A fera ferida -- Capítulo 22

                 “De uma mãe não, mas de uma tia sim! ”
             Aquelas palavras reverberavam em seu cérebro. A jovem praticamente caı́ra na cadeira. Aquilo não podia ser verdade, como assim a Júlia era tia e não a mãe da Anny. Se isso era verdade, ela não fora a amante de Marco, mas sim sua irmã. Mas por que a doutora mentira todo esse tempo?
                  Não, isso devia ser mais um engano ou uma nova forma da Dilon tirar dinheiro de si.                            Agoniada passou a mão pelos cabelos.
                -- De onde você arrumou essa mentira? – Indagou à ex-sogra. -- Óbvio que é mais um blefe seu. -- Desdenhou. -- Tenho uma reunião em pouco tempo, então saia e me deixe sozinha.
                  A mulher sentou calmamente, abriu a bolsa e jogou um envelope sobre a mesa.
                  A Terzak observou o involucro branco, enquanto hesitava. Pegou a caneta dourada, girando-a entre os dedos, enquanto tentava não se deixar levar por Vitória.
                 -- Qual o seu medo? Você já sabe que foi traída, você já sabe que foi trocada por outra e essa outra teve um filho do Marco, a única coisa que pode fazer agora é conhecer a mulher que foi melhor que você. -- Provocou-a cruelmente.
               Os olhos verdes se estreitaram em uma silenciosa ameaça, mas acabou pegando o envelope. 
            A empresária abriu e lá estava inúmeras fotos de uma mulher muito parecida com Júlia, estava com um enorme barrigão. Mas fora uma outra imagem que lhe chamara mais a atenção. Nela, as duas mulheres de olhos azuis posavam para a foto. Realmente, as duas eram bem parecidas, mas agora conseguia identificar a diferença entre elas.
                   Sentiu um frio na barriga.
                   Deus, não era ela!
                 -- Não é mentira! – Vitória afirmou com tranquilidade. – O namorado da tal da Júlia me contou tudo, a mãe da pirralha se chamava Clarice. – Pegou um envelope. – Veja.
               Elizabeth leu o papel. Na verdade, era o atestado de óbito de Clarice Wasten. Lá deixava bem claro que a jovem morrera de parto. Tivera um ataque cardı́aco e não resistira, morrendo horas depois de ter dado à luz a uma criança do sexo feminino.
                  -- E então? Você ainda duvida? – Perguntou com um olhar vitorioso. 
                  A jovem levantou-se. Estava perturbada diante daquela nova informação, sabendo a forma que agira tão vil com a bela doutora.
                  -- O que você pensa em fazer com essa nova informação?
                  -- Penso em tirar minha neta da usurpadora e criá-la com todo meu amor. – Ironizou.
               Elizabeth não permitiria que algo assim acontecesse. Gostava demais de Anny para ser capaz de deixar aquela mulher mesquinha e egoı́sta tirá-la de Júlia
              -- Você não quer essa menina, nós sabemos que nem mesmo nutre algum tipo de sentimento por ela.
                 -- Mas não quero que no futuro essa bastarda me cause problemas, não esqueça que sou uma condessa e não quero ninguém reclamando esse tı́tulo.
                   A empresária estava enojada com aquele ser repugnante. Como alguém podia ser tão fútil. Seria a própria Elizabeth tão igual a Vitória? Olhava para ela e ficava a pensar se suas ações não seriam equiparadas, afinal, agira de forma terrível ao obrigar a fisioterapeuta a ceder aos seus desejos.
                 Seguiu até a janela panorâmica, tentava respirar, enquanto observava o fluxo de veículos.
                 Fechou os olhos e em frações de segundos via os flashes de todas as acusações que fizera com Júlia.
                Meneou a cabeça tentando se livrar daqueles pensamentos, pois aquele não era o momento para agir pelas emoções. Aproximou-se da ex-sogra.    
                 -- Ok! – Segurou em cada um dos braços da cadeira, virando-a para si. – Quanto você quer para sumir de uma vez por todas da vida da Anny? Diga o valor exato, não desejo perder mais tempo com isso.
                   Vitória sorriu. Agora a empresária tocara no ponto que ela desejava.
                   -- Quero dez milhões de dólares. – Fitou-a.
                 -- Não esqueça que tenho uma procuração que você assinou me dando poder sobre sua neta. – Encarou-a ameaçadoramente. – Então te darei mais um milhão e você some das minhas vistas para sempre.
                    A mulher gargalhou.
                  -- Qual é o seu interesse nessa pirralha? Não me diga que ela te faz lembrar meu filho. – Debochou.
                   -- Acredite, seu filho é a última pessoa que me faz lembrar aquela criança. Não há nada da sua famı́lia nela. – Provocou arrogante. -- E isso é algo para ser comemorado.
                       A velha levantou. Parece não ter gostado do que ouviu.
                    -- Ou você me dar o dinheiro ou eu tirarei essa garota da tia e a mandarei para bem longe.
                        Furiosa, a empresária a segurou firmemente pelo braço. Apertando-a diante do olhar irado.
                  -- Se você ousar tentar algo contra essa menina eu mesma acabo com sua raça. – Ameaçou.
                     -- Eu não tenho medo você, sua mimada! – Soltou-se com um safanão. – Você se arrependera por não ter aceitado a minha proposta.
                           Elizabeth viu a odiosa senhora deixar a sua sala.
                       Respirou fundo e sentou no sofá, cobrindo o rosto com as mãos. Aquilo não podia estar acontecendo! 
                     Pela primeira vez desde que a outra lhe revelara a verdade, passava por sua cabeça todas as coisas que fez à Julia. Humilhara terrivelmente uma mulher que não tivera nada a ver com o que lhe fizeram Marco e a Clarice. A doutora se entregara em bandejas para ser usada numa vingança que não era para ela, tudo pelo imenso amor que sentia pela sobrinha.
                   O que faria agora? Fora tão cruel que sabia que mesmo que se ajoelhasse, a jovem não a perdoaria. Mesmo assim, a milionária Terzak não sabia se seria capaz de agir assim. Realmente era uma mimada, uma orgulhosa que não se permitia estar errada.
                   -- Por que ela não me contou? -- Questionava baixinho.
                Tudo poderia ter sido diferente, mas diferente como? Sabia que no fundo aquela fora a forma de ter a fisioterapeuta para si. Usara o poder que possuía para manter cativa aquela linda mulher. Sua mágoa, seu ódio, seu desejo lhe cegaram e anda continuavam a cegar porque não sabia se seria capaz de abrir mão de Júlia.
                      Ainda ponderava quando a porta abriu e lá estava Alex.
                      O magnata tentara tantas vezes entrar em contato com a filha de forma vã que decidiu ir até ela.
                 -- O que houve? -- Ele se aproximou preocupado. -- Vitória passou por mim esbravejando.
                 A empresária se levantou, tentava disfarçar o incômodo com o acontecido.
                 -- Não é nada! -- Pegou a bolsa de couro marrom. -- Tenho que resolver uns problemas.
                 -- Mas, filha, vim falar com você.
                 -- Prometo que depois conversaremos.
                 Sem mais, deixou o escritório, enquanto o Terzak ficava a imaginar o que poderia ter se passado com a única herdeira que tinha.



                 A fisioterapeuta estava em sua sala quando ouviu batidas na porta.
                 Estranhou, pois não havia nada marcado para aquele horário.
                Deu permissão para que entrasse e levantou rapidamente quando viu de quem se tratava.
                Senhor campbel! O dono do hospital, ou seja, seu chefe!
              Só o viu uma única vez, ele não aparecia muito devido ter muitos outros negócios, tinha uma aparência simpática e um olhar gentil.
                Um senhor de cabelos totalmente brancos, mas que ainda conservava a beleza da juventude.
                 -- Boa tarde, senhorita Wasten. – Ele falou estendendo a mão em cumprimento.
                A doutora imediatamente deu a volta, aproximando-se, aceitou o cumprimento do homem.
             O padrinho de Elizabeth fitou curiosamente a jovem à sua frente. Desde que a afilhada intercedera pela funcionária, sentira-se interessado em conhecer pessoalmente a mulher que despertara algum tipo de humanidade na jovem Terzak. Conhecia a milionária desde que nascera e nunca a viu se importar com nada, nem com ninguém, ainda mais com uma humilde fisioterapeuta.
                    -- Espero não está incomodando. – O senhor falou simpático.
                   -- Não! Não tenho mais pacientes, estava apenas revisando alguns casos até chegar a hora de ir para casa. -- Explicou nervosa. -- Deseja sentar? Algum problema o trouxe aqui?
                   -- Na verdade, só vim conhece-la mesmo. Ouvi falar maravilhas de você e me senti interessado em saber quem era essa tão paciente e adorável doutora. – Falou sorrindo.
                   Júlia corou!
                   O homem lhe beijou a mão, despediu-se e saiu.
                 Aquilo fora muito estranho, pensava a doutora. Quem falara dela para o patrão? Será que ele estava ali por causa da história da demissão?
                    Será que estava repensando tirá-la dali?
                    Encostou-se na escrivaninha, enquanto cruzava os braços sobre os seios.
                    Em breve não permaneceria mais naquele lugar, mesmo que gostasse do trabalho, sabia que teria que ir para longe para proteger a filha.



                   Henrique estava em seu consultório quando a secretária o avisou que tinha uma paciente.
                Ele queria poder negar-se a atender, mas o dono do hospital estava por ali e não queria arrumar problemas.
                    Quando a porta abriu, sua sala fora envolvida por aquela áurea de poder.
                    Não havia dúvidas de como Elizabeth Terzak era violentamente linda. Não deveria existir um único ser vivo imune àquele charme. Aquela era a única mulher que poderia competir em beleza com Júlia. Poderia até esquecer a fisioterapeuta se fosse com aquela Afrodite.
                   Rapidamente o jovem contornou a mesa e aproximou-se de Elizabeth, estendendo a mão. A jovem ignorou o gesto.
                     -- É um prazer tê-la em meu consultório. O que a senhorita deseja? -- Falou sem se importar por ter seu cumprimento esnobado.
                    A empresária o fitou demoradamente.
                    Achava-o um idiota sem sombra de dúvidas.
                  Dava para ver no seu olhar imundo que a desejava. Tinha asco daquele homem, ainda mais quando pensava que ele fora namorado da Wasten.
                   -- Sabe o que eu desejo, seu medicozinho de merda? Que você se afaste da Júlia e deixe de querer prejudicá-la.
                     Henrique empalideceu diante das palavras.
                    -- De de que você está falando? – Gaguejou.
             -- Não me chame de você porque não lhe dei esse direito! E quanto ao que eu disse, mantenha-se afastado da doutora Wasten ou vai ter o desprazer se tornar meu inimigo. Acredite, eu sou capaz de qualquer coisa para destruir os que cruzam o meu caminho. – Bateu de leve no peito dele. – Passar bem, doutor. – Sorriu arrogante.
              O médico continuou parado no mesmo lugar. Pasmo e sem entender o que acabou de se passar. Por que aquela mulher defendia tanto sua ex-namorada?




                 Júlia já estava quase pronta para ir embora, quando mais uma vez batidas a interrompera. Viu a porta se abrir e Elizabeth Terzak aparecer.
                  Não a via desde a noite de sábado. 
             Quando acordara no dia seguinte só havia nos lençóis da cama o cheiro da empresária. Depois fora informada por um dos empregados que a jovem partira ainda de madrugada e apenas deixara o recado para que o motorista levasse a doutora para casa.
                   Ainda se recordava de como ela agira de forma humilhante ao lhe chamar em seu quarto para satisfazer suas necessidades carnais. Sentiu-se suja e sentira um alívio grande quando não fora preciso transar com a filha de Alex.
                    Viu os olhos verdes passear por todo seu corpo e isso lhe provocou um frio na espinha.
                     Pegou a jaqueta e vestiu-a sobre a camiseta, depois cruzou os braços sobre os seios que se mostravam doloridos.
                  -- Posso ir em casa, antes de me tornar o objeto da sua orgia pessoal? – Indagou sarcástica. -- Preciso de um banho, higienização, essas coisas né. 
                  Elizabeth estreitou os olhos. Não estava ali para brigar, desejava poder esclarecer as coisas. Sabia que seria difı́cil ser perdoada por Júlia, nem sabia se era aquilo que queria.
                    Deu alguns passos parando bem perto dela.
                 -- Por que você permitiu que isso fosse tão longe? – Encarou-a. – Por que permitiu que eu descontasse na pessoa errada toda a minha raiva?
                   A doutora a fitou confusa, não entendia nada que a empresária falava.
                 -- Você está louca? De que estais falando?
               -- Eu já sei que você não é a mãe da Anny, sei que quem fora amante do meu noivo foi sua irmã e não você.
               A Wasten ainda pensou em discordar, mas aquele não era mais o momento para mentiras. Chegara a hora de toda a verdade, o momento de despejar tudo que estava preso dentro si. Todas as lágrimas que derramara por culpa daquela mulher.
                   Conseguia ver em seu olhar inflexível e arrogante toda a verdade.
                -- Bem, então agora você deve lembrar que fez tudo para roubar o namorado da minha irmã, até conseguir, sem falar no dinheiro que você ofereceu para que a Clarice abortasse o bebê que estava esperando, e para não esquecer, deve ter recordado de ter roubado e destruı́do a empresa do meu pai.
                     A filha de Alex parecia perplexa diante das incriminações.
                    -- Eu não sei do que você está falando. – Negou intrigada.
                    A fisioterapeuta pegou as coisas para sair, mas fora detida pelo braço.
                    -- Você não vai a lugar nenhum antes de me explicar todas essas acusações.
                  --  Não  são  acusações,  Terzak,  são  fatos  terríveis  que  você  praticou.  –  Puxou  o  braço.  –  Sua  maldade  infinita  foi responsável por muitas desgraças, até mesmo a morte da minha irmã. -- Disse aumentando o tom de voz. -- Então não me venha cobrar nada, pois só eu sei o que tive que passar quando fiquei sabendo quem era você... -- Passou a mão pelos cabelos. -- Eu estava sendo obrigada a transar com a pessoa que destruiu a minha família.
                    A doutora parecia finalmente ter conseguido colocar para fora tudo que estava engasgado há muito tempo.
                 A empresária ouvia tudo e era como se nada daquilo fizesse sentido.
                 Sentou-se! 
              Aquilo não poderia ser verdade, poderia não ser uma santa, mas não seria capaz de atentar contra a vida de uma criança e a morte da amante do noivo.
                 Não!
                 Levantou a cabeça, encarando a fisioterapeuta.
                 Em suas memórias não havia resquícios de tudo o que ela estava dizendo. Havia um branco tão grande que chegava a doer quando forçava as lembranças.
                  A Wasten não pareceu se importar diante daquilo, pois continuou com as palavras duras:
              -- A minha irmã nunca foi amante do seu noivo. – Dizia implacável. – Você que fora, fora você quem se intrometera num relacionamento. Fora você a culpada por Anny não ter o pai, nem a mãe ao seu lado, você é a única safada de toda essa história suja.
                  Elizabeth levantou e avançou nela. Segurando-lhe o ombro, empurrou-a contra a parede.
                  Fitaram-se intensamente. 
                  -- Não ouse falar comigo assim, ou...
                 -- Ou o quê? – A doutora a interrompeu, se soltando. – Vai continuar me usando para sexo? Vai continuar esse jogo sujo de humilhação, mesmo sabendo que eu não te fiz nada para merecer isso? -- Começou a tirar a roupa. -- Vamos transar aqui mesmo? Deseja que faça o papel de prostituta?
                   A Terzak meneou a cabeça negativamente.
                -- Não! – Negou. – Preciso apenas esclarecer as coisas contigo. – Passou a mão pelos longos cabelos. – Eu não lembro de nada... Júlia, por favor, não há lembranças sobre nada disso.
                     -- O fato de não lembrar não significa que não fez. -- Retrucou duramente. 
                    A empresária fitava a bela morena e não a reconhecia. 
                     -- Me desculpa.
                  Elizabeth nunca virá tanta raiva naquele doce olhar. Aquilo era insuportável demais, era como se mil laminas lhe penetrassem o corpo.
                    A mãe de Anny exibiu um sorriso cheio de deboche.
                -- Não me peça desculpas, apenas me deixe em paz junto com a minha filha. Suma das nossas vidas para sempre. – Pegou a bolsa e seguiu até a porta, parando para olhá-la. – Ah, eu não sabia que era você quando estive na sua ilha, eu nunca teria ido para cama contigo se chegasse a imaginar que fora você a mulher de Marco. -- Apontou-lhe o dedo em riste. -- Eu teria me recusado a atendê-la com toda certeza, mesmo sendo um comportamento reprovável para minha profissão.
                    -- Você esteve em minha cama outras vezes. – Retrucou. -- E já sabia quem eu era. -- Tentava retomar o orgulho perdido. -- transou comigo depois de saber quem eu era.
                        -- Estive porque fui obrigada... Caso contrário não teria jamais tocado em mim.
                        A Terzak chegou mais perto.
                         -- Você disse que me amava.
                        -- Foi apenas uma forma de manter minha filha comigo. Não se perturbe com isso, fora apenas mais um engano em nossas vidas... Esqueça como esqueceu do resto.
                     Liz observou a porta fechar-se e morena desaparecer. Continuou no mesmo lugar, buscando assimilar tudo que fora falado.
                        Não imaginara que as coisas chegariam àquele ponto. Mas, o que ela esperaria? Lógico que Júlia estava certa, a mimada Elizabeth Terzak já fizera coisas piores, aquilo deveria ter sido mais uma de tantas.
                           Pela primeira vez enxergava o tipo de pessoa que era. A doutora deveria realmente se manter longe. 
                             Riu amarga.
                          Chegara a pensar que as coisas poderiam se resolver, chegara a tolice de acreditar que a Wasten realmente a amava.
                           Sentou na cadeira.
                           Sentiu lágrimas rolarem.
                       Como poderá imaginar que uma mulher tão doce e integra como a tia de Anny poderia amá-la? Ninguém a amava. Nunca fora amada, sua vida sempre fora regida pelo poder, pela conveniência. Todos queriam tirar proveito do seu poder, seu dinheiro, seu status. Menos a doutora. A doutora não queria nada que viesse dela.
                        O melhor a fazer agora é seguir para longe. Assim, Júlia não teria que sofrer com a sua presença.

Comentários

  1. Muito obrigada por postar, em tempos de quarentena é muito bom ler suas histórias.

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  2. Fico feliz, meu bem, também é uma distração para mim e para as preocupações.
    Beijão e boa noite.

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