A tutora -- Capítulo 9

              Alice jogou-se na cama. Chorava copiosamente. Como fora burra! Como podia imaginar que um ser humano pudesse fazer algo tão baixo? A frieza e o deboche que virá presentes naquela fisionomia a fizeram ver que tudo não passara de uma brincadeira, um castigo, como ela mesmo falara.
            Por que as coisas tiveram que ser assim? Por que tivera que ficar sobre a guarda daquela mulher.
           A jovem perderá os pais quando tinha dez anos e seu pai confiara sua tutela ao seu sócio e amigo, Artur. A jovem passara muitos anos da sua vida estudando num colégio interno, até o trágico acidente que tirara a vida do seu tutor, então ficara nas mãos da filha dele. E isso tinha sido a pior coisa que poderia lhe acontecer. A arquiteta lhe proibira de sair nos finais de semana e até negara permissão para o namorado vê-la. Durante todo esse tempo só tinha contato com o advogado. Sabia que Amanda não abriria mão do poder sobre si, havia muitos negócios envolvidos. A tutora administrava seus bens e suas ações na construtora Dervelux.
            Mas Alice estava disposta a fazer tudo para se libertar daquela mulher, não descansaria até que pudesse viver a própria  vida. 
               Dentro  de  dois  dias  completaria  dezessete  anos  e  mais  uma  vez  recorreria  à  justiça  por  uma  possível emancipação.
                Livrou-se dos lençóis, seguindo até a janela.
                Observava com desgosto o conversível parado de frente a entrada da mansão. Então ela não tinha saído.
               Lembrou-se dos olhos tão azuis tentando se livrar do ataque que sofrera. Pena, Ricardo ter aparecido, queria ter batido nela para que nunca mais ousasse usar os outros de forma tão cruel.
                -- Vagabunda! -- Falou por entre os dentes. -- Cadela!
                Seguiu até a porta e quando tocou na maçaneta viu que estava trancada novamente.
                Aquilo não era uma novidade, decerto foram ordens da empresária.
               Como se tivesse alguma vontade de vê-la, ao contrário disso, esperava nunca mais ter que olhar naquela cara cínica. 




                 A Dervelux estava sentada na poltrona, enquanto Maria limpava os arranhões que tinham sido deixados em sua pele.
                   O advogado estava do outro lado, observava tudo com os braços cruzados.
                   -- O que você fez para que a menina Alice ficasse tão descontrolada? -- Maria indagou, enquanto cuidava do queixo da empresária. -- Ela é um amor de pessoa, achei estranho esse tipo de comportamento.
                   A filha de Arthur se irritou, desvencilhando-se do toque, levantou-se.
                  -- Eu deveria mandar interná-la, isso o que eu deveria fazer, pois se não tivessem vindo ao meu socorro, ela teria me matado.
                  A empregada trocou olhares com Ricardo.
                 -- Eu não sei o que pensar... -- O homem começava -- sua pupila chorava copiosamente quando seguiu para o quarto, parecia ferida, machucada ao extremo.
                 Amanda nada respondeu, afinal, o que iria dizer? Que cometera a maior loucura da sua vida, que transara com uma menor de idade e que ainda sentia o corpo esquentar quando se lembrava de tudo o que fizeram na cobertura?
                   Deu a volta, sentando-se na cadeira, enquanto prestava atenção a tela do computador.
                   -- Fico a pensar se não seria bom emancipar a Alice... -- Ricardo arriscou.
                  Os olhos azuis se estreitaram ameaçadoramente.
                  -- Calma! -- O advogado fazia gestos com as mãos. -- Sei que a menina é herdeira de cinquenta por cento de todo o patrimônio, mas poderíamos fazer de um jeito que você continuasse a administrar tudo, você faz um ótimo trabalho, não acho que isso possa ser questionado.
                   -- Ah, claro, para que ela corra para o namoradinho na mesma hora e saia fazendo loucuras.
                    Agora fora a vez da babá se meter na conversa.
                  -- Acho que não deve proibir, ele gosta dela e ela gosta dele, não vejo motivos para que queira separar. Deixe-o vim aqui, deixe que ele se aproxime, deixe que eles fiquem juntos, pois quanto mais você proíbe, mas ela vai insistir.
                    Amanda tamborilava os dedos de forma impaciente contra a madeira da mesa. Só em pensar que a pupila estaria com o mancebo deixava-a louca de ciúmes.
                     Levantou-se furiosa.
                     -- Saiam os dois daqui agora! -- Apontou-lhe a porta. -- Não aguento mais ouvi-los, não suporto esse melodrama que vieram encenar na minha presença. -- Esmurrou a madeira com o punho fechado. -- Eu decido como irei agir com a Alice, eu sou a tutora dela e não aceitarei que se metam em nada.
                    Os dois não pareceram se assustar diante da explosão. Estavam acostumados, então simplesmente deixaram o escritório.
                     A Dervelux se mantinha no mesmo lugar. O maxilar enrijecido, os olhos semicerrados e a veia a pulsar na lateral do seu pescoço.
                      Não permitiria que ficassem juntos, de forma nenhuma permitiria que a pupila estivesse nos braços do namorado.
                       Inclinou-se na cadeira, enquanto massageava as têmporas.
                       Senti-a latejar, sabia que teria uma terrível dor de cabeça.
                       Observou os braços, via os arranhões que Maria tinha cuidado com tanto cuidado.
                       Gata selvagem!
                       


                       Alice tinha acabado de tomar banho.
                      Passara todo o dia deitada, nem mesmo tocou no almoço que lhe fora levado.
                      Estava vestindo o roupão quando parou diante do espelho e viu as marcas que tinha em seu corpo.
                     Prendeu o fôlego ao fitar.
                     Ouviu a porta do quarto abrir seguiu para ver de quem se tratava.
                     A governanta estava lá parada com uma bandeja nas mãos com alguma coisa que cheirava muito bem.
                      -- Me nego a aceitar que fique sem comer!
                      A garota exibiu aquele sorriso simpático, depois prendeu os cabelos.
                      -- Pois saiba que estou faminta agora e essa comida não vai sair daqui intacta de forma alguma.
                  Maria fez uma cara de brava, depois riu, pondo a bandeja sobre a mesinha de estudos.
                      A ruiva sentou-se e passou a língua pelos lábios ao ver a macarronada.
                    -- Nossa, seu tempero é o melhor do mundo. -- Disse, enquanto levava uma garfada à boca. -- Acho que quando sair daqui vou te sequestrar junto comigo. -- Piscou.
                   A empregada se aproximou.
                    -- Eu adoraria, ainda mais agora que a menina vai se casar e vai me deixar sozinha.
                    A pupila tomou um pouco do suco de laranja.
                    -- Bem que não coloco muita fé nessa relação da Amandinha, afinal, Ricardo me disse que ela sumiu da festa de noivado e deixou o rapaz lá com cara de bobo. -- Soltou um longo suspiro. -- Não acho o Felipe uma pessoa ruim, mas não acredito que possam ser felizes.
                    Alice continuava a comer, não desejava tratar daquele assunto.
                    -- E como estava a festa? Gostou?
                    A jovem deixou o talher de lado e dessa vez encarou a empregada.
                    -- Foi bonita, você deveria ter ido, sua menina te convidou, você era convidada de honra.
                    -- Sim, sim, mas não me sinto bem entre esse tipo de gente, não mesmo! -- Torceu a boca. -- Mas vi a Amanda, ela estava linda, as fotos estão nos jornais.
                    Alice deu de ombros e voltou a comer. Não queria mesmo se recordar da empresária, nem mesmo ouvir nada que lhe fizesse menção.
                    Maria continuou a conversar, mas não falavam mais da Dervelux, agora comentavam sobre o aniversário da jovem que estava próximo.




                No dia seguinte, Amanda estava na empresa quando sua secretária lhe informara sobre a visita de um advogado. Sem saber do que podia se tratar, pediu que o deixe entrar.
                  Colocou os óculos de aros dourados e esperou sentada.
                  Não demorou para a porta ser aberta e um homem por volta dos cinquenta anos, calvo, barrigudo e de estatura baixa entra na sala.
                   Ele aproximou-se.
                  -- Sou Marco assunção. – Estendeu-lhe a mão que foi prontamente ignorada pela arquiteta.
                  -- O que quer aqui? -- A empresária indagou de forma direta. -- O seu nome não estava na minha agenda, mas devido a sua insistência decidi recebê-lo.
                -- Bem, sou o representante de Alice Albuquerque e o pai do namorado de mesma.
               A tutora arqueou a sobrancelha esquerda em desdém.
               -- A única representante que minha tutelada tem, sou eu.
              O homem não pareceu se intimidar, enquanto abria a pasta de couro respondeu:
               -- Ela contratou meus serviços e por isso estou aqui.
               A empresária cerrou os dentes:
               -- Olhe, eu não tenho tempo para essas besteiras, diga logo o que veio fazer aqui porque não tenho o dia todo a sua disposição. – Irritou-se.
               -- A senhorita Albuquerque entrou com uma ação de anulação de cláusula de testamento e também entramos com um pedido de emancipação. -- Disse tranquilamente. -- Acredito que o juiz não veria problemas,principalmente no tocante a emancipação. É uma jovem responsável, acabou o colégio, vai ser bem fácil isso.
               A Derverlux fechou as mãos ao lado do corpo.
             -- Nenhuma das duas coisas ela vai conseguir. Ela vai ter que esperar completar vinte e um anos para poder ficar livre de mim.
           -- Não necessariamente. – O homem entregou uma pasta a jovem. – Seria melhor que houvesse um acordo entre ambas as partes, afinal, não podemos esquecer de que sua pupila é dona de cinquenta por cento de tudo aqui.
                    Amanda se levantou:
                  -- Eu convido-o a sair da minha sala e nunca mais retornar. 
                 O homem assentiu e foi embora.
                 A empresária fitava o envelope amarelo com todo seu ódio, desejando jogá-lo no fogo junto com Alice, o namorado e pai dele.
                 Quem aquela maldita pirralha pensava ser?
                  Como ousara mandar o sogro ir até ali?
                 Apertou o botão do telefone.
                 -- Peça para Ricardo vim até aqui agora mesmo! -- Ordenou a secretária.
                Seguiu até a janela panorâmica da sala e ficou a observar o nada,pois parecia perdida em seus pensamentos.
                Colocou as mãos nos bolsos dianteiros da calça justa, depois seguiu até a mesa onde estava a planta de um novo projeto.
                Naquele mesmo dia haveria uma reunião com a diretoria para que ela apresentasse o trabalho, mas depois do que se passara, sentia-se caótica, furiosa, desejosa de vingança.
                  Viu a porta se abrir e o advogado se aproximar preocupado. Amanda lhe entregou a pasta.
                   O advogado examinou por alguns minutos. Lia com atenção, enquanto a empresária voltava a se sentar.
                  -- Do que se trata? – Ela indagou.
                  -- Aqui há uma petição de emancipação para que Alice se case com o namorado.
                  -- Quê?
                  -- Sim, isso que você ouviu. -- Acomodou-se. -- Acho que estão a nossa frente.
                  A tutora levantou-se e começou a caminhar de um lado para o outro na sala.
                 -- Mas isso não é possível é? Esse casamento não pode acontecer!
               -- Bem, se for comprovado que houve contato sexual entre ambos, o juiz poderia aceitar o pedido.
                 -- Mas ela é menor de idade. – Alegou.
             -- Amanhã ela fará dezessete anos, o namorado dela tem dezenove, então poderia ser um arranjo legalizado.
                 -- Mas e se não tiver ocorrido a relação sexual entre eles?
                 -- Se ela for virgem, então a petição seria anulada.
                 A empresária passou a mão pelos cabelos.
              “ Isso não pode está acontecendo comigo”, pensou. Ela sabia que Alice não tinha tido nada com o namorado, mas tivera com ela. E isso podia complicar tudo.
                 -- Eu quero que você faça o que for possível para evitar isso.
                 O advogado assentiu, mas não deitou de argumentar:
                -- Amanda, não seria melhor que você deixasse a menina seguir a vida dela? Você mesmo tentou várias vezes se livrar dessa responsabilidade, por que agora não aceita e todos poderão viver em paz.
                  -- Nunca! – Gritou. – Ela só será livre quando completar os vinte e um anos. Agora faça o que eu mandei. 
                     Ricardo fez um gesto afirmativo com a cabeça, deixando a arquiteta sozinha.
                    -- Eu não vou permitir que você fique com aquele moleque, não vou mesmo.




                Já era quase dez da noite, Alice conversava com Jonn pela web, soubera que o pai do namorado falara com Amanda e já tinha entrado com o pedido de emancipação, o rapaz só não lhe contara sobre a história do casamento.
                     Precisara inventar uma desculpa sobre o que tinha se passado no dia da festa, sabia que deveria ter contado a verdade, mas como falaria que tinha transado com a filha de Arthur?
                Ela se despedia do rapaz, quando sentiu a presença e o cheiro da tutora. Virou-se e se deparou com ela.
                     Cruzou os braços de forma defensiva sobre a camiseta que usava que mal cobria a calcinha que estava usando.
                      -- O que você quer aqui? -- Indagou em irritação.
                      Encararam-se demoradamente, pareciam desejar fazer uma análise do terreno.
                      A arquiteta estava com um semblante cansado, parece que não tinha dormido.
                    -- Eu não estou aqui para brigar. – A tutora levantou as mãos em sinal de paz. – Só quero ter uma conversa civilizada contigo.
                    -- Eu não me imagino tendo algo civilizado com você.
                    Odiava-a, não suportava vê-la ali, ainda ecoava em sua mente a forma cruel que fora tratada.
                    Desviou o olhar dela por alguns segundo.
                 Como poderia se concentrar diante daquela mulher que usava uma camisola vermelha e sensual?
                  A empresária aproveitou que ela não olhava e observou com atenção o corpo bonito.
                  Sentiu a excitação imediatamente tomar conta de si. Recordou-se de como ela era maravilhosa, como se movia contra si, como os lábios rosados lhe explorava a carne.
                  -- Fala logo o que quer, não desejo a sua presença aqui! 
                  As palavras duras trouxeram a Dervelux para a realidade.
                  Fitaram-se novamente.
                  -- Preciso que você peça ao seu advogadinho para anular as petições.
                  A ruiva exibiu um sorriso de escárnio.
                  -- Eu não farei nada disso.
                   -- Entenda que isso vai ser melhor, se ele continuar com isso você terá sérios problemas.
                   -- Quais problemas? -- Arqueou a sobrancelha em desafio.
                   -- Contarei para o seu namoradinho tudo o que aconteceu entre a gente. 
                  Alice riu amargamente.
               -- Você não cansa de me surpreender? O que de mais podre tem aı́ dentro que ainda não foi mostrado.
                 Amanda segurou-lhe pelo pulso e a trouxe para perto de si, pressionando os corpos por um contato mais ı́ntimo.
                -- Me solta se não quiser que eu te mate!
                Os olhos azuis mostravam um brilho perigoso, enquanto a apertava mais forte pois temia ser atacada novamente.
                -- Solte-me! -- Gritou em vão.
                -- Agora não. 
                A empresária colou os lábios nos dela de forma violenta. Esfregando-se a eles, tentando fazê-la ceder, enquanto ouvia os barulhos dos dentes sendo cerrado evitando o contato.
                Amanda a levou consigo, empurrando-a contra a porta, assim seria mais fácil não apanhar.
               Colocou uma das coxas entre as pernas dela, prendendo-a.
                Continuou a incitar a boca rosada, ansiando pare senti-la, adorando tê-la colada a si, mesmo que precisasse lhe segurar, mesmo que soubesse que ela lutava, sabia que ela também queria, sabia que ela também desejava, sentia pelo cheiro.
                  Moveu os quadris contra os dela.
                Alice tentava não ceder, empurrava-a, tentou mordê-la,  mas ao sentir aquela lı́ngua lhe acariciando os lábios, deu passe livre àquela boca que tocava a sua com maestria. Era perfeito senti-la, mesmo que odiasse as sensações e a fraqueza.
                  Chupou-a tão forte que ouviu o gemido da empresária, fê-lo de raiva e de desejo.
            Percebeu quando as mãos da tutora tentavam tocar seus seios. Despertou daquele frenesi, afastando-se, colocando uma distância segura entre elas.
                 Amanda ficou frustrada com a interrupção. A respiração estava acelerada, só queria entregar-se novamente àquela paixão perigosa.
                  Fitou a face rubra da pupila e a ouviu questionar:
                 -- Isso é mais um dos seus castigos?
                 A arquiteta negou, aproximando-se:
                -- Não! – Tentou abraçá-la, mas foi repelida. – Apesar de tudo, eu sinto um desejo louco por ti. 
                 A garota voltou a se afastar.
                 -- Você não tem vergonha mesmo, né? Depois de tudo que me disse ainda tem a cara de pau de dizer que sente desejo por mim? Poupe-me das suas mentiras.
                 A empresária passou a mão nos cabelos, em um ato de desespero.
            -- Alice, estou mandando você esquecer essa história de anular minha tutela. Deixarei que tenhas uma vida normal, sairá para se divertir, estudará, terá o que precisar. Mas com a condição de que continue aqui.
             -- Você faz tudo para continuar administrando minha herança? Até onde chegaria essa sua ambição? Transou comigo por isso? Por dinheiro? Se assim o for não é muito diferente das putas que trabalham na rua.
                  Amanda suspirou de forma impaciente.
                -- Acha que sou uma puta?
                -- Acho!
                A Derverlux observou-a com curiosidade. 
                -- Não entendo o motivo de estar tão irritada, te dei prazer no dia da festa, passei a noite conhecendo seu corpo... -- Voltou a chegar perto. -- Vai dizer que não se lembra de como te fiz gozar...
                As palavras foram interrompidas por uma forte bofetada que a pupila desferiu.
                A empresária encarou os olhos verdes desafiadores.
               -- Vou para meu quarto. Pense bem, uma briga entre nós iria afetar muita gente. – Finalizou, deixando a jovem sozinha.
                A pupila respirou fundo, precisava expurgar aquele tesão de dentro de si. A presença de Amanda lhe deixava muito excitada, como poderia continuar convivendo com ela sob o mesmo teto?
             Lembrou-se do plano de fuga traçado pelo namorado, poderia dar certo... Sim, e algo lhe passava pela cabeça, uma forma de conseguir escapar das garras daquela arrogante.
                  Levou a mão a boca e ficou soprando, pois a sentia arder da pancada que deu.




                   Amanda entrou no seu quarto e deitou-se na enorme cama.
                Fora procurar Alice para tentar entrar num acordo, mas a única coisa que conseguiu foi se encher de desejo. Seu corpo clamava, implorava pelo da pupila. Faltavam-lhe forças para resistir àquele sentimento que só fazia crescer mais e mais dentro do peito, até quando suportaria ficar perto daquela menina?




            Alice  acordara  com  uma  terrível  indisposição.  Passara  a  noite  tendo  sonho  sonhos  recheados  de  sensualidades, podia até sentir o cheiro da tutora no próprio corpo. Ficara tão excitada que precisara tocar-se para poder acalmar o desejo que se instalara dentro de si. Como poderia se livrar dessa maldição? Não poderia ficar ali, pois acabaria cedendo e tornando-se objeto sexual da arquiteta.
               E o mais agravante naquela situação é que tinha certeza que não era só sexo, estava segura do inexplicável amor que sentia pela tutora, esperava que aquilo fosse coisa de adolescente.
                Pegou o celular e discou o número do namorado, o aparelho lhe fora dado pelo mesmo e ela o mantinha escondido, para não lhe ser tomado.
              Estava disposta a seguir o plano que fora proposto pelo rapaz, iria embora. Fugiria para longe e tomaria providências para isso.




                A arquiteta passara o dia todo ocupada, teve que visitar todas as obras pessoalmente para que não houvesse problemas nos projetos. Às oito da noite estava no limite do esgotamento. Queria apenas ir para casa, deitar na sua cama. Porém, decidira seguir para o apartamento, tinha medo de não resistir e procurar Alice. O dia todo não pensara na jovem, mas agora, sentada no carro, encostou a cabeça na direção e ligou o som. Sabia que tinha ido longe demais, não deveria ter falado aquelas coisas para a pupila, porém havia um medo enorme dentro de si, uma confusão de sentimentos que não a deixaram agir de forma diferente.
                

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