Dolo ferox -- capítulo 45
O sol dentro de duas horas se despediria do céu. Não parecera brilhar tanto naquele dia de um evento tão importante. Mesmo desejado pela família de Nathália, o enlace não fora realizado ao meio dia, pois a trapezista insistira em acompanhar o filho ao pediatra, irritando ainda mais a matriarca vilã.
Todos os olhares estavam voltados para a bela noiva. A neta de um dos homens mais poderosos do país jazia a esperar pela herdeira da duquesa de Hanminton, mas seu olhar não denotava felicidade, apenas esboçara sorrisos quando seu amado Papi apareceu para lhe dar um abraço ou quando o pequeno filho lhe jogou beijos, tirando isso, a morena exibia um ar de total exasperação diante dos presentes.
Sentados em bancos, havia inúmeros convidados a exibir seus trajes de gala com seus chapéus em massa fina.
Alguns ousavam comentar em tons discretos, afinal, a aristocracia não podia ser vista como uma classe fofoqueira e mesquinha, precisavam tecer seu papel de cordatos, cristãos e generosos diante dos olhares do mundo. Muitos pareciam condenar o fato de ser um casamento entre duas mulheres, mas quem ousaria falar isso a plenos pulmões, sabendo que Nicolay expulsaria não só dos seus domínios, como também deixaria de beneficiar aos que estavam ali em seus negócios.
Uma ausência comentada era a de Nícolas, enquanto outros se aproximavam e ainda prestavam condolências à aristocrata pela perda da sua neta Natasha Valerie.
Valentina apenas ouvia Isadora agir como a avó que ficara destruída com o terrível atentado que tirara de si a gêmea de Nathália, mas não precisava conhecer a horrorosa mulher para desconfiar que quando levava o lenço aos olhos, não estava a limpar lágrimas.
Desgraçada!
Viu o filho nos braços do avô e desejou se aproximar, tomá-lo consigo para que pudesse ter forças para seguir em frente com aquele plano terrível.
Observou a juíza que fora escolhida para fazer a união. Era uma mulher bonita e de última hora precisara substituir o juiz que faria a cerimônia, o homem fora acometido por um repentino mal estar.
Voltou a fitar o imenso jardim que tinha sido especialmente decorado para aquela ocasião. Um carpete branco tinha sido feito o caminho para que as noivas andassem sobre as rosas brancas, essas enfeitavam todo o lugar, como símbolo da pureza das duas mulheres.
Relanceou involuntariamente os olhos em tédio.
Há tempos tinha se entregado a outra, há tempos seu corpo e sua alma pertencia a Natasha, então aquilo não passava de um desperdício teatral.
Observou ao longe o enorme e exagerado bolo. Viu a fartura do banquete que já estava sendo servido e lembrou-se de que nada daquilo lhe interessava.
Fitou a mansão de três andares onde dormiria pela última vez naquela noite. Recordou-se do quarto que fora trancafiada na noite que gritara diante de todos seus sentimentos.
Soltou um longo suspiro.
Como estaria a ruiva naquele momento?
Presa em sua fazenda, esbravejando a todos quem era e que não tinham o direito de prendê-la ali.
Um sorriso brincou em seus lábios.
Ainda a via dizer a plenos pulmões quem era: Natasha Valerie de Hanminton.
Naquela hora que os lábios proferiram essas palavras, ansiou por beijá-los, deveria tê-lo feito, deveria ter feito amor com ela dentro daquele estábulo, assim haveria uma lembrança recente para levar para suas noites frias com Nathália, mas tivera tanto medo que a empresária fosse descoberta que decidiu sair de lá o mais rápido possível.
Sentia vontade de provocar só em imaginar que a neta amada de Isadora chegaria a lhe tocar. Não, não poderia permitir, não suportaria senti-la, seria muito para fazer naquela história.
-- Sorria para os convidados, pois parece que está no enterro da sua amada selvagem.
A voz de Isadora a cochichar em seu ouvido lhe tirou dos assombrosos pensamentos.
Fitou a odiosa mulher.
-- Por que haveria de fingir diante de ti, afinal, em uma certa madrugada eu entrei em uma das elegantes sala da mansão e gritei diante de todos por quem eu estava apaixonada.
A mais velha lhe dirigiu um olhar cheio de ódio.
-- Como sua tia, seu gosto é horrível. -- Disse com escárnio.
-- Sim, acho que ela provou das perícias da sua neta com sangue dos antigos vikings e não resistiu.
-- Você é uma vagabunda! -- Sussurrou. -- Não é digna de Nathália, não é digna de entrar para a minha família.
Valentina dramatizou levando a mão ao peito como se tal informação a tivesse ferido mortalmente.
-- Se não o sou, se acha mesmo isso, por que vai deixar sua preciosa neta desposar-me?
-- Infelizmente, porque ela cismou que gosta de você, mas isso não vai durar, isso vai acabar rápido, então acerto as contas contigo.
-- Como fez com a minha tia?
Os olhos verdes de Isadora se arregalaram como se estivesse diante de um fantasma que saia das catacumbas.
A circense sabia que ela estava totalmente envolvida naquele assassinato e assim que as provas estivessem prontas, ela iria para a prisão.
-- Bem, você sabe quem cometeu esse crime… -- A velha já dizia recuperada. -- Uma pena que seu pai não pôde deixar a prisão para comparecer ao casamento, afinal, a única filha dele casando e ele trancafiado pela morte da sua amada Valerie.
Valentina exibiu um sorriso misterioso.
-- Sinceramente, duquesa, sabe que eu agradeço por a senhora ter desprezado a Natasha, porque imagina se ela fosse maçante como sua Nathália… Que tédio!
Antes que a mulher esbravejasse, a morena seguiu até o garçom, tomando uma taça de champanhe. Tomou de uma vez todo o conteúdo, mas aquilo não era suficiente.
-- Se beber tanto não vai aproveitar a núpcias…
A Vallares se virou e lá estava Rebeka. Ela estava linda em um vestido vermelho com um corte perfeito.
Ainda sentia ciúmes quando recordava do caso que ela tivera com a Valerie.
Colocou a taça de volta e logo cruzava os braços, exibindo uma pose de defensiva.
Há tempos não a via, mas já ficara sabendo que ela vivia nos braços da futura esposa. Será que contara a neta da duquesa do seu plano?
Desviou o olhar por alguns segundos, ignorando-a, depois a mirou.
-- O que faz aqui?
A loira esboçou um sorriso simpático.
-- Fui convidada! -- Disse triunfante.
-- Ah, sim, esqueci que você foi deitar na cama da Nathália, quando disse que queria me ajudar.
Rebeka mordiscou o lábio inferior demoradamente.
-- Você nunca quis minha ajuda bem no fundo, é uma criança birrenta e ciumenta, pois deixou que sua possessividade falasse mais alto, pelo menos a Nath me aceitou de volta.
-- Você não passa de uma sem vergonha!
-- Fale baixo, futura duquesa, os convidados estão olhando. -- Alertou-a, enquanto fitava Isadora. -- Você faz parte da aristocracia, é neta de um conde, onde estão seus modos?
-- Acha mesmo que me importo com essas pessoas? -- Disse com um tom mais baixo. -- Se estou aqui hoje é apenas pelo meu filho, para que ela não caia nas garras dessas malditas mulheres.
-- Pelo que sei, o Victor não tem o sangue dos Vallares… Então, você está se sacrificando pelo filho da Natasha e não pelo seu.
Os dentes alvos da filha de Nícolas cerraram, enquanto o maxilar delicado enrijecia.
-- Ele é meu filho! -- Disse pausadamente. -- Independente de qualquer vínculo genético, ele é meu filho.
Por segundos, a admiração brilhava nos olhos da loira que logo disfarçou.
-- A Natasha condenaria seu ato.
A morena pareceu surpresa com aquelas palavras. Será que ela sabia que a Valerie estava viva? Não, claro que não, os que sabiam daquele detalhe não contaria para Rebeka, afinal, era de conhecimento de todos que ela tinha retornado para o lado da amante.
-- A Natasha não está mais aqui!
-- E você decidiu se conformar nos braços da irmã gêmea? Garanto-te que vais sentir a diferença rapidinho, ainda mais quando transarem.
A face da circense exibiu um rosado nas bochechas.
-- Disso você deve entender bem, afinal, deitava com as duas…
Rebeka esboçou um sorriso meigo, passando pela noiva e sussurrando em seu ouvido:
-- Saudades da Valerie me comendo!
Valentina fechou as mãos ao lado do corpo, seu sangue fervia, mas a loira voltou a falar:
-- Sua futura esposa acabou de chegar, baby, felicidades!
Então ao fitar a passadeira, viu todos de pé a contemplar a maldita querida da Isadora.
O garçom passava por si, segurou-o pelo braço, deixando o rapaz surpreso. Pegou duas taças, tomando-a rapidamente, sentindo a cabeça ficar tonta na hora, mas ainda não fora suficiente.
Colocou as mãos na cintura, depois olhou para o céu em uma prece silenciosa, talvez desejando que naquele momento um meteoro caísse naquele exato lugar.
Isadora lhe enviou um olhar de advertência e logo a trapezista caminhava para o lugar que deveria esperar a maldita Nathália.
A juíza lhe sorriu, mas a circense a ignorou totalmente.
Viu a duquesa seguir até a neta e lhe tomar o braço orgulhosamente para carregá-la até onde a futura esposa esperava.
Observou Helena e Leonardo aparecerem. Não os tinham visto ainda. Nem pudera conversar com ambos sobre como fora o encontro com a Natasha.
Ouviu o delicado som do piano e lembrou-se da ruiva diante do seu. Dos dedos longos tocando sua deliciosa melodia do fantasma da ópera, parecendo invadir aquela composição, como se fosse sua, como se fosse ela a dona.
Contrariando todas as regras da boa educação, deu as costas para todos, tentando segurar as lágrimas, tentando não cair em desespero e deixar aquele lugar. Fitou o buquê de copo de leite e desejou jogá-lo no chão e pisá-lo com toda sua raiva.
Como as coisas se tornaram tão complicadas naquela história?
Quem era a mente cruel que conduzia os personagens por caminhos tão tortuosos?
Será que não tinha coração?
Sentiu os olhos queimarem em lágrimas, mas as segurava heroicamente.
Não demorou para ter a Nathália ao seu lado.
Fitou o perfil feminino por alguns segundos e quando a outra lhe fitou, voltou a olhar para frente, pois algo a incomodou.
Ouvia as palavras da juíza e não conseguia entender nada, parecia distante, perdida, sozinha naquela batalha tão difícil que travava.
O que faria depois de tudo aquilo?
Sabia que Natasha ficaria tão furiosa consigo que não desejava pensar na sua reação naquele momento.
O que importava era que o filho estaria seguro consigo, estaria ao seu lado e ela o protegeria, enquanto a Valerie continuaria em segurança.
-- E então, senhorita?
A voz da juíza lhe tirou das suas divagações.
-- O quê? -- Indagou confusa.
Percebeu um sorriso na face da mulher que a desposava, mas nada disse, apenas ignorando-a.
Então percebeu que a pergunta sobre aceitar a união a Hanminton tinha sido feita.
Inclinou a cabeça para trás e viu o filho nos braços de Helena. Ele parecia feliz e desejante de ir até ela.
Viu os dentes do ruivinho.
Logo ele completaria um aninho, estava tão lindo.
Voltou a encarar a juíza e sentiu o olhar de Nathália sobre si, perscrutador, examinando cada uma das suas ações.
Novamente os olhares se cruzaram por frações de segundo e logo a morena desviava.
-- Sim… Sim…
O som saiu fraco, não havia forças, pois ela as usava para não cair em um desesperado pranto diante de todos.
Não demorou para que o casamento fosse concretizado.
Trêmula, assinou o nome sem nem mesmo ler o que havia ali.
Sentiu a mão da neta de Isadora tomar a sua e sentiu o beijo rápido em seus lábios.
Odiava-a!
Virando-se para os presentes, começaram a receber as felicitações dos convidados que faziam filas para cumprimentar as noivas. Tentou se soltar da mão que a prendia, mas foi uma tentativa fracassada, pois a outra lhe prendia com vigor.
-- Quero ir até meu filho. -- Disse fitando-a.
-- Não antes de dançarmos, minha esposa!
Novamente um garçom passou servindo e a morena voltou a pegar duas taças, bebendo-a de uma vez.
-- Pronto, agora podemos bailar, querida.
Seguiram para o lugar reservado às duas e lentamente seguiam os acordes da música, os passos da neta de Isadora eram perfeitos, enquanto Valentina fazia o possível para não se aproximar tanto dela. Já se sentia ébria e nada parecia lhe importar. Em determinado momento ela gargalhou e isso chamou a atenção da acompanhante que a fitou.
-- Tava lembrando das danças sensuais que fazia no circo! -- Voltou a rir. -- Agora danço como uma dama. -- Relanceou os olhos em tédio. -- Preferiria voar no trapézio.
A neta de Isadora a observava com cuidado. Era uma mulher muito bela a neta do conde, ainda mais ao vestir aquela roupa e usar a maquiagem que realçava ainda mais a sua beleza.
Voltou a seguir com os passos, deixando de olhá-la. Não demorou para sentir o primeiro pisão no pé.
-- Desculpe, majestade! -- Valentina falou em ironia.
-- Não deve beber mais!
As palavras foram sussurradas em seu ouvido e por alguns segundos ela imaginou se tratar da ruiva.
Idiota a confundir as duas irmãs, óbvio que não era.
Fitou a esposa, vendo-a em seu vestido branco, seu delicado penteado, os olhos verdes que brilhavam como de costume.
-- Estou a comemorar nosso casamento, duquesa!
Desvencilhou dos braços que a prendia, seguindo para o outro lado oposto. O ato não passou despercebido diante dos convidados, afinal, a dança nem mesmo tinha terminado.
Observou Rebeka lhe dirigindo um olhar tentador, mas não podia se distrair naquele momento, tinha trabalho para fazer.
Já era madrugada quando a circense seguiu para o quarto nupcial. Na manhã seguinte viajariam em lua de mel.
Subia as escadas com dificuldades. Perdera a conta de quanto e do que bebeu. Apenas tinha noção do cheiro de álcool que se depreendia do seu corpo. Chegando ao topo, sentou no degrau e ficou a olhar a grande sala. Tudo estava vazio. O silêncio agora reinava. O avô já deveria ter se recolhido. Seu filho fora levado por Helena e Leonardo mais cedo, então só restava ela para continuar a protagonizar aquele drama.
Fitou os pés descalços. Não sabia onde tinha deixado os sapatos caros, tampouco isso lhe importava.
Fitou o buquê que ainda trazia nas mãos. Não o jogara, apenas ficara consigo, símbolo da sua total desgraça. Na outra mão havia uma garrafa de vinho quase terminada. Pegara essa da adega exclusiva do avô.
Levantando-se, seguiu pelo enorme corredor. Seus passos vacilavam, mas ela não parecia se importar. Apenas parecia desejar sumir daquele mundo.
Adentrou os aposentos e ficou surpresa ao encontrar Nathália lá. Imaginou que ela ainda estaria na festa, porém não, vestia roupão branco e os cabelos estavam presos no alto da cabeça. Sentia o cheiro delicado de rosas.
O quarto estava mergulhado na penumbra, preferia assim, não queria olhá-la, não queria vê-la, queria apenas morrer naquele momento.
Levou a garrafa aos lábios, bebendo mais um pouco.
Já seguia em direção ao banheiro quando a outra lhe segurou pela braço e com voz rouca e baixa indagou:
-- Para onde vai, palhaça de circo?
Os olhos negros pela primeira vez naquele dia fitaram por mais de um minuto a mulher com quem contraiu matrimônio. Não a olhara intensamente em nenhum momento, mas agora o fazia, mirava os olhos verdes, agora pareciam escurecidos, perdidos, cheios de si.
Engoliu em seco, enquanto a mirava com atenção, pois temia ser aquilo uma peça pregada por seu cérebro.
-- Valerie! -- Falou baixinho.
Um sorriso brotou perigosamente no canto dos lábios carnudos, enquanto o característico arquear de sobrancelha acompanhava o sarcasmo que fazia parte de Natasha.
-- Ora, ora… Então você foi até o final com esse plano estúpido.
Valentina desvencilhou-se do toque, seguindo até o interruptor, acendeu a iluminação, enquanto observava a bela mulher seguir até a cama e sentar-se confortavelmente com as pernas cruzadas.
Será que aquilo fazia parte do tanto de álcool que ingeriu?
Passou a mão pelo penteado desfeito, depositou a garrafa sobre a escrivaninha.
-- Que brincadeira é essa?
A ruiva a fitava, observava com cuidado. Ela lembrava aquelas princesas de conto de fadas com seu vestido branco.
-- Não há brincadeiras,palhacinha, apenas você e eu e sua noite de núpcias com minha adorável irmã, infelizmente por motivos técnicos ela ficará ausente, então pode fechar o parquinho.
A morena se aproximou, tinha as mãos nos quadris.
-- Natasha, o que faz aqui? -- Arrumou os cabelos que já se soltavam do penteado. -- Eu casei com a Nathália, era ela quem estava ao meu lado... O que se passa?
-- Acho que a volta da minha memória me trouxe um aperfeiçoamento. -- Levantou-se. -- Livre-se desse vestido ridículo, tome um banho que te quero sóbria. -- Falou de forma impaciente.
-- Recuperou a memória,então?
-- O suficiente para saber como você agiu de forma errada em todas essas loucuras.
-- Errada? -- A morena questionou irritada. -- O que foi que eu fiz?
Valentina sentiu vontade de esbravejar diante das acusações que recebia, porém decidiu seguir até ao banheiro para que não tivesse um desgaste maior. Entretanto ao passar pela ruiva, foi detida novamente pelo braço.
-- Quero conversar!
Os olhos negros se estreitaram ameaçadoramente, observando a expressão irônica que nunca abandonava a face tão bonita. Sim, era ela, como pôde não notar? Não havia um único ser em todo aquele universo que expressasse aquela superioridade dotada de cinismo. Sim, era cínica, tão cínica que agia como se estivesse a bailar em seu próprio funeral e mesmo assim, nada daquilo lhe assustasse.
Fechou os olhos por alguns segundos, pois se sentia zonza, depois a mirou novamente.
-- Eu não quero! -- Tentou se livrar do aperto em seu pulso, mas foi uma tentativa vã. -- Solte-me!
Natasha deu alguns passos, praticamente colando-se a ela:
-- Então vamos pular essa parte e irmos direto para a lua de mel. Acho que mereço, pois pelo que sei, você estava prestes a me trocar por minha irmã.
Novamente se encararam e a trapezista desejou gritar de felicidade, mas o olhar acusador da ruiva a impedia.
-- Tecnicamente eu estou casada com a Nathália e não contigo. -- Provocou-a.
A arquiteta exibiu um sorriso perigoso, soltando a mulher, seguiu até o criado-mudo, abrindo a gaveta, retirou um envelope grande e estendeu a Valentina.
A jovem hesitou durante alguns segundos, mas depois o fez, abrindo-o, lia com atenção cada frase, depois a encarou:
-- Então eu me casei contigo?
-- Óbvio! --Caminhou até a cama, deitando-se, colocando as mãos cruzadas por trás da cabeça. -- Eu não costumo fazer nada pela metade, palhacinha.
A circense se aproximou, gesticulando-lhe a folha.
-- Onde está a Nathália?
-- Isso não é problema seu!
-- Quero saber, exijo que me conte qual o seu plano.
-- Como você me contou quando me prendeu dentro do estábulo, meu amor?
-- Estava tentando te proteger, Valerie! -- Disse por entre os dentes.
-- Casar com outra significa me proteger? -- Levantou-se, tomando-a pelos ombros. -- Já, chega, não quero mais ouvir nada, a partir de agora você apenas faz o que eu ordenar, caso contrário, você se junta com a Nathália e a Isadora.
A Vallares se sentiu novamente magoada.
--Está enganada se pensa que farei segundo a sua vontade. -- Desvencilhou-se do toque. -- E se acha mesmo que tudo o que fiz foi por querer me deitar com a sua irmã, preferiria ter contraído matrimônio com o demônio.
Natasha a viu se afastar, seguindo em direção ao banheiro, pensou em ir até ela, mas sabia que não seria uma boa ideia naquele momento, ainda mais diante da fúria que via brilhar nos olhos negros.
Caminhou até a panorâmica janela que dava para o jardim.
Observou os empregados do conde recolherem tudo, limpando com cuidado para não avariar as peças caríssimas.
Ainda sentia a têmpora vibrar diante da pressão dos últimos acontecimentos, desejando apenas dormir e tentar descansar.
Chegara à capital há uma semana. Convencera Leonardo e Helena que aquilo era o certo a fazer e não descansara desde que partiram.
Sua memória não tinha voltado totalmente, porém grande parte fora recuperada, principalmente tudo que se relacionava à sua família. As armações de Isadora e a forma ludibriante da irmã gêmea, porém não se recordava da Valentina. Tudo o que sabia fora dito por outros. As lembranças da morena furiosa e atrevida ainda não tinha chegado ao seu cérebro.
Foi até a bolsa, pegando o celular, discou para o detetive e amigo.
Aquele plano fora bem feito e partira dele.
Ouvia entusiasmada as narrativas dos últimos acontecimentos e vibrava em saber que logo as Hanmintons passariam o resto da vida em uma fria prisão.
Deixou os aposentos e seguindo pelos corredores, adentrou os aposentos de Verônica.
Permaneceu parada a observar cada detalhe. Era como nada tivesse mudado em todos aqueles anos. Olhava cada detalhe daquele lugar e era como se a sentisse ali.
Respirou fundo, enquanto fechava os olhos e novamente se recordava de cada detalhe daquela noite. Agora sabia como tudo se passara, agora não havia mais dúvidas quanto o assassinato da filha de Nicolay.
Anos antes…
Natasha se arrumava diante do espelho.
Sentia-se feliz naquela noite, pois mais uma vez receberia um prêmio que batalhara muito para conseguir. Aos poucos ocupava um lugar que poucos chegariam, tornando-se conhecida não por ser uma Hanminton, mas por ser uma Valerie.
Fitou a taça de vinho, decerto fora colocado ali pela esposa.
Não demorou para porta abrir e lá estava uma das mulheres mais belas que conhecera em sua vida.
Verônica Vallares parecia uma deusa com seus cabelos negros, seus olhos grandes, seu corpo sedutor.
Viu o sorriso triste brincar nos lábios carnudos e ficou a pensar se naquele momento viria uma enxurrada de acusações, afinal, sempre que transavam acontecia isso.
Viu-a se aproximar parando a suas costas.
-- Está linda, Natasha, tão linda que já imagino os olhares de todos para você, melhor de todas.
A arquiteta nada disse, apenas permaneceu no mesmo lugar. O cenho franzido denunciava sua apreensão diante daquele momento.
-- Sei que aceitou dar uma nova chance para nossa relação porque te implorei, sei que por ti, a gente terminaria de uma vez.
A ruiva voltou-se para ela, depositando as mãos em sua cintura.
-- Não pense assim, pois eu realmente desejo que continuemos nosso casamento, desejo que deixemos tudo no passado… Vamos ter nossa família… Nosso filho…
Os olhos negros se estreitaram, enquanto a boca esboçava um sorriso triste.
-- Antes de me dá uma nova chance, desejo que saiba toda a verdade.
A arquiteta arqueou a sobrancelha esquerda.
-- De que falas? -- Virou-se, enquanto tomava um pouco de vinho.
A morena seguiu até a poltrona, sentando-se.
Sabia que não poderia continuar ao lado da mulher que amava diante de tantas mentiras, ela não merecia isso.
-- A verdade que talvez te faça mudar totalmente de ideia e me odiar para sempre, porém estou disposta a pagar o preço.
Natasha encostou o quadril na penteadeira, fitando curiosamente a mulher que lhe falava.
-- Verônica…
-- Deixe eu falar! -- A jovem a interrompeu. -- Não quero que nosso casamento seja feito de mentiras.
-- Não há mentiras! -- A ruiva protestou.
A morena meneou afirmativamente a cabeça.
-- Tudo foi um mentira, meu amor… -- Dizia, enquanto uma lágrima caia. -- Nosso encontro fora armado pela Nathália… -- Mordiscou o lábio inferior. -- Eu nunca estive apaixonada por ti, agora sim, mas antes não.
Os olhos verdes se estreitaram.
-- Sim, Natasha, tudo fora armado para que você casasse comigo… Eu fui o cavalo de troia usado para te destruir.
A confusão estava clara no olhar da arquiteta.
Verônica limpou os olhos.
-- Eu sempre estive apaixonada pela sua irmã e aceitei participar desse plano terrível com a promessa que ela ficaria comigo no final de tudo. -- Soluçou. -- Eu sei que sou uma miserável, sei que não mereço seu amor, nem sua piedade. -- Foi até ela. -- Mas eu estava desesperada, faria qualquer coisa pelo amor da Nath. -- Tentou tocar na ruiva, mas foi repelida. -- Eu entendo a sua revolta.
-- Entende? -- A Valerie gritou. -- Entende mesmo? -- Sorriu amargamente. -- Acho difícil, senhora, afinal, não está na minha pele.
-- Deixe-me explicar! -- A jovem pediu. -- Ouça-me, por favor!
Natasha meneou a cabeça, enquanto tomava quase todo conteúdo da taça de vinho.
-- Ok, continue, narre como eu fui trouxa nessa história toda.
A Vallares sabia que depois daquele momento não haveria mais chances para elas, via isso naqueles olhos tão lindos.
Talvez fora idiota em contar tudo, mas não saberia viver se fosse o contrário. Mesmo assim, não se daria por vencida, lutaria até seu último suspirar pela esposa, pois a amava.
-- Nathália e Isadora me pediram para te conquistar, disseram-me que seria algo fácil, afinal, você se sentiria lisonjeada pela filha de um conde se interessar… Eu era bonita suficiente para te encantar… Confesso que de início relutei bastante, ainda mais porque sabia tudo sobre você, na verdade, sabia o que elas diziam… Selvagem, devassa… Um demônio… -- Voltou a soluçar. -- Mas eu estava disposta a tudo para que Nathália ficasse comigo e aceitei… Eu sentia asco quando você me beijava e no dia da nossa lua de mel quando tive que ir pra cama contigo foi como se tivesse me violado.
Natasha engoliu em seco, ainda se recordava das acusações que recebera naquela manhã.
-- Deus, eu sei que não haverá perdão para mim, mas eu tramei sua morte, tramei junto com a duquesa, incitei meu pai e meu irmão contra ti… Perdão… Mas eu estava cega…
-- O que mais? -- a ruiva indagou por entre os dentes, tendo em seu rosto uma máscara de frieza.
-- Eu deitava sempre com a sua irmã, entregava-me a ela em nossa cama, em nossa casa… Mas as coisas pareciam mudar… Porque eu começava a te querer, eu nem sei como aconteceu, mas eu me entregava a você e depois te acusava, pois eu não conseguia conviver com meu próprio desejo… -- Voltou a tentar tocá-la, mas foi novamente repelida. -- Meu corpo reagia a ti, eu me via te querendo, mas você buscava outras, começava a se entregar a outras… e foi quando percebia que estava apaixonada por ti, que eu te desejava em minha vida.
-- Levou-me a um laboratório, fez-me unir meus genes com os seus, mesmo tendo feito tudo isso? -- Questionou em perplexidade.
A Vallares meneou negativamente a cabeça.
-- Não coloquei os meus, pois sabia que não era digna, não enquanto você não soubesse toda a verdade.
-- Nossa, que nobre você se mostrou! -- Ironizou.
-- Natasha… -- Verônica a chamou baixinho.
-- Sinto muito, mas tenho que receber meu prêmio e quando retornar não quero te ver mais aqui.
A ruiva deixou o quarto, sentia as lágrimas queimarem em seus olhos, enquanto a raiva crescia em seu interior, fazendo seu corpo tremer. Encostou-se a porta e permaneceu ali por alguns segundos.
Como fora burra!
Como caíra naquela história da bela aristocrata cair de amor por si?
Agora ficava a imaginar como fora motivo da chacota de todos, como fora idiota diante do que se passou.
De repente ouviu gritos dentro do quarto e rapidamente entrou.
Verônica caída ao chão, enquanto Isadora tinha a faca nas mãos.
Tentou ir até a avó, mas sua cabeça girou, não conseguia se mexer, tinha sido drogada, sabia, enquanto tentava se segurar nos objetos, mas em vão, logo caia ajoelhada, enquanto a duquesa se aproximava de si.
-- Eu poderia acabar contigo agora, querida, passaria essa faca em sua garganta e ficaria aqui vendo a vida deixar seu corpo miserável, mas eu prefiro vê-la sofrer, prefiro te ver definhar dentro de uma cela, levando a culpa por tudo isso…
Natasha tentou falar, mas não conseguiu, apenas via Isadora seguir até o corpo sem vida da esposa, molhando as mãos no sangue e passando no vestido da neta, colocando a faca em suas mãos.
-- Infelizmente para você, não vai lembrar de nada quando despertar, então, com certeza levará na sua consciência essa culpa… -- Sorriu. -- Pobre Valerie, veio ao mundo apenas para ser a desgraça de outros.
Não demorou para Natasha cair desmaiada.
A partir daquele momento, ela armou tudo para que a neta fosse considerada a única suspeita daquela morte.
Dias atuais.
Lágrimas molhavam a face da ruiva, enquanto sentia novamente o alívio por agora saber o que realmente tinha se passado naquela terrível noite.
Isadora pagaria caro por tudo o que fez.
Valentina sentia o líquido cair sobre sua cabeça, enquanto desejava ficar ali para sempre, tentando acalmar a fúria que crescia em seu coração, mesmo que dentro de si, houvesse uma felicidade indescritível por saber quem tinha desposado.
Espalmou as mãos contra os azulejos frios e ficou a pensar como não percebera de quem se tratava. O álcool ainda estava a dominar seu sentidos.
Lentamente desligou o registro, seguiu para fora do box, secou-se com uma toalha, depois pegou o roupão rosa, vestindo-o, enquanto parava diante do espelho, mirando-se demoradamente.
A face ainda estava corada pelo excesso de bebida que ingerira, os lábios rosado…
Deixou o banheiro e foi na mesma hora que Natasha entrava com uma xícara nas mãos, estendeu-lhe.
-- Beba! -- Ordenou
A morena se aproximou e ao ver o líquido negro, deu alguns passos para trás.
-- Não gosto de café!
-- Pois deveria, ainda mais quando está tão bêbada! -- Aproximou-se. -- Beba de uma vez ou te faço beber. -- Empurrou para ela bruscamente.
-- Sua delicadeza é tocante… Fico a pensar como alguém a veria como freira.
Mesmo irritada, Natasha riu.
-- Então você é uma palhacinha de circo como me contaram!
Os olhos negros se estreitaram em confusão. Aproximou-se dela, mirando-a com atenção.
-- Não lembra de nada ainda? Continua desmemoriada? -- Indagou incrédula.
A ruiva umedeceu os lábios demoradamente.
-- Sim, recuperei, menos a parte que você entra na história.
A neta do conde tentou esconder a decepção diante do fato inusitado.
-- Ah, sim, que coisa maravilhosa, deve ser o universo te dando uma nova chance.
A morena girava nos calcanhar para se afastar, mas a outra a deteve pela mão. Novamente fitaram-se demoradamente.
-- Acha mesmo?
-- Acho!
A Valerie a encarava, buscava ali traços da tia, mas não havia nada que pudesse lembrá-la.
Sentia o corpo vibrar diante da trapezista, ainda muito mais forte do que sentiu na fazenda.
Deu alguns passos para trás, trazendo-a consigo até encostar-se a bancada da penteadeira, deixou a xícara de lado, enquanto mirava a bela mulher.
Tocou-lhe os cabelos, arrumando-os por trás das orelhas, depois mirou os lábios carnudos, a sobrancelha bem feita, o nariz fino.
Apertou-a mais contra seu corpo, tendo apenas os tecidos grossos a separá-las.
-- Não deveria ter cedido à duquesa, você não tem ideia de como correu perigo com aquela mulher.
-- Eu teria feito novamente sem hesitar.
Falava tão perto que sentia o hálito dela. Desejou beijar aquela boca vermelha como a maçã que levou a humanidade ao pecado. Recordou-se da última vez que fizeram amor e seu corpo reagiu imediatamente.
-- Você é uma criança boba e inconsequente! -- Natasha lhe cortou os pensamentos friamente.
-- Posso ainda ser pior! -- Disse magoada.
-- Eu sei, você tem todas as características daquelas heroínas idiotas que a gente assiste no cinema.
Mais uma vez a Vallares tentou se soltar, mas agora a ruiva a trazia para mais perto de si, abraçando-a pela cintura.
-- Deixe-me! -- Exigiu.
-- Não, ainda não, antes temos algumas contas para acertar…
A morena mirava-a, via o cinismo naqueles olhos, naquele sorriso que parecia não abandonar o canto dos lábios cheios.
Suspirou exasperada.
-- O quê? Ah, sim, tinha esquecido! -- Relanceou os olhos. -- Eu te prendi no estábulo e te deixei presa na fazenda… Vai fazer o quê?
-- Acho que merece umas palmadas no bumbum.
-- Ah, então veio tomar o lugar da sua irmã, assinar seu nomezinho naquele papel junto ao meu só para isso? -- Livrou-se das amarras que a prendia e acabou cambaleando, mas se recuperou. -- Estou apenas tonta, mas nada que possa atrapalhar seus planos. -- Apontou a poltrona de dois lugares. -- Sente-se ali!
Natasha sabia que não podia se demorar na mansão, tinha que seguir ao encontro do detetive e da irmã que se encontrava cativa, mas se sentia tentada em ficar mais um pouco ali.
Lentamente, seguiu até o lugar indicado, sentando-se confortavelmente. Parecia curiosa diante da morena, então ela se aproximou, parou a sua frente, depois começou a desamarrar o roupão, ficando totalmente despida, enquanto seus olhos negros não abandonavam os verdes. Viu-a estreitá-los.
-- Vamos resolver seu problema, não quero que fique frustrada, Valerie, não acho que fazer terapia combine contigo.
A ruiva mirava-a totalmente despida e se recordava de quando a viu na cachoeira...
Haveria uma mulher tão sensual quanto aquela em alguma parte daquele mundo?
Observou os seios redondos, os mamilos de cor de caramelo a empinar-se para frente. Desceu pelo abdome liso, as pernas bem feitas e torneadas, mas logo seu olhar foi atraído pelo delicioso triângulo.
Umedeceu o lábio superior com a língua, pois agora ansiava por passeá-la por toda aqueles recantos da fêmea circense que tinha diante de si com expressão de desafio.
Sabia que ela tinha bebido mais que o suficiente e não deveria se aproveitar dessa fraqueza, mas começava a pensar que o álcool também lhe turvava a racionalidade, pois só imaginava tomando-a para si e satisfazendo aquela fome que gritava dentro de si há tanto tempo.
Antes que pudesse falar algo, a morena deitou sobre suas pernas de bruços, arrebitando as nádegas.
-- Valentina… -- Chamou o nome baixinho em tom de repreensão.
-- Oh, você veio até aqui, tomou o lugar da sua irmã e disse que eu merecia umas palmadas, estou te dando essa oportunidade.
A arquiteta observou a bunda em seu desenho simétrico, em suas curvas bem desenhadas.
Mordiscou o lábio inferior tentando controlar a libido. Sentia o corpo reagir.
-- Pelo que vejo, eu mereço ser castigada, então estou a esperar por isso, selvagem da aristocracia.
-- Sim, você merece mesmo! -- Disse, enquanto lhe apertava a carne. -- Merece ser torturada.
A circense inclinou a cabeça, tentando fitá-la.
-- Então bate, Valerie, mostra a sua arrogância e superioridade.
A ruiva sorriu de forma perigosa, enquanto levantava a mão, pousando-a na pele sedosa, mas não o fez com força.
-- Você gosta de apanhar, palhaça de circo? -- abaixou a cabeça, colando os lábios na pele sedosa. -- Posso bater sem dó.
-- Estou esperando, vossa superioridade! -- Disse com o desafio a brilhar em seus olhos.
Natasha passou a mão e começou a acariciar toda parte exposta, apertando-a. Depois usou a língua para traçar o caminho, fazendo-o com cuidado, como se não tivesse pressa para o ato.
Valentina fechou os olhos, enquanto levava a mão à boca, mordendo-a para não emitir nenhum gemido diante da ousada carícia.
Notou quando a arquiteta separou seus monte, lambendo todo, passando a língua como se fosse uma calcinha fio dental, explorando-a, passeando, torturando. Sentiu-a pressionar, depois beijar, fazendo o percurso da linha reta até seu sexo que vibrava em agonia.
Estremeceu, enquanto maneava os quadris, assim seguia o balançar da boca em sua carne.
-- Se me conhece sabe que não deve me desafiar! -- Deu a primeira palmada, enquanto usava a língua para pressionar ainda mais o ponto delicioso da bunda que se empinava para si.
Valentina soltou um gemido, mas não pela força que foi usada ao lhe bater, mas pela pressão que a ruiva fazer em seu delicado traseiro, tentando invadi-la, usando a boca para lhe distrair.
-- Vai apanhar até seguir minha ordens! -- Bateu de novo.
-- E se lembrasse de mim, com certeza, você saberia que eu não tenho e nunca tive medo de você. -- Empinou ainda mais, sentindo aos poucos engolir um dos talentosos dedos.
-- Cadela! -- Natasha lhe xingou.
-- E você é o quê? -- Prendeu a respiração com a força que a outra tentava lhe invadir. -- Quer me castigar e me comer ao mesmo tempo, contraditório... Ain.
A ruiva lhe mordiscou a nádega. Fê-lo em agonia, pois já não havia mais controle. Não havia mais planos, nem a urgência de deixar a mansão, agora só existia seu sexo pulsando em loucura para se unir ao daquela mulher.
Separou-lhe mais as bandas, lambendo com mais força, beijando-o, pressionando-o, enlouquecida com a beleza da morena. Lubrificava-a com o meu do seu sexo, pegava-o de lá, arrancando sons animais da garganta da trapezista.
-- Assim fica molhadinho para meus dedos deslizarem. -- Dizia em êxtase.
A circense mais uma vez inclinou a cabeça para ver o que a arquiteta estava fazendo. Sentiu-a lhe invadir o triângulo que se mostrava apertado, usando o indicador para isso, depois diante do seu olhar escancarado, ela o levava a boca, molhando-o mais, depois usava-o para invadir sua carne, fazendo-o, forçando-o, querendo de toda forma possuí-lhe as nádegas. Tomá-lo como seu.
Valentina gemeu alto, não conseguia controlar o imenso prazer que se apossava do seu corpo.
-- Chupa ele, Natasha, passa novamente... Ain... Assim, assim... Ain... -- Falava com a respiração acelerada. -- Ain, não, dói, mas é gostoso...
A ruiva lhe atendeu o pedido, espancando-lhe a carne novamente, penetrando-a em seu recanto intocado, fazendo-a tremer diante da possessão.
Sentiu os dentes da morena cravar em sua coxa, mas continuou lá dentro, mesmo sendo tão apertado. Fazendo-o duplamente, pois sabia que ela ansiava por aquilo. Não demorou para senti-la enrijecer em seus braços...
A neta do conde tentou se levantar, mas a outra não permitiu. Retirou o dedo e longo lambia para amenizar, separando-as novamente, chupava-o agora e era possível ouvir o som que seus lábios produziam naquela ação.
-- Vai fazer o que eu mandar, não aceitarei mais a sua forma irresponsável de agir. -- Bateu-lhe novamente.
-- Solte-me! -- Exigiu sem muitas forças para protestar. -- Solte-me agora!
-- Não, não antes que se submeta a minha vontade.
-- Só nos seus sonhos.
A ruiva a levantou bruscamente, fazendo-a montar em suas pernas de frente para si.
A bela esposa estava ainda mais linda se assim era possível. Descabelada, os lábios inchados e um pouco machucados no canto, decerto ela os mordeu para não gritar.
Valentina estreitou os olhos ao ver o sorriso se desenhar na boca rosada.
-- Pelo que vejo não a tinha comido totalmente, ainda havia pontos para marcar como meu território.
A circense corou, mas não se deixou ficar calada.
-- Como a cachorra que urina para marcar seu espaço, selvagem. -- Provocou-a.
A neta de Isadora não pareceu se ofender, enquanto agora começava a massagear os seios redondos, apertando-os, arranhando os mamilos que já se mostravam ansiosos pelo contato.
-- A cadela aqui é você... Seu delicioso... -- Deu uma pausa. -- Deixa eu ver uma palavra aqui para não parecer selvagem...-- Fez cara de que estivesse a ponderar. -- Ah, sim, tenho uma que combina com a nobreza. -- Falou bem perto da sua boca. -- a sua buceta está babando em meu roupão... marcando território. -- Disse com um sorriso cínico. -- Acho que ela quer mais...
A morena tentou se indignar diante da forma que ela agia, mas seu sexo latejou diante da última frase.
Levantou a mão para esbofetear a face da arquiteta, mas Natasha lhe segurou o pulso e com o arquear de sobrancelha, levou-a até seu próprio sexo.
-- É aqui que eu quero que você golpeie. -- Afastou mais as pernas. -- Aqui você pode meter forte e aliviar sua raivinha.
Valentina sentiu a carne molhada e observou a expressão de safada que se desenhava naquela face bonita.
-- Aqui? -- Usou os dois dedos para lhe esfregar. -- Aqui pode bater? -- Questionou, encarando-a.
-- Não sei se você tem capacidade para espancar aí. -- Mordiscou a lateral do lábio inferior em provocação. -- Não me recordo se você tem esse talento...
-- Não, Valerie, eu não tenho esse talento... -- Esfregou o sexo com mais vigor.
Natasha inclinou a cabeça para trás, enquanto semicerrava os olhos em prazer.
A circense invadiu-a, entrando nos recantos que conhecia bem e sabia a forma como ela gostava.
Meteu com mais força, sentindo ela tremer. Repetia sem pausa, invadindo-a com a fúria que estava em seus interior, com a raiva pelas acusações que recebera, mesmo diante do seu sacrifício, estava com ódio, ainda mais por saber que naquela cabeça dura não havia lembranças suas.
A ruiva sentia o prazer crescer, algo que não se recordava de ter sentindo com toda essa intensidade.
Via os seios da morena se movimentarem no mesmo ritmo que seu sexo era atingido, sabia que logo não aguentaria mais. Abriu-se, deixando o terreno totalmente acessível.
Gemia diante do olhar penetrante, cerrou os dentes para não gritar em determinado momento. Pediu mais, xingou-a de tantos outros depreciativos nomes, mas que naquele momento parecia válido, fechou os olhos em agonia, mas antes viu o sorriso se desenhar na face da neta do conde que aproximou os lábios dos seus.
-- Eu não tenho esse talento, arrogante mulher, eu tenho um superior.
Os lábios se encontraram no exato momento que o poderoso gozo se apossava da ruiva, derrubando-a, destruindo-a em sua arrogância suprema.
Valentina sorriu, pois sabia que a noite estava apenas a começar.
Caramba... Caramba...
ResponderExcluirMorro antes dessa narrativa maravilhosa acabar...
kkkkkkkkkkkkkkkkk não morra, pois já está perto de acabar a história, baby.
Excluirbeijão grande.
Olá minha queridissima Geh!
ResponderExcluirAdoro um hotttttt😍
Essa Natacha não toma jeito viu,pois a mulher adora pisar na Valentina. Amo quando a trapezista não baixa a guarda para a arquiteta,e ela é quem deve dominar lá.
Beijos autora😍😍😘😘😘
A Natasha e Valentina sempre estão em um duelo de gigantes, não se rendem, apenas se amam e nesse momento se entregam sem reservas, tirando isso, medem forças, ainda mais agora que a Natasha não se recorda dela, isso torna as coisas mais difíceis.
ExcluirBeijão grande.
Eitaaa.. cada vez mais surpresas acontecendo. To amando, como sempre!! Obg. Geh.
ResponderExcluirOlá, linda, sim, ainda temos surpresas pelos caminhos, mas logo vamos encerrar esse romance para deixar as duas mulheres viverem em paz.
ExcluirBeijão grande.
Completamente perfeito cada capítulo 😍😍😍
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