Dolo ferox-- Capítulo 28
-- Proíbo que se aproxime novamente daquela mulher! -- Ele dizia. -- Será que não entende como ela pode te fazer mal, não tem ideia de tudo o que ela fez com a minha irmã!
A morena parou, enquanto passava a mão pelos cabelos, arrumando-os, imaginando como deveria estar sua aparência depois de quase concretizar o momento de prazer com a ruiva.
-- O senhor não pode me proibir de nada! -- Falou exasperada, enquanto observava as pessoas que passavam por eles, olhando-os de forma curiosa. -- Eu passei a vida toda sozinha e sei muito bem me defender, então não me venha agora com isso do que posso ou não fazer.
Nícolas colocou as mãos no bolso da calça, parecia constrangido diante da explosão.
-- Se eu soubesse da sua existência, jamais teria saído do seu lado…
A morena soltou um longo suspiro.
-- Eu só não quero, nem preciso que me trate assim, não sou uma criança boba que pode ser enganada por qualquer pessoa…
O homem lhe estendeu a mão, tocando-lhe a face.
-- Você não entende o pavor que sinto só em imaginar que a Natasha pode te fazer algum mal. -- Arrumou-lhe a madeixa. -- Ela matou a Verônica muito antes de executar o crime…
A morena cerrou os dentes.
A ideia da Valerie ter cometido algo tão cruel não se encaixava em sua mente, mesmo que ela tivesse uma personalidade tão forte, não conseguia de forma alguma acreditar que ela fosse capaz de algo assim.
-- Como pode ter tanta certeza que foi ela?
-- Porque ela estava com a arma do crime, porque ela estava toda ensanguentada, porque ela nunca mostrou uma prova que dissesse o contrário… ela nunca negou!
A circense já abria a boca para protestar, mas sentiu uma dor forte em sua barriga. Levou as mãos a ela, enquanto o pai se aproximava, amparando-a antes que fosse ao chão.
Valentina foi levada para a sala de cirurgia imediatamente.
-- Doutor, por favor… -- A jovem chorava. -- Nem sete meses tenho ainda… Por favor, não deixe que meu bebê morra…
Nícolas estava ao lado da filha, parecia preocupado e até culpado pela forma que agiu.
-- Precisa manter a calma! -- O médico lhe segurou a mão. -- Faremos tudo para que tudo acabe bem.
Antes que a circense pudesse falar mais alguma coisa, fora levada imediatamente, enquanto o médico encarava o filho do conde.
-- Infelizmente eu temo o pior… Seria um verdadeiro milagre que essa criança nascesse com vida.
Natasha retornou para o jantar.
Ainda sentia a raiva por Nícolas queimar em seu peito. Se Valentina não estivesse ali, talvez não tivesse se controlado, ainda mais porque sabia como ele agia para destruí-la, sem ao menos se recordar de como era o comportamento da irmã nas inúmeras vezes que ele presenciou as discussões.
Os Vallares buscavam culpá-la por tudo, pois sempre fizeram vista grossa para os comportamentos da filha mais jovem, deixando-a agir conforme seus caprichos, conforme seus anseios que mudavam de segundo a segundo.
Sentou-se, enquanto percebia todos os olhares voltados para si. Apenas deu de ombros e continuou ali parada, apenas pensando como gostaria de ter levado Valentina consigo, mesmo sem entender realmente o que se passava em seu interior, queria-a mais que tudo naquela vida miserável que vivia.
-- Você está bem?
A voz do sheik a tirou dos seus devaneios.
Ela bebericou um pouco antes de responder, parecia sem forças para falar.
-- Estou bem, um pouco cansada talvez, mas só isso.
O velho árabe esboçou um sorriso.
-- Bem, pelo que vejo terá uma ótima companhia hoje, então imagino que deseje aproveitar ao invés de ficar aqui…
Ele sabia de toda a história.
Leonardo era muito amigo do homem e o empresário também tinha uma grande admiração pela Valerie. Fora esse o motivo para ter começado fazer negócios com uma simples adolescente que tinha acabado de entrar na universidade. Sabia que ela jamais aceitaria regalias ou ajudas, era de um orgulho exacerbado.
Natasha olhou para Rebeka e viu o ousado sorriso que ela lhe dirigiu. A loira estava sentada ao seu lado e parecia fazer questão de passear a mão por sua coxa.
Se fosse em outro momento, seria tentador tê-la nos braços naquela noite, mas seu corpo queimava por outra, parecia marcado a ferro pela deusa de olhos tão negros como a noite.
-- O sheik está certo, meu amor, poderíamos encerrar a noite e seguirmos para algum lugar.
Helena fitou o marido em reprovação, pois sabia que a arquiteta tinha algo com a circense.
A arquiteta ficou a observar a borda da taça, enquanto ouvia a música animar o jantar.
Havia pessoas dançando na pista, riam felizes, conversavam alto.
Fitou o loira demoradamente.
-- Sim, parece uma ótima ideia! -- Terminou de esvaziar o taça. -- Despeço-me de vocês, mas amanhã estarei pronta para a reunião.
Antes de sair de mãos dadas com a amante, despediu-se de todos com um aperto de mão, menos da senhora Antonini que lhe deu um abraço, sussurrando algo em seu ouvido. A neta de Isadora nada respondeu, apenas se afastou.
Seguia com passos firmes e de forma silenciosa, parecia perdida em seus pensamentos naquele dia, até cansada de tanto imaginar como as coisas pareciam apenas dar voltas sem se achar uma solução.
Aproximaram-se do carro e logo Rebeka beijou a Valerie, mas a arquiteta a deteve pelos ombros.
-- Vamos embora! -- Tentou seguir para entrar no veículo, mas foi detida pelo braço. -- O que você quer hein? Estou cansada e quero apenas ir para a cobertura.
-- Ah, sim, viu a trapezistazinha e por isso está chateada. -- Cruzou os braços sobre os seios. -- A viu dançando com sua irmã foi? Só pode para estar mais irritada que de costume. Você deveria tirar o seu time de campo, esquecê-la, pois sabemos que jamais ficarão juntas.
A ruiva a tomou pelo braço, pressionando-a contra o carro.
-- Chega de falar nela!
-- Por quê? Achas que não sei que estás apaixonada pelo sobrinha da sua falecida esposa… Você acha mesmo que diante de todas as acusações dos Vallares, a Valentina vai aceitar ter algo contigo? Para todas essas pessoas você é uma assassina e não será diferente para ela.
O maxilar da bela arquiteta se contraiu, os olhos claros ficaram escurecidos, estreitados.
Sim, ela sabia bem de tudo aquilo, não era necessário que lhe jogasse na cara.
-- Já disse para você parar de falar sobre ela. -- Soltou-a, dando a volta e abrindo a porta do carro para entrar. -- Vamos embora de uma vez por todas.
-- Ah, sim, imagino que nem tenha ficado sabendo ainda… Sua amada não te ligou ou pediu para te ligarem? -- A loira voltou a provocar. -- Ah, lembrei agora, ela tem a Nathália para ficar do ladinho dela, cuidando do seu desmaio… E do seu bebê.
Natasha praticamente voou sobre a mulher, tomando-a pelos ombros fortemente.
-- De que você está falando?
Rebeka a encarou.
Pensara em não falar nada, mas acabou não aguentando.
Tinha ido ao toalete quando viu o resgate chegando e a circense sendo levada desacordada.
Mirou a Valerie. Via a expressão forte, poderosa e dominadora e ansiava por ser o alvo de tudo aquilo.
Sim, a realidade era que estava totalmente apaixonada pela arquiteta. Queria-a para si, como nunca desejou nada em sua vida e lutaria até esgotar suas forças para trazê-la para seu lado, para conquistá-la.
-- Diga de uma vez! -- apertou mais forte. -- Fale!
A loira assentiu com um gesto de cabeça.
-- A sua… A Valentina teve um desmaio…
-- Para onde a levaram? -- Segurou-lhe com mais força.
-- Para o hospital internacional…
Natasha a soltou, deu-lhe as costas, enquanto esmurrava forte a lataria do veículo.
-- Irei até lá!
Seguiu entrando no veículo e saindo cantando pneus, enquanto Rebeka permaneceu parada lá, apenas olhando o carro sumir.
Suspirou, enquanto tirava o celular da bolsa.
Isadora estava sentada ao lado de Nathália na recepção.
A área era reservada aos familiares do conde.
Havia três cadeiras acolchoadas na cor verde, duas poltronas na mesma cor. Além das Hanmintos, também estavam ali Nícolas que não parava de andar de um lado para o outro e o próprio Nicolay que permanecia de cabeça baixa como se estivesse a rezar.
Não havia notícias do que se passava no interior daqueles corredores.
-- Se essa criança morrer nosso plano não vai dar certo… -- A duque cochichou. -- Não contávamos com isso no nosso plano.
Nathália suspirou alto.
Sabia bem que sua relação estava fadada ao fracasso e começava a ter certeza dos sentimentos que uniam a namorada à irmã. Via os olhos negros brilharem diante da menção à ruiva e de forma alguma permitiria que elas ficassem juntas, jamais deixaria que isso acontecesse enquanto tivesse vida.
-- Vamos esperar o que vai acontecer e só depois pensaremos como prosseguirá nosso plano… Não costumo antecipar as coisas.
-- Sim, eu sei, mas eu até gostaria que essa cria não viesse ao mundo… Imagina um descendente de Natasha. -- Torceu a boca em desagrado. -- Sem falar que não há nada da Verônica nela, afinal, nunca houve material genético da herdeira dos Vallares.
-- Fale mais baixo, pois isso é algo que nunca deverá ser descoberto… -- Inclinou a cabeça para trás, fechando os olhos. -- Estou cansada, quero ir para minha casa, deitar em minha cama e sair desse lugar que cheira a morte.
-- Estou lembrando da noite que estivemos aqui… Recordo da morte da sua amada…
-- Chega de falar sobre isso.
Isadora ficou por alguns segundos em silêncio, mas logo voltou a falar.
-- A Valerie precisa sair de uma vez por todas do nosso caminho… Precisamos fazer isso o mais rápido possível.
A morena a encarou com os olhos tão verdes abertos.
-- Nesse momento nada pode ser feito, afinal, a polícia ainda não me deixou em paz totalmente,sei que ainda não engoliram a história que contei, sinto que estão me observando de perto.
-- O que aquele homem estava fazendo na recepção hoje? Está se arriscando muito, precisa pagar as dívidas...
Antes que pudesse responder, a porta foi aberta fortemente e Natasha apareceu seguida de uma jovem esbaforida.
Os olhares de todos se voltaram para ela, havia ódio na expressão dos presentes, mesmo assim a arquiteta exibiu um sorriso.
-- Boa noite a todos, perdoem meus modos… -- Aproximou-se lentamente. --Onde está a Rodrigues, meu filho?
Nícolas fitou a intrusa com os olhos negros arregalados, não imaginou que ela teria o topete de ir até ali.
Isadora e Nathália se levantaram.
O conde observava tudo, mas não tinha as mesmas expressões de repúdio dos outros.
-- Saia já daqui, não esqueça que há uma ordem de restrição a sua aproximação à minha filha!
-- Isso mesmo, irmanzinha, deseja voltar à cadeia? Ah, esqueci que você já está acostumada!
A ruiva arqueou a sobrancelha esquerda, enquanto um sorriso totalmente desprovido de humor deixava sua face ainda mais inflexível.
-- A criança que a trapezista carrega é minha… -- Aproximou-se mais. -- E não esqueçam que um crime foi cometido quando ela foi inseminada sem a minha autorização. -- A arquiteta deu mais alguns passos, chegando bem perto da avó e da irmã. -- Então, baixem o tom de voz, porque não sou uma criança amedrontada… -- Virou-se para todos. -- A Rodrigues pode ser de vocês, mas a criança que carrega no ventre é minha.
Nícolas partiu para cima da ruiva que nem mesmo piscou, permanecendo parada no mesmo lugar com a expressão indefinível.
-- Chega!
A voz do conde foi ouvida e todos os olhares se voltaram para ele.
-- A sua presença não é bem-vinda, Valerie, mas nesse momento a única coisa que interessa é a saúde da minha neta, então deixe as ameaças para depois, aviso para todos.
Nícolas ainda abriu a boca para protestar, mas acabou seguindo para fora da sala.
Natasha caminhou até a bancada onde havia uma moça observando tudo com curiosidade.
-- Alguma notícia? -- Questionou a mulher.
-- A senhorita Vallares está na sala de cirurgia, ainda não temos nenhuma definição.
A ruiva assentiu, enquanto tamborilava os dedos sobre o tampo de mogno.
Desde que ficara sabendo do que tinha acontecido não conseguia raciocinar direito, apenas ligara para Leonardo para avisar, pedindo para que ele entrasse em contato com o advogado e conseguisse uma permissão para se manter ali presente.
Respirou fundo, enquanto buscava em sua cabeça uma forma de rezar, de implorar a Deus que as coisas saíssem bem e que a Valentina não saísse ferida daquilo tudo. gostaria de estar no lugar dela, de enfrentar tudo aquilo consigo.
Ouviu passos e ao se virar viu a irmã se aproximar.
Era a primeira vez que se encontravam depois de tudo o que aconteceu.
Encararam-se, medindo-se, duelando como de costume.
-- Você é uma descarada mesmo, viu, vim aqui, diante da família da mulher que você assassinou. -- A morena começou a provocar. -- Sinceramente, eu fico a pensar como a Valentina reagiria ao ler o diário da titia, meu Deus, como você foi cruel com a herdeira do conde… Amantes, farras, humilhações… Violência, ameaças…
Um sorriso brotou no canto dos lábios da empresária.
Ela conhecia bem o tal diário, ele foi usado como prova para condená-la, mas a maioria das coisas escritas não passavam de mentiras.
-- E por que não mostrou ainda? Você acha mesmo que isso me interessa? -- Esboçou um sorriso cínico. -- Aqui quem quer casar com a palhaça é você… Eu só desejo a criança que ela carrega, só quero o bebê e nada mais.
Nathália a observava buscando algo a mais naquelas palavras, mas como sempre nunca se sabia o que se passava com aquela mulher, sempre fora assim, sempre demonstrara aquela expressão de superioridade e frieza, mesmo diante dos castigos que recebia de Isadora.
-- Achas que vai sair vitoriosa dessa história, Natasha?
-- Bem, eu posso até não ganhar, mas você também não o fará, querida, cuidado com seus passos, porque eu não engoli nada do que fez e quando chegar o momento farei questão de te destruir, junto com a duquesa.
A face da amada de Isadora enrubesceu.
-- Vai sair perdendo de novo… Tenho até medo que a história se repita…
Natasha apenas sorriu deixando a irmã ainda mais furiosa.
-- Afaste-se da Valentina! -- Nathália exigiu.
-- Bem, a única coisa que desejo é meu filho… Porque jamais permitirei que ele seja criado por você.
-- Pois não terá, jamais terá essa felicidade, não enquanto eu tiver vida!
Antes que a Valerie respondesse, Leonardo entrou na sala acompanhado de Helena.
-- Aqui está parecendo uma feira e não a ala particular dos Vallares. -- Nathália comentou desdenhosamente ao ver os dois.
O casal Antonini ignorou-a, entregando um documento a arquiteta.
-- Você tem autorização para acompanhar de perto o que estão fazendo… Pode até mesmo ficar na sala de cirurgia com a Rodrigues, pois é seu filho que ela carrega.
Valentina observava os cirurgiões em suas roupas verdes e ficava a imaginar o que aconteceria.
Sentia um medo tão grande por tudo aquilo, ficava a imaginar que a criança não estava mais viva e apenas não diziam a verdade para ela se acalmar.
Fitou a luz branca sobre si.
-- Doutor… -- Chamou.
O homem se aproximou.
-- Por favor, me diga se meu filho ainda está vivo, não me deixe com essa angústia… -- Dizia em lágrimas. -- Eu imploro, fale algo, esse silêncio está me matando…
O médico encarou-a, vendo o desespero em seu olhar. A face estava vermelha das infinitas lágrimas que pareciam não ter fim.
Fez sinal para que a enfermeira aplicasse um calmante.
-- Sim, Valentina, a criança ainda está viva e por isso teremos que nos apressar… Preciso que mantenha a calma e relaxe… Tudo vai acabar bem.
-- Não quero dormir… eu não quero… quero ver meu filho…-- Dizia entre soluços. -- Por favor, eu imploro que não o deixe morrer… Pelo amor de Deus, doutor… -- O pranto aumentou.
O homem apenas assentiu, enquanto um enfermeiro se aproximava e conchichava algo em seu ouvido.
-- Já volto…
A neta do conde foi ajeitada para que a anestesia lhe fosse aplicada, pois logo começaria a cirurgia.
Alguns minutos se passaram até a morena sentir uma mão segurar a dela, ao abrir os olhos viu aqueles olhos que conhecia tão bem e jamais confundiria com outros.
Nunca em sua vida sentiu aquela sensação de segurança como naquele momento. Parecia que tudo tinha uma nova cor, um novo formato diante daquele olhar que a desarmava por completo.
-- Natasha… -- disse em um misto de sorriso e pranto.
A arquiteta inclinou a cabeça, beijando-lhe a testa lentamente,sentindo-a trêmula.
-- Eu estou aqui, meu amor, ficarei contigo e não deixarei esse quarto enquanto você não estiver bem…
-- Nosso bebê… estou com medo…
A ruiva lhe beijou os lábios rapidamente.
-- Tudo vai acabar bem, não pense em coisas ruins nesse momento, apenas acredite, estou ao seu lado, vamos vencer isso juntas… Não esqueça que carrega em seu ventre um Valerie, é forte e vai lutar muito para vim a esse mundo.
A circense a abraçou forte, enquanto descarregava suas lágrimas em seu ombro.
Natasha permaneceu ali, apenas confortando-a com palavras em seu ouvido.
Sentia-se feliz por ter conseguido a permissão de estar ao lado dela, mesmo diante das ameaças que recebeu na recepção feitas por Nícolas, não deixaria aquele lugar de forma alguma, nem que fosse a última coisa a fazer em sua vida.
Aos poucos o desespero de Valentina foi acalmando, voltaram a se encarar.
Os olhos negros mergulhavam nos verdes tão intensos e brilhantes, traziam aquela luz que a encantava.
-- Eu amo você, palhacinha de circo, amo… amo como nunca imaginei que chegaria a amar… -- Beijou-lhe a mão.
A morena pareceu surpresa diante da declaração, nem mesmo sabia o que dizer … Era como se seu coração estivesse a pular dentro do seu peito naquele momento, pois amava ainda mais a arquiteta, mesmo diante de todas as brigas, queria-a para si, desejava-a para sempre em sua vida.
-- Precisamos começar! -- O médico avisou.
Ambas assentiram, enquanto a ruiva se manteve segurando a mão da amada, observando e pedindo aos céus para que tudo acabasse bem.
Nathália esbravejava junto a Nícolas.
-- Isso é um absurdo, chame a polícia, ela está infringindo a lei, há uma ordem de restrição. -- A Hanminton dizia.
O filho do conde estava ao telefone e falava com o advogado, pela expressão que demonstrava parecia que não tinha boas notícias. Sem ao menos se despedir, encerrou a chamada.
-- A maldita Valerie denunciou a Valentina e foi através disso que conseguiu a autorização para acompanhar tudo de perto, pois a criança é dela, enquanto minha filha é considerada apenas uma barriga de aluguel. -- Dizia tomado pelo ódio. -- Eu vou matá-la, matarei-a com as minhas próprias mãos e livrarei o mundo de uma vez por todas daquela maldita desgraçada que só causa o mal.
-- Chega! -- Mais uma vez o conde intervia. -- Esse não é momento para isso, o mais importante é que a minha neta fique bem.
Isadora se levantou espevitada.
-- Como ela vai ficar bem tendo aquela maldita ao lado dela? -- Indagou com as mãos na cintura. -- Eu concordo com o Nícolas, Natasha deve ser banida de uma vez por todas desse mundo!
-- Então faça você, pois ela é sua neta! -- Nicolay se levantou da poltrona. -- Eu exijo um pouco de respeito nesse momento, então fiquem quietos ou pelo menos rezem para que tudo saia bem.
Nícolas assentiu a contragosto, enquanto uma duquesa irritada deixava a sala acompanhada da neta.
Leonardo e Helena permaneceram no hospital, estavam na sala de espera, pois não desejaram ficar no mesmo lugar que os Hanmintons.
-- Estou muito preocupada, afinal, Valentina nem mesmo completou os sete meses. -- Dizia ao marido.
-- Eu sei, querida, imagino como seria uma coisa terrível se algo acontecesse a essa criança, pois mesmo que a Natasha não deixe transparecer, sei bem que esse seria mais uma dor a carregar, ainda mais depois de tudo o que passou.
-- Vamos rezar para que tudo possa se resolver e que Deus as protejam, pois sabemos como a Valerie desafiou a todos agora.
Antonini parecia ainda mais preocupado, pois não confiava naquelas pessoas, tinha certeza que Isadora e Nathália estavam tramando algo. Ligaria para Rick assim que amanhecesse.
Depois de quase cinco horas de intenso trabalho da equipe médica, foi possível ver o pequeno bebê que nascia fraco, mas ainda com vida pulsando em seu diminuto corpo.
Valentina via a pequena criatura e chorava copiosamente, enquanto lágrimas banhava a face da inflexível e arrogante Valerie, mesclado a um sorriso.
-- É um menino, vamos levá-lo para a incubadora… -- A enfermeira falou. -- Está muito fraco, precisa de cuidados.
-- Por favor, deixe-me vê-lo um pouco mais… -- A geradora pedia em desespero.
O médico assentiu, enquanto a mulher colocava-o delicadamente nos braços dela.
O excesso de sangue tinha sido retirado e era possível visualizar os fios escassos de cabelos vermelho, os olhinhos estavam fechados.
A arquiteta parecia hipnotizada diante da pequena vida que parecia gritar para sobreviver.
Hesitante estendeu a mão para tocá-lo.
Valentina a encarou.
-- Ruivo igual a você…
O médico voltou a se aproximar.
-- Agora será preciso levá-lo...
À contragosto, ambas concordaram.
-- Logo teremos ele o tempo todo, mas agora ele precisa ser cuidado, meu amor, para ficar forte e ir para casa.
A morena assentiu, emocionada ainda por saber que o filho estava vivo.
-- Como conseguiu que te deixasse entrar aqui? -- Indagava preocupada. -- Imagino o escândalo que deve ter acontecido com o meu pai…
-- Não vamos pensar nisso agora… O importante é que estou aqui! -- Beijou-lhe os lábios. -- E não vou sair daqui por nada, meu amor.
Já passava do meio dia quando Valentina foi levada para o quarto.
Natasha não deixou os aposentos, mesmo diante do olhar irado de Nícolas ao ir até a filha.
-- Você não tem nada para fazer aqui!
A ruiva estava sentada na poltrona, não pregara os olhos em momento algum, mas a circense acabou adormecendo.
-- Estou aqui porque há uma autorização judicial. -- Disse levantando-se. -- Se não fosse isso, com certeza o senhor já teria me jogado para fora com as próprias mãos, mas não pode!
-- Você é uma desgraçada, acusou a minha filha para conseguir estar aqui.
-- Usamos as cartas que temos no jogo, não é isso que deve ser feito? -- Aproximou-se. -- Ou agimos de acordo com os nossos interesses.
Nícolas estreitou os olhos negros ameaçadoramente.
-- Não sossegarei enquanto não a ver morrer dentro de uma prisão, quero que apodreça lá, pois é o que merece por ter matado a minha irmã.
-- Quando o senhor tiver as provas, mostre-me, vou adorar vê-las!
-- Desgraçada!
-- Melhor baixar o tom de voz ou vai acordar sua filha! -- Caminhou até a porta. -- Irei ver meu filho, mas logo retornarei para o lugar que me pertence.
O filho do conde a viu deixar o quarto e foi atrás dela, encontrando-a no corredor, segurou-a pelo braço.
A ruiva se livrou do toque bruscamente.
-- Afaste-se da minha filha!
-- Qual o seu medo? -- Questionou com a sobrancelha arqueada. -- Achas que a bela herdeira dos Vallares vai se apaixonar por mim? -- Cruzou os braços sobre os seios. -- mas ela não está namorando com a minha irmã? -- Indagou com sarcasmo. -- Não tenho interesse, só quero meu filho.
-- Não esqueça de que esse bebê também é filho da Verônica!
-- Eu acho desnecessário seus ataques de estrelismo, pois não há perigo nenhum, contanto que não cruzem meu caminho ou pisem nos meus calos, tirando isso, pode ficar com a sua filhota.
Já dava as costas para seguir quando foi segurada novamente pelo braço.
-- Se eu imaginar que há outro tipo de interesse de você, eu mesmo te matarei, não me importarei de passar o resto da minha vida na prisão se esse for o preço para livrar o mundo de um ser terrível como você.
Natasha esboçou um sorriso, enquanto se afastava.
Seguia até a incubadora, desejando voltar a ver o filho, mas ao procurar no berçario, foi avisada que o pequeno tinha sido levado às pressas para a UTI devido a uma infecção nos pulmões.
Quero mais... Volta aqui...pooooor favor
ResponderExcluirvoltei, baby, nem demorei dessa vez.
ExcluirOlá autora,tudo bem.
ResponderExcluirEntão a Nathalia amava a Veronica,então está explicado pq a matou. O plano era ficar com tudo da Natacha,porém a a amante da Nathalia se apaixonou pela neta rejeitada,e por isso foi morta. É o marido da Nathalia onde fica nessa?
Só espero que esse bebê sobreviva,é o melhor foi saber que no bebê não tem nada da maldita Veronica.
Por favor autora,um EXTRA.
Fica com Deus❤️
A Isadora e a Nathália ainda receberão o presente de grego, mas por enquanto agem como se estivessem por cima da situação, mas Natasha apenas espera o momento para pegar a amada família.
ExcluirUm beijo e boa quinta feira.