A fera ferida -- Último capítulo.



                       Júlia despertou.
                  Com os olhos fechados procurou a amada ao seu lado, mas não a encontrou. Onde poderia ter ido tão cedo?
               Sentia uma alegria imensa invadir seu coração. Era tão perfeito estar nos braços de Elizabeth. Ela era tão encantadora, sensual, doce e safada!
                      Um sorriso jocoso surgiu no belo rosto.
                  Nem acreditava que depois de tudo que aconteceu, elas estavam juntas. Chegara a pensar que a empresária a culparia pelos erros da irmã. Mas felizmente não fora assim, agora teriam a oportunidade de viver aquele sentimento intenso, aquele amor que começara pela dor, pela raiva e o orgulho, mas que se transformara em algo sublime e poderoso.
                Agora, tudo poderia entrar nos eixos, iriam formar uma famı́lia. Cuidariam de Anny e com isso nem haveria problema, já que as duas se entendiam muito bem, Liz amava garotinha e a criança amava a filha de Alex.
               Pegou o celular para ligar para a outra, então percebeu que o aparelho de Elizabeth tinha ficado no quarto. Olhou para a hora.
                  Já era quase nove.
               Na noite passada, Elizabeth comentara que teria que ir cedo para a empresa, pois teria uma reunião com uns empresários japoneses.
               Deve ter sido isso. Mas poderia pelo menos ter acordado-a com uns beijinhos. Seu dia teria amanhecido bem melhor.
                Espreguiçou-se lentamente.
                Levantou!
           Então percebeu que estava nua. Pegou o robe que estava ao lado da cama e a camisola, vestindo-os. Precisava tomar um banho e ir para o hospital, não queria ter mais problemas e dá motivos para o diretor querer demiti-la. Não desejava que a empresária usasse sua influência e poder para defende-la, não gostara nada do que acontecera no dia anterior. Mas em parte, se sentira tão emocionada por Liz ter lhe ajudado, mesmo diante de tantas brigas.
                Ouviu batidas na porta.
               Seria Jane e Anny?
               Abriu!
              Uma das empregadas da casa, estava ali, parada e a olhava de forma estranha, meio que como se reprovasse por ela está ali. Na verdade, aquela mulher sempre a olhava com superioridade. Claro que não contaria para Elizabeth, sabia como ela gostava de resolver as coisas e não queria que outra fosse demitida.
               -- O que deseja?
               -- Tem uma visita para a senhorita no escritório.
                -- Quem é?
                -- Não sei, só disseram que era da parte da senhorita Terzak.
                 -- Ok, vou me trocar e desço rapidinho.


               Elizabeth chegou ao local do acidente.
            Tentou se aproximar, mas a polı́cia deteve seu acesso. Mesmo falando que era da famı́lia, não permitiram que se aproximasse.
             Passou a mão pelos cabelos. Aquela imagem que se desenhava a sua frente a fazia recordar de algo que passara.
            De repente sentiu como se seus olhos fossem abertos e tudo que acontecera naquela noite fatı́dica se projetasse em sua mente.
             Lembrou que no dia da festa terminara o namoro com Marco, recordou dele chantageando-a e pior, dele querendo matá-la quando entraram no carro.
                Era ele quem estava dirigindo!
              O noivo falara que a mataria o acidente e depois ficaria com tudo que era dela, mas Elizabeth puxara a direção e foi aı́ que o carro saiu da pista.
               Naquela noite, ficara presas entre as ferragens, sentia uma dor intensa, gritava pedindo ajuda, então depois de quase uma eternidade aparecera Vitória acompanhado de um médico.
                 “ Meus Deus! Era o ex-namorado da Júlia.”
                Eles a tiraram do carro e criaram toda aquela história que era ela quem dirigia o automóvel.



            A doutora entrou no escritório e deparou-se com Henrique sentado confortavelmente, enquanto Vitória se adiantava para fechar a porta.
                 Entrou em pânico quando viu Jane e Anny dentro daquela sala.
               Tentou se aproximar, mas a vilã se adiantou e apontou a arma para a criança.
             -- Fique quietinha ou você poderá se arrepender. – Apontou para o sofá. – Senta! 
               Júlia encarou a filha. A menina parecia prestes a chorar.
               -- Por favor, o que você quer?
               -- Dinheiro! – Sorriu malvada.
             A fisioterapeuta fitou Henrique. Ele parecia não se importar como nada. Apenas mexia no celular.
               -- Eu não tenho! – Falou honesta.
              A mulher gargalhou de forma descontrolada.
               Anny assustou-se e começou a chorar. A Wasten tentou ir até ela, mas a outra ameaçou.
               -- Se chegar perto, pode dar adeus a sua filhinha.
              Que espécie de monstro era aquele que tentava contra a vida da própria neta? 
               Jane tentou acalmar a menina.
               -- Por favor! – Pediu em lágrimas. – Ela é seu sangue. Filha do seu filho.
             -- E da vagabunda da sua irmã. Sabe que eu conhecia a Clarice, eu até a confundi contigo, mas depois o seu namoradinho esclareceu a confusão.—Deu uma pausa. – Sua irmã era muito esperta, a ambição dela era pior do que a minha. Sabia que foi ela quem pediu dinheiro para a Elizabeth para não tirar a filha? – Balançou a cabeça. – A idiota da Terzak, apesar de todo aquele ar superior, não passa de uma sentimental. Ela pagou a sua irmã. No dia do acidente ela deu muito dinheiro a Clarice, tudo isso para que ela não jogasse essa pirralha no lixo.
                 -- Mentira! – Júlia gritou.
               -- Você é muito ingênua! O Marco e a sua adorada irmã tinham armado tudo naquela noite para acabar com a vida da sua namoradinha. – Fez cara de nojo. – Mas infelizmente, aquela miserável parece ter pacto com o demônio, sobreviverá ao acidente. Eu tive que sumir das vistas da Clarice, pois ela iniciou uma série de ameaças a mim. Dizia que se não lhe desse dinheiro iria contar todo o plano. Mas eu tive sorte. Elizabeth perdeu a memória e assim pude manipulá-la, fazendo-a se sentir culpada por tudo que tinha acontecido. – Suspirou. – Arranquei muito dinheiro dela. O idiota do meu marido foi contra o meu plano e por isso teve que sofrer um pequeno AVC. – Encarou Henrique. – O seu namoradinho foi sempre de muita ajuda, viu. Ele quem fez tudo direitinho.
               A doutora olhou para o médico. Como ele tivera coragem de participar de toda aquela sujeira? E sua irmã? Aquilo era tão sujo que lhe dava ânsia de vômito.
               -- Bem, vamos terminar logo com isso. – O rapaz se levantou e aproximou-se de Julia.
                Ela sentiu a mão masculina atingir com toda fúria seu rosto.
                Anny gritou e chamou pela mãe.
                A fisioterapeuta sentiu o gosto de sangue na boca.
                -- Você é uma desgraçada, Júlia. – Puxou-lhe o cabelo. – Eu deveria te matar aqui mesmo.
               -- Calma, bonitão! – Vitória intercedeu. – Não esqueça que o que queremos é  dinheiro. Não vou marcar a bonequinha de Elizabeth, assim ela não vai pagar o que queremos.
               -- Eu não quero saber de dinheiro! – Gritou descontrolado. – Eu vou matar essas duas vadias. Vou estuprar aquela desgraçada da Terzak na sua cara, aı́ depois farei o mesmo contigo.
               A velha percebeu que o médico acabaria frustrando seus planos de sair com muito dinheiro daquela história. Sua intenção não era machucar ninguém, só queria que a empresária cedesse ao seu desejo. Ela estava desesperada atrás de dinheiro. Estava devendo para uns agiotas e eles a estavam ameaçando de morte.
                 Precisava pensar em algo para dissuadir aquele idiota do seu intuito.


             Elizabeth, depois de tanto insistir, conseguiu informações sobre o acidentado e descobriu que não era seu pai. Sentiu um aperto no peito! Sua intuição dizia que alguma coisa estava acontecendo naquele momento.
               Procurou o celular no carro e não o encontrou.
            Pediu a um policial um aparelho emprestado e discou o número de casa, então seus temores foram confirmados.
               -- Olá, Terzak!
               Ela reconheceu a voz do médico.
               -- O que você está fazendo em minha casa?
               -- Estou aqui pensando de que forma vou comer sua namoradinha.
             -- Se você encostar nela eu te mato com minhas próprias mãos, seu desgraçado! – Falou por entre os dentes.
              -- Venha para cá! Estou lhe esperando para começar a festa. Agora não traga convidados, pois você poderá se arrepender.
                A empresária entregou o aparelho ao policial e pediu ao motorista para correr. Não podia nem pensar no que aquele miserável seria capaz de fazer com sua amada.



                 -- Não era para agir assim! – Vitória o repreendia.
                 Henrique se manteve de pé. Afastara-se de Júlia e voltara a sentar na cadeira.
                 -- Eu já disse que vou mata-las.
               -- Não seja idiota, esse não era o plano. Eu não quero ir para a cadeia. Quero apenas dinheiro. – Gritava.
             -- Eu não vou permitir que essas duas zombem de mim!
                A Wasten observava tudo e sentia impotente.
            Mirou os rostos assustados da filha e de Jane. Pensou que em breve Elizabeth estaria chegando ali e Henrique estava disposto a tudo.
               Não! Não poderia permitir que ele chegasse perto da empresária.
              -- Vitória! – Chamou-a. – A Elizabeth te dará o dinheiro que você quiser, mas não deixe que Henrique a machuque.
              O médico ficou furioso diante do pedido e partiu mais uma vez para agredir a jovem, mas a mãe de Marco apontou a arma para ele.
               -- Chega disso, eu já disse para você parar. Vamos ter muito dinheiro e você poderá ter a mulher que quiser.
                    -- Não aponta essa arma para mim!
                   -- Então, volta para o teu lugar e senta. Vamos negociar tudo e sairmos daqui bilionários.
               O rapaz viu a arma apontada para si e decidiu obedecer, mas ele tinha outros planos. Esperaria a outra chegar para colocá-lo em prática.





             Elizabeth chegou a casa e correu desesperada, mas antes pediu ao motorista para avisar a polı́cia dentro de vinte minutos o que se passava, não arriscaria a vida das pessoas que amavam.
              Ao chegar na mansão percebera que nenhum dos seguranças estavam presentes. Quem teriam os dispensados?
                 Entrou e seguiu para o escritório.
             Quando entrou, sentiu o sangue queimar em suas veias de tanta raiva que estava sentindo. Viu Júlia com o rosto marcado e Vitória apontando a arma para Anny.
              -- Entre, Terzak. – Henrique falou girando na cadeira. – Não faça movimentos bruscos se não quiser que o miolo da pirralha suje o seu lindo carpete.
               -- Fecha a porta! – Vitória ordenou.
               A fisioterapeuta sentiu medo naquele momento. Queria correr para os braços da amada e protege-la.
               -- Não precisa disso! Diga quanto você quer e eu te darei.
                -- Eu quero dez bilhões de dólares.
              -- Eu não tenho esse dinheiro, mas todas as minhas propriedades valem muito mais do que isso.
             -- Você acha que sou besta! Você tem muito mais do que isso! – A velha descontrolou-se.                        Henrique levantou chegou bem perto da empresária.
               Eles se encararam durante um bom tempo, Liz arqueou a sobrancelha em desafio e sentiu o golpe forte no rosto. Ela não se mexeu.
                 Júlia começou a chorar.
              -- Você continua sendo um médico de merda! Um covardezinho que acha que só porque é homem pode bater na mulher, coitado! Você me dá pena, seu idiota!
                 Henrique a atacou com tanta força que a derrubou.
                  Anny gritou, enquanto a fisioterapeuta tentava ajuda-la, mas foi empurrada por Henrique.
               -- Chega! – Vitória gritou apontando a arma para o rapaz. – Eu já disse para parar. Volte para o seu lugar ou vai levar o plano a perder.
                -- Eu tô pouco me lixando para o seu plano, sua velha louca. – Chutou forte o estômago da empresária. 
                Vitória não iria permitir que ninguém destruı́sse seus planos, não mesmo. Sem pensar atirou no rapaz. O médico sentiu o projétil lhe atingir a perna e gritou.
              Júlia se aproveitou da distração e conseguiu tirar a arma de Vitória. A mulher ainda tentou lutar, mas foi em vão.
                -- Fique quieta ou eu vou matar você!
              Com muita dificuldade, Elizabeth conseguiu se levantar com a ajuda da doutora. Enquanto o doutor jazia no chão gritando de dor.
             O motorista entrou no escritório. Ouviu o disparo e correu para ver o que tinha acontecido. Segurou Vitória que agora só fazia chorar e dizer que não queria ir para a cadeia.
             Anny correu para as duas mulheres. A Wasten entregou a arma ao motorista e abraçou a filha fortemente. Elizabeth beijou a menina e pediu para que a amada a tirasse daquele lugar.
               Quando a fisioterapeuta já tinha saı́do, Liz se aproximou do médico que gritava de dor. Pisou sobre o ferimento, fazendo-a gritar ainda mais.
               -- Como eu disse, você é doutorzinho de merda que vai armar o resto da sua vida na cadeia, disso pode ter certeza.
                 Logo a polı́cia chegou e levou os dois juntos com a empregada da casa que facilitara todo o plano. As imagens das câmeras de segurança do escritório seriam mais do que suficientes para manter aqueles miseráveis atrás das grades.
                  Depois de tudo resolvido seguiu para o quarto.

              Sentia dores enormes. Devia ter fraturado algumas costelas.
             A doutora depois de cuidar da filha correu para sua amada, abraçando-a tão forte que a fez gemer de dor.
             -- Desculpa, amor! – Afastou-se. – Senta, aqui! Deixe-me ver o que aconteceu. – Tirou-lhe a blusa, deixando-a só de isso.
                Liz acariciou seu rosto com as costas da mão.
              -- Você foi muito corajosa, doutora e muito idiota também, não quero que se arrisque assim nunca mais. 
                 Júlia passou as mãos pelos hematomas da mulher.
             -- Eu morreria se acontecesse alguma coisa contigo, minha vida. 
                 A empresária a trouxe para seu colo devagar.
             -- A minha vida não teria mais sentido sem você. Por favor, não se arrisque nunca mais. – Mergulhou a cabeça em seu pescoço.
              A fisioterapeuta sentiu as lágrimas da amada descer livremente e as secou com seus lábios, confortando-a, fazendo-a sentir que estava tudo bem.




                    Dois anos depois...
                   -- Mamãe, Liz! – Gritava Anny.
                  Elizabeth estava no quarto. Tinha acabado de chegar da empresa. Júlia não tinha chegado do hospital ainda.
                   -- Oh, bonequinha, o que houve? – Pegou a menina nos braços.
                   Há  dois anos sua vida era a melhor possível. Tinha casado com a doutora e formara uma linda famı́lia com a esposa, Anny e sua caçulinha, Julie, fruto de uma inseminação artificial que a esposa se submetera. A nova filhinha estava com quase um amo e era o xodó da irmanzina que já contava com cinco anos.
                    -- Mamãe,  não chegou ainda!
                    -- Hun! Onde está a Jane?
                    -- Está no quarto com a Jull.
                      -- Então, vamos buscar a mamãe comigo.


                 Júlia estava terminando de atender o último paciente. Aquele dia tinha sido muito cheio. Ainda trabalhava no hospital, não desejara sair daquele lugar. Se sentia bem trabalhando ali.
                  Sentou na cadeira e respirou fundo!
                Estava ansiosa para chegar em casa e ficar com sua amada famı́lia. Suas filhas e sua rebelde esposa.
                   Sorriu!
              Sua vida parecia um sonho. Depois que houve o julgamento de Vitória e Henrique conseguira ter um pouco de paz por saber que eles não poderiam mais lhe fazerem mal. Depois daquele dia, Elizabeth contrata mais segurança, temia que algo daquele tipo pudesse acontecer novamente.
                  Porém, agora viviam um momento de tranquilidade. Bem, tirando as pequenas discussões que vez e outra ocorria entre as duas. Afinal, não era nada fácil conviver com aquela Terzak maravilhosa. Morria de ciúmes dela e sabia que muitos a desejavam.
                     O telefone tocou, lhe interrompendo os pensamentos.
                    -- Sim!
                    -- Tem uma paciente aqui!
                     -- Mas eu já estou indo. – Júlia protestou.
                    -- Bem, ela disse que o senhor Campbell a mandou.
                 A fisioterapeuta respirou fundo. Queria ir para casa e não atender mais ninguém, porém não poderia fazer aquela desfeita com o dono do hospital.
                  -- Ok! Mande-a entrar. – Levantou e vestiu o jaleco novamente.
                  -- Boa noite, doutora!
                   A jovem sorriu ao ver sua esposa entrando com um lindo buquê de rosas.
               -- Você não cansa de usar sua influência para obter o que deseja, né? 
                 Elizabeth a abraçou, trazendo-a para si.
             -- Não! Ainda mais quando o que eu mais desejo é você! – Beijou-a. 
                   A Wasten a abraçou forte, sentindo o sabor daqueles lábios gostosos.
                 -- Para você, meu amor.
                  A jovem segurou o ramalhete e aspirou o gostoso perfume.
                -- Imagino que isso seja um pedido de desculpas. 
                   Elizabeth sorriu fazendo cara de inocente.
                  -- Mas eu nem fiz nada de mal.
                  -- Anhan, você nunca faz, minha deusa!
               -- Ok, ok! Prometo que deixarei você dormir mais e nada de passar a noite fazendo amor gostoso. 
                    Júlia sorriu!
               -- Não precisa exagerar! – Abraço-a pelo pescoço. – Eu não reclamei disso, só de não ter conseguido dormir.
                  A empresária a fitou de forma safada, mas foram impedidas por um furacãozinho que entrou correndo e se jogando no colo de Julia.
                      Elizabeth sorriu!
                  Sim! Aquilo era tudo que desejava na vida.
              Conseguira vencer todas as barreiras e hoje desfrutava de todo aquele amor. Talvez continuasse sendo uma fera, mas suas feridas há tempos tinham sido curadas.

Comentários

  1. Essa história tem todo o meu amor,foi a segunda história dessa autora maravilhosa que li,a primeira foi a tutoria.

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  2. lindo lindo lindo, suas estorias são maravilhosas

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  3. Por mais uma vez encantada com maravilhosa escrita!
    Parabéns!
    😍😍😍😍❤️❤️

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  4. Lindaaaa !!!!História perfeita. Obrigada por compartilhar conosco tua escrita!!

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