A déspota -- Capítulo 4


Assim que percebeu que o policial tinha se distraído, Eva iniciou uma corrida cega. Não seguiu pela estrada, embrenhou-se pelo mato, ali seria bem mais fácil se esconder.

Infelizmente não conseguira convencer o homem a tirar-lhe as algemas. Devia estar perdendo o poder de persuasão.

Dessa vez não deixaria ser pega, fugiria dali e buscaria ajuda com os avós. Quando os poderosos Luceros soubessem o que aquela déspota estava fazendo com a neta querida, a juı́za estaria perdida.

Distraı́da, tropeçou, mas não parou.

Aumentou ainda mais os passos, até sentir uma dor lancinante e cair. Por descuido tinha pisado em uma espécie de buraco e torcera o tornozelo.

Gritou alto!

-- Merda!

Com muito esforço conseguiu se sentar. Tentou massagear o pé, mas era impossível tendo os pulsos atados.

         Mirou ao redor.

         Não havia sombra de viva alma por aqueles lados, estava totalmente sozinha.

         Cerrou os dentes com raiva.

         Arrastou-se até uma árvore, parando sob ela, encostando às costas.

         Aquilo só podia se tratar de algum tipo de praga que lhe rogaram. Talvez um dos ex noivos não tenham gostado de ser dispensado nas véspera do enlace e decidira fazer algum tipo de magia para ferrar com sua vida.

         Olhou para o céu. Estava nublado, pelo menos não estava um sol de matar naquela hora.

         Fechou os olhos, depois os abriu e tentou mover a perna, novamente a dor lhe retardou os movimentos.

         -- Oh Deus, eu prometo que se eu sair dessa eu me caso... – Mordiscou a lateral do lábio inferior. – Não é casar, casas, mas assumirei uma postura mais séria... Casamento é algo muito além, porém tentarei, eu juro, tentarei não ficar arrumando pretendentes e marcando festas para consagrar a união...

        

 

 

 

 

Maria Fernanda voltou rapidamente para o sı́tio.

Sabia que seria arriscado se aquela desmiolada conseguisse sucesso no seu intuito. Poderia enfrentar sérios problemas, levando em conta que cometeu uma fraude para aceitar a proposta de Andrello.

Acelerava ainda mais o carro pela estrada deserta e poeirenta.

Se soubesse que aquilo lhe causaria tanto estresse não teria aceitado de forma alguma.

Fez uma curva tão rápida que os pneus derraparam, mesmo assim ela não se importou, acelerando ainda mais.

Eva Belluti era um ser perigoso e tão estabanada que se mostrava um perigo para si mesma e para os outros.

Passou voando pela porteira, estacionando diante da casa.

Entrou correndo, trocou imediatamente de roupa, pegou o cavalo e seguiu pela mata.

Conhecia muito bem aquele caminho e se tivesse alguém que poderia encontrá-la em meio àquilo tudo era ela. Aquela menina era muito esperta, tinha quase certeza que ela não seguiria pela estrada, isso seria muito óbvio.

Os policiais também iniciaram as buscas. Porém a juı́za não dava nenhum crédito aqueles bobalhões. Como confiar em idiotas que eram enganados por uma conversa de cigana?

`        -- Cigana uma ova! Isso sim! – Resmungou para si.

O animal seguia em passos lentos, enquanto sua amazona examinava tudo com muito cuidado.

Não seria fácil para alguém que não conhecia aquele lugar conseguir sair, principalmente se seguissem aquele caminho fechado.

Respirou fundo!

Se aquela garota fosse sua filha, com certeza a jogaria em um convento para ser educada pelas freiras, bem que era capaz de corrompe-las com suas loucuras.

Ouviu o som de trovões.

Praguejou.

Não demoraria para que uma chuva forte caísse por aquelas bandas e ela fazia planos de estar em sua cama quando isso acontecesse.

Afagou a crina do garanhão para acalmá-lo. Se acontecesse algo com seu companheiro por culpa daquela cigana de feira, torceria aquele pescoço bem feito até que o oxigênio não conseguisse chegar aos seus pulmões.

Continuou com a busca, não podia descansar, pois seu nome estava sendo ameaçado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Beatrice não conseguia mexer mais a perna.

Nunca sentira uma dor tão forte em toda sua vida. Precisava de ajuda. Não estava aguentando mais.

Usou toda sua força para gritar bem alto, quem sabe assim alguém a encontrasse por ali. Não se importava mais em voltar para sua prisão, contanto que aquela tortura passasse. Olhou para o céu e percebeu que o azul brilhante tinha sido substituído por uma tonalidade escura, isso só́ indicava uma coisa, iria chover e não demoraria muito para aquilo

Aquele castigo estava sendo muito cruel consigo, afinal, nem fizera nada que pudesse resultar em algo tão desumano.

Fitou o chão e viu algumas formigas mais adiante, elas pareciam não se importar com o desespero da herdeira do Belluti.

Gritou novamente e dessa vez o fez tão alto que assustou alguns pássaros.

Esperava que esse tivesse chegado ao ouvido de alguém.

Olhou para as algemas com desgosto.

O que estava passando pela cabeça do seu pai ao armar aquele plano junto com a maldita juíza? Estaria ele sabendo do tratamento degradante que sua única filha estava passando? Não queria acreditar em algo assim, até mesmo porque não havia razões para isso.

Bem, sair por aí fazendo papel de cigana não era algo tão ruim. Poderia ser bem pior.

Deus, estava sedenta e faminta.

Pouco se alimentara naquele dia, pois esteve o tempo todo bastante ansiosa a tramar sua fuga fracassada.

E se ninguém a encontrasse?

Pensamentos assustadores começavam a povoar sua mente. E se morresse naquele lugar sem água, sem comida e ainda por cima presa por aquelas pulseiras metálicas.

-- Não, não, não, isso não pode acontecer comigo.

Tomando fôlego, vociferou novamente.

 

 

A bela tirana ouviu o grito e rapidamente seguiu o som. O que teria acontecido com a mimadinha?

Sabia que naquela região havia muitas serpentes, poderia ter sido apresentada a uma mesmo contra sua vontade. Fez o cavalo acelerar o passe.

         Era o que faltava!

         Se algo acontecesse aquela garota tinha certeza que seria acusada por todos como sendo culpada.

         -- Maldita, mil vezes maldita! – Resmungava, enquanto seguia ainda mais apressadamente.

         Pelo que percebia ela tinha chegado bastante longe, mais um pouco e chegaria ao destino que almejava.

         Não demorou para vê-la.

         Estava sentada encostada a uma árvore, parecia viva, uma pena por um lado. – Pensava a Lacerda.

         Desmontou.

         Os olhos negros encararam aquela mulher que até alguns dias era totalmente desconhecida para si. Não precisava ser adivinha para ver a raiva que ela estava ao se aproximar.

-- Que diabos você̂ está fazendo aqui, sua louca? – Levantou-a pelo braço.

Eva precisou se apoiar totalmente nela. Não conseguia se equilibrar.

Fitou os olhos azuis e naquele momento se arrependeu de ter pedido ajuda. Seria preferível sentir toda aquela agonia a enfrentar aquela mulher.

-- Meu pé́ está doendo muito. – Choramingou. – Me ajuda.

Maria Fernanda estava tão irritada que nem se importou com o que a outra falava e saiu puxando-a violentamente.

A italiana acabou caindo de joelhos. Sentia as lágrimas molhando o rosto.

Só́ naquele momento a outra percebeu o que se passava. Mirou o tornozelo inchado e vermelho. Imediatamente ajudou-a.

-- O que aconteceu? – Indagou semicerrando os olhos.

-- Eu caí e torci, está́ doendo muito. – Disse entre soluços. – Preciso que me ajude.

A filha adotiva de Pedro cerrou os dentes com total irritação.

Deveria deixa-la ali, assim ela aprenderia uma lição. Observava tudo ao redor com atenção, parecia estudar o local.

Não demorou para a chuva começar a cair como já tinha imaginado que aconteceria.

A juíza praguejou, enquanto via o pequeno chuvisco tomar proporções de tempestade. Sabia que era normal por ali aquele tipo de fenômeno, porém não podia ficar ali e esperar que passasse.

-- Preciso que me ajude, eu não posso contigo. – Falou com praticidade. – Ou eu te deixo aqui para morrer. – Completou com crueldade.

Levando em conta que Eva era poucos centímetros mais alta que a jovem, não seria fácil para uma mulher de estatura mediana carregá-la.

Assoviou e o cavalo se aproximou.

Com muito esforço, ajudou a cigana a manter-se de pé. Fitaram-se por alguns segundos.

-- Droga de algemas! – A juíza falou irritada. – Que merda tem nessa tua cabeça para fugir com essa droga nos pulsos.

Beatrice pensou em responder, mas acabou mordendo a língua, pois temia que a outra cumprisse a ameaça e a abandonasse.

Fernanda sentia a roupa ficar ensopada e os cabelos negros da italiana colar à nuca.

Precisava pensar em como colocá-la sobre o garanhão. Rapidamente teve uma ideia. Subiu e estendeu a mão para auxiliá-la a fazer o mesmo. Inicialmente fora uma tarefa difícil, pois as algemas dificultavam tudo, mas depois algumas tentativas fracassadas, obtivera êxito.

Tiveram um pouco de dificuldade, pois a menina não tinha como se segurar.

Montou-a sua frente, segurando-a pela cintura, já que a jovem não tinha como se apoiar por causa das mãos presas. Em poucos segundos ambas já estavam com as vestes toda molhada.

Maria Fernanda ouvia os gemidos de dor da garota e sabia que estavam longe de casa, sem falar que era perigoso cavalgar por dentro da mata com todo aquele aguaceiro. Lembrou que perto dali tinha uma cabana que servira como esconderijo para uns assaltantes há uns meses.

Seguiu rapidamente para lá. Seria o ideal a fazer até que a chuva passasse.

 

Eva tentava manter a coluna ereta, sentia um incômodo quando as costas roçavam nos seios da juı́za. Seu corpo tremia todo.

Virou a cabeça e viu como ela estava concentrada, estreitava os olhos para ver o caminho, talvez porque estivesse sem os óculos e devido à forte tempestade que turvava a visão. A tirana a fitou por alguns segundos e depois voltou a prestar atenção ao caminho.

         Nunca em sua vida conhecera uma pessoa como ela. Parecia sempre tão sisuda, não demonstrava ser alguém normal, talvez nem fosse de carne e osso. Será que não tinha família? Um pai, uma mãe?

         -- Déspota... – Chamou-a baixinho.

         A Lacerda ouviu a palavra dita pelos lábios da Belluti.

         -- O que você quer? – Indagou com irritação.

         Eva pensou em fazer perguntas, mas temeu ser jogada de cima do cavalo, então apenas deu de ombros e continuou prestando atenção a tudo que estava ao redor.

 

 

 

 

 

Andrello tinha acabado de chegar a casa. Sua noiva iria logo mais para resolver os detalhes do jantar. Seguiu para o escritório para dar alguns telefonemas quando se deparou com Pedro.

-- Que susto, homem! Parece um fantasma. – Falou sentando na cadeira e pegando o telefone. – O que foi agora? – O encarou.

-- O senhor Antônio Lucero ligou procurando pela neta.

-- O que você disse? – Indagou preocupado.

-- Que a menina tinha saı́do em uma viagem com os amigos. – Deu uma pausa. – Mas eu acho que em breve vão descobrir o que você está fazendo com a jovem.

-- Pedro, do jeito que você̂ fala até́ parece que mandei minha filha para ser torturada. – Protestou. – Ela só́ está tirando uns dias para pensar na vida.

O empregado balançou a cabeça negativamente.

-- Temo que a minha que a Fê possa ter sérios problemas por ter aceitado participar desse plano. Nós sabemos que o que ela está́ fazendo é um crime.

 O empresário suspirou impaciente.

-- Já́  disse para não se preocupar, não vai acontecer nada.

-- Mas e se a Eva denunciar a Maria Fernanda? – Insistiu.

-- Ela não vai fazer isso. Estou pensando em comprar um apartamento e um novo carro para a Beatrice, isso será́ suficiente para acalmá-la.

Pedro não achava que aquela história teria um final feliz. Conhecia bem a italianinha para saber que ela era um verdadeiro problema ambulante. Já que falar com o empresário não resolveria nada, iria tentar diretamente com a juíza. Quem sabe assim não dava um basta naquela situação.

 

 

As duas jovens conseguiram se proteger da tempestade na pequena cabana de madeira. O cavalo ficara sob uma pequena cobertura pelo lado de fora.

O espaço onde as duas mulheres estavam era pequeno. Havia apenas um cômodo, porém contava com uma pequena esteira onde podiam deitar. A juı́za limpou rapidamente o espaço e ajudou Eva a acomodar-se.

A cigana tremia bastante e o pé estava com uma péssima aparência.

Maria Fernanda sabia que não podia deixar a menina definhar naquela agonia. Não que se importasse com o que estava acontecendo, mas sabia que se algo acontecesse à pirralha, ela teria sérios problemas.

Agachou-se junto a ela, fazendo-a sentar.

-- Vou tirar tua roupa ou é bem capaz que pegues uma pneumonia.

Eva se mostrava receosa.

-- Solte-me!-- A garota estendeu os braços para ela. – E eu mesma faço.

Fernanda arqueou a sobrancelha esquerda, depois deu de ombros.

-- Eu não estou com as chaves. – Baixou e tirou da bota uma pequena faca.

 Beatrice encolheu-se, enquanto a juíza torcia a boca da expressão assustada dela.

-- Calma, não vou cortar sua língua agora. – Esboçou um sorriso sádico. – Depois talvez.-- Ágil, rasgou a roupa, libertando-lhe os seios.

Observou que os mamilos estavam eriçados devido ao frio. Em seguida, fê-la deitar, livrando-a do short.

A juíza a viu encolher-se, continuando a tremer.

Rapidamente, tirou a própria roupa, deitando junto com a outra, colando o corpo nu a suas costas. Eva sentiu uma corrente elétrica percorrer toda pela ao sentir aquele contato.

-- Calma! Daqui a pouco vai esquentar. – Sussurrou-lhe.

A italiana fechou os olhos!

Aquela proximidade a estava deixando sem ar, talvez estivesse com medo ou algo assim.

-- Meu pé́ está doendo muito. – Tentou disfarçar o incomodo.

-- Bem, a culpa é sua! – Acusou. – Ninguém te mandou fugir como uma louca por dentro desse mato.

Irritada, a jovem virou para encará-la, mas rapidamente se arrependeu ao mirar aqueles lindos seios, com biquinhos rosados e desenhados por algumas sardas.

Desde quando isso lhe interessava?

-- Minha culpa? O que você̂ faria se estivesse em meu lugar? – Preferiu se concentrar naqueles olhos frios.

-- Eu jamais estaria no seu lugar. Não costumo me envolver nessas loucuras de adolescentes.

Eva odiava aquele ar de superioridade que aquela mulher exibia. Era como se ela fosse melhor que todos os mortais.

--Fotarsi! – Xingou entre os dentes.

A filha de Pedro mirou os lábios bem desenhados, a sobrancelha bem feita, os cílios longos que lhe protegia os olhos grandes e negros.

-- Você̂ tem a boca muito suja! Deveria ter vergonha de falar essas coisas. A princesinha do milionário Belluti precisa ter mais educação. – Debochou.

A dor aumentou e a menina lhe deu as costas. Não tinha forças para brigar naquele momento, tão pouco paciência para suportá-la.

Maria Fernanda sabia que ela deveria estar sofrendo. A aparência da torção estava cada vez pior.

Se ela não tivesse agido com imprudência isso não teria acontecido.

Praguejava internamente amaldiçoando o dia que aquela pentelha foi parar naquela cidade.

Ouviu-a gemer baixinho e relanceou os olhos em irritação.

A chuva continuava caindo implacavelmente. Parecia estar lavando toda a região.

Ouviram um barulho.

Trovões!

O cavalo começou a relinchar assustado.

A juíza aconchegou-se mais a prisioneira. Dessa vez, abraçando-a para tentar conte-lhe o choro compulsivo. Aspirou ao aroma que se depreendia daquela pele bronzeada e sedosa.

-- Calma, ciganinha! – Falou bem perto de sua orelha. – Não sabia que você̂ era tão manhosa.

Ela não retrucou. Não só́ por está sentindo o desconforto, mas também porque seu corpo estava reagindo de uma forma inesperada a proximidade da tirana. As mãos da juíza pararam na lateral do seu quadril e seus dedos começaram a desenhar círculos imaginários o que a deixou totalmente arrepiada.

-- Você̂ não é cigana. É apenas uma criança que foi mimada em demasia.

 Beatrice se exasperou. Ignorando a dor, virou para encará-la mais uma vez.

-- Eu sou uma mulher, juizinha, e não uma garotinha como você̂ diz.

Maria Fernanda a mirou de cima a baixo.

Não que fosse lésbica, na verdade, nem sabia o que era, afinal, relacionava-se com os dois sexos normalmente. Mas só podia afirmar que qualquer um ficaria encantado com tanta beleza.

Sem pensar, estendeu a mão e tocou um sinal em forma de triângulo que a italiana tinha na lateral do seio direito, depois lhe tocou o mamilo e rapidamente o viu reagir ao estimulo.

Eva olhava hipnotizada para aqueles dedos que lhe tocava com curiosidade. Sentiu uma umidade entre as coxas. A tirana estava se divertindo em ver a expressão assustada da outra.

Ousou ainda mais, descendo até chegar à junção das coxas. Tocou os escassos pelinhos.

Beatrice arregalou os olhos ao notar o que ela estava prestes a fazer e o pior era que não tinha forças para falar nada para detê-la. Viu as mãos bem feitas descansar no meio de suas pernas e em seguida se acomodar entre elas.

Os olhares se cruzaram.

O da menina Belluti era uma mistura de surpresa e medo, o da déspota um misto de poder e arrogância.

A cigana sentiu o primeiro toque e sustentou o olhar. Percebia o deslizar e tentava manter a pose, mas quando sentiu o polegar lhe massageando delicadamente, reagiu detendo-lhe.

-- Chega desse joguinho! – Falou firme.

-- Por que, ciganinha? É isso que vai acabar acontecendo se continuares a tentar seduzir os policiais, eles são homens e seu charme é muito perigoso.

-- A diferença, senhora, é que talvez eu goste do toque dos seus guardas, mas não do seu.

-- Isso não te impediu de ficar molhadinha. – Mostrou-lhe a prova. – Por acaso é lésbica?

Eva cerrou os dentes, enquanto estreitava os olhos.

--va' all'inferno!

Maria Fernanda levantou em todo seu esplendor e a jovem prisioneira percebeu que nunca tinha visto uma mulher tão linda em toda sua vida. Nunca tivera um relacionamento homo, mas também nunca sentira um desejo tão poderoso como o que sentiu pela juíza. Seu corpo ainda vibrava em uma sensação desconhecida.

Desviou a vista. Devia estar delirando devido à dor no pé.

-- Talvez, tenhamos que dormir aqui, cigana! – Falou observando a chuva cair por uma pequena fresta. – Então, cuidado com sua sedução desenfreada. – Virou-se para ela. – Você̂ disse na noite anterior que gostava de sexo e eu não, bem talvez eu precise dos seus serviços para poder recuperar meu humor, afinal, ninguém merece estar num lugar como esse, quando podia estar confortavelmente deitado em sua cama.

-- Eu não sou prostituta! E não costumo deitar-me com mulheres, ainda mais com da sua espécie.– Provocou.

Pela primeira vez, Eva vislumbrou algo parecido com um sorriso naquele rosto duro.

-- Levando em conta que você̂ está amarrada... Tudo pode acontecer. – Piscou e saiu da cabana.

A italiana estremeceu só em pensar na ameaça que lhe fora feita. Precisava rezar para que a chuva passasse, não gostaria mesmo de passar a noite com aquela psicopata naquele cubículo. Infelizmente, se assim fosse, teria duas batalhas pela frente: Uma contra a juíza e outra contra o próprio corpo.

Comentários

  1. A Maria Fernanda é tão desaforada kkkkkkkk sempre me divirto horrores com ela provocando a cigana

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