A fera ferida -- Capítulo 17

                 Aquela fora uma noite de insônia... 
                Júlia se revirava na cama, lembrando de cada palavra dita pela paciente...
                Elizabeth enchia a cara com tudo que era bebida, sentada no assoalho da pomposa suı́te.                 Duas mulheres perdidas nos pecados alheios, dois caminhos que não deveria terem se cruzados, mas que agora estavam entrelaçados pelas linhas do destino. Eram simples joguetes, peças que alguém se divertia manipulando, destruindo e reconstruindo um novo futuro.


               Era sábado, a fisioterapeuta se cansara de rolar na cama e levantou-se. Foi à padaria e comprou alguns itens para preparar um delicioso café da manhã. A vida continuava, não podia se abater e se deixar amedrontar. O que poderia fazer contra si Elizabeth Terzak? Não sabia a resposta para essa indagação, porém iria manter distância do seu caminho, não permitiria que ela se aproximasse da sua filha.
                    Começou a arrumar a mesa, tentando espantar as lembranças da noite passada. Tentando não se recordar de que se entregara a mulher que destruíra a vida da sua família. 
                   Arrumou o avental na cintura, encostando-se na pia.
                   Ainda sentia a foto da irmã entre os dedos, o sorriso, a vivacidade... A dor pela perda voltou a doer.
                 A voz da amiga lhe tirou dos seus pensamentos.
                 -- Bom dia, que cheiro delicioso é esse?. – Jane entrou na cozinha. 
                 A mesa já estava posta.
                 Anny veio correndo com seu pequeno e fofo pijama de ursinhos e se jogou no colo da mãe.
                 -- “ Bolo de chotolate”.
                 Júlia lhe encheu de beijos e a colocou sentada na cadeirinha.
                 -- Sim, o seu favorito.
                 -- “ Tia Liz dosta de bolo.”
                A fisioterapeuta apenas assentiu. Não poderia simplesmente fazer a filha deixar de gostar da mulher que as odiavam.
                 Jane observou a amiga que comia em silencio, enquanto a criança não parava de tagarelar.
                -- Ju, tem algum problema de eu sair para fazer um trabalho na casa de uma amiga?
              -- Claro que não! – Sorriu. – Você não é nossa escrava, né mocinha? – Brincou. – Pode ir sim, acho que vou levar essa levada ao cinema. Tem o filme dos pinguins e ela vai adorar.
                -- Oba! – A menina gritou, batendo com as mãozinhas gorduchas. 
                 As jovens riram da reação da menina.
                -- Se ficar muito tarde, dormirei na casa dela.
                -- Não tem problema, mas qualquer coisa pode me ligar e te pego.
              A babá deu um sorriso para a amiga. Gostava demais dela, era uma irmã que nunca tinha tido.
               -- Bem, vou arrumar minhas coisas. – Levantou-se.
              Deu um beijão nas bochechas rosadas de Anny, depois na amiga e seguiu para o quarto. 
               Júlia observou o rosto da filha todo lambuzado de chocolate.
               Sorriu!
              Anny tinha as caracterı́sticas fı́sicas de Clarice. O lindo sorriso, os olhinhos azuis, os lábios rosados e cachinhos pretos. Sempre que olhava para ela era como se a irmã estivesse presente.
                -- Não chola, mamãe.
            A fisioterapeuta nem tinha percebido a lágrima escapar, até sentir as mãos cheias de chocolates da filha lhe “ limpar” a face.
                -- Não estou chorando, princesa, foi um cisco. – Beijou a mãozinha.
                -- Te amo gandão.
               Júlia a abraçou, a trouxe para o seu colo e a estreitou em seus braços. Faria qualquer coisa por aquela menina.
                 Sua filha!



                  Rafael estava muito preocupada com a chefe.
              Na noite anterior, ele deixara a moça no apartamento e foi embora para casa. Ligou inúmeras vezes para a empresária e o celular só dava na caixa de mensagem. Ainda à noite, recebera ligação de uma das mulheres que estiveram na suı́te, de acordo com ela, houve uma discussão entre ele Elizabeth e a morena de olhos azuis.
                Mesmo sabendo que não deveria se meter, seguiu até ao imperial.
              Chegando ao hotel, pediu uma das chaves extras e seguiu para o quarto.
               Encontrou a Terzak caı́da entre garrafas e vidros quebrados. Ficou desesperado com a cena.
               -- Elizabeth. – Sentou-se, trazendo a cabeça para o colo.
           Após algumas sacudidas, ela abriu os olhos. Fechou-os imediatamente, incomodada pela claridade.
                -- O que houve? – O rapaz indagou.
              Aos poucos, a jovem foi recordando dos últimos acontecimentos. Levantou-se com a ajuda do rapaz que a sentou numa poltrona.
                -- Acho que bebi demais. – Apertou a têmporas. – Preciso de um analgésico bem forte.
                 -- E de um banho também. -- Falou torcendo o nariz. -- Banhou-se de álcool!
                 Ela deu de ombros.
                -- Irei tomar uma ducha. Consiga uma roupa para mim e algo para parar essa dor de cabeça. – Ordenou.
                 O rapaz atendeu prontamente o que lhe fora pedido.
               Uma hora depois, vestida e automedicada, Elizabeth era levada para a cobertura que ocupava desde que chegara a cidade. Rafael dirigia e observava a mulher que ocupava o banco do carona. O silêncio imperava.
                   Quando estacionou diante do carı́ssimo edifı́cio, desceu para abrir a porta para a ela.
                   -- Nos encontramos eegunda. – O jovem começava a dizer.
                   -- Suba comigo, preciso de seus serviços. 
                   Mais uma vez ele a acompanhou.
            A conhecia o suficiente para saber que uma ordem daquela mulher não podia ser simplesmente ignorada. Também não podia negar que lhe devia muito. Aquela criatura fria que lhe abrira as portas de sua empresa. Tinha um cargo importante na companhia e ganhava muito bem graças a ela.
                  A filha de Alex seguiu direto para ala reservada para tratar de negócios.
                  Havia livros bem arrumados nas estantes, uma escrivaninha com caideiras de couros e um sofá no mesmo estilo.
                  O carpete caro abafava os sons dos passos.
                 -- Preciso que arrume uma procuração. – Foi logo falando, assim que entrou. 
                 -- Que tipo de procuração? – O homem indagou, sentando-se.
             -- Uma onde a mãe de Marco me dar plenos poderes sobre a filha dele. 
                Rafael a fitou confuso. Filha de Marco?
                   -- Aquela mulher que você levou ao meu encontro ontem fora amante do meu noivo e tem uma garotinha com ele. – Respondeu assim que viu a confusão estampada no rosto do rapaz.
                   -- Mas, por que você quer esse documento? – Indagou temeroso.
                 A pergunta só buscava uma confirmação. Ele podia imaginar o que se passava naquela mente perversa. Lógico, que a orgulhosa Elizabeth Terzak não iria deixar barato uma traição. A conhecia o suficiente para saber como era vingativa. Conhecia aquele lado sombrio melhor do que ninguém.
                A empresária caminhou até a enorme janela e ficou observando as árvores que dava uma aparência campestre a rua. Seu apartamento estava localizado numa das áreas mais belas e tranquilas da região. Na verdade, aquele lugar lindo fora de sua mãe. Fora-lhe deixado como parte da herança que recebera ainda quando adolescente. Gostava dali, não convivera com a genitora, mas sentia sua presença. Era tudo tão delicado.
                 -- Apenas faça o que estou pedindo. – Respondeu sem virar-se. -- Odeia quando questionam meus motivos.
                          -- Ok! Mas você acha que ela vai abrir mão assim da neta?
                          A empresária virou-se, fitando-o, trazia um sorriso sarcástico no rosto.
                       -- Por Vitoria Dilon essa criança morreria. Mas lhe dê um agrado, ela gosta de dinheiro.
                Rafael sabia que aquelas palavras eram verdadeiras. Tivera o desprazer de conhecer a famı́lia Dilon. Nenhum deles prestavam, em sua opinião. Eram ambiciosos, mesquinhos, nem sabia como Elizabeth se envolveu com Marco. Lógico que era um homem muito bonito e em sua frente agia como um cavalheiro, mas a suas costas agia pior do que a própria empresária. Eles se conheceram quando a Terzak era muito jovem, fora fácil seduzi-la, não que ela fosse inocente, mas sempre fora muito sozinha e isso foi um fator que contribuiu imensamente para o envolvimento dos dois.
                       -- E você quer o que com essa criança? – Indagou preocupado. 
                     Desde que descobrira tudo, desejava não lembrar que a filha de Marco era aquela menina linda que tanto a encantara. Mas naquele momento, não conseguira bloquear aquele pensamento.
                      -- Faça o que eu pedi e não me questione. – Respondeu aborrecida.
                   O rapaz assentiu. Não queria irritá-la ainda mais. Porém, não estava disposto a participar de nada sujo. Esperava de todo coração que Elizabeth não pensasse em fazer mal a essa criança, pois dessa vez iria contra suas vontades.




                      Júlia sentou na pracinha perto do apartamento.
                   Tinha voltado do cinema e agora saboreavam um delicioso sorvete. Ainda era cedo. O sol ainda nem se pusera. Anny estava muito feliz, não parava de falar sobre o filme.
                    -- Filha, seu sorvete vai derreter. – Advertiu-a.
                     A menina como sempre estava toda lambuzada.
                     -- “ Poto ver as floles” ? – Indagou entusiasmada.
                     A pracinha contava com alguns parquinhos e jardins com uma exótica flora.
                     -- Vá. Eu ficarei te observando daqui.
                     A menina correu, agachando-se para observar cada planta de cores distintas.
                 A fisioterapeuta se distraia com a imagem da sua filhota. O macacão branco já estava todo sujo, mas já estava acostumada com aquilo. A menina gostava muito de brincar e era normal sujar-se. Dentro de dois meses, Anny completaria três anos. Iria comprar de presente a tão desejada bicicleta. A menina via as crianças maiores andando com suas bikes no parque e vinha lhe pedindo uma.      Guardara o dinheiro para fazer a pequena feliz.
              -- Sua filha não parece nenhum pouco com o pai. Tem certeza que é filha dele? A fisioterapeuta assustou-se com a voz baixa.
                        Elizabeth Terzak tinha sentado ao seu lado.
                        A Wasten ia levantar, mas a outra lhe segurou pela mão, obrigando a permanecer no lugar.
                     -- É falta de educação ignorar as pessoas. -- A herdeira de Alex falou sorrindo friamente.
                     A jovem fitou a empresária.
                  Estava linda usando camiseta preta com um colete e calça jeans. Os cabelos estavam soltos e os olhos cobertos por óculos escuros.
                 -- Não tenho nenhuma vontade de ser educada contigo e sua presença não é bem-vinda aqui. 
                     Elizabeth arqueou a sobrancelha em cinismo.
                     -- Quer dizer que sou uma persona non grata? – Fingiu surpresa.
                 Que bom que criança estava entretida com outra criança e não notara a presença daquela mulher.
                     -- O que faz aqui? Achei que depois do show de ontem não nos verı́amos nunca mais.
                  A paciente observou como Julia estava linda. Usava um pequeno short que deixava as belas pernas toda de fora, camiseta e tênis. Os cabelos estavam presos num rabo de cavalo e alguns fios soltos lhe davam mais charme.
                   -- Vim lhe fazer uma proposta. Sou uma pessoa muito boa e por isso estou aqui. – Ironizou.
                       -- Que proposta? Não entende que não quero nada contigo. – Respondeu impaciente.
                   A presença de Elizabeth era difı́cil de suportar, ainda mais quando lembrava do que ela fizera a irmã.
                      -- Seja minha amante e poderá ficar com a pirralha.
                    Júlia teve que se segurar para não voar naquela mulher. Como ela ousava lhe propor algo tão sujo.
                     Levantou-se.
                 -- Em primeiro lugar, nunca me rebaixaria as suas safadezas e em segundo você não tem nenhuma chance de ficar com a Anny. Você acha que um juiz vai tirar uma filha da mãe para entregar nas mãos da noiva do pai?
                    A empresária não respondeu de imediato. Deixou primeiro seu olhar cair sobre a pequenina que brincava distraída no parquinho.
                      Mordiscou o lábio inferior demoradamente, depois mirou a doutora que parecia cuspir fogo pelas narinas.
                   -- Mas entregaria aos avós. – Completou triunfante. 
                    Avós? Do que ela estava falando?
                   -- Você está louca, só pode ser. – Meneou a cabeça preocupada. -- Deixe-nos em paz, afaste-se das nossas vidas.
                  A empresária levantou-se e falou bem perto dela. Quase colando os corpos.
                  -- Eu vou usar você, vai ser minha putinha... e você mesma que vai implorar para isso.                            Elizabeth foi rápida ao segurar a mão que tentara lhe desferir uma bofetada.
                  -- Tenha um final de semana maravilhoso, doutora. – Piscou.
                 Júlia a viu se distanciar e sentia a raiva e a indignação lhe queimar por dentro. Seu corpo tremia sacudido por um intenso descontrole. Quem aquela maldita pensava ser? Mil vezes maldita, amaldiçoava o dia que aceitara aquele emprego, que os destinos de ambas se cruzaram, amaldiçoava a si mesma por estar apaixonada por aquele monstro. Teve que sufocar a vontade de gritar, de chorar. Jamais cederia aos desejos sujos daquela mulher. Seria capaz de matá-la,de trucidá-la se ousasse a se meter com a sua filha.
                   Observou-a se afastar como se nada tivesse feito. Como se aquele fosse um bonito dia de primavera.
                  -- Miserável!



                  Elizabeth entrou no carro e pediu ao motorista para dar partida.
               Não sabia o porquê fora procurar a doutora. Mas não resistiu. Queria fazê-la se sentir tão mal como ela mesma se sentia. Sua vingança logo, logo seria colocada em prática. A mulher que teve ousadia de engravidar de um homem comprometido não merecia nenhuma piedade.




                   Os dias passavam rapidamente.
           Júlia e Elizabeth vez e outra se cruzavam pelos corredores do hospital. A empresária continuava com as sessões com Mariana. Em pouco tempo já deixara a bengala de lado e locomovia-se com mais agilidade.
              A mãe de Anny não trocava uma única palavra com a empresária. Mas sempre que os olhares de cruzavam, via o sarcasmo presente nos da paciente.
                Certo dia, Henrique tinha voltado de viagem e ambos almoçavam no restaurante do hospital, quando Mariana e a Terzak apareceram por lá.
                 -- Amor, estava com tanta saudade. – O rapaz lhe segurou as mãos, beijando-as.
                A fisioterapeuta notou o olha carregado de raiva estampado no rosto de Elizabeth. Ignorou.
                 -- Também estava.
                O rapaz a surpreendeu com um beijo.
             A empresária não prestava atenção numa única palavra que Mariana falava. Desde que se deparara com Júlia acompanhada com o noivo, tudo ao redor parecia não ter importância. Teve vontade de levantar quando os viu aos beijos.
             Aquilo era algo que também iria cobrar. Em breve, a Wasten provaria de um veneno bem amargo.




               Jane esperava Júlia chegar. Nem ao menos tinha ido à faculdade. Estava muito preocupada.                 Um oficial de justiça aparecera ali e levara uma intimação para a fisioterapeuta.
                 -- Boa noite.
                 A doutora percebeu que a babá parecia apreensiva. Viu um envelope nas mãos da jovem. O pegou e leu rapidamente.
               O papel a intimava a levar a filha para fazer exame de DNA. Vitória Dilon tinha entrado com uma ação na justiça para requerer a guarda da neta.
               -- Não! Isso não pode acontecer. – Júlia sentou-se no sofá. 
                Jane observou o semblante preocupado da amiga.
               -- Um advogado esteve aqui mais cedo e me disse tudo. Mas eu não acho que você deva temer, não acredito que nenhum juiz possa tirar a guarda de uma mãe para dar para avó.
                   -- Mas da tia sim.
                   -- Mas eles não sabem que você é tia da Anny.
                -- Tenho certeza que também serei submetida a esse exame. Essa mulher não irá se satisfazer até obter toda certeza da legitimidade da neta.
                   -- Mas...
                   -- Eu vou perder minha filha. – Iniciou-se um choro compulsivo.
                   A garota a abraçou. Sorte que Anny estava dormindo e não presenciaria aquela cena.
                    -- Nós vamos dar um jeito.
                 -- Que jeito? – Indagou entre soluços. – Essas pessoas são muito poderosas. Vão ganhar fácil de mim.
                    -- Liga para o Henrique, talvez ele possa nos ajudar. – Falou esperançosa.
                  Aquelas palavras lhe deram uma luz. Rapidamente discou o número do namorado. Porém seu entusiasmo veio por terra rapidamente. O médico a aconselhara a entregar a criança. Nem ao menos se compadeceu do sofrimento da moça. Apenas disse que eles teriam outros filhos e ela esqueceria a sobrinha.
                  -- Ah, vai para o inferno. – Desligou e jogou o aparelho no sofá. – Ele não vai me ajudar, o idiota ficou até feliz com a notı́cia.
                 Jane não gostava de Henrique, porém imaginou que num momento daquele ele seria solidário com Julia.
                     -- Vamos procurar um advogado.
                     -- Não temos condição para isso. – Falou decepcionada.
                    -- Mas, Ju, temos que fazer algo.
                -- E eu farei. Ficarei com a minha filha, mesmo tendo que me entregar para o próprio demônio.



                     Elizabeth tinha acabado de chegar ao seu apartamento.
                 O dia fora cheio e para piorar teve que contar com a presença do pai. Alex tinha chegado das ilhas gregas e veio com exigências sobre a filha ser mais presente. Engraçado, quando criança mal via o milionário, nem mesmo em seus aniversários o tinha em sua companhia, que voltas que a vida dava.
                   Fora informado por Rafael sobre o andamento do processo para tomar Anny de Júlia. Com certeza, ela perderia, porém, seria um processo demorado. Teriam que encontrar algo que pudessem reprovar na vida da doutora, mas ela usaria todo o seu poder para isso.
                    Estava preparando um drinque quando ouviu a campainha tocar.
             Não tinha empregada permanente. Apenas uma mulher que cuidava da limpeza e organização da cobertura. Foi atender, deveria ser o assistente. Ele disse que passaria lá para lhe deixar a pá de todo processo.
                    Ao abrir, deparou-se com a mulher que ocupava os dois lados do seu coração.
                     -- Que faz aqui? – A empresária indagou friamente. -- Pensei que o sumir da sua vida, incluía você sumir da minha.
                       -- Posso entrar?
                       Elizabeth assentiu.
                 Júlia observou o luxo do ambiente. Não esperava menos daquela mulher tão poderosa. Conseguira o endereço do apartamento no hospital.
                     -- Então, o que quer aqui? – Elizabeth sentou, cruzando as pernas.
                   -- Não tire minha filha de mim, por favor. – Pediu. – Estou disposta a pagar o preço que você cobrar, mas não a tire de mim.
                      A empresária se surpreendeu. Sabia que Julia cederia, mas não imaginou que seria tão rápido. Afinal, era como se ela já desse por perdida a causa, mas por quê?
                  -- Não foi isso que ouvi algumas semanas atrás. – Debochou. – Mas não sei se ainda desejo a mercadoria. – A olhou despudoramente dos pés à cabeça.-- Há outras que dão de graça o que você tem.
                      A fisioterapeuta usava um vestido. Estava em pé. Corou diante do olhar da outra.
                     -- Por quê?
                     -- Acho que perdi o interesse. – Bebeu mais um gole da bebida.
                 Júlia estava desesperada. Sabia que só aquela mulher tinha o poder para lhe ajudar. Não iria desistir assim.
                      Estava disposta a qualquer coisa, contanto que não perdesse Anny.
                      Ousada, começou a despir-se.
                 Elizabeth não estava acreditando na visão que invadia seus olhos.
                    A doutora lentamente tirou toda a roupa, mostrando toda a beleza e sensualidade daquele corpo. Sentiu a boca encher de água. Enquanto um poderoso desejo se apossava de si. Percebeu a umidade na própria calcinha.
                  -- E então, ainda não está interessada em negociar? – Arqueou a sobrancelha em desafio.



Comentários

  1. Em ritmo de carnaval, achei esse "bloco" curtinho kkkkk volta aqui, posta mais um.
    Bjs querida Geh.

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