A tutora -- Capítulo 25



Uma semana antes...
Já era noite...
Amanda esperava a esposa na sala da suíte, no iate.
Preparara o jantar, queria poder mostrar a Alice que podia também ser uma ótima pessoa para amar. Sabia do grande sentimento que a pupila lhe dedicava, às vezes se sentia desmerecedora, fora tão cruel, fizera tanta coisa contra a jovem, como poderia ser tão amada daquele jeito. Observou a água, que agora era banhada pela luz do luar, estavam em meio ao nada. Cercadas por aquela imensidão.
Ouviu passos, virou-se e ficou boquiaberta com a imagem que caminhava para si. Alice estava mais linda que nunca, usava um vestido branco, tomara que caia, justo,
no meio das coxas. Os cabelos afogueados estavam presos num coque, algumas mechas caiam por sua face. O único adorno, era o cordão que descansava entre os seios. Os olhos verdes brilhavam como verdadeiramente duas esmeraldas.
Sorriu!
A pupila observou a esposa. Sentia seu coração se encher de um sentimento indomável, era como se tivesse sido feita para ela. Lutara muito, pensara em desistir, porém vê-la tão linda e totalmente sua era o maior prêmio que poderia ter almejado.
Respirou fundo!
Aquela mulher era não só linda, mas a mais perfeita de todas.
Amanda usava um vestido azul, ele era da mesma tonalidade que a cor dos seus olhos, diferente do da esposa, ele era longo, lhe descia até os pés como uma segunda pele, tinham alças delicada e finas, na lateral havia uma fenda que deixava à mostra a pele da coxa. Os cabelos estavam soltos, parecia um ébano sendo eriçado pelo vento marítimo que entrava pela janela.
A arquiteta estendeu as mãos e segurou as da pupila, trazendo-a para bem perto de
si.
-- Parece que estou sonhando. – Alice falou encarando aqueles belos olhos.

-- Então, deixe-me torna-lo realidade.
Seus lábios delicadamente tocaram o da jovem. Sentiu-os, sem pressa. Explorando aquele sabor único.
A pupila puxou-a mais para si, aquela boca era tudo de mais gostoso de sentir. A  arquiteta beijava com uma paciência que a estava deixando cheia de desejo.
A tutora cessou o contato e afastou-se um pouco.
-- Vamos jantar?
Alice sorriu, assentindo. O jantar fora servido.
A conversava fluía agradavelmente. Lembraram de alguns episódios, riam, pareciam que estavam fazendo as pazes com o passado. Deixando de lado, tudo de ruim que marcara a relação.
Não fora fácil chegar até ali, fora um amor sofrido, mas ele saíra vencedor.
-- Então, Amanda Dervelux. – Segurou-lhe as mãos sobre a mesa. – Nosso casamento está totalmente oficializado.
-- Não tenha dúvidas disso. – Sorriu.
-- Fico feliz por isso, não quero que nossos filhos nasçam fora do casamento. A arquiteta encarou-a, confusa.
-- Filhos?
-- Lógico! Adoro crianças, já até imagino um anjinho de olhos azuis e cheio de arrogância como a mamãe. – Provocou-a.
-- A é? Eu consigo ir mais fundo e ver um pestinha ruivo e de olhos verdes aprontando todas e depois distribuindo sorrisos, como se isso resolvesse tudo. – Gracejou.
Ambas riram.
Alice beijou as mãos da amada.
-- Sabe que estou pensando em trocar essa aliança do seu dedo.
-- Por que? Saiba que é ouro puro.
-- Mas é muito fina, mal dá para ver. Quero algo que todos possam ver e perceber que essa deusa já tem dona.
Amanda gargalhou.
-- Mas amor, eu só tenho olhos para você. Não há ninguém que mereça a minha atenção, que não seja você.
-- Hun! E a Pietra?
-- A Pietra nunca teve espaço em meu coração.
-- Mas na sua cama sim. – Falou emburrada.
A arquiteta levantou-se e fez o mesmo com a esposa. Trouxe-a para seu abraço.
Fitou-a intensamente.

-- Veja meu amor, prometo que não haverá outra mulher em minha vida, em minha cama, em meus pensamentos, em meu coração que não seja você.
-- Promete que nunca vai me deixar?
-- Prometo! – Levantou a mão em juramento. – E vamos, sim, encher a mansão Dervelux de bebês. Quero que tenhamos uma família e que quando estivermos bem velhinhas, possamos ter a felicidade do nosso amor ter chegado a todos os cantos, multiplicando e ensinando-os o verdadeiro sentido de amar.
Uma lágrima, solitária, desprendeu-se dos olhos verdes.
-- Te amo mais que a minha vida.
Amanda abraçou-a e a levou para ver o mar da enorme janela. Abraçou-a por trás, enquanto o vento brincava com seus cabelos.
-- É tão lindo tudo isso. – Alice olhou a lua cheia. A arquiteta aproximou a boca de sua orelha.
-- “Cuando tú estás conmigo es cuando yo digo Que valió la pena todo, todo lo que yo he sufrido No sé si es un sueño aún
O es una realidad
Pero cuando estoy contigo es cuando digo”
-- “Que este amor que siento es por que tú lo has merecido Con decirte amor que otra vez he amanecido
Llorando de felicidad
A tu lado yo siento que estoy viviendo Nada es como ayer...”
http://www.vagalume.com.br/juan-gabriel/abrazame-muy-fuerte-traducao.html
Alice virou para a amada e tocou-lhe os lábios com os dedos, foi passando por cada parte daquele rosto lindo.
-- Às vezes fico a pensar em mil forma de poder mostrar o quanto estou feliz ao seu lado. Chego a ter medo da felicidade que se apossa de mim.
Amanda capturou os dedos da esposa e começou suga-los. A pupila fechou os olhos.
Era impressionante como cada toque da arquiteta a deixava em chamas. Sentia desejo de ter aquela mulher sempre consigo.
-- Você tem um sabor divino, meu amor. – Abandonou as mãos e começou a beijar- lhe o pescoço. – Seu cheiro é tão inebriante, me sinto embriagada por você.
Alice gemeu de leve. Baixou as alças do vestido da tutora, deixando à mostra os seios firmes. Passou as costas das mãos, até sentir os biquinhos se eriçarem.
-- Você não quer chupá-los, eu ia adorar sua boca neles. – Falou ousada.

A pupila riu com o atrevimento da esposa, isso a deixava mais excitada.
Passou a pontinha da língua por todo mamilo, depois o prendeu entre os dentes.
Amanda colocou as mãos por baixo do vestido da jovem e sentiu a calcinha ensopada. Afastou-a para o lado e passou o dedo por toda extremidade.
-- Já está molhadinha assim? – Tirou a mão e levou aos lábios de Alice. A garota chupou os dedos cheios de mel.
-- Você que me deixa assim. É uma mulher malvada. – Fez biquinho.
-- Por que? – Encarou-a. Sussurrou-lhe ao ouvido.
-- Porque você sabe que eu quero sentir essa boca gostosa me chupando, me penetrando, me lambendo...
A arquiteta mordeu o lábio inferior.
-- Seu pedido é uma ordem. – Tirou-lhe a roupa e sentou-a na bancada da janela.
-- Não é melhor eu deitar na cama? – Se sentiu constrangida por estar tão exposta.
-- Não! – Afastou-lhe as pernas. – Aqui está perfeito. A pupila fez o que lhe foi ordenado.
Amanda abaixou-se e começou distribuir beijos rápidos por todo sexo, mas os gemidos da esposa a incentivaram a aprofundar as carícias. Chupou, lambeu e penetrou-a com a língua.
Alice fazia movimentos rápidos, estava quase gozando quando os carinhos cessaram, deixando-a confusa.
-- Isso é só um aperitivo, meu amor. – Riu divertida.
A arquiteta tirou a própria roupa, ficando totalmente despida.
A pupila desceu e a agarrou, colando os corpos desejosos de prazer.
-- Você é gostosa demais, Amanda Dervelux. Eu sou louca por ti. – Beijou-a selvagemente.
Foram caminhando até chegarem na enorme cama. Alice pôs-se de joelho e encarou aqueles olhos azuis.
-- Minha esposa. – Passeou as mãos por aquele abdome firme. – Só minha.
-- Só sua. – Sentiu a respiração falhar ao senti os carinhos da esposa.
Entre beijos e carícias as duas mulheres se amaram, se entregaram àquele momento intenso, os não só os corpos se buscavam com urgência, mas as almas sentiam-se unidas, laçadas por um amor verdadeiro que nada poderia pôr o fim.
Naquela noite, não fora apenas ouvido os sons do mar, mas o grito de prazer de duas sereias fora a canção dos pescadores.



Dias atuais...
Os médicos entraram no quarto, Ricardo tirou Alice.
A jovem chorava e pedia para que Amanda não a deixasse.
Os paramédicos constataram que a jovem teve uma parada cardiorrespiratória, começaram o processo de desfibrilação.
Parecia inútil, a jovem não dava sinal de vida.
-- Você prometeu, Amanda. – Gritava Alice. – Você prometeu que não iria me
deixar.
Incessantemente, fora tentado trazer de volta a tutora, mas parecia que o destino
tinha decidido por um caminho diferente.
A decepção e a dor faziam-se presente naquele lugar. Não! Uma mulher tão forte como a poderosa Dervelux não poderia desistir assim da vida.
Alice implorou para que os médicos a salvassem, Ricardo a abraçou e tentou confortá-la.
-- Por favor, Amanda. Por favor...
Uma, duas, três... Os médicos não tinham mais esperanças, mas não conseguiam desistir ao ver a dor tão profunda exposta no rosto da bela ruiva.
Começaram mais uma série...
E parecia que uma luz fora acesa...
O coração da tutora parecia ter conseguido forças suficiente para se agarrar a vida ou teria sido os apelos emocionados da esposa que a trouxera de volta?


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