A fera ferida -- Capítulo 8

        
                     A Terzak observava a fisioterapeuta agir como se há pouco tempo não tivesse beijado-a com paixão avassaladora. Ainda sentia os lábios queimarem, ainda tinha o gosto dela e ainda ansiava por continuar, ansiava por senti-la novamente.
                       Soltou um longo suspiro ao ver o enfermeiro por perto.
                       Se ele não tivesse chegado...
                       Sentiu a irritação ficar ainda mais palpável, pois o desejo queimava em seu interior. Era como se todo o desejo que fora adormecido em seu interior agora buscasse se libertar.
                      -- Caminhei! 
                      A voz da mãe de Anny lhe tirou dos seus pensamento, fitou-a.
                      Os olhos azuis brilhavam, enquanto os verdes se estreitavam em ameaça.
                      -- Não o farei! -- Negou-se irritada.
               Júlia olhou ao redor e desejou castigá-la, teve vontade de fazê-la pagar por seu jeito arrogante de ser, entretanto sabia que não deveria ceder ao ímpeto.
                      -- E você quer o quê? -- Questionou, enquanto disfarçava a exasperação. -- Que eu te beije novamente? Que fique tocando nos seus seios? -- Provocou-a.
                      A empresária sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
                  -- Faz isso com todos os seus pacientes ou só com as quais o pai é um bilionário poderoso?
                        Júlia esboçou um sorriso.
                      -- Realmente tem que ser muito poderoso para alguém te aguentar! -- Cruzou os braços. -- Agora faça os que estou mandando antes que aconteça um acidente e você morra afogada.
                      O maxilar de Elizabeth enrijeceu, mas ela acabou fazendo o que fora falado.
                 Dava passos inseguros, segurava nos ferros com força, temendo cair, temendo não aguentar o peso do corpo. Aos poucos se sentiam mais segura, mas em determinado momento escorregou, submergindo, mas a Wasten foi rápida ao segurá-la.
                       A Terzak ficou tão irritada que tentando se livrar dos braços que lhe seguravam acabou por arranhá-la perto do lábio inferior.
                       -- Está louca!? -- A fisioterapeuta se afastou um pouco, enquanto levava o polegar ao machucado. -- Acho que ficar isolada nessas terras não fez bem a sua civilidade, se algum dia você teve.
                         A respiração da filha de Alex estava tão acelerada que era possível observar os seios. Ela fitou a ferida que provocou e não pareceu se importar, retornando aos exercícios.
                          



                   O senhor Terzak examinava os papéis de locação do novo imóvel que em breve compraria.
                            Sabia que aquele negócio sempre fora o desejo que a filha tinha secretamente. Ela trabalhara duro para conseguir, mas quando tudo parecia pronto, aconteceu a tragédia e ela deixara isso como todas as ambições de outrora.
                            Pegou o telefone e discou o número do assessor de Elizabth. Ele continuava a cuidar dos negócios e sempre mantinha contato com ela por e-mail, pois e bela empresária não aceitava que ninguém fosse lhe visitar, não aceitava a piedade dos outros. Era orgulhosa, arrogante e mesmo que vivesse a sofrer não permitia que os outros contemplassem isso.
                            O rapaz atendeu e o magnata começou a explicar o contrato que logo fecharia.




                              Júlia terminou o trabalho com um suspiro sofrido.
                           O tempo parecia não ter passado, ela não estava aguentando mais ficar na companhia da paciente. Elizabeth era o ser mais irritante de todo o universo. Estava sempre se recusando ou criticando alguma coisa, praguejava sempre que algo não era como queria.
                             Mimada idiota! -- Pensava o tempo todo.
                            Sim, era uma mulher bonita, mas era tão irritante que era mais fácil despertar a fúria que paixão.
                           Viu-a sentada em um dos degraus da piscina e como não desejava passar por perto dela, deu braçadas até a outra extremidade, deixando a água. Sentia o olhar da paciente cravado em suas costas, sentia-a tão forte que seu corpo chegava a arrepiar.
                              Precisava se livrar daquela vontade de senti-la. Necessitava de acabar com aquele tormento e voltar a sua vida normal, seu noivado, sua filha, seu trabalho. Precisava raciocinar, pensar no trabalho e na ética que deveria ter com os pacientes.
                           Umedeceu os lábios e se arrependeu no mesmo momento, pois era como se estivesse a senti-la...
                           Meneou a cabeça e caminhou até a mesa onde estava as coisas.
                         Vestiu o roupão. Observou o enfermeiro ajudar a jovem a se vestir e sentar na cadeira.
                      Pegou os materiais e já estava saindo da sala quando foi detida por aquela voz arrogante.
                        -- Almoce comigo! – A empresária ordenou.
                     A fisioterapeuta virou-se para encará-la.
                     Era mais fácil falar com ela quando vestida.
                -- Alguma vez na sua vida você já experimentou pedir, ao invés de usar esse tom imperativo? – Indagou com as mãos nos quadris.
                       -- Não! – Negou com um sorriso pomposo.
                      -- Imaginei. – Sorriu de forma irônica. – Fico grata pelo seu honroso “convite”, mas não sou acostumada a fazer minhas refeições com pessoas tão “ humildes” quanto vossa pessoa. O que significa dizer que não vou jantar, nem almoçar e nem nada de nada contigo. – Suspirou impaciente.
                     Elizabeth observou a “ doutorazinha” se afastar.
                 Não queria dar vasão a explosão de luxuria que lhe invadia. Sentia-se ainda em puro fogo. Desejava, desejava-a de uma forma inexplicável. Seu corpo buscava satisfazer aquela vontade maluca.
              Não podia deixar de admitir com toda certeza que queria aquela mulher para si. Não entendia como, mas eram aquelas mãos e aquela boca que aspirava sentir em cada canto do seu ser. Não passava por sua cabeça, nem mesmo quando era afoita ao sexo, ter sentindo uma atração tão poderosa por alguém, nem mesmo o noivo que tanto amara lhe despertara algo assim.
                     Como podia ser?
                      Uma simples fisioterapeuta lhe despertara tamanha gana.
                   Aquilo era inadmissível e para piorar a situação, aquela “ morta de fome” teve o topete de lhe desprezar. Ninguém jamais recusara um convite seu, nunca fora desprezada por nenhum homem.
“ Mil vezes maldita”!
                     Iria fazê-la pagar caro por aquela prepotência, iria usá-la e destruí-la, fazê-la se humilhar diante de si.




                    Júlia almoçou com a filha na varanda que tinha vista para a praia.
                    Observava o céu azul que refletia as águas do mar que se chocavam com as rochas
                    O bebê tomava o sorvete que Felipa tinha levado para ela. Ouvia os sorrisos e gritinhos de felicidade da pequena.
                  Era tão perfeito ver seu anjinho bem. Ela estava crescendo rapidamente, chegaria o dia em que teria que lhe contar toda a verdade. Anny merecia saber toda a história de sua vida. Temia pela famı́lia paterna da menina, se eles descobrissem que havia um fruto daquele relacionamento, poderiam querer tirá-la de si.
                 Não conhecia bem a história do romance, na época do relacionamento, ela estava estudando em outra cidade e só falava com irmã por telefone. Nem tinha tempo para visitá-los. Estudava e trabalhava para poder se manter, seus pais estavam sem um único centavo, tinham perdido todo o investimento com o sócio que os roubaram.
                   Na verdade, seus pais foram egoı́stas. Só se preocuparam com os próprios problemas, enquanto a filha dava à luz a um bebê e morria, eles viviam em busca de reerguerem seus negócios. Nem mesmo se importaram com a neta.
                    Júlia tinha acabado de se formar e decidira criar a garota, trabalhava em vários empregos para poder se manter.
                      Não aceitava a ajuda do namorado, sempre fora independente e gostava de ser assim.
                     Agora, ela tinha a chance de poder construir algo seu. Poderia assegurar o futuro da filha, bastava conseguir reabilitar a filha de Aleex.
                        -- Está pensando em quê?
                       A voz de Jane interrompeu suas lembranças.
                       A fisioterapeuta esboçou um sorriso, enquanto tomava um pouco de suco.
                       -- Estava a pensar em como esse lugar é maravilhoso. -- Mentiu, enquanto voltava a mirar a paisagem.
                     Anny já seguia para chão e brincava com as bonecas que estavam ali.
                        -- Mesmo com a senhorita dona do mundo? -- Indagou, encarando o perfil forte.
                     A Wasten a encarou.
                     -- Elizabeth está cada vez pior, parece que todos os demônios do inferno estão dentro dela.
                     -- Sim, porém é uma mulher de beleza extraordinária. Nunca tinha visto nada parecido.
                     A outra voltou provar a iguaria gelada, passou a língua pela colher e só depois falou:
                     -- Porém a personalidade é terrível.
                     -- Estranho ela se isolar aqui... -- A babá dizia distraída. -- Entendo toda essa parte de ela ficar bastante triste com tudo, mas já passou muito tempo, ela poderia ter se recuperado e mesmo se não fosse o caso, tenho certeza de que qualquer homem se interessaria por ela.
                       Júlia se mexeu inquieta na cadeira, pois aquela ideia pareceu incomodá-la.
                       -- O Felipe está para chegar... -- Falou tentando mudar de assunto. 
                       -- E você aceitou? -- Indagou curiosa.
                       A jovem mordiscou a lateral do lábio inferior.
                       Não se sentia entusiasmada para encontrar o médico, mas pelo menos isso serviria para distraí-la do intenso desejo que sentia pela filha de Alex.
                        -- Não achei a ideia tão ruim, quem sabe a gente não se entende dessa vez.
                        -- Acha que a Terzak não achará isso uma péssima ideia?
                        Júlia apenas deus de ombros e logo a conversa se estendeu para o campo profissional e para os estudos.
                     




                       Elizabeth estava enviando alguns e-mails. Havia milhares deles na sua caixa de correio.
Ultimamente, as coisas pareciam estar ganhando um novo sabor. Ela sentia um entusiasmo crescendo dentro de si. Desde o acidente não tinha vontade de fazer nada, porém agora sentia um desejo de voltar a ser a mulher que um dia fora.
                       Cobriu os olhos com as mãos.
                       Queria se libertar, mas havia algo que ainda a impedia.
                      Sua mente permanecia travada. Não conseguia lembrar de nada que acontecera antes do acidente. Parecia que tinha dado um branco no cérebro. Era como se tivesse esquecido algo de suma importância para sua vida. mas o quê? Por que aquela impressão de que faltava algo não lhe abandonava?
                       Respirou fundo e voltou a digitar.
                       Não demorou para ouvir batidas na porta e logo Felipa entrava com uma bandeja.
                       -- Trouxe um lanche já que comeu tão pouco no almoço.
                       A empresária observou o sorvete de chocolate com creme.
                       -- Bem caprichado! -- Pegou a taça e começou a degustar.
                       -- Levei também para Anny. -- A empregada se sentou na cadeira. -- Você já viu como ela tá fofinha? Tive vontade de apertá-la quando a vi.
                      A Terzak tomava a sobremesa em silêncio.
                    -- Seu pai gosta muito da doutora, percebi que acredita que ela vai te fazer levantar dessa cadeira.
                    -- Talvez ele tenha interesse na beleza dela...
                    A governanta lhe enviou um olhar de advertência.
                    -- Deixe de pensar essas coisas, Liz, o importante agora é que se recupere.
                    A empresária suspirou, enquanto colocava o sorvete novamente na bandeja.
                    -- Deixe-me, preciso continuar a trabalhar.
                    Felipa sabia que ela tava irritada como de costume, então preferiu voltar ao trabalho para não a ver esbravejar.



                    A fisioterapeuta aproveitou que Anny tinha dormido para se exercitar um pouco.
           Sabia que naquela mansão havia uma verdadeira academia. Vários equipamentos de musculação novinhos e prontos para serem usados. Não era uma mulher daquelas que tinha verdadeira obsessão pelo corpo, mas gostava de praticar aquelas atividades, era um verdadeiro calmante para sua cabeça.
                    Chegou ao lugar e sentou-se em uma das máquinas. Queria suar muito, cansar a mente.
                   Não conseguia parar de pensar na arrogante paciente. Ela lhe desconsertava. Queria tanto se livrar daquela febre que tinha dominado seu corpo. Nunca se considerara passional. Lógico que transava com Felipe, mas nunca sentira aquela paixão. Nas raras vezes que tinham uma relação sexual, o fazia mais por insistência do médico.
                     Respirou fundo!
                Aquilo estava fugindo do controle. Precisava colocar um fim naquela situação o mais rápido possível. Não sabia até quando suportaria se manter afastada de Elizabeth. Hoje mesmo, na piscina, acabara se descontrolando. Tocando-a de uma forma que sabia não ser permitida.
                       Droga!
                       O que aquela mulher queria consigo?
                       Não havia dúvidas que a paciente não lhe era indiferente. Isso estava claro.
                   Júlia se assustava, sabia que o envolvimento com a empresária não seria apenas sexo. Nunca embarcara numa relação daquele tipo, nem mesmo tivera um caso sem compromisso. Estaria arriscando seu coração se entrasse naquela aventura? Mas poderia um ser humano se apaixonar alguém como ela?
                        Linda!
                        Sim, não tinha como negar que tinha uma beleza arrasadora, mas e o interior?
                        Em alguns momentos ansiava por batê-la com tanta força até machucá-la, até fazê-la engolir todas aquelas palavras que gostava de proferir.
                    -- Mais uma vez aproveitando das mordomias da minha mansão. 
                     Aquela voz interrompeu as divagações da fisioterapeuta.
             Elizabeth estava apenas tentando se distrair, quando viu que alguém estava fazendo atividades fı́sicas, bastou olhar e encontrou a dona dos seus pensamentos.
                      Ficara observando-a durante algum tempo.
                    Estava tão linda com aquele cabelo preso num rabo de cavalo, usava uma camiseta, short curto, deixando à mostra aquelas belas e longas pernas.
                       A fisioterapeuta fitou-a.
                     Ela se aproximava na cadeira. Em breve ela não precisaria mais daquele item. Em pouco tempo, ela poderia usar muletas.
                      -- Desconte do meu salário. – Seguiu para outra máquina, ignorando-a.
                      A paciente sorriu e a viu sentar e começar a exercitar os braços e as costas.
                      -- Onde está Anny? – Parou a poucos centı́metros dela.
                      -- Dormindo!
                      Elizabeth olhava tudo ao redor, depois sua atenção voltou para a bela que tentava lhe devolver os movimentos.
                       -- Quantos anos você tem?
                       Júlia terminou uma série e respirou fundo.
                       -- Vinte e três! – Recomeçou os movimentos.
                      -- Pensei que tivesse menos. Às vezes, parece que estou lidando com uma adolescente.                           A outra apenas deu de ombros, não cairia nas provocações.
                        -- Você não precisa malhar. – Pousou a mão na coxa da jovem. —Seu corpo é perfeito.
                     A fisioterapeuta sentiu um arrepio percorrer seu corpo com aquele toque em sua pele que não estava coberta. Observou a mão de dedos longos e ansiou tê-la não só ali, mas em outras partes que já se manifestavam querendo-a.
                        -- Nem você. – A encarou. – Você é maravilhosa.
                        -- Eu sei! – Riu sarcástica.
                  Júlia detestava aquele humor irônico e convencido, voltou a se exercitar. Elizabeth começou a fazer movimentos circulares em sua coxa.
                        -- Por que não aceitou o meu convite?
                      -- Não lembro de ter recebido convite, foi mais uma intimação. 
                        A empresária gargalhou.
                     -- Prometo que da próxima vez serei mais sutil. 
                        Júlia deteve a mão que se insinuava mais e mais.
                       -- Nunca vou aceitar nenhum convite ou ordem sua. – Falou irritada.
                        -- Ok, ok! Não estou querendo discutir.
                    O que aquela mulher queria de si? Indagava a jovem ao fitar aqueles olhos verdes. Não exagerara quando disse que ela era maravilhosa, aquela pele, aqueles lábios, aquele nariz arrebitado, tudo era perfeito. Ficava ainda mais linda com aqueles cabelos soltos. Observou a marca do acidente que lhe marcava o rosto.
                   -- Por que me olha? A minha cicatriz lhe causa repugnância? – Indagou, parecia incomodada com por ser investigada minunciosamente.
                     -- Não! – Tocou-lhe a face, Acariciando-a. -- Foi do acidente? – Indagou sem parar de fazer os carinhos.
                         -- Sim! O vidro penetrou em minha face.
                     A Wasten observou o olhar perdido da paciente. Estaria lembrando daquele fatı́dico dia? Devia ter sido terrível para ela, ficara sabendo por Aleex que no inı́cio ela ainda atentara contra a própria vida.
                        -- Você não teve culpa.
                         Elizabeth lhe afastou bruscamente a mão.
                    -- Você não sabe de nada! – Gritou. – Não é ninguém para falar sobre esse assunto. 
                         A fisioterapeuta apenas assentiu, voltando a se exercitar. A última coisa que desejava era uma discussão com a empresária.
                       -- Jante comigo! – A paciente parecia ter se recuperado da fraqueza.
                       A mãe de Anny pareceu surpresa com as palavras que ouviu. Não imaginou ela falaria novamente a não ser para brigar.
                       -- Gosto de fazer as refeições com minha filha.
                       -- Leve-a contigo.
                        Júlia estava exasperada.
                  -- Já disse que não tenho nenhum desejo de partilhar nenhum momento com você e também não quero que minha filha tenha que suportar o seu mau humor.
                        -- Anny gosta de mim. -- Disse com um sorriso arrogante. 
                        -- Ela é muito inocente. Não entende de pessoas ruins.
                        -- Você não me conhece. -- Falou por entre os dentes.
                     -- Conheço o suficiente para saber que devo me manter distante. – Falou com convicção.        
                   Elizabeth meneou a cabeça, voltando a tocá-la. Dessa vez, subiu a mão até chegar ao decote. Os olhos azuis escureceram, enquanto não lhe abandonava a face.
                        -- Por que fez aquilo na piscina?
                         -- Eu fiz inúmeras coisas lá. – Fez de desentendida.
                        A empresária invadiu sutilmente a camiseta, até sentir a pele sob o sutiã.
                    A fisioterapeuta interrompeu a sessão, pois nem respirar estava conseguindo. Mordeu o lábio inferior quando sentiu o polegar estimulando seu mamilo. Projetou-se para frente para poder aproveitar ainda mais a carícia proibida. 
                       -- Sua pele é tão macia. -- A empresária dizia em puro desejo.
                    Enquanto uma das mãos fazia carinho num seio, a outra descia e se posicionava na lateral da coxa.
                         -- O que você quer de mim? -- Questionava em um sussurro agoniado.
                        -- Jante comigo, lá poderemos conversar melhor. – Abandonou o colo, passando a tocar a lateral do pescoço, até trazê-la bem para próximo de si.
                      As bocas se encontraram com urgência. Tinham sede, necessitavam daquele toque. As lı́nguas se uniram numa dança erótica. Ora mordiscavam-se, chupavam-se...sentia-se com um desejo carnal e poderoso.
                      Pararam para respirar.
                      Os olhares se encontraram cheios de desespero.
                     -- Isso não pode acontecer. – Júlia negava-se a aceitar.
                    -- Já está acontecendo. – Passou os dedos naqueles lábios carnudos. – Te espero hoje. Às sete. 
                       A Wasten sabia que deveria se negar, mas a vontade de ficar mais perto dela chegava a lhe turvar a racionalidade.
                       Levantou-se da máquina, cruzando os braços.
                       -- Se for, levarei a minha filha e não haverá nada entre nós!
               Elizabeth sorriu triunfante e seguiu de volta para o próprio quarto, deixando uma a fisioterapeuta totalmente desolada.
                      Ela sabia que se decidisse ir estaria arriscando toda sua vida, porém poderia ir e dá um fim em toda aquela história, mas como?



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