Dolo ferox -- capítulo 32
O escritório estava mergulhado na penumbra.
Natasha acendeu o interruptor, enquanto observava cada coisa com atenção. Encostou-se à porta, mirando as estantes arrumadas com seus preciosos livros. De repente lembranças de um momento que buscava apagar de sua memória vieram como flashes que pareciam lhe açoitar a pele.
Mordiscou o lábio inferior demoradamente, enquanto os olhos negros se estreitavam perigosamente.
Bateu com a mão aberta contra a madeira da porta.
Como a Valentina podia ser tão imbecil a ponto de acreditar em Isadora e Nathália? Estava cega que não conseguia ver a sua frente toda a hipocrisia das duas?
Bateu novamente com mais força!
Não adiantaria dizer nada, apenas deveria manter distância, afastar-se para que conseguisse pensar de forma objetiva sobre tudo o que estava acontecendo.
A raiva consumia seu corpo.
Cerrou fortemente os dentes!
Iria destruí-las, não teria dó de nenhum deles, não permitiria que saíssem vencedores daquela batalha. Observou mais uma vez a organização que reinava em seu ambiente particular. As luminárias de colecionadores, a poltrona de couro… Tudo parecia uma ofensa a si.
Seguiu a passos largos até as estantes, derrubando as três que cairam enfileiradas, apoiando-se uma nas outras, porém aquilo não pareceu ser suficiente para lhe aplacar o ódio.
Tomou nas mãos os livros de capas duras, jogando-os contra as paredes, fazendo-o como se estive em um jogo de beisebol e fosse a lançadora.
Os cabelos ruivos se soltaram do coque, caindo por sua face.
Derrubou os papéis que estavam sobre a pequena escrivaninha, empurrou a poltrona, sentindo lágrimas queimarem seus olhos.
Em sua mente ecoava cada frase pronunciada pela circense.
Odiava-a com a mesma intensidade que a amava e isso parecia um castigo dentro do seu peito, pois era como se não houvesse equilíbrio.
Não demorou para o caos ocupar o espaço que antes reinava a mais perfeita organização.
Seguiu até o piano, segurando a ele, como se não tivesse mais forças para continuar, levantou o banco, sentando-se.
Havia lágrimas em seu rosto quando agachou a cabeça, apoiando-a nos braços, parecia cansada, sem forças para prosseguir com aquela batalha.
Valentina descia as escadas pronto para enfrentar novamente a poderosa Valerie.
Não aceitaria a forma que a ruiva estava tratando aquela situação. Não tinha direito algum para mantê-la presa naquele lugar, para afastá-la da criança ou para tratá-la daquela forma.
Segurou no corrimão, enquanto dava uma pausa, como se estivesse cansada demais para continuar.
Observou o térreo, imaginando se teria o encontro com a arquiteta ali mesmo.
Ainda tinha a imagem dela na banheira grudada em sua mente. Como alguém podia ser tão miseravelmente bela como a neta desprezada de Isadora? Mesmo que mentisse para os outros, sabia o que se passava em seu interior, como tivera que buscar forças para não se entregar àqueles encantos de Afrodite. Queria-a mais que tudo e mesmo com toda a raiva que estava a sentir, não conseguia deixar de querê-la, desejava-a ao seu lado junto com o filho. Talvez fosse uma idiotice, mas ainda sonhava em ter uma família ao lado dela.
Massageou as têmporas, como se isso pudesse lhe livrar daquela imaginação conflituosa.
Maldita ruiva!
Sua cabeça parecia cheia de confusão, pensando se seria uma boa ideia enfrentar Natasha novamente, afinal, ela parecia sempre tão intocável, inflexível, insensível diante de todos e de tudo. Exibia o nariz arrebitado como se nada temesse, esboçava aquele sorriso carregado de cinismo como se estivesse acima de todos.
Umedeceu os lábios demoradamente.
Continuou a caminhada e quando chegou ao térreo, encontrou a empregada que vinha do destino que tomaria em poucos segundos. A mulher parecia assustada como se algo a tivesse chocado.
Fitou-a preocupada.
-- O que se passa? Aconteceu alguma coisa?
A serviçal negou efusivamente com a cabeça, enquanto fitava a porta do escritório.
-- Venha comigo, senhorita, irei abrir a porta para que vá embora! -- Mostrou-lhe as chaves. -- A senhora Valerie pediu que a desculpasse e mandou lhe desejar uma ótima tarde.
A bela morena estreitou os olhos em desconfiança, enquanto fitava na mão da empregada da ruiva a sua saída daquela cobertura.
Soltou um longo suspiro sabendo que aquele era o momento de ir embora antes que a fera mudasse de ideia novamente. Mirou em direção a elegante porta da entrada durante alguns segundos, mas logo encarou novamente a mensageira da Valerie.
-- O que houve com a sua patroa?
A mulher voltou a negar com a cabeça, mas a expressão de nervosismo não lhe abandonava a face.
-- Não, não aconteceu nada, apenas deve ir embora… Por favor! -- Apontou a saída com a mão. -- Me acompanhe! -- Seguiu a frente.
A circense não se moveu, apenas observou o relógio que estava em seu pulso, vendo que não demoraria para as dezoito horas, se saísse agora, teria tempo para o jantar.
A namorada e a sogra deveriam estar naquele momento se arrumando para comparecer ao compromisso na mansão Vallares. Uma refeição chata na presença de Isadora que não perderia uma oportunidade para falar mal da aquiteta.
Suspirou!
Como se fosse preciso que alguém falasse todos os defeitos da ruiva. Ela conhecia muito bem a todos, principalmente a arrogância e o orgulho.
Dando de ombros seguiu em direção contrária, diante do olhar arregalado da serviçal que preferiu seguir para seus afazeres a se intrometer naquele imenso problema que aconteceria.
Valentina segurou a maçaneta fria e hesitou por alguns segundos. Decidiu bater, fê-lo com cuidado, como se temesse despertar o minotauro que ocupava o ambiente,mas nenhuma resposta foi dada, então abriu lentamente, entrando, sabendo que aquela fora uma péssima ideia, mas desejando ir até o final.
O lugar não estava tão claro, mas a iluminação era suficiente para perceber o que tinha se passado ali. Decerto um furacão em sua maior escala Saffir-Simpson tivesse visitado em especial aquela parte do apartamento. Tudo que parecia sempre tão ordenado antes, agora parecia o próprio caos a reinar.
Entrou com cuidado, temendo tropeçar em alguns daqueles livros que jaziam sobre o carpete. Reconhecia alguns títulos. Agachou, observando um bem conhecido. Viu as gravuras que em outrora a chocaram tanto, mas que agora pareciam tão normais. Levantou a cabeça, vendo a poltrona virada. Havia quadros destruídos, mas apenas o piano antigo permanecia intocável em seu lugar.
Deus, o que se passara ali?
Levantou-se, enquanto olhos fixos perturbados lhe encaravam.
Umedeceu o lábio inferior demoradamente, enquanto se sentia invadida por aquele olhar tão penetrante.
Poderia ter ido embora, sim, era isso que deveria ter feito, mas não resistiu e foi até ela, para quê?
Observou que o rosto bonito estava rosado e os olhos verdes vermelhos como se estivesse a chorar.
Respirou fundo e o cheiro dela invadiu suas narinas como uma afronta.
Natasha cruzou os braços sobre os seios. O maxilar estava enrijecido. A postura era tão etérea que lembrava aquelas rainhas da época medieval que exibia o poder.
-- A porta foi aberta, imaginei que já tinha deixado a minha casa. -- Ela comentou, fitando-a com o cenho franzido. -- Ou a fechadura emperrou e não tiveram como destrancar? Se assim o for, chame o chaveiro. -- Disse, enquanto dava-lhe as costas, seguindo até a janela.
A neta do conde permaneceu no mesmo lugar, vendo a postura de inflexibilidade e indiferença ser erguida. Voltou a fitar a porta, pensando que sua intuição gritava em seu interior para que deixasse aquele lugar, mas teimosamente não o fez.
Mais uma vez olhou o relógio.
Por que estava ali? Sabia que nada sairia de bom daquele encontro. Voltariam a se acusar, destilariam sarcasmos e piorariam ainda mais aquela situação. Era impossível que se entendessem…
Arrumou a poltrona, depois recolheu alguns livros, colocando-os sobre ela, em seguida se aproximou um pouco mais da arquiteta.
Ouvia a respiração pesada e sentia o cheiro delicioso do perfume que eram suas marcas.
Abriu a boca para falar, mas não o fez de imediato, parecendo estar a escolher as palavras certas para dizer. Após alguns segundos o fez:
-- Natasha… -- Chamou-a baixinho.
A ruiva não se voltou para ela, continuava na mesma posição, parecendo indiferente a tudo.
A morena continuou:
-- Eu não desejo brigar, nem desejo que levemos tudo no sarcasmo… -- Aproximou-se mais. -- Sim, eu sei que me acha uma idiota como deixou bem claro ainda pouco… -- Deu uma pausa, retomando em seguida. -- Mas pense comigo… O que você acharia se em um momento alguém confessasse que te ama, ficasse ao seu lado e em outro momento te proíbisse de se aproximar da criança que carregou durante meses dentro de si… -- Suspirou. -- Certo, para você, para a justiça e para todos eu fui apenas a barriga de aluguel… Simplesmente colocaram dentro de mim algo que era seu e eu devo apenas me conformar com isso, seguir a minha vida… Mas eu não consigo…-- Disse a última frase pausadamente. -- Então eu sou uma idiota porque a Nathália aceitou me ajudar e eu com a única intenção de ter meu filho de volta, aceitei… Sim, eu sou uma idiota porque eu ainda vim aqui falar contigo, sabendo que seria a coisa mais inútil que faria…
A Valerie nada disse, apenas permanecia parada, olhando a rua sem conseguir prestar atenção em nada, apenas na voz daquela mulher que invadia sua cabeça.
Apertou forte o batente e o machucado que tinha na mão voltou a sangrar, porém ela pareceu se importar com isso.
Por que fora se apaixonar por ela? Poderia ser apenas sexo, não precisava desejá-la ao seu lado, não precisava ansiar por aquele sorriso de covinhas que a encantava.
Desde a primeira vez que viu a circense, desde o momento que os lábios tocaram os dela tudo pareceu mudar. Não havia mais a solitária Valerie, aquela que não se importava com nada, com ninguém, que apenas existia… Sentia falta do vazio que havia em seu peito em alguns momentos…
A voz baixa e melodiosa interrompeu seus pensamentos.
-- Então, tenha uma boa noite… Passar bem…
Valentina seguia para a saída, mas a fala forte e baixa a deteve.
-- E o que você queria? Que eu deixasse meu filho ser criado por você e por minha adorada irmã? Ah, sim, por minha avó que é um ser maravilhoso que com certeza vai tratar uma criança que saiu ruiva como eu muito bem. -- Ironizou, virando-se para ela. -- Imagino que a vovó vai se vestir de palhacinha para o primeiro aniversário dele.
A trapezista permaneceu de costas, enquanto digeria as palavras, sabendo que em parte ela estava certa, mesmo que não conseguisse admitir, afinal, ela não precisava destilar todo aquele sarcasmo, poderia apenas explicar seus temores. Virou-se para ela, mas antes de falar algo, viu o sangue na mão da empresária. Aproximou-se.
-- Machucou-se!
Natasha deu de ombros.
-- Foi apenas um corte superficial.
A morena não pareceu convencida, tomando a mão dela e vendo a ferida.
-- Precisa ser cuidada para não inflamar.
A ruiva a mirou, recolhendo o braço, pois o toque feminino parecia blasfemar seu controle há tempos perdidos.
-- Bobagem! -- Respondeu com pouco caso. -- Pensei que tivesse um jantar para ir. -- Seguiu até o piano, levantou o banco, sentando. -- Vai chegar atrasada em seu compromisso. -- Abriu a proteção do teclado, mirando-as com atenção. -- Vá embora… Vamos evitar desgastes desnecessários.
A trapezista sentiu mais uma vez a frustração por não conseguir manter o diálogo com aquela mulher. Já se preparava para deixar o escritório quando ouviu os primeiros acordes da música que sempre a via tocar.
Recordou-se da primeira vez que a viu ali, concentrada em produzir aquele som tão harmonioso…
Era como se aquele primeiro dia viesse a sua memória.
O perfil forte, enquanto os dedos delicados tiravam o hipnotizante som do instrumento musical.
Aproximou-se, vendo-a.
Os olhos estavam fechados enquanto ela tocava com tanta perfeição que se os anjos tocassem, com certeza fariam daquele jeito.
Estava tão mergulhada nos acordes que só depois que percebeu que agora os olhos verdes lhe encaravam com toda aquela intensidade que a fazia tremer. Permaneceram ali, olhando-se, ouvindo a música que enchia o ambiente… Pareciam perdidas, fundidas em emoções perigosas, em desejos sombrios que habitavam seus corações.
A circense se aproximou, sem deixar de encará-la, tomou-lhe o rosto nas mãos.
A música cessou…
Valentina mirava os lábios entreabertos, o olhar escurecido, as escassas sardas que lhe enfeitavam o nariz orgulhoso. Parecia desejar descobrir o que se passava naquele interior, mas também ansiou por esbofeteá-la e ver se ela reagia de alguma forma e deixava aquela frieza de lado.
-- Não adianta falar contigo, eu sei que será impossível dissuadi-la das suas ideias… Apenas fica aí como se o mundo e os seus problemas não te importassem.
A ruiva se levantou, aproximando-se dela, fitando-lhe os olhos negros, tomando-a pelo braço.
-- Sim, não irá… -- Dizia com a respiração ofegante. -- Só vamos brigar… -- Chegou mais perto da boca da morena. -- Só há uma coisa que eu quero nesse momento… Uma coisa que deveria fazer para que você mantivesse essa sua língua afiada quietinha.
Valentina tentou se manter indiferente, mas sabia que a pulsação estava acelerada ao sentir o hálito refrescante tão próximo do seu. O sabor da champanhe deveria estar presente ali, fazendo-a ainda mais tentadora.
-- O que você quer? -- Valentina questionou baixinho. -- Como manteria minha boca
Natasha lhe segurou pela nuca, trazendo o rosto para bem perto do seu.
A trapezista sabia que deveria impedi-la naquele momento, sabia que ceder ao desejo da Valerie seria dois passos dados para trás em sua vida, porém o que fazer quando ela desejava se entregar?
Mirou a boca rosada chegar ainda mais perto, sentiu-a colar a sua, mas de início não esboçou nenhuma reação, apenas mantinha os olhos negros abertos, sentindo a carícia delicada. Apoiou as mãos no piano, segurando ali com toda força como se assim pudesse evitar a entrega.
A ruiva passou a língua pelos lábios bonitos, desenhando-os, esperando que ela se rendesse, porém não havia pressa, só a vontade de tê-la mais uma vez para si.
-- Eu não devo… -- A morena falou contra a boca da bela mulher.
-- Há uma diferença entre não dever e o não querer… -- Acariciou-lhe a nuca gentilmente. -- Eu mais que ninguém sei que não devemos, porém a quero com toda minha insanidade… Consciente e inconscientemente, eu te quero… -- Começou a lhe beijar a face, subindo até a orelha, sussurrando em seu ouvido. -- Agora me responda você: você não quer?
Valentina semicerrou os olhos diante das carícias. Sentia a pele toda arrepiada e ansiosa por mais carícias. Tentava manter o controle a todo custo, mas seu sangue parecia ferver diante das lembranças dos momentos de amor que tiveram em outrora.
Natasha voltou a mirá-la, enquanto seus dedos brincavam com os botões da camisa de seda.
-- Me odeia tanto assim? -- Abriu o primeiro. -- Acho que não, pois se assim fosse, não teria vindo até aqui, quando nesse momento poderia estar adentrando os portões da mansão Vallares.
A circense observou as mãos de dedos longos abrirem totalmente sua veste superior, deixando à mostra o sutiã branco de rendas. Fitou-a novamente, tentando desvendar o que se passava naquele misterioso olhar.
-- Você é demasiadamente convencida…
-- Sou? -- Questionou com um arquear de sobrancelha.
Os dedos longos passeavam pelos seios redondos e inchados. Fazia-o sem pressa, mirando a beleza da pele.
Abriu o fecho frontal, mas em nenhum momento perdeu o contato visual. Espalmou as mãos sobre os montes, segurando-os, depois acariciou os mamilos com os polegares até senti-los intumescidos. Brincava com os biquinhos, enquanto tinha a sobrancelha arqueada em desafio.
Valentina não esboçou nenhuma reação, mas suas pernas tremiam, pareciam bambas. Sentia a pressão em seu ventre… Um desejo tão avassalador que tinha certeza que não demoraria para perder-se na paixão do delicioso toque. Queria-a mais que tudo, mesmo que depois a guerra voltasse a reinar.
-- Sim… -- Disse em um fio de voz. -- Você é… é a mais convencida de todas…
Um sorriso brincou nos lábios da arquiteta, enquanto pousava os lábios no pescoço esguio. Beijava a pele, mordiscando em alguns momentos, arrancando gemidos baixos da neta do conde. Passou a língua, deixando-a arrepiada e sem forças.
Sentiu as mãos baixar até a saia, mas não a livrou dela imediatamente. Apenas seguiu tateando até as nádegas, apertando-as contra si. Alisando-a sob o tecido, explorando-a como a uma floresta virgem.
A Vallares fechou os olhos em puro deleite e não demorou para as bocas se encontrarem em agonia. A ruiva de início tomou o controle do beijo, mordiscando-a, prendendo-lhe a língua, mas depois Valentina deu um novo ritmo. Tomou-lhe o rosto com ambas as mãos, prendendo-a perto de si, chupando-a com força, como se assim estivesse a castigar pelas sensações que lhe fazia sentir.
A ruiva se deixou conduzir, mesmo diante de toda brusquidão, adorou a carícia. Valentina lhe enlaçou pelo pescoço colando-a mais a si, enquanto a Valerie a segurava pela cintura, moldando os quadris, movimentando-se contra ela e recebendo o mesmo de volta. Moviam-se em uma dança erótica, ansiando pela continuidade. Voltou a lhe segurar pelo bumbum, mantendo-a cativa de si.
A morena desamarrou o roupão e logo sentia o corpo totalmente nu junto ao seu. Ela era tão quente… Parecia as próprias chamas do inferno a incendiar seu ser.
A circense passeava as mãos pelos seios enfeitados de sardas. Fitando-a.
-- Quero que me diga porque gosta tanto de me provocar… -- Roçou os dedos contra os mamilos rosados, deliciando-se com a textura. -- Não seria melhor se nos entendêssemos? -- Baixou a mão até o ventre, depois ao sexo. -- Seria mais gostosa se não brigássemos tanto…
Natasha inclinou a cabeça para baixo, vendo a carícia com os olhos estreitados.
Cerrou os dentes forte quando viu o polegar fazer movimentos circulares e logo sua intimidade a engoliu.
Encarou-a vendo o sorriso brincar na boca bonita.
-- Porque a senhorita me enlouquece… Me tira do sério a ponto de eu não saber o que estou a fazer…Ah…Não sabes o que mais faz sentir… Não sabes...
Valentina acariciou novamente o abdome liso, sentindo os pelos ralos da intimidade… Macios…Penetrou-a mais uma vez. Agora fez mais impetuosamente.
-- Ain...Palhacinha… Não sabe como sou louca por ti… -- Segurou-lhe a mão, fazendo-a seguir o ritmo mais forte. -- Não é suficiente… -- Escondeu a face sobre o pescoço esguio.
A Vallares a sentia frágil em seus dedos, ouvia a respiração acelerada, sentia-se maravilhada por senti-la tão molhada, tão entregue. Continuou com os movimento de vai-e-vem, enquanto ouvia os gemidos. Sentia-a balançar os quadris contra sua mão de forma mais intensa. Sorriu ao ouvi-la falar aquelas palavras que não se conseguia decifrar, como se estivesse a falar em outra língua, mas era tão excitante que seu corpo reagia.
Não demorou para ouvi-la gritar em êxtase, colando os dentes em seu pescoço.
Valentina permaneceu na mesma posição, apenas esperando-a se recuperar e viu os olhos escurecidos lhe fitarem com aquele jeito misterioso. A face estava ainda mais corada.
-- Percebe-se que estava bastante necessitada, senhora… Mal a toquei e já se derretia em meus dedos… -- Mostrou-lhe a mão molhada.
A ruiva sorriu, beijando cada um dos dedos.
-- Sim… E se tocar novamente, gozarei de novo e de novo... -- roçou a unha no mamilo. -- Adoro dar pra você… Ainda mais quando essa boquinha chupa tão gostoso…
Valentina sentiu as bochechas queimarem, mas também aquilo a deixou mais excitada.
Natasha lhe tirava a saia, deixando-a apenas com a calcinha de renda.
-- Achei que não pudesse ainda… -- Colocou a mão dentro da lingerie. -- Pensei que o parquinho estava interditado...
A Vallares encarava o olhar debochado e sentia a agonia lhe possuir.
-- Se for delicada e brincar devagar não haverá problemas…-- Disse, encarando-a. -- Você é uma criança que merece se divertir um pouco… -- Rebolou contra ela. -- E eu sou uma pessoa muito boa...
A neta de Isadora esboçou um sorriso misterioso, enquanto beijava os seios e logo se agachava, beijando a barriga, a cicatriz que se apresentava e logo a calcinha branca. Baixou-a. tocando-a com os lábios, tateando--a com cuidado, olhando-a como se fosse uma divindade.
Abriu-a com ambas as mãos, depois começou a esfregar a cara em todo o sexo.
-- Nath… -- A morena gemeu, segurando-lhe nos ombros, temendo cair.
Observou as pernas tremerem, levantou a cabeça, encarando-a.
-- O que você quer?
Valentina mordeu a lateral do lábio inferior. Sentia espasmos por todo o corpo.
Olhou para a porta e ficou a imaginar como o pai ficaria furioso por não ido ao jantar, mas nada daquilo importava naquele momento.
-- Eu quero dar bem gostoso pra você, Valerie, e quero que você coma com vontade sem deixar perder uma gota que seja…
Natasha sentiu o corpo implorar novamente por ela.
Voltou a lhe afastar os grandes lábios íntimos e logo a língua passava de baixo para cima, lambendo-a com calma. Fazendo os movimentos inúmeras vezes. Prendeu o clitóris nos dentes, depois chupou-os como se fosse uma cereja suculenta.
Valentina levou a mão a boca, mordendo-a para não gritar e chamar a atenção de outras pessoas que estavam no apartamento.
Olhava e via a cabeleira ruiva. Segurou os cabelos, para que pudesse ver o que a outra estava fazendo de forma tão deliciosa.
A Valerie a fitou.
A arquite sorriu, enquanto voltava a passar a língua por todo o sexo, sem deixar de mirá-la.
A herdeira do conde segurou com mais força os cabelos da bela mulher.
-- Adoro quando você está aos meus pés… Ain… Ainda mais desse jeito…
-- É… E o que mais quer fazer? -- Questionou com olhar cínico.
A morena encarou os olhos verdes e inesperadamente, bateu na cara da neta de Isadora. De um lado, depois do outro. Depois arqueou a sobrancelha esquerda.
-- Isso que morro de vontade de fazer...
A ruiva passou a língua pelo lábio superior demoradamente.
-- Ah é? -- Lambeu a virilha da jovem. -- Pode fazer quando quiser… Mas só quando eu tiver te comendo…
-- Hun… Vem aqui… Vem, meu amor… -- Chamou-a.
-- Eu sei o que você quer… -- Levantou-se, voltando a beijar seus lábios. -- E o que eu quero é que seja minha.
Valentina tomou-lhe a mão, guiando-a até seu lugar secreto. Afastou um pouco as pernas, pois a única coisa que desejava naquele momento era amenizar aquele fogo que queimava em seu interior.
Sentiu os dedos a lhe tocar e ansiou por muito mais. Afastou mais as pernas e gemeu quando a sentiu massagear sua carne com os nós dos dedos.
-- Assim está bom… -- Usou o indicador, entrando lentamente.
-- Ain… -- Estreitou os olhos. -- Sim… Um pouco mais…
A ruiva sorriu, baixando a proteção do piano, fê-la sentar sobre o instrumento.
-- Assim está melhor… -- Massageou-lhe as coxas.
A morena lhe beijou o pescoço, mordiscando-o e logo encontrou seus lábios.
Beijaram-se com urgência naquele momento. Natasha voltou a invadi-la, mas a circense lhe deteve os movimentos.
-- Sua unha…
A arquiteta sorriu.
-- Ah sim… -- Penetrou-a novamente com o indicador, mas fê-lo com cuidado, depois o tirou, mostrando a ela. -- Andei muito dama da sociedade nos últimos dias e deixei-as grandes…
A trapezista observou como estava molhado com seu mel, mordiscou as unhas da empresária e logo deixava-as rente à pele, então passou a língua, lambendo-o diante do olhar desejoso.
-- Pronto… Pode meter novamente…
Natasha mordiscou o lábio inferior sentindo o sexo pulsar forte diante da ousadia da neta de Nicolay.
-- Fez em três… -- Voltou a massagear o clitóris com o polegar em movimentos circulares. -- Pensei que não poderia se dar a certos luxos… -- Mordiscou a pontinha da orelha dela. -- Me divido na vontade de te dar umas palmadas e me perder nesse seu prazer… -- Sussurrava em seu ouvido. -- Vamos ver se assim fica gostoso… -- Penetrou-a duplamente.
A morena gemeu, enquanto fechava os olhos.
A ruiva embrenhou a mão pelos cabelos negros, prendendo-os, puxando-os para que ela pudesse lhe encarar.
Valentina mexia os quadris contra os dedos em um ritmo mais acelerado.
-- Calma, criança, você disse que teríamos que ir com cuidado… -- Cessou os movimentos.
-- Ah… Não… Continua… -- Choramingou. -- Assim… mais… bem mais…
Natasha metia mais forte, enquanto as bocas se encontravam. Ouvia a respiração acelerada da amada e não demorou para a bela morena gritar em um delicioso gozo.
Nícolas estava no escritório.
Já tinha ligado para todos os lugares onde Valentina poderia ter ido.
Na empresa informaram que ela tinha saído à tarde e não tinha retornado. Tentou entrar em contato com o taxista que a tinha levado, mas o homem não atendia o telefone.
Bateu com o punho fechado sobre a mesa.
Ouviu batidas na porta e logo a duquesa se aproximava.
-- Não acredito que estamos passando esse vexame… -- Dizia com as mãos na cintura. -- Até a imprensa está aqui e a sua filha não aparece.
O filho do conde cerrou os dentes em irritação.
-- Eu não sei onde ela está e estou preocupado… Pode ter acontecido algo de ruim com a minha filha e a senhora apenas se preocupa com a imprensa! -- Disse furioso.
Isadora arrumou o penteado.
-- Bem, esperaremos mais um pouco, espero que a Valentina tenha uma boa desculpa para esse ridículo que me fez passar…
Nícolas observou a mulher se afastar toda pomposa, enquanto voltava a pegar o telefone. Agora discaria para a polícia.
O silêncio reinava no escritório naquele momento.
Natasha estava sentada no sofá tendo a bela Vallares a lhe montar de frente, tendo a cabeça encostada em seu pescoço.
-- Oh, meu amor, tá gostoso o colinho? -- A ruiva lhe sussurrou ao ouvido.
Valentina a encarou com um sorriso.
-- Queria ficar assim contigo para sempre… Não queria que brigássemos nunca mais…
A arquiteta lhe tomou as mãos, beijando-as.
-- Pode continuar a ver o nosso filho… Só preciso que tenha paciência, meu anjo… Sei que estou sendo cruel, mas quero apenas protegê-lo da mesma forma que estou fazendo contigo…
-- Mas, amor…
Antes que pudesse continuar a frase, ouviram batidas na porta. Valentina ficou nervosa, mas Natasha a abraçou.
-- Ninguém vai entrar sem a minha permissão. -- Beijou-lhe a testa, fazendo-a sentar, levantou-se, pegou o roupão.
Valentina a viu seguir até a porta e depois de alguns segundos a bela mulher retornou com uma expressão indecifrável.
Seguiu até ela.
-- O que houve?
Natasha lhe arrumou as madeixas por trás da orelha, fitando-a apaixonadamente.
-- O seu pai mandou a polícia até aqui!
Maravilhoso!
ResponderExcluirMaravilhosa, autora minha favorita ❤️
Oi Geh do meu❤️
ResponderExcluirNão tem como não amar essa história,e a autora também.
Depois de tantas coisas ditas,pensadas, elas se rendem a esse amor que é só delas.
Que vontade de dar uma voadora nessa veia(velha) chata do caramba,já está na hora dela se ferrar.
A Natacha tem que sair e mandar essa polícia e para a p... que pariu, e não permitir que entre em sua casa.
Acho que dessa vez à Valentina vai ficar mais esperta com essas duas cobras em pele de cordeiro com relação a sua amada.
Beijos maravilhosa autora🌹
Já dizia o ditado: "Alegria de pobre dura pouco" polícia... Putz! Como assim? Não podia esperar dar meia-noite para procurar a Valentina, papai? Pelo amor de Deus, desgraça! O clima estava ótimo entre elas, amei.
ResponderExcluirO circo está se fechando e as saídas estão se acabando, Natasha não consegue reunir as provas de sua inocência, seus inimigos estão cada vez mais fortes, ai meu Deus.
Estou na expectativa de que a polícia não encontre a Valentina, sei lá... tem que ter uma saída, confio em você em Geh rsrsrs
Agora vem cá e fica aí mesmo kkkkkkkk " Andei muito dama da sociedade nos últimos dias e deixe-as grandes..." kkkkkkkk não pode kkkkk que vacilo em dona Natasha, mas sabia que gostei, porque é a prova de que ela não estava pegando a Rebeka.
Bjs querida.
Volta aqui, esperando ansiosamente o próximo capítulo.
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