A fera ferida -- Capítulo 20
Naquela noite, Elizabeth se sentia mais uma vez atormentada por todos os demônios. Todos os seus pensamentos giravam em torno da doutora, fosse eles por raiva, desejo ou algo mais que preferia barrar de sua imaginação. Era fácil lidar com a fúria e sua paixão poderia ser facilmente satisfeita, afinal, Júlia não podia lhe negar aquilo, ela era obrigada a saciar qualquer uma de suas aspirações carnais, o problema era que só aquilo não lhe aplacava a fome, queria mais, porém não podia nem sonhar com algo assim. Aquela mulher já mostrara que não era alguém em quem se poderia confiar, talvez a única coisa verdadeira que tivesse nela era o seu amor por Anny.
Sentou na cama e acendeu a luminária.
Deveria ter ido atrás de Mariana, poderiam ter saído, conversado e se distraído.
Pegou um livro que tinha começado a leitura e voltou a deitar prestando atenção nas imagens coloridas. Era uma enciclopédia que trazia animais diversos, gostava daquele tipo de leitura, mas não naquele momento, pois já lera a mesma frase inúmeras vezes, mas nem sabia o que ela estava a dizer.
Jogou a brochura longe, levantando-se.
Seguiu até as portas de vidro que dava para a varando.
Respirou fundo!
Chega!
Iria continuar usando-a para sexo. Não sentia nada mais que um apetite voraz por ela, então era isso que faria e deixaria de lado aquelas besteiras que chegara a cogitar. Júlia Wasten era uma qualquer, uma safada que não tivera nenhuma moral em começar um relacionamento com um homem comprometido, então não pagaria de santa com ela. Não mesmo!
Rafael já ligara inúmeras vezes para a chefe, mas ela não atendia o celular. Já eram quase dez e nada de ela aparecer e para piorar Vitória Dilon a estava esperando e tratando todo mundo pior do que se fossem seus escravos.
Seguiu pelo corredor e sentiu a respiração voltar ao normal ao ver a bela empresária se aproximar.
Ela trazia aquele sorriso sádico nos lábios.
Observou os trajes informais que ela usava. Jeans, camiseta e jaqueta. Os cabelos estavam presos.
-- Bom dia! – Elizabeth cumprimentou ao chegar perto. -- Algum problema?
-- Meu Deus, por que você não atende o telefone, eu já estava tendo um ataque aqui.
-- Por favor, não dê pinta! – Reclamou, relanceando os olhos tediosamente.
O rapaz ficou ofendido com o comentário.
-- A sua sogra está em sua sala e o humor dela parece pior do que o seu.
O que a Dillon poderia querer agora?
Talvez fosse mais interessante pagar a alguém para fazê-la sumir do seu caminho, pois nem o dinheiro que estava dando a ela, parecia mantê-la distante.
-- Certo! Vou lá ver o que ela quer.
Vitória observava o luxuoso escritório da empresária. Uma pena o filho ter morrido, poderiam ter desfrutado do dinheiro da jovem. Mas estava pensando em algo para tirar vantagem da enorme riqueza da ex-nora. Usaria a culpa que ela carregava para fazê-la perceber que deveria bancar todos os mimos da família do seu amor, usaria isso ao seu favor.
Sorriu!
-- Bom dia, Vitória!
Liz a cumprimentou, enquanto lhe dirigia um sorriso forçado.
Não gostava de receber visitas daquela mulher, nem mesmo quando Marco era vivo.
-- Pensei que iria ficar o dia todo te esperando aqui. – Respondeu irritada.
Elizabeth apenas deu de ombros e sentou em sua cadeira.
-- O que te traz aqui? – A encarou.
-- Eu quero saber se você já deu um fim na filha de Marco?
-- Quê? – A empresária parecia surpresa. – Que fim você quer que eu dê naquela criança?
-- Eu não sei! Apenas quero que se livre dela, no futuro não quero nenhuma bastarda...
-- Cale a boca. – Interrompeu a outra. – Anny não vai precisar de nada que você tem e não esqueça que ao assinar aquele papel passou todos os seus direitos para mim. – Continuou firme. – Então, mantenha-se longe dela.
A mulher ficou pasma com a paixão que a outra defendia a sua neta. Era o que faltava, ter criado amor pela filha de Marco.
“Poderia se aproveitar disso. ” – Pensou Vitoria.
-- Ela não é sua filha, é filha de outra mulher, uma que foi preferida para gerar essa criança, ao invés de você, não esqueça disso. – Falou venenosa.
-- Acredite, isso que você falou me persegue o tempo todo.
-- Imagino que sim, ainda mais quando lembra que foi a culpada pela morte do pai dessa menina e do meu único filho.
Elizabeth já estava cansada de ouvir aquilo.
-- Você quer mais alguma coisa? – Indagou impaciente.
-- Sim, estou precisando de dinheiro, tive algumas despesas extras.
-- Eu te dei quinhentos mil só pela assinatura naquele papel. O que você fez com todo esse dinheiro? – A empresária estava incrédula com o pedido.
A mulher se enrolou toda na hora de explicar o motivo de precisar de mais ajuda.
-- Eu sinto muito, mas não vou te dar mais um único centavo. – Levantou-se. – Agora tenho uma reunião. – A dispensou.
-- Você está me expulsando? – Falou indignada, levantando-se. – Se você não tivesse matado meu filho naquele acidente eu não estaria aqui mendigando nada. – Dramatizou chorando.
-- Não estou te expulsando, fique aı́. Mas eu estou indo. – Fez um gesto com a cabeça e seguiu para fora.
Quando Elizabeth deixou a sala, Vitória voltou a sua postura normal. Aquela fora a primeira vez que não conseguira arrancar nada da jovem Terzak. Sempre fazia suas chantagens saia com o bolso cheio, porém agora nada funcionara. Ela sabia que precisava pensar em outra coisa, ficaria de olho nos passos milionária, talvez conseguisse uma nova forma de lhe tirar sua fortuna.
-- Desgraçada arrogante! – Resmungou com raiva.
Júlia trabalhara muito naquele dia. Tinha um caso complicado, um garotinho que machucara gravemente a coluna e perdera parte dos movimentos. O menino devia ter mais o menos uns dez anos e apesar de ser muito calado, dava para perceber que tinha grande força de vontade para sair daquela cadeira de rodas.
Estava quase na hora de sair, quando lembrou sobre a ameaça que recebera do ex-namorado, graças a Deus fora apenas um blefe, não perdera seu amado trabalho.
Pegou o jornal que estava sobre a mesa. Começou a folhear e foi quando viu a foto de Elizabeth Terzak. Ela estava ainda mais linda com um vestido de noite preto, os cabelos presos num elegante coque. Era uma verdadeira deusa. Virou a página e a viu novamente, mas dessa vez ela não estava sozinha. Mariana pousava ao seu lado.
Jogou o folhetim informativo longe.
Por que tinha que se importar com aquela mulher?
Pelo menos, agora a empresária não lhe procuraria mais. Desde o aniversário da Anny, não a encontrava. Agora entendia o motivo.
Encostou-se na cadeira, fechando os olhos.
Lembrou a primeira vez que viu aqueles lindos olhos verdes. Estavam cheios de dor, de mágoa e medo. Sempre com aquele ar exasperado e arrogante. Aquele sorriso sarcástico que sempre lhe tirava do sério, mas que também fascinava. Por que tinham que ser daquele jeito? Parecia que o destino tinha decidido brincar com ambas. Bem, Elizabeth não parecia se importar muito, tudo era apenas sexo.
Levantou-se. Era melhor ir embora.
Estava saindo da sala quando se deparou com Henrique no corredor, tentou seguir, mas ele a deteve pelo braço.
-- Solte-me! – Ordenou.
-- Preciso falar contigo.
-- O quê? Mais uma ameaça? – O encarou furiosa.
-- Me desculpa, por favor. – Abraçou-a. – Não consigo ficar sem você, estou disposta a qualquer coisa para te ter ao meu lado.
-- Boa noite! – Mariana os cumprimentou.
Foi nesse momento que a Wasten percebeu quem estava com ela e a observava ameaçadoramente.
-- Fico tão feliz que vocês tenham voltado. Formam um casal tão lindo, não é Beth?
A fisioterapeuta conseguiu livrar-se dos braços do médico.
-- Não perco meu tempo vendo casalzinho idiotas. – A empresária retrucou sem conseguir disfarçar a raiva. – Tenho coisas mais importantes para fazer.
-- Eu te acompanho.
A loira teve que correr para alcançar a milionária.
-- Janta comigo? – Henrique pediu.
-- Sinto muito, mas não posso.
O médico observou a jovem ir embora. Não iria desistir dela, não mesmo. Iria fazê-la perceber que ele era sua melhor opção. Tinha um plano para aquilo.
Naquela noite, a empresária dispensara as investidas de Mariana. Não tinha nenhuma vontade de ficar com ela. Sim, a verdade é que começara a sair com a loira, mas o fizera apenas para tentar tirar Elizabeth dos pensamentos, o que era inútil. A cada dia que passava sua febre aumentava mais e mais.
Seguiu até o bar e viu a imagem no reflexo das garrafas.
O telefone tocou interrompendo seus pensamentos conflituosos. Não atendeu e logo a voz da secretária eletrônica trazia a voz do pai.
Encheu o copo mais uma vez, colocando algumas pedras de gelo.
Não desejava jantar com Alex, nem vê-lo, nem ter uma conversa. Mesmo que fosse o homem que a protegera de tudo, não conseguia vê-lo assim, ainda mais com aqueles problemas que estava enfrentando.
Sabia que ele estava namorando um modelo grega, viu a fofoca em uma daquelas revistas, então esperava que dessa vez a relação durasse, assim, ele a esqueceria como nas outras vezes.
Bebeu mais um pouco.
Sentiu o álcool queimar a garganta, mas isso não a incomodava mais, até gostava da sensação.
Pegou a garrafa e seguiu até o sofá, sentando-se.
Sabia que beber não era uma boa ideia, ainda mais porque isso só aumentava os sentimentos em relação à doutora.
Suspirou.
A fisioterapeuta estava jantando com Jane, Anny fora dormir cedinho. Também gastara todas as energias tentando se equilibrar sobre a bicicleta.
-- Por que não teve aula hoje? – Júlia indagou entre uma e outra garfada.
-- O professor teve que viajar, então fomos liberados.
O som da companhia interrompeu a conversa. Ambas estranharam devida a hora, mesmo assim a Wasten foi até lá e abriu.
-- Boa noite!
A fisioterapeuta deparou-se com o motorista da empresária.
-- Boa noite! – Respondeu a saudação.
-- A senhorita Terzak exige sua presença em seu apartamento.—O homem foi direto.
A jovem não esperava por aquela intimação, ainda mais uma hora daquela. O que tinha acontecido? Cansara de brincar de amor com Mariana?
Ainda se sentia engasgada com as imagens que tinha visto no jornal, ainda sentia a raiva subir ao se recordar de como as duas pareciam felizes e sorridentes para as câmeras.
-- Eu não irei. Diga a sua patroa que não vou sair da minha casa, estou muito cansada.
O homem apenas assentiu e foi embora.
Julia não estava disposta a continuar realizando todas as manhas daquela mulher mimada. Que ficasse com quem quisesse e a deixasse em paz.
Eram quase dez horas, como no dia seguinte seria sábado, a mãe de Anny ficará até tarde lendo. Raramente tinha tempo para isso, mas sempre que podia colocava a leitura em dia. Tinha ido tomar água para deitar quando ouviu batidas na porta, quem poderia ser uma hora daquelas?
Preocupada, fitou o olho mágico e lá estava a Terzak. Ainda pensou em não abrir, mas as batidas continuavam e logo acordaria os vizinhos e teria um sério problema.
Girou a chave na fechadura e logo estava de frente para a empresária.
Ela usava camisa de mangas longas com botões dourados e na cor branca, também estava usando uma saia do mesmo tecido que ia até os joelhos. Estava toda amarrotada e as bochechas bastante rosadas.
-- Já que a montanha não vai a Maomé...
A jovem desequilibrou-se, mas Júlia foi rápida, segurando-a. Foi então que percebeu que a mulher estava totalmente embriagada.
Ajudou-a a sentar-se no sofá.
-- O que você veio fazer aqui? Está bêbada, deveria estar dormindo em seu apartamento. -- Tentava falar baixo para não acordar ninguém.
-- Quero dormir contigo. – Fez um grande esforço para pronunciar aquelas palavras. --Transar contigo...
Júlia corou diante das palavras. Cruzou os braços sobre a camisola para que ela não visse que os biquinhos dos seios já reagiam.
-- Vai embora daqui agora!
-- Nossa, você dorme sempre assim é? -- Mordiscou o lábio inferior, enquanto inspecionava-a de cima abaixo.
A doutora viu que daqui a pouco a milionária pegaria no sono, precisava levá-la para o quarto, deitá-la para ver se aquele estado ébrio passaria.
-- Vem cá, vem.—Segurou-a, apoiando-a em seu ombro.
Conseguiu praticamente arrastá-la até seu quarto, mas quando estavam perto da cama, a jovem desabou sobre o colchão.
Júlia respirou fundo, tentando recuperar o fôlego.
Aquilo só podia ser uma brincadeira. Elizabeth Terzak totalmente porre na sua casa, na sua cama.
Olhou pela janela para ver se o carro dela ainda estava lá embaixo. Não! O motorista com certeza recebera ordens
Subiu na cama para ajeitar a empresária que jazia toda atravessada.
-- Ju, meu amor.
A fisioterapeuta a virou de costas. Fitou-a, pensou que ela estivesse desperta, mas não estava, porém continuava pronunciando seu nome.
Olhava-a e desejava tocá-la, senti-la, parecia tão frágil naquele momento. Aproximou-se, sentando-se no leito.
-- Liz, o que veio fazer aqui hein? -- acariciou a face com as costas da mão. – Quem dera eu fosse seu amor, porque mesmo que eu não queira, mesmo que morra de raiva do seu irritante jeito de ser, você é o meu. – Tocou- lhe os lábios em um beijo leve.
Percebeu que a jovem ainda estava vestida com roupas formais. Resolveu tirá-las, deixando-a mais à vontade. Em seguida, apagou a luz e deitou-se ao seu lado.
Fechou os olhos, abraçando-a, estreitando-a bem pertinho de si. Era tão perfeita a sensação de tê-la ali. Por um momento imaginou que não havia nenhuma confusão entre elas e que só um sentimento poderoso e maravilhoso imperava.
Não!
Precisava para de alimentar aquelas ilusões, entre as duas só havia mágoa, dor e o desejo de vingança de Elizabeth.
-- Só por essa noite vou imaginar que não é assim. – Sussurrou em seu ouvido. – Você não pode me ouvir, né? Então, vou te contar um segredo que jamais poderei falar para ti. Eu te amo demais, sou completamente apaixonada por você, minha deusa arrogante.
No dia seguinte...
Henrique estava numa cafeteria no centro da cidade. Tivera uma enorme sorte em conseguir o contato de Vitória Dilon.
-- Doutor Henrique?
O rapaz levantou-se para puxar a cadeira para a senhora bem vestida. Era uma mulher bonita, deveria ter uns cinquenta anos ou até menos.
-- Sim!
-- Seja breve, não tenho muito tempo. – Falou soberba.
Elizabeth abriu os olhos. Fechou rapidamente. Parecia que alguma coisa lhe esmagara o crânio. A dor era terrível.
Tentou mais uma vez, fazendo-o devagar e deparou-se com uma cabeleira preta espalhada sobre seu peito. Examinou melhor a figura, inalou aquele doce cheiro e rapidamente soube de quem se tratava.
Júlia!
Aos poucos, sua mente foi clareando.
Lembrou de ter mandado o motorista vir buscar a doutora e levá-la para si. Recordou também que a jovem se negara a ir ao encontro. Então bebera tanto que não lembrava bem o que acontecera por último, só que estava ali, tendo deitada em seu peito aquela linda morena.
Afastou-lhe um pouco. Precisava tomar um banho. O cheiro de álcool a estava deixando enjoada.
Levantou-se em silêncio para não acordar a bela anfitriã. Explorou o novo ambiente e encontrou o banheiro. Tudo era muito organizado. Havia um pequeno armário onde tinha tudo que alguém necessitava.
Ligou o chuveiro e ficou sob a água por alguns minutos. Fez a higiene pessoal. Encontrou um roupão e vestiu-o.
Retornou para o quarto.
Júlia despertara com o barulho do chuveiro. Tinha o sono muito leve. Elizabeth fitou aqueles lindo olhos azuis que a observava minunciosamente.
-- Bom dia, doutora. – Cumprimentou-a. Deitou novamente ao lado da jovem.
A fisioterapeuta apenas deu de ombros e cobriu o rosto com o braço. Não gostava muito de acordar cedo nos fins de semana, sem falar que dormira muito pouco, pois a empresária não parara de balbuciar palavras sem nexos.
-- É falta de educação não responder as pessoas.
A empresária baixou a coberta ficou se deliciando com a visão daqueles lindos seios sobre a camisola. Apoiou a cabeça em dos braços e com a outra mão iniciou carı́cias no colo firme.
Julia tentou ignorá-la, mas quando percebeu que Elizabeth descia as alças de sua roupa, desnudando os monte, beijando-os, lambendo-os e chupando-os.
-- Para, a Anny costuma vir para o meu quarto quando acorda. – Segurou-lhe a cabeça.
-- Que horas ela acorda? – Fitou-a, ainda com a boca no mesmo lugar.
-- Umas seis e meia.
Elizabeth olhou para o relógio da cabeceira da cama.
-- Pois nós ainda temos uma hora, minha deusa.
A fisioterapeuta não permitiu que ela continuasse. Levantou-se.
--Você já se cansou da Mariana? – Perguntou, ajeitando a roupa.
A empresária cruzou os braços atrás da cabeça, olhando-a displicentemente.
-- Gosto de variar. – Sorriu, desviando-se do travesseiro que voou em sua direção. – Ei, oh, eu já estou cansada dessas suas violências, sempre está batendo em mim.
-- Ah, por favor, me poupe! Você não é nenhuma inocente. – Retrucou apontando o dedo em riste. – Está sempre me provocando, debochando de mim.
-- Eu não lembro de ter feito isso. Apenas manifesto o meu desejo por ti.
A doutora deu-lhe as costas e apoiou-se na penteadeira. A empresária era por demais dissimulada. Acabava com sua paciência.
Viu pelo espelho a empresária se aproximar e ficar apenas alguns centı́metros afastada. Elizabeth despiu-se e percebeu o olhar da outra faminto sobre seu corpo.
Júlia fechou os olhos, foi quando a sentiu lhe abraçar pela cintura.
-- Eu sei que você me quer e só quero ficar contigo, quanto a Mariana ela não representa nada na minha vida.
Entreolharam-se pelo reflexo do vidro. A mãe de Anny engoliu em seco, enquanto tentava não se distrair com a visão do corpo feminino.
-- E eu represento alguma coisa?
Liz a virou para si.
-- Sim! Representa o que mais quero nesse momento.
Júlia não queria que fosse apenas naquele momento, queria que fosse para sempre. Mesmo assim, se entregou aquele beijo. Aquela boca era tudo que ela precisava para acalmar seus temores e amenizar sua saudade.
A empresária a despiu pacientemente. Beijando cada parte da pele que se revelava aos seus olhos, desceu a calcinha da jovem e ajoelhou-se diante dela. Tocou naquele perfeito triangulo, examinando aquele pequeno paraı́so. Abriu-a, depositando um demorado beijo, de inı́cio só os lábios se tocaram. Arqueou a cabeça e viu-a com os olhos fechados.
Continuou se deliciando, sentindo e aspirando aquele aroma gostoso e excitante.
A doutora apoiou as mãos no móvel. Suas pernas estavam trêmulas. As lindas esmeraldas a mirava, enquanto sua lı́ngua delineava seu sexo ousadamente.
-- Você é tão gostosa, Júlia. Poderia passar toda a minha vida aqui, te saboreando, eu sei que também gosta. – Sugou. – Fala para mim, fala, fala que adora ser minha e que quer gozar na minha boca.
A fisioterapeuta apertou a borda da madeira.
-- Sim, ain.—Gemeu. – Eu adoro quando me chupa assim, ain, adoro quando me faz sua, ain!
A empresária sorriu vitoriosa e continuou o trabalho, os gemidos da amante a deixava ainda mais louca. Absorveu mais e mais aquele mel que escorria, aumentando os movimentos na mesma medida que os quadris de Julia dançava para ela.
A doutora gritou ao sentir um poderoso orgasmo se apossar de todo seu corpo. Sentiu lágrimas quentes molharem seu rosto.
Elizabeth levantou-se, abraçando-a e lhe secando o pranto com doces beijos. Estreitou-a tão perto que dava para a outra sentir as batidas do seu coração.
-- Eu te amo!
A empresária a fitou surpresa ao ouvir aquela frase.
Que capítulo maravilhoso.
ResponderExcluirMaravilhoso como sempre...volte logo
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