A tutora -- Capítulo 19

                      -- Você precisava ter marcado esse encontro hoje? Tenho coisas para fazer.
                     --Não se faça de boba, a sua parte do plano está desabando pouco a pouco. Vejo que seus encantos não são mais os mesmos.
                  Jonh estava sentado numa cafeteria, na periferia da cidade. Nesse momento, sua expressão estava muito exaltada.
                 -- Ora não me diga! – A mulher deu de ombros. – Levando em conta que você é um zero em todos os quesitos.
                   -- Você deveria ter cumprido o combinado.
                -- Mas eu estou cumprido. Não tenho culpa se Amanda Dervelux é tão gostosa que todo mundo não consegue resistir ao seu charme.
                -- Aquela vagabunda vai me pagar. – Bateu forte na mesma. 
                  Alguns clientes fitaram os dois.
                -- Onde está seu pai?
                -- Escondido, a maldita está nos caçando.
               -- Você deveria aparecer para sua amada, talvez se tu fizeste um pouco de drama, quem sabe ela não ficaria ao teu lado.
              -- Só posso fazer isso, depois que você fizer a sua parte, porém sua incompetência é tanta que nem sei porque juntei-me a ti.
              -- Talvez, porque eu tenha mais sorte de concluir o plano com sucesso do que você.
               Sem mais palavras, a mulher deixou o recinto.
              Jonh a observou e esperou alguns minutos, até chamar o garçom e pagar a conta.
             Ele precisava pensar muito bem no próximo passo a ser dado, não sabia como abordar Alice, tinha certeza que a arquiteta a estava vigiando de perto. Porém tinha uma vantagem, uma aliada que lhe ajudaria nesse intuito.



              Amanda foi ao encalço de Alice, mas não a encontrou. Sorte ter encontrado Ingrid que lhe disse ter visto a jovem seguir para sala de Ricardo.
            Quando a arquiteta entrou, encontrou o advogado abraçando sua pupila, ela estava aos prantos. Cerrou os dentes, fitando a cena que parecia feri-la como se ela mesma estive naquele desespero.
                 O advogado a encarou em total reprovação, então a filha de Arthur cruzou os braços sobre os seios como se desejasse demonstrar que não tivera culpa pelo que se passava. Fez um gesto com cabeça para que ele se afastasse, mas o funcionário negou-se a fazê-lo.
                 Soltou um longo suspiro.
                -- Deixe-nos a sós. – Ordenou exasperada. 
               Alice virou-se, os olhos verdes mesmo chorosos, enfrentaram-na, desafiando-a em silêncio.
                -- Amanda...—Ricardo ainda protestou.
               -- Deixe-nos. -- Ordenou tentando manter a calma, algo que estava longe de sentir. -- Não irei mordê-la, tampouco espancá-la, só desejo conversar. -- Disse impaciente sem desviar o olhar da esposa. -- Eu só quero alguns segundos do seu tempo.
               O advogado fitou a pupila e ela fez um gesto afirmativo com a cabeça, tranquilizando-o.
               Ricardo afastou-se, deixando a sala em seguida, fechando a porta.
            Quando ficaram sozinhas, parecia que o tempo parara. Os olhos azuis pareciam querer penetrar naquele imenso verde.
             Amanda a observava e não tinha palavras para falar, desejava apenas mirar aquela bela mulher que estava em sua frente. Viu que o seu rosto estava corado, talvez das lágrimas ou quem sabe devido a sua presença. Sempre admirara a beleza da pupila, porém sempre via algo a mais do que um belo corpo e um rosto perfeito. Aquela simplicidade, aquela forma de tratar as pessoas, seu jeito doce e rebelde sempre lhe fascinara. Quantas vezes tentara se convencer que era apenas desejo, porém ela sabia que não era, sabia que não era apenas cama, aspirava em tê-la por perto, ouvir o som da sua voz, a sua forma delicada e meiga. Uma pena que sempre fora tratada com desprezo e reagira pior ainda.
               Alice virou as costas, o olhar da esposa a estava perturbando. Parecia querer desnudá-la. Sentiu a pele arrepiar, quando a arquiteta praticamente colou o corpo no dela. Deveria ter saído da empresa, mas acabou indo até Ricardo, sentia-se confortável ao lado do advogado, ele sempre lhe tratava muito bem.
                 Respirou fundo e o perfume forte invadiu suas narinas como um invasor selvagem.
                 Queria sumir dali, afundar seus pés naquele carpete e sair de perto da empresária para sempre.
                Ouviu a voz baixa lhe arrepiar os pelos da nuca.
                -- Tudo aquilo que você falou é verdade? – Sussurrou-lhe ao ouvido. – Me ama?
                A pupila mordiscou a lateral do lábio inferior demoradamente. Por que fora confessar seus sentimentos? Talvez porque aquele amor a estivesse sufocando e não suportasse mais, mesmo assim se colocar em uma situação perigosa diante da bela arquiteta.
                -- Seu ego não tem tamanho? – Indagou sem se virar.
                Amanda praticamente colou os lábios ao pescoço esguio, ansiava por ela como do próprio oxigênio. 
               -- Depende... que ser humano, seja homem ou mulher, não estaria orgulhoso ao ouvir de uma mulher tão cheia de encantos tal declaração. – Delicadamente, virou-a para si. – Não conheço ninguém no mundo que não desejasse ser alvo dos seus carinhos e do seu amor... -- Acariciou-lhe a face com as costas da mão. -- Repete o que falou na minha sala.
                 A pupila encarou-a.
               Os olhos azuis sempre tão frios, estavam mais claros, demonstrando um sentimento até então desconhecido.
                 -- Amanda, por favor...
             -- Não! – Colocou os dedos nos lábios dela, como forma de silenciá-la. – Agora é a minha vez de falar. —Tirou-lhe uma mecha rebelde do rosto. --Eu sei que sou um ser humano desprezível e que se você tivesse como escolher, não teria sido eu quem amaria, escolheria alguém sensível, gentil e que pudesse retribuir de uma melhor forma o seu amor.
               --Não acredito que possamos escolher quem amar. Assim seria tudo muito fácil.
                -- Eu sei, mas preciso que você entenda... – Pigarreou. -- Entenda...
                 -- Entender o quê? -- Questionou em confusão.
                 A tutora parecia perdida.
              Deu as costas para a pupila. Passou as mãos pelos cabelos. Não sabia como dizer-lhe que estava apaixonada. Era tão dificil se expor, tinha medo, era vergonhoso, mas temia abrir o próprio coração para mulher que a alguns segundos confessara seu amor.
         Alice observou Amanda e percebeu que a mulher estava tensa. Parecia assustada, desconsertada, talvez? Seria possível?
              -- Eu não disse que te amava para de certa forma de fazer se sentir mal ou algo do tipo, o fiz porque já estava cansada de viver escondendo meus sentimentos, acredito que assim será mais fácil continuar minha vida. Sem falar que me senti muito mal pelo que houve entre nós ontem. —Corou.
                A arquiteta virou-se para a esposa.
             -- Desculpe-me, não tive a intenção em nenhum momento de fazê-la se sentir mal. Só não desejava ser usada mais uma vez por ti e depois desprezada.
                 -- Alice...
               -- Não precisa falar nada. – A jovem virou-se para sair. 
                Amanda a segurou pelo braço e a trouxe para si.
                As bocas estavam tão próximas, ambas sentiam a respiração, miravam-se intensamente.
              -- Deixe-me ser verdadeiramente sua esposa. – A tutora colou os lábios nos dela. – Quero que continue me amando, desejo com todo meu coração ser essa mulher que desejas.
               A pupila exibia um semblante marcado pela surpresa. Seria essa mais uma cruel brincadeira da outra?
                -- Amanda, por favor, não quero que brinque com meus sentimentos, não o faça, te imploro.
                  -- Não estou brincando. – Abraçou-a fortemente. – Estou apaixonada por você. – Olhou-a. – Perdidamente apaixonada por você, Alice Albuquerque.
                 A empresária beijou a esposa apaixonadamente. Queria tirar-lhe todas as dores que um dia lhe causara. Aspirava com toda a alma que tudo aquilo pudesse ser diferente. Nunca quisera tanto não ser a arrogante Amanda Dervelux de outrora.
               Alice interrompeu o contato. Parecia não acreditar no que estava ouvindo. Observava aqueles olhos azuis, que agora não mostravam vestígios de sarcasmos. Havia algo novo naquele olhar, um sentimento diferente, uma emoção que nunca vira ali.
                  A pupila tomou aquele rosto lindo entre as mãos e tocou aqueles lábios com os seus. O fez delicadamente, sentindo o sabor, descobrindo e explorando cada canto com sua língua. A resposta da esposa fora imediata, dando maior ritmo ao carinho. A jovem abandonou sua face para que pudesse, assim, abraça-la. Queria senti-la, desejava imensamente aquela mulher de corpo e alma.
                   A tutora sentiu o desejo tomar conta do seu ser. O que mais precisava na vida era amar aquela jovem de todas as formas possíveis e impossíveis.
                    Subiu as mãos para os seios da esposa, colocou as mãos por baixo da camiseta, usada pela jovem, e tentou libertar as belas formas redondas do sutiã.
                      Alice afastou-se corada.
                     -- O que houve? – Indagou a arquiteta.
                     -- Não acho que seja o momento e o lugar adequado para isso.
                 Amanda estendeu-lhe a mãos que foi prontamente segurada pela jovem. A Dervelux sentou-se no sofá e fez a esposa sentar em seu colo.
                 -- Você está certa. – Encostou a cabeça em seu peito. – Não quero que pense que meu único interesse em ti é sexual. Confesso que é dificil ficar perto e não querer te ter em meus braços, porém há muito mais que isso, meu amor.
                     -- O quê? – Começou um carinho nos cabelos de Amanda. – Diga-me... Quero saber...
                    --Desejo está ao seu lado, viver cada momento, sentir seus carinhos, sua alegria, esse seu jeito rebelde e travesso... Quero sentir o seu amor, não sabe quantas vezes me peguei desejando ser tratada com o mesmo carinho que você dirigia aos outros.
                     -- Bem, nunca tive como me aproximar muito, só quando estávamos na cama.
                     -- Mas agora será diferente, dê-me a chance que pedi. – Fitou-a.
                   Alice se perguntava como resistiria àqueles lindo olhos, ainda mais quando via neles um brilho que parecia iluminar todo o lugar.
                  -- O que mais desejo é poder ficar contigo. – Beijou-a novamente. 
                     Ambas se entregaram ao prazer de se sentirem.
                  Alice quase perdeu a cabeça quando Amanda começou a chupar sua língua, sentiu uma pressão no baixo ventre, uma necessidade que ela conhecia muito bem.
                 Sutilmente a tutora levantou a blusa da amada, soltou o sutiã e mergulhou a boca naqueles belos montes. Sobre os fracos protestos da esposa, passou a língua sobre os mamilos enrijecidos, mordiscou-os e sugou-os vorazmente. Enquanto isso, as mãos buscavam lhe acariciar as pernas.
                  A pupila usava uma saia e percebeu os movimentos da esposa buscando ter acesso àquela parte escondida.
                  Batidas na porta interrompeu o prelúdio. A jovem levantou-se, enquanto Amanda mostrava uma irritação.
                       -- Entre! – A tutora mandou de forma aborrecida.
                  Ingrid entrou, parecia desconserta. Dava para perceber o que tinha acontecido. As mulheres estavam coradas.
                    -- Perdão! – Pigarreou a secretária. – Todos já estão a sua espera na espera na sala de reunião.
                     -- Não tenho tempo para isso agora! – Respondeu bruscamente. 
                      A funcionária olhou para Alice, parecia buscar ajuda.
                      -- Mas os engenheiros do prédio comercial estão...
                      --Não me importa. – Retrucou.
               -- Amanda, por favor. – Interviu a pupila. – Vá! Te esperarei aqui. -- Esboçou um sorriso. -- Aproveitarei para continuar a me adaptar a minha função aqui. -- Tocou-lhe a braço.
                   Os olhos azuis pareceram esperançosos diante da promessa. Depositou um beijos nos lábios rosados e saiu.
                   Ingrid se surpreendeu ao ver a patroa concordar. Conhecia Amanda Dervelux há muito tempo, nunca a viu acatar o pedido de alguém, nem mesmo Ricardo tinha esse poder. Ela tratava todo mundo mal, era egoísta e até mesmo a amante era tratada com muita arrogância.
                    Sem mais, a secretária seguiu atrás da tutora.
                  Alice voltou a sentar na poltrona, seu coração ainda estava acelerado, seu corpo estava em chamas, se não tivessem sido interrompidas, naquela hora estariam, sabe-se lá fazendo o quê. Não tinha como negar seu amor, desejava com todo seu coração ser feliz ao lado da arquiteta.
                   A porta abriu-se e tirou a jovem dos devaneios.
                   Pietra entrou, a loira não parecia muito feliz, depois da noite passada e do que ficara sabendo ainda pouco pela secretária da amante, estava disposta a acabar com aquele casalzinho de uma vez por todas.
                -- Você acha mesmo que Amanda sente algo por ti? – Destilou a primeira dose de veneno. – É sempre muito fácil te manipular, a tutoria, o sexo e depois o casamento. – Balançou a cabeça. – Amanda realmente sabe como te manter sempre cativa.
                     Alice levantou-se e a encarou.
                  -- Poupe-me das suas palavras, nada disso me interessa.
                   A pupila se dirigia para a porta, quando a outra a segurou pelo braço.
                  -- Solte-me. – A jovem desvencilhou-se.
                -- Vou ser boazinha contigo e te alertar que sua querida esposa, nesse exato momento, utiliza do pleno poder que tem sobre suas ações para fazer um grande negócio. Não sei se sabes, mas é você quem possui mais ações nessa empresa, Amanda só conta com vinte e cinco por cento de tudo isso. O que significa que não é uma boa ideia deixar você escapar novamente.
                  -- Não acredito em nenhuma de suas palavras, está irritada porque já sabe que Amanda não quer mais nada contigo. – Retrucou.
                     Pietra gargalhou.
                -- Se eu fosse me importar com todas as mulheres que a Dervelux leva para cama, não estaria mais com ela. – Abriu a bolsa e jogou uns papéis sobre a mesa.
                  -- Veja com seus próprios olhos e não se preste a fazer esse papel de boba.
              Depois de plantar a discórdia, a amante deixou o escritório com um sorriso. Já havia conseguido o que queria. Plantou e alimentou as dúvidas de Alice.



                 A reunião durara mais do que o esperado. E para piorar, alguns dos engenheiros solicitaram uma conversa em particular.
                 Estava agoniada, pediu licença e pediu a Ingrid para avisar a esposa.
                 A secretária entrou, depois que a jovem estava recolhendo as coisas para sair.
                -- A dona Alice já foi.
                 -- Como já foi? – Virou-se irritada. – Ela disse que esperaria.
                 -- Eu a vi saindo.
                -- Mas ela deixou algum recado?
                -- Não!
            A tutora preocupou-se com a repentina saída da esposa. Pegou o telefone e discou o número da jovem, porém a ligação não foi atendida. Mas o que teria acontecido?
              Pegou a bolsa para sair, quando a amante entrou.
           A loira beijou-lhe, a arquiteta desviou e recebeu o carinho no rosto.
             -- Estou morrendo de saudades de ti. – Colou o corpo ao da morena. – Fico excitada só em pensar na posição que você adora.
                Amanda afastou-a de si.
               -- Tenho coisas mais importantes para fazer, Pietra. 
                A tutora saiu, deixando a loira sozinha.
                -- Logo, logo vai voltar correndo para os meus braços e para minha cama. – Riu.


              Alice tinha chegado ao hotel. Mais uma vez se sentia usada, miseravelmente usada. A Pietra tinha razão. Amanda sempre arrumava uma forma de mantê-la cativa, usara o sexo para isso.
                “ Desgraçada”.
             Tomou um banho para esfriar a cabeça, foi quando viu o celular tocando, era a cínica da esposa.
               Por muito pouco não caíra novamente naquele charme, por pouco não fora usada para satisfazer sua libido, quando recordava o que acontecera no escritório de Ricardo tinha raiva de si mesma.



                 Amanda chegou ao hotel e fora barrada, na recepção lhe avisaram que não tinha permissão para subir para o quarta da senhorita Albuquerque.
                  Mas o que tinha acontecido, a tutora se perguntava a todo momento.
               Dessa vez ela não se daria por vencida, sabia qual o apartamento da esposa e iria até lá, mesmo que tivesse sido proibida.
               Pediu para falar com o gerente e usou todo o seu poder para conseguir o que queria.



               Alice ouviu a campanhia tocar. Pensou que deveria ser o jantar, afinal já estava na hora. Amarrou o robe e foi abrir a porta.
              Ao ver quem estava parada a sua frente, tentou fechar a porta, mas a arquiteta foi mais rápido e impediu a ação.
                  Amanda entrou no apartamento e fechou a porta.
                -- Acho que você precisa me dá algumas explicações. – A tutora a encarou. 
                 Alice cruzou os braços, estava tremendamente irritada por vê-la ali.
               -- Não tenho nada para falar contigo e você deveria ter respeitado quando eu pedi para ninguém te deixar subir.
                A arquiteta olhou-a confusa.
              -- Mas o que houve? Há algumas horas tudo estava tão bem entre a gente, aparamos nossas arestas. – Aproximou-se. – Te falei dos meus sentimentos e você dos seus. 
                  Amanda tentou beijá-la, porém fora impedida pela jovem.
                  -- Não me toque!
                  -- Mas por que, amor?
                -- Você é uma safada, uma cadela, não tem um pingo de vergonha na cara. – Gritou.
                    A tutora encarou-a. Estava lhe custando muito manter a calma.
                   -- Alice, por favor...
                   -- Saia daqui, não quero nunca mais ver sua cara.
                 -- Não sairei até que me diga o que se passa. —Falou firme. – Ainda pouco disse que me amava.
                   -- Não, eu não te amo, te odeio.
                  Amanda sentiu uma pontada no peito, aquelas palavras duras a tinha atingido e lhe tirado toda paciência que lhe restava.
                   -- Bem, com seu ódio eu sei lidar muito bem.
                  Agarrou a esposa pelo braço e sob protestos, levou-a para o quarto. Alice lhe mordeu a mão e foi empurrada. Caiu sentada na cama.
                 Diante do olhar assustado da esposa, Amanda começou a despir-se. A pupila desviou o olhar.
                   -- Está mais do que na hora de termos nossa noite de núpcias.
                A arquiteta parou ao pé da cama, onde uma jovem tentava fugir dos seus encantos. Quando virou a cabeça, deparou-se com um belo par de seios. Preferiu manter a visão na altura do umbigo da mulher.
Apesar da penumbra, dava muito bem para ver aquelas formas.
                   -- Só assim que você sabe conversar, era de se esperar. 
                    Amanda ajoelhou-se, queria ver aqueles olhos quando falasse.
                -- Não! Mas eu juro que não sei o que fazer para mostrar que te amo, você não acredita em mim, sei que me ama e também me odeia por tudo que te fiz passar. – Segurou-lhe o queixo, fazendo-a olhar-lhe. – Dê-me uma chance de te provar que estou sendo sincera, dê uma chance para que eu possa me tornar uma pessoa melhor. Eu te amo, Alice...
                 A pupila fechou os olhos, sentia-se desesperada depois de tudo que ouvira de Pietra, porém seu coração se libertava das correntes e se rebelava em busca daquele amor que tanto almejava.
                   -- Tenho medo... -- Disse encarando-a.
                   -- Eu mais ainda, pois sei como dói quando se é usada em seus sentimentos... Dê-me uma chance.
                    -- Suas amantes...
                    -- Não haverá ninguém entre nós, eu te prometo... -- Encostou a testa a dela. -- Por favor...
                     Alice parecia dividida entre aquelas palavras e a da jornalista. Não desejava sofrer mais, não queria passar por tudo aquilo novamente. Estaria arriscando tudo se aceitasse...
                    Soltou um longo suspiro.
                    -- Por favor, não me machuque mais. -- Levantou-se, segurou-lhe as mãos, ajudando-a se manter de pé. -- Sou sua...
                  Livrou-se do roupão, deixando a mostra seu belo corpo nu. Abraçou a esposa e sussurrou-lhe:
                  -- Faça valer apena, meu amor. 
                  Amanda sorriu.
                  -- Pode ter certeza que o farei.
               A pupila tomou a boca da amada, precisava sentir aqueles lábios, sua língua procurou a da esposa, sugando-se simultaneamente. Deslizou as mãos por toda extensão daquele corpo, apertando-lhe o bumbum, firme, para buscar um maior contato entre os sexos. Arrepiou-se, quando sentiu a boca da esposa deslizando pelo seu pescoço, mordiscando-o.
                Amanda foi baixando até chegar nos seios, acariciando-os sem pressa, aproveitando cada toque e observando as reações que causavam na jovem. Enquanto sua boca se satisfazia, chupando-os, suas mãos desciam em busca do centro de todo aquele desejo.
              Alice afastou um pouco as pernas para permitir um melhor contato, cravou os dentes no ombro da esposa, segurando-se nela. Não tinha forças para continuar de pé.
                 A arquiteta percebeu a excitação da jovem, delicadamente encostou-a na parede. Em seguida, foi agachando-se pouco a pouco, distribuindo beijos por toda extensão, até parar entre as pernas da mulher. De início, apenas observou, alguns segundos depois, lambeu toda parte externa.
A pupila gemeu.
                  Ousada, a Dervelux apoiou-lhe uma das pernas em sua coxa, assim teria uma visão perfeita.
                   -- Você é tão perfeita. —Depositou beijos na virilha da garota, em seguida mordiscou-as.
                   -- Amanda, você está me deixando louca.
                Alice quase desfaleceu quando sentiu a língua da esposa brincando bem próximo ao seu sexo.
                    -- Por favor...
                  A tutora atendeu prontamente o pedido da amada, abriu mais e mergulhou naquele ápice do prazer. Sugou todo mel que escorria, lambeu cada gota, chupou toda extensão.
                     Sem aguentar mais o tesão, a pupila levantou a esposa e ambas deitaram na cama.
                    -- Eu também quero sentir você. – Deitou-se sobre a tutora.
                 Beijaram-se apaixonadamente, Amanda afastou as pernas para sentir a junção perfeita dos seus corpos. Alice mexia, rebolava deliciosamente sobre si.
               -- Abre mais para mim. – Sussurrou a pupila em seu ouvido. – Quero meu clitóris colado ao seu. 
                   A arquiteta fez o que lhe foi pedido.
                O prazer era tão intenso que sabia que a qualquer momento, seu corpo alcançaria o prazer total, mas não era assim que Alice queria daquela vez.
                    -- Quero gozar na sua boca e quero que você o faça na minha.
                   Amanda mordeu o lábio inferior e posicionou-se para atender o desejo de sua mulher.
                 Não usaram apenas a boca, mas as mãos foram bem utilizadas naquele processo. Entre línguas e dedos, um poderoso orgasmo se apossou dos seus corpos.




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