que nem todos os séculos e as novas gerações poderiam estar livres.

Respirou fundo e em seguida desceu do veı́culo.

Há quanto tempo não ia àquele lugar?

Quantas vezes fora ali para conversar com Alexander... Ele fora um bom amigo!

Fitou ao redor.

Tudo era muito verde e bonito.

Observou alguns trabalhadores, viu o olhar deles... Todos sabiam o que tinha se passado.

Viu um rosto conhecido parar no topo dos degraus.

A casa fora reformada, mas ainda trazia traços de outrora.

Era um lugar aconchegante e elegante.

Seguiu lentamente até chegar de fronte a enorme porta em arco.

-- Não imaginei que tivesse coragem de vir aqui!

Antônia não parecia nada simpática com a presença do homem. Quando entrara em contato com ele, pedira que outra pessoa viesse buscar a filha de Otávio.

Ricardo retirou os óculos.

-- Olá, Antônia! – Cumprimentou com um gesto de cabeça. – Decidi que o melhor seria que eu viesse falar com a sua sobrinha, pois sabia que se outro viesse em meu nome, provavelmente não teria nenhum sucesso.

-- Não é bem vindo aqui e você sabe disso... – falou firmemente. – Um Villa Real desgraçou minha famı́lia...

Ricardo usava um terno simples e parecia bastante preocupado.

-- Só desejo ter a minha neta de volta... Assim que isso ocorrer, tudo voltará ao normal... Manteremos a distância segura.

A mulher baixou um pouco o tom de voz, pois alguns funcionários já observavam curiosos.

-- Você estava louco quando pediu ajuda a ela, sabe o que ela passou, sabe muito bem como foi vı́tima do doente do seu filho! – Apontou-lhe o dedo em riste. – Eu deveria mandar te tirarem daqui a tiros! Você é um miserável!

Ouviram passos e logo Diana apareceu.

Ela exibia aquele ar cheio de arrogância.

Viu o carro estacionado em frente da mansão. Então não se importara em seguir até eles usando um roupão atoalhado preto.

Os cabelos ainda estavam molhados e os pés descalços.

Não fazia muito tempo que saiu do banho.

Os olhos estreitos pareciam ainda mais ameaçadores.

-- Que faz aqui? Como ousa colocar seus pés em minhas terras? Como ousa vir aqui depois de tudo que fez?

Ricardo observou-a por alguns segundos.

Era uma mulher que exalava poder e frieza. Sua beleza poderia enlouquecer àqueles que não tinham um controle emocional.

-- Vim buscar a minha neta!

Os dentes alvos da Calligari se abriram em um sorriso que não alcançava seus olhos.

-- Apenas quando cumprir a sua parte do acordo eu a deixarei partir! – Voltou para o interior da casa.

O Villa Real mesmo diante do olhar de advertência de Antônia seguiu até a major.

Não houve muitas mudanças naquele lugar. Parecia que tinha voltado no tempo e estava sentado naquele enorme sofá acompanhado do seu grande amigo Alexander.

Observou o bar sortido das melhores bebidas.

Viu Diana parada no meio do recinto.

Ela era muito orgulhosa, sempre com aquela cabeça erguida, ombros aprumados, ereta, imbatível.

Nunca se curvara a nada e nem a ninguém!

Recordava-se de que quando Alexander a levava em suas jornadas, mesmo antes dela servir ao exército, sempre exibia aquela prepotência...

A Calligari o encarava.

-- Você não passa de um desgraçado... – Voltou-se para ele. – Me fez ir até aquela maldita floresta buscar uma garota cega! Nem mesmo me disse o que eu enfrentaria. – Chegou bem próximo dele. – Não sabe quantas vezes pensei em deixá-la lá para que morresse...

Ricardo engoliu em seco.

-- Sabia que se dissesse isso, você poderia se negar a ir até lá. – Sentou-se no sofá, cobrindo o rosto com as mãos. – Eu precisava que a salvasse... Não sabia a quem recorrer... Por Deus, Diana – Fitou-a. – A Aimê nunca fez nada contra você, mas mesmo assim está pagando um alto preço. Eu não tinha como salvá-la, não tinha como protegê-la... Não me resta mais nada, perdi tudo, até mesmo o respeito.

A Calligari respirou fundo!

-- Acha que me importo com algum de vocês? – Ela parecia perplexa. – Acha que me importo com a cegueira da sua netinha ou com seu olhar de cachorro que caiu da carrocinha? – Esboçou um sorriso amargo. – Por causa de todos que tem seu maldito sangue, eu perdi tudo que tinha... – Apontou-lhe o dedo – Cumpra a sua parte do acordo e assim sua querida netinha voltará para a proteção da famı́lia.

Odiava aquele homem, odiava a todos!

-- Deixe-me levá-la... – Pediu se levantando. – Cumprirei com a minha palavra, mas antes desejo contar a Aimê toda a história para que não sofra tanto quando souber a verdade de forma tão cruel... – Chegou mais perto. – Imagine como ela vai se sentir quando os holofotes seguirem para cima dela, você sabe como esses jornalistas podem ser terríveis...

Sim, ela sabia, passara por isso e ainda passava.

-- Chega! – Ordenou. – Eu não me importo com a dor de ninguém, pois ninguém se importou com a minha... E espero com toda a minha alma que a querida filha de Otávio sofra um pouco, que sinta na pele o que eu senti... que chore dia após dia quando em todos os lugares as pessoas a apontarem e cochicharem, quando na verdade você foi apenas a vı́tima de uma trama... Eu era inocente e passei por tudo isso...

Antônia se aproximou da sobrinha, pois via como ela se mostrava fora de si.

Jamais imaginou que o Villa Real iria até ali, agora se sentia culpada pelo o que poderia acontecer.

Seu olhar passou para o general.

Os olhos claros de Ricardo exibiram um brilho diferente.

-- A minha neta também era inocente quando por sua sede de vingança ela ficou cega...

A Calligari deu alguns passos para trás, parecia que algo a tinha atingido fortemente.

Os olhos negros traziam total espanto, a pele bronzeada fora tingida com a palidez dos seres que só vagavam pelas noites.

Antônia estendeu a mão e tocou-lhe o ombro, estava tão perplexa quanto à sobrinha.

-- Está louco! – Diana desvencilhou-se do toque. – Eu jamais tive contato com essa garota, não nego que fui a sua procura muitas vezes, confesso que usei todo o meu poder para destruir seu reinado, mas com a sua querida netinha nada foi feito!

Ricardo voltou a sentar, mantinha os olhos baixos, parecia envolvido em suas lembranças.

-- No dia que você perseguiu o Otávio com seu carro, Aimê estava com ele... Quando o veı́culo capotou inúmeras vezes, a minha neta estava lá dentro... Quando você omitiu ajuda e simplesmente foi embora, a minha neta ficou a beira da morte... – Uma lágrima solitária descia lentamente. – Naquele dia o meu filho saiu intacto do acidente, mas uma garota que não tinha nada a ver com todo esse ódio perdeu a visão...

Diana exibia total espanto... e por longos segundos sua mente retornara àquela cena...

Quando retornara da selva e descobrira que seu pai estava sendo velado, pois cometera suicı́dio, não descansara um único segundo. Buscava o homem que destruı́ra sua paz incansavelmente, pois seu único desejo era acabar com sua vida e vingar tudo o que passara, porém era difı́cil se aproximar, pois o grande herói estava sempre cercado por seus capangas... Até um dia de sorte que por um acaso o viu no estacionamento de um conhecido shopping.

Com a arma engatilhada no banco do carona, ela o perseguiu e naquele dia estava disposta a matá-lo, porém em uma curva, o veı́culo que o coronel conduzia sobrou...

Lembrava-se de ter ficado lá parada, observado o automóvel com os pneus para cima...

Horas se passaram até que alguém que passara pela estrada chamasse o resgate.

Naquele dia, a Calligari pensara que seu suplı́cio tinha chegado ao fim... Mas o miserável sobrevivera, sendo assassinado uma semana depois.

-- Vovô...

A voz doce de Aimê a tirou dos seus pensamentos.

Todos os olhares se voltaram para a garota.

Os olhos negros a fitaram demoradamente... Pareceram perdidos... Aflitos...

A Villa Real despertou ouvindo vozes altas e em meio a elas conseguiu identificar a do avô e a da Diana.

A jovem usava apenas um robe de seda branca, os cabelos estavam soltos e os pés descalços como o da sua salvadora.

Ricardo se antecipou, subindo as escadas correndo e indo ao encontro da neta amada.

Abraçou-a, estreitando-a em seu peito, enquanto dava vazão às lágrimas.

-- Eu tive tanto medo de não te ver novamente... – O general dizia. – Ah, minha pequena Aimê, eu daria a minha vida por você sem titubear.

-- Estou bem, vovô... tudo já passou... – Dizia emocionada.

Antônia observava a sobrinha e percebeu que havia algo naquele semblante bonito além da raiva que carregava.

Aproximou-se, depositando a mão em seu ombro.

Diana a fitou por alguns segundos, depois baixou a cabeça, em seguida voltou a observar a cena que se desenrolava no alto da escadaria.

Em um gesto conhecido, arrumou os cabelos negros.

-- Veio me buscar? – Aimê perguntou sem disfarçar a ansiedade na voz. – Podemos ir embora agora? Quero muito encontrar a minha avó...

Ricardo fitou a Calligari por infinitos segundos. Ela não baixou a cabeça, sustentou o olhar... Ao final fez um gesto afirmativo, enquanto deixava a sala.

-- Sim, vamos embora agora mesmo.

Antônia foi até eles.

-- Deixe-me ajudá-la a se vestir, Aimê e logo pode sair com seu avô.

A Villa Real assentiu, seguindo com a tia de Diana.

 

 

 

 

Aimê sentou na cama, enquanto Dinda pegava uma roupa na mochila.

Desejou perguntar pela Calligari, pois tinha certeza de que ela estava na sala, ouviu sua voz e sentiu seu poderoso olhar sobre si.

Ainda estava confusa, mas sabia que falavam do seu pai, falavam do acidente...

Vez e outra a boa senhora observava a neta de Ricardo e percebia como ela parecia incomodada.

Será que ele ouvira toda a conversa?

Ainda se sentia chocada com a revelação do Villa Real.

Teria mesmo sido Diana a culpada pela cegueira daquela jovem tão bonita?

Pegou a roupa, em seguida se aproximou da garota, sentando ao seu lado, segurou-lhe as mãos.

Os olhos intensamente azuis pareciam perdidos, fixos em um ponto insignificante.

-- Fico feliz que esteja retornando para as pessoas que amam... Sei que esses dias não devem ter sido fáceis, ainda mais por conhecer bem o gênio da minha sobrinha... – Esboçou um sorriso triste. – Infelizmente ela está presa a um passado que não consegue

mudar... Não deixe o mesmo acontecer contigo... – Depositou um beijo em sua testa. – Agora vamos nos vestir... – Entregou-lhe as vestes. – Sei que deve estar ansiosa para voltar para a sua famı́lia.

Aimê esboçou um sorriso.

-- Obrigada, senhora, sou muito grata pela forma que me tratou. – Levantou-se. – Gostaria de ficar sozinha... Consigo me trocar...

-- Claro, estarei aqui fora, assim que terminar me chame para levá-la.

A jovem assentiu e esperou ouvir os passos se afastando para começar tirar o robe.

Sua mente ainda fervilhava com as coisas que Diana falara do seu pai no dia anterior. Desejava ficar sozinha com os avós para perguntar sobre isso que lhe fora dito.

Percebeu que quando chegara à escadaria, eles falavam de algo relacionada a si, mas não conseguira saber o que era.

Inicialmente a conversa ocorrera em altos brados, mas logo o tom mais ameno fora adotado.

Abriu o robe lentamente.

Quando fora ao encontro de um daqueles traficantes, fê-lo por desejar saber quem tirara a vida do seu pai... Mas agora tinha tudo que fora dito pela Calligari...

Deus, seria verdade?

Ouviu a porta se abrir e já abria a boca para dizer a Antônia que ainda não terminara, quando percebeu quem estava ali.

Era ela...

Deus, era ela!

O cheiro da princesa selvagem era como uma droga... Inebriante...

A Calligari trancou a porta na chave, em seguida segurou Aimê pelo braço, pressionando-a contra a parede.

A Villa Real tentou soltar os pulsos, mas a major os prendeu sobre sua cabeça.

-- Deixe-me! – Pediu.

Diana fitou os olhos tão azuis... O nariz bem feito... As maçãs rosadas... Os lábios de veludo...

Pôde-se ver naquele céu...

Aproximou a boca da dela, sentindo a respiração acelerada...

Estreitou os olhos ao ver o belo decote que o robe entreaberto deixava a mostra.

Tentava se concentrar, mirando sua face.

-- Meu avô está lá embaixo... – Aimê tentava empurrá-la. – Preciso me arrumar para ir embora... Se ousar me tocar gritarei.

A major não parecia se importar com as ameaças.

-- Diga-me quando ficou cega! – Ordenou baixinho. – Diga-me exatamente o dia, o ano e o mês.

A Villa Real não entendia a razão pela qual a Calligari insistia em saber sobre isso.

-- Diga-me! – Apertou-a mais forte. – Se deseja se livrar de mim, comece a fazer o que estou te ordenando.

Colou o corpo ao dela, subjugando-a.

A neta de Ricardo sentiu uma adrenalina se apossar de si.

-- Responda-me! – Disse de encontro ao seu ouvido. – Não me desafie, apenas faça o que digo e sairei daqui...

Aimê debateu-se, conseguindo se livrar dos braços que a prendiam, afastando-se.

-- Eu não obedeço a você, não sou seus soldados e tampouco um daqueles ı́ndios que a veem como uma princesa. – Fechou o robe. – Saia e me deixe em paz... Irei embora daqui e nunca mais terei o desprazer de encontrá-la.

A filha de Alexander odiava quando ela a desafiava, odiava porque era como se não estivesse no controle como era de costume.

Aproximou-se com seus passos lentos, mas daquela vez não a tocou, apenas a encarava, observava-a com atenção.

Fora responsável por aqueles lindos olhos terem perdido a luz?

Mordiscou o lábio inferior.

Não, não poderia se sentir culpada por aquilo.

Passou as mãos pelos cabelos.

Seguiu até a varanda, tentava respirar...

Fitava a grande imensidão, o verde que ocupava grandes áreas.

Não havia ninguém no pátio, todos estavam a trabalhar.

Ainda usava o roupão, nem me se deu ao trabalho de trocar de roupa.

 

 

 

Aimê tateou até a porta, mas ao mexer no trinco percebeu que estava fechada e a chave não se encontrava lá.

Estava presa!

Poderia gritar por ajuda, mas era melhor não fazer. Temia um confronto daquela mulher com seu avô, percebia que não havia nenhum vı́nculo de amizade entre eles, mas se era assim por que fora ela quem a salvara?

Tentava controlar a respiração.

Onde estava sua salvadora?

Tinha certeza de que a Calligari continuava ali, mas em que lugar daquele enorme quarto.

Apurou os ouvidos...

Naquela parte o cheiro dela sufocava e entontecia.

Deus, onde tinha deixado as roupas que Antônia lhe entregou?

Ouviu os passos dela se aproximarem.

Enrijeceu-se!

Não tinha medo da princesa indı́gena, porém se assustava com o turbilhão de emoções que se apossava de si diante do toque dela.

-- Eu direi o que quer saber, contanto que me deixe em paz... – Apressou-se em dizer. – Que se afaste de mim.

Diana chegou bem perto, estendendo a mão lhe tocou a face.

Aimê se encolheu.

-- Deixarei que vá embora com o seu avô, mas antes quero te dar algo, afinal, pela minha tribo, somos casadas.

A Villa Real sentiu a pele se arrepiar diante do tom enrouquecido.

Aprendera a conhecer aquele tom baixo e contido.

-- Eu não quero nada... Dispenso seus mimos, esse casamento não tem nenhum valor... Então não perca seu tempo...

A Calligari depositou as mãos sobre seus ombros. Aimê sentia os dedos longos massageando-a sobre o tecido de seda... Fazia-o sem pressa, sem grosseria, delicada...

Os olhos azuis estavam tão maiores naquele momento, o rosto trazia o corado conhecido.

-- Meu avô me espera... – Disse em um fio de voz. – Saia e me deixe...

Os lábios bonitos da morena se desenharam em um sorriso, mas não o cheio de sarcasmo costumeiro, um diferente, sublime.

Lentamente, desnudou os ombros...

Engraçado que apenas naquele momento ela viu alguns sinais que enfeitavam a pele branca...

Achou-os sedutores...

Voltou a fitá-la e percebia o pânico...Mas também havia muito mais do que isso...

Abraçou-a!

Aimê permaneceu estática, enquanto seus braços caiam ao lado do corpo.

Era possível ouvir seu coração bater acelerado...

Não sentia as pernas... Na verdade a única coisa que sentia naquele momento era uma poderosa sensação que a fazia vibrar por dentro...

Havia aquela dor... Aquele incômodo... Havia ela...

O ar parecia demasiado, sufocando-a...

Diana fez com que a roupa deixasse seu corpo... A neta de Ricardo não pareceu perceber o que se passava.

Naquele momento apenas uma calcinha era a única proteção que tinha para não mostrar sua total nudez.

A Calligari colou os lábios em seu pescoço...

-- Ficou cega no acidente onde estava com seu pai... No dia vinte e três de Janeiro... Estavam na estrada litorânea... – Encarou-a. – Diga-me...

Os seios da garota arfavam... O movimento chamou a atenção da major.

Ela fez um gesto afirmativo com a cabeça!

-- Sofri várias cirurgias... A falta de socorro agravou ainda mais meu caso, pois fiquei durante horas desacordada... Mas por que se importa com isso?

Diana fechou os olhos por alguns segundos e ao abrirem podia se ver as lágrimas dançando em sua pupila.

Recordou-se de quando era adolescente, encontrara Aimê e ela era ainda uma garotinha... Lembrava-se de vê-la brincar e correr com a filha de outros soldados.

Engraçado que na época não prestara muita atenção, porém ficara encantada com o azul dos olhos dela... Mesmo que a famı́lia Villa Real ostentasse aquela marca, os dela tinham algo diferente.

Por que saber que a filha de Otávio perdera a visão por sua causa era algo tão terrível?

Afinal, ela era descendente direta do homem mais cruel que teve o desprazer de conhecer...

Fora por culpa deles que perdera tudo...

Seu pai se suicidara, pois não conseguira lidar com a vergonha...

A major tão respeitada passara vários dias presas, enjaulada por pecados que não cometera... Então, por que o que se passara com Aimê era tão terrível para si?

Deu alguns passos para trás, mantinha distância.

A Villa Real continuava parada, ainda demonstrava total surpresa...

Diana seguiu até a porta, pegou a chave no móvel para abrir, mas sua mão repousou sobre a maçaneta e nada ela fez.

Respirou fundo!

Apertou o ferro frio tão forte que sentiu os dedos reclamarem.

Por sobre o ombro fitou a filha de Otávio...

Observava-a  por  segundos intermináveis...

Uma solitária lágrima desceu dos olhos negros.

De repente aquele olhar frio e orgulhoso voltou a reinar.

Em passos largos foi até a cama onde estavam as roupas que Antônia tinha trazido para Aimê, pegando-as, em seguida se aproximou da menina, tomando-lhe a mão, praticamente arrastando-a até o lugar onde desenhava.

Sentou a Villa Real sobre a mesinha, derrubando as tintas, os pinceis... colocando as vestes em seu colo.

Aimê parecia chocada...

-- Depois que o seu maldito avô a levar daqui, não cruze nunca mais o meu caminho! – Dizia sem fôlego como se tivesse corrido uma maratona. – Vá para o mais longe que puder de mim e independente do que venha a saber... Esqueça!

Mantinha a cabeça baixa, enquanto suas mãos repousavam nas laterais da escrivaninha, tendo a jovem presa no cı́rculo dos seus braços.

A filha de Otávio sentia a agonia que parecia abalar aquela mulher, era como se aquela Diana estivesse guerreando contra algo mais poderoso.

-- O que se passa? – Indagou.

Aimê ouvia a respiração pesada, senti-a diferente.

O que estava acontecendo?

-- Diana... – Chamou-a baixinho.

A Calligari levantou a cabeça diante do som daquela doce voz.

Encarou-a, mas nada disse...

Sentiu-a tão perto de si, tão próxima...

Mirou os lábios rosados... Macios...

Não resistiu...

Segurou-lhe forte na nuca, trazendo-a para si, beijando-a.

A neta de Ricardo não colocou resistência, ao contrário, daquela vez ela tomou o rosto da sua salvadora nas mãos, intensificando o contato.

Desejava senti-la, afinal, logo iria embora, então aproveitaria aquele momento para investigar por que era tão perfeita as sensações que a dominavam quando era beijada por ela.

A Calligari colocou mais pressão... Urgência...

Diana não era uma mulher de delicadezas, mas era cheia de paixão e era assim seu beijo.

Forte, atrevido quando provocava a lı́ngua de Aimê, exigente quando a capturava, mantendo-a presa, sugando-a, movendo-se com maestria, seduzindo...

A Villa Real gemeu enquanto a abraçava pelo pescoço.

Adorava o cheiro dela... Mesmo que não pudesse admitir jamais, adorava o toque dela, a forma como seu corpo parecia ser conduzido.

Beijou-a mais... como se desejasse devorá-la... Adorou quando prendeu-lhe a lı́ngua, adorou poder chupá-la até ouvir a major esboçar um som dolorido... manhoso... Sensual...

Continuava a exploração... Sentiu as mãos dela sobre seus seios...

Deus, como podia existir tamanha sensação?

Os mamilos respondiam...

Estavam tão eriçados que doı́am... Imploravam pelo toque, imploravam por ela como fizera em tantos momentos.

Diana abandonou os lábios sob protestos, mas agora sua atenção estava centrada no colo perfeito aos seus olhos...

Lambeu-os... Enquanto usava o polegar e o indicador para deixá-los mais excitados... Com a ponta da lı́ngua incitava-os...

Apertava-os fortemente, amassando-os, massageando-os...

Ouviu-a gemer baixinho...

Chupou mais... Mordiscando-o, deliciando-se como se tivessem todo o tempo do mundo.

Aimê mantinha a cabeça dela contra seu colo...

Ouvia o barulho que ela fazia ao mamar... Excitava-se ainda mais...

Não sabia como parar daquela vez... Na verdade, vasculhava a mente, mas era como se houvesse apenas aquele momento, era como se seu cérebro só captasse o agora...

Inclinou a cabeça para trás... E não demorou a Calligari começar a beijar seu pescoço... Mas seus dedos seguiam por outro caminho.

Diana lhe tocou o sexo sobre a calcinha e precisou respirar fundo para manter o controle quando notou como o tecido estava encharcado.

Fitou-a, vendo que ela matinha os olhos fechados.

Beijou-lhe os lábios novamente e dessa vez deixou que ela controlasse o ato...

Seus dedos adentraram o espaço da peça ı́ntima... O tecido estava apertado e retardava seus movimentos.

Impaciente, segurou na lateral com ambas as mãos, rasgando-a.

Agora sim poderia tocá-la....

Inicialmente usou os nódulos dos dedos para fazê-lo... Escorregava.           Continuou, aumentando a pressão, mas não fez menção de penetrá-la... As carı́cias seguiam externamente...

Com o indicador explorava... Mexia-o... Pressionava...

Em determinado momento, Aimê deteve-lhe os movimentos.

Diana a fitou e os olhos azuis se abriram para si...

Os lábios dela estavam um pouco inchados... A face trazia respingos de suor, o cabelos estavam molhados...

-- Não.

Sussurrou, enquanto continuava detendo-a.

-- Aceite meu presente, mimadinha... Depois de hoje não devemos nos ver mais... Aceite-o.

Voltou as carı́cias, mesmo tendo a mão dela sobre a sua.

Agora usou os dois dedos... depois os levou aos lábios dela...

-- Chupe-os... Faça do mesmo jeito que fiz naquele dia com os seus...

Aimê nada disse, mas não esboçou reação contrária novamente...

Passou primeiro a lı́ngua e depois sugou-os...

Os olhos negros se estreitaram... Retirou-os...

Aimê afastou mais as pernas... Apoiando as mãos na madeira, pois temia cair...

Percebia os dedos voltaram a exploração... Estava tão molhada que tinha a impressão que se derramaria a qualquer momento...

Cerrou os dentes quando o polegar fazia movimentos circulares sobre seu clitóris... Depois percebeu que ela começara a usar dois...

Mexeu o quadril...

Ouvia-a a respiração acelerada e não sabia se era sua ou da princesa...

Teve um momento de pausa e imaginou se a Diana já tinha terminado...

Então era daquele jeito?

Bem, não parecia ser tão arrebatador com chegou a imaginar... Não faria falta em sua vida... Mesmo que sentisse que algo estava faltando, afinal, sempre que ouviam falar da intimidade, diziam que havia a explosão do prazer...

Mas parecia que algo estava errado, pois seu corpo ainda clamava... Ainda estava em chamas...

Sim, era algo delicioso, mas imaginou que viria muito mais...

Então sentiu a respiração contra suas coxas...

-- Diana... – falou assustada.

A Calligari a mirou por alguns segundos... Mas logo sua atenção era para o delicioso sexo rosada que se abria para si.

Cheirou-o... Inalou o delicioso aroma...

Estava louca para tomá-la para si e saciar sua vontade... Mas não deveria fazê-lo... Daria a ela aquele momento... Mas nada teria para si, pois temia o que viria a seguir...

Beijou-lhe o sexo... Deixando os lábios lá, parados... Mas depois sua sede pareceu aumentar...

Prendeu-os em sua boca... Abocanhando-os...

Ouviu os protestos de Aimê e teve que lhe segurar as pernas para que ela não as fechassem...

-- Diana...

Ouviu-a chamar seu nome e teve a sensação que morreria de prazer naquele dia...

Sua boca voltou ao trabalho...

Chupou...

Esfregou o nariz sobre o vulcão em chamas...

Sugou o mel que escorria... Lambeu... Lambeu...

Sentia o corpo dela tremer... A respiração acelerada...

Chupou mais forte, de forma mais intensa...

Sentiu as unhas cravarem em seus ombros, mas aquilo não a incomodou...

Sua lı́ngua começou a lamber novamente...

Aimê abriu-se mais... Afastou mais as pernas, queria o proibido...

Sentiu-se açoitada... Percebeu que a princesa beijava seu sexo como fizera com sua boca...

-- Diana... por favor... – Sussurrou.

A Calligari sabia que não demoraria a ela explodir em um orgasmo delicioso e por essa razão diminuı́a a intensidade das carı́cias... Mas ao ouvi-la sussurrar seu nome por ininterruptas vezes... Aumentou a pressão.

A neta de Ricardo mordeu os lábios tão forte que sentiu o sabor do sangue... Mas o fez para não gritar... Teve a impressão que morreria a qualquer momento...

Diana prendeu-o em seus lábios... Chupou-o, mordeu-o... Aumentou a pressão...

Usou a lı́ngua, os dedos...

Esfregou a cara, lambuzando-se nela... e logo ouvia-a explodir naquele prazer animal e primitivo...

-- Entregue-se... Sinta...

Percebeu quando ela cravou os dentes em seus ombros...

Massageou o sexo mais rápido... Mexeu-o e quando a viu tombada, parou...

Abraçou-a, sentindo os espasmos dela...

Sentiu algo molhando sobre a pele do pescoço e ao fitá-la viu os olhos azuis derramados em lágrimas...

Beijou-os... Depois lhe capturou os lábios novamente...

Beijou-a até perceber que os tremores cessaram...

Depois de algum tempo, encarou-a...

-- Eis o meu presente para ti, mimadinha...

Aimê sentia-se fraca...

Sua respiração aos poucos voltava ao normal.

Sentia a face arder, envergonhada pelo que acabara de fazer...

Diana ajudou-a a descer da escrivaninha, segurando-a por alguns segundos até perceber que ela não cairia.

Depois pegou as roupas que jaziam no chão, colocando em suas mãos.

-- Vá com seu avô e se prepara para o que ainda estar por vir... mesmo assim, diante de tudo, não se aproxime mais de mim... Não a quero em minha vida e não me responsabilizarei por meus atos se você voltar a cruzar o meu caminho...

-- Diana... – Sussurrou.

A Calliagari viu o rosto bonito saciado...

Nunca em sua vida tinha visto uma mulher tão linda.

-- Não diga nada! – Cortou-a. – Sua honra continua intacta...

Aimê ouviu os passos se afastando... Ouviu o clique da chave e depois a porta sendo fechada...

Sentiu as pernas fraquejarem, caindo de joelhos...

“ Sua honra continua intacta...” – Essas palavras martelavam em sua mente.


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