A tutora -- Capítulo 6
Amanda mal conseguia abrir os olhos. A luz do sol que penetrava pela persiana aberta só ajudou a aumentar sua dor de cabeça. Sorte que não precisa ir tão sedo para a construtora. Não tinha condições fı́sicas para fazer nada.
Semicerrou os olhos, enquanto massageava as têmporas, tentando não se mexer para que o incômodo não persistisse.
Fitou os lençóis de seda amaranhado em suas pernas, então livrou-se deles.
Não lembrava de ter exagerado tanto na bebida desde os vinte anos. Nem parecia a mulher que conseguia passar toda a noite nas farras, vinte e três anos e não havia mais pique para a vida noturna.
Sentiu marteladas na cabeça, porém era só sua fiel babá entrando no seu quarto.
Maria a fitou com olhar repreendedor. Há muito tempo não presenciava aquele tipo de comportamento da jovem. Certo que entendia que havia muitas responsabilidades em suas costas, sendo ainda uma menina, mesmo assim se preocupava por essas ações impensadas.
Viu as roupas espalhadas pelo chão e meneou a cabeça negativamente.
-- Ainda deitada?
A arquiteta deu de ombros e manteve os olhos fechados.
-- Onde você estava ontem? Seu noivo ligou atrás de ti. Pensei que fosses ficar com ele. -- Comentou curiosa. -- O que se passou?
-- Maria, por favor, feche essas cortinas e me deixe em paz. -- Colocou o travesseiro sobre a face, apertando-o.
-- Em paz? – A fitou perplexa. – Me deixou muito preocupada. Anda muito estranha nos últimos dias. Onde fostes ontem? – Colocou as mãos nos quadris, enfrentando-a.
Irritada, Amanda jogou os lençóis e levantou-se sem se importar por estar totalmente despida. Seguiu lentamente para o banheiro. Sabia que não tinha como descansar.
Parou diate do espelho.
Os cabelos estavam em total desalinhos. Os olhos inchados, fitou os lábios entreabertos, mordiscou-os.
Segurou na pia, forçando-a.
-- Volte aqui, Amanda!
-- Já sou crescidinha o suficiente para não ter que dá satisfação da minha vida a ninguém, porém para que vossa inquisidora me deixe em paz, saiba que ontem fui a uma boate. Curtir um pouco. – Fechou a porta do lavabo. -- Preciso me divertir também.
-- Achei que já tivesse superado essa fase. – Falou um pouco mais alta para ser ouvida pela outra.
A Dervelux bateu com força contra a parede.
Sim, ela já tinha superado, mas nos últimos dias a inconsequente que fora em outros tempos parecia lutar para se rebelar.
Lembrou-se do que se passara na noite anterior.
Onde estava com a cabeça para ter cedido ao desejo de tocar na pupila.
Aquilo não podia estar acontecendo, mas desde que a viu nua, seu corpo reclamava por satisfação, reclamava por possuí-la, mesmo sabendo que não deveria, estava falando de uma adolescente, ainda por cima, estava sob seus cuidados.
Ligou a água e ficou lá parada, apenas sentia os músculos serem massageados e apenas se deixou ficar, havia muita tensão em todas suas células.
Pegou o sabonete e começou a passar, sentindo os seios doloridos, excitados.
Exasperada, terminou a ducha, pegou um dos roupões, vestindo-o, em seguida colocou uma toalha na cabeça.
Retornou ao quarto e lá estava Maria a esperá-la.
-- Ah, não, eu não tenho tempo para ouvir sermões, estou atrasada para ir à empresa.
-- Seu noivo disse que para que ligasse, parece preocupado contigo. -- Disse enquanto ia ao closet e pegava as roupas para a patroa junto com o sapato. -- Seu casamento vai acontecer em breve. -- Colocou sobre a cama. -- Não a vejo entusiasmada como uma noiva ficaria.
Amanha não respondeu de imediato, vestia a lingerie lentamente, depois a roupa. Só assim encarou a empregada.
-- Maria, meu relacionamento está ótimo, não nenhum tipo de problemas, logo estarei casada e haverá uma fusão poderosa dos negócios. -- Pegou o secador para livrar o cabelo da umidade.
Parou diante do espelho e já iniciava, mas a voz da sua babá a impediu.
-- Na vida nem tudo é dinheiro. -- Tocou-lhe o ombro. -- Sei que sempre teve uma criação bastante rigorosa, mas ainda é uma menina, talvez ainda exista tempo para que pare de se cobrar.
A empresária não respondeu e sentiu o beijo em seu rosto da única pessoa que conhecia tão bem a ponto de saber que havia algo diferente a acontecer. Ouviu o som da porta ser fechada e ficou lá, sabendo que de forma nenhuma deveria se permitir sair da sua disciplina.
Alice não tinha dormido quase nada. Sempre que cochilava, olhos azuis vinham assombrá-la. Sem falar na sensação do beijo que não conseguia apagar da sua mente.
Vestiu um traje de banho e seguia pelo corredor da mansão quando se deparou com a empregada.
-- Bom dia, Maria! -- Cumprimentou-a com um abraço. -- Por que está com essa cara de preocupação? Aconteceu algo?
A babá da Dervelux sorriu com a forma carinhosa da jovem adolescente.
-- A Amanda que está muito estranha!
A bela pupila ficou calada por alguns segundos, depois olhou na direção onde ficava o quarto da tutora.
Ainda sentia uma corrente elétrica por todo o corpo ao lembrar de como estiveram de madrugada.
Viu o olhar de Maria perscrutá-la e se apressou em dizer:
-- Pensei que ela fosse normalmente estranha! -- Disse entre risos nervosos. -- Eu acho que ela precisa de um psicólogo, posso até passar um número de um bom.
A empregada se segurou para não cair na gargalhada, enquanto via a garota se afastar rapidamente.
Alice parecia aqueles anjinhos, sempre muito gentil com todos e pronto para auxiliar no que necessitasse.
Torcia tanto para que Amanda se entendesse com a adolescente, talvez pudessem se tornar amigas, mas havia uma verdadeira aversão entre as duas.
Com um longo suspiro, retornou para seus afazeres.
Alice nadada de um lado até o outro.
O sol estava perfeito naquela manhã. Não havia nuvens no céu, apenas o lindo azul que enfeitava o abobado.
Viu uma das empregadas se aproximar trazendo uma bandeja com alguns lanches e uma jarra de suco.
Apoiou-se na beirada, vendo o bonito jardim.
Achava aquela casa muito linda, mas parecia tão vazia, triste, talvez. Tinha uma atmosfera pesada.
Talvez naquele dia pudesse ligar para o namorado, mas não envolveria mais Maria no ato, sabia que ela tinha um amor enorme por sua menina, então o melhor era deixá-la fora daquilo.
Soltou um longos suspiro ao se lembrar da bela de olhos azuis.
O que se passava consigo?
Desde que a viu pela primeira vez se fazia essa pergunta. Havia uma imã que a atraia, que a assustava, mas mesmo assim desejava. Odiava-a, sim, isso era fato, mas havia muito mais envolvido.
Meneou a cabeça negativamente como se assim pudesse espantar aqueles pensamentos.
Jhon não merecia aquilo!
Estavam juntos há mais de um ano. Conhecera o rapaz no antigo colégio que estudava. Ele sempre a tratara bem, respeitava suas ideias e nunca forçara uma maior intimidade. Não se sentia pronta e, na verdade, nunca necessitara ou desejara momentos ı́ntimos com o mesmo. Todavia, tudo agora estava muito confuso. O que deveria sentir pelo namorado, estava sentindo por Amanda. Seus beijos, a lembrança do toque das suas mãos a fazia arder de desejo. O que poderia ter acontecido ontem se não tivesse dado um basta? Teriam ido até o final? Só em recordar, sentia uma pressão no estômago.
Os seios estavam doloridos, ansiando por algo que não deveria.
Deu um mergulho para espantar as lembranças e quando emergiu, paralisou!
A tutora vinha em sua direção. Linda!
Estava vestida “para matar”, uma saia preta um pouco acima do joelho lhe desenhava o quadril perfeito, camiseta branca delineava os seios redondos, usava uma jaqueta de couro na cor bege, salto alto davam uma maior sensualidade a aquelas belas pernas cobertas por meia calça. Os Cabelos pretos e longos estavam presos num coque, alguns fios emolduravam seu lindo rosto. Os alhos azuis estavam escondidos por lentes escuras dos óculos.
Alice saiu da piscina e vestiu o roupão. Não se sentia bem em está em trajes minúsculos, na presença da outra. Percebeu que o humor, algo já ausente na personalidade de Amanda, estava ainda mais ausente naquele momento. Preferiu ignorá-la. Começou a secar os cabelos com a toalha.
-- Quem te deu permissão para nadar na piscina?
-- Bem, até pensei em nadar na pia do banheiro, mas as minhas pilhas de nanicolinas tinham terminados, então decidi flutuar na sua enorme piscina. – Sorriu debochada. – Não se preocupe, deixarei tudo no lugar quando sair.
A tutora a fuzilou com o olhar. Tinha acordado com um péssimo humor, com uma terrível ressaca e tudo piorara ao recordar do que acontecera na noite anterior, mesmo estando bêbada, lembrava de tudo que acontecera, cada toque na maciez daquela pele, do gosto daquela boca, mas o pior era lembrar da rejeição que sofrera. Ninguém rejeitava Amanda Dervelux, passara por isso apenas uma vez e nunca mais permitiria que alguém ousasse fazer isso. Resumindo, não estava com paciência para as gracinhas de sua pupila.
-- Eu permiti apenas que a porta do seu quarto ficasse destrancada, em nenhum momento permiti que você andasse livremente pela minha casa.
-- Eu não vou comer a “ sua casa”—Enfatizou a última frase. – Mas também não vou ficar o dia todo dentro de um quarto, sem fazer nada.
-- Ora, por que não estuda um pouco, ler faz bem, sabia? Quem sabe assim você não aprende a se comportar e sai desse mundo de ignorância que deve ser essa tua cabeça.
Alice não queria brigar, até tentou levar as provocações na esportiva, mas sua paciência estava no limite.
Que mulher arrogante!
--Olha, por que você não vai para o inferno?
A jovem deu um passo, mas foi detida pela outra, que a segurou pelo braço.
-- Não terminei de falar contigo, sua pirralha mal-educada.
Os olhos se encararam furiosos.
A empresária percebeu a respiração acelerada da garota, estava ofegante e o colo subia em um ritmo hipnotizante.
Umedeceu os lábios, tentava não se deixar levar pela vontade de tocá-la.
-- Você é uma adolescente estúpida que deveria ficar calada quando eu falar.
-- Ah, é? -- Relanceou os olhos em irritação. -- Por mim você pode se explodir. -- Tentou se soltar, mas a outra a segurou ainda mais forte.
-- Está sob minha proteção, então só pode fazer alguma coisa se eu permitir. -- A filha de Arthur disse por entre os dentes.
-- Sabe de uma coisa, eu acho que você tá certa, você quer sua piscina? – Puxou o braço de uma vez. – Ela é toda sua.
A pupila fez algo que não dava para imaginar, empurrou sua tutora dentro da água. Em seguida seguiu para dentro da mansão, conseguia ouvir os gritos da outra ao longe.
Esperava que morresse afogada, que os demônios a levassem para bem longe.
Teve vontade de xingar de tanta raiva que sentia.
Subia as escadas de dois em dois degraus e quando chegou no quarto, já estava fechando a porta, quando a sentiu sendo empurrada e uma Amanda molhada e furiosa entrando.
A menina temeu por sua integridade fı́sica, sabia que tinha passado dos limites, porém tinha se chateado aos extremos com as palavras que ouvira.
Amanda se sentia fora de si, saiu rapidamente da piscina e correu ao encalço da jovem, porém ao vê-la com aquele semblante assustado, só um desejo passou por sua cabeça. Puxou a garota para si, beijando-a. De inı́cio, esmagou aqueles lábios rosados com brusquidão, porém aos poucos a doçura daquela boca lhe amoleceu completamente. Quando sentiu os braços em volta do pescoço, esqueceu até mesmo que estava ensopada, molhando o carpete do cômodo.
Pressionou-a contra a parede, enquanto lhe acariciava o corpo sobre o roupão grosso.
Era uma adolescente!
Essa frase alarmava em seu cérebro, mesmo assim não conseguia parar.
Há quanto tempo não sentia uma atração tão desenfreada por alguém?
Alice não conseguiu resistir, estava correspondendo as investidas, estava se rendendo ao apelo do corpo. Não se deu conta do que se passava, até perceber que não estava mais com o roupão e que mãos atrevidas desamarravam-lhe a parte de cima do biquı́ni e lhe acariciavam os seios. Aquilo era demais para ser sentido.
Empinou-os mais, deixando-os acessíveis ao toque. Sentia as unhas arranharem e desejou que ela fizesse mais, queria muito mais.
Sentia um líquido lhe molhar a parte de baixo do traje de banho. Estava doendo, então começou mexer o quadril contra o corpo dela, esfregando-se como uma gata no cio.
A Dervelux gemia contra os lábios dela. Sentia-se mergulhada em uma perigosa dança.
A tutora estava louca de tesão, queria tê-la, tocá-la, sentir o sabor daquele mel. Sem deixar de estimulá-la, fechou a porta, sentou na poltrona e a trouxe para seu colo.
Fitaram-se!
-- Deus, você é linda! -- Amanda dizia, enquanto lhe acariciava a face. -- Você é apenas uma adolescente.
-- Tenho quase dezessete anos...
Amanda voltou a colar os lábios em seu pescoço, mas timidamente Alice desejava mais, então pegou as mãos da filha de Arthur, colocando-as sobre seu colo, fazendo-a estimulá-lo, acariciá-los.
A empresária apertava-o e logo substituia os dedos pela lı́ngua que naquele momento lambia os seios da garota. Demorou-se nos biquinhos, mordicou-os, arrancando gemidos. Suas mãos massageava as coxas, até repousar sobre seu sexo, sentiu a umidade que se instalava ali e ficou ainda mais excitada.
Alice inclinou a cabeça para trás, oferecendo os montes redondos, mas deteve a mão da empresária que já se infiltrava por entre suas coxas.
Miraram-se em puro desejo, tinham a respiração ofegante, então contrariando o que deveria ser feito, a linda Albuquerque abriu-se mais e logo permitia que os dedos explorassem sua sexualidade sobre o tecido.
Parecia hipnotizada, enquanto observava como Amanda usava o polegar para lhe apertar a carne, desejou que não houvesse mais roupa.
Voltaram-se a se encarar e a pupila fechou os olhos em deleite, afastando mais as pernas.
Amanda cerrou os dentes ao ver os pelos ruivos, continuou as carícias sentindo o próprio desejo aumentar.
-- Você tem ideia do que está fazendo comigo?—Sussurrou em seu ouvido. – Eu deveria está lhe dando uma lição nesse momento, mas não consigo pensar em outra coisa que não seja experimentar você de todas as formas imagináveis e inimagináveis. – Mordeu-lhe de leve a pontinha da orelha. – E o pior é que eu sei que você também quer. – Ousada, colocou a mão por dentro da calcinha de Alice, acariciando em movimentos circulares, em seguida levou os dedos lambuzados a boca e chupou-os, sentindo o sabor e louca para usar a boca ao invés das mãos
A pupila gemeu alto ao ver e sentir dedos ousados tocando-lhe daquela forma tão ı́ntima. Rebolou para buscar um melhor contato, afastou um pouco mais as pernas para dar um maior acesso as investidas.
Aquilo parecia tão natural que não conseguia pensar que deveria encerrar o contato.
-- Sim, rebola gostoso nos meus dedos. Esfrega bem.
-- Hum... ai...continua...ai faz mais... -- A menina sussurrava. -- É muito gostoso.
-- Amanda você está aı́?
A voz de Felipe invadiu o quarto, deixando um Amanda confusa e uma Alice frustrada.
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