Anjo caído -- Capítulo 23
Flávia estava sentada em uma das cadeiras da mesa da cozinha.
Pigmaleão comia ruidosamente, demonstrando a gula pela deliciosa refeição.
A loira observava com atenção demasiada a ruiva que preparava a comida com bastante atenção. Viu-a cortar perfeitamente as verduras para a salada. Notou que os olhos verdes evitavam lhe olhar.
Quando fora pedida para ficar e recebeu o convite para o jantar não foi aquilo que imaginara, ainda mais porque sabia que estava sendo totalmente ignorada por Ester.
De repente seus olhos se encontraram e pôde ter certeza da mágoa que refletia na expressão da outra. Mas se era assim, por que a convidara para ficar?
Praguejou baixinho ao perceber que tinha sido feita de boba. Levantou-se, apoiando as mãos sobre o tampo de mármore.
Ester a encarou por alguns segundos. Conseguira ouvir a desabafo nada agradável que saı́ra daquela boca tão bonita e que deveria ser bem mais educada.
-- Pediu para que eu ficasse aqui apenas para que a Eduarda pudesse correr para os braços da Angel sem que eu ficasse no caminho!
A jovem mordiscou a lateral do lábio inferior. Conseguia ver claramente a raiva que se desenhava naquele rosto tão bonito.
A Tavares esperava impacientemente a resposta para sua constatação, na verdade ela desejava que a garota negasse algo que parecia mais do que claro.
Viu os olhos verdes brilharem em desafio e isso lhe deixou ainda mais brava.
-- Acho que não deve se intrometer na relação da sua querida amiga com a Duda. Deve deixá-las tentar se entenderem e não se intrometer no caminho de ambas, ou agir como se a Eduarda não fosse mais do que suficiente para a doutora Angelina.
Flávia parecia incrédula como o que ouvia. Observava o olhar forte e empertigado que lhe era dirigido. Deu a volta no móvel, aproximando-se, tomou-a pelo braço.
-- E eu idiotamente pensando que tinha me pedido para ficar porque desejava ficar comigo. – Disse por entre os dentes.
Ester viu a fúria dominar totalmente o azul brilhante.
Em nenhum momento imaginara que aquele dia teria um desfecho tão ruim.
Na última semana tudo parecia bom de mais para ser verdade. Vinha sendo seduzida sutilmente e de forma cordata. Trocavam mensagens, falavam ao telefone, discutiam sobre inúmeros assuntos e riam das mais variadas coisas. Sentia saudades quando não podiam se ver, mesmo que apenas alguns inocentes beijos tendo sido trocados. Porém naquele dia tudo parecera diferente. Adorara vê-la presente, os olhares que trocaram durante todo o acolhimento e passara todos aquelas horas desejando o momento que estivessem sozinhas.
Seus lábios ainda queimava do beijo que trocaram no sofá, quando a deusa loira cruelmente demonstra que seu interesse ainda estava centrado na herdeira de Antônio. Mesmo desejando agir de forma diferente, desde aquele instante sentia como se um muro enorme a separasse da Flávia.
-- Poderia ter sido mais clara! – A médica apertou mais a pele. – Não suporto joguinhos de menininhas. Bastava que dissesse que estava simplesmente me usando... Assim teria doı́do menos. – Apontou-lhe o indicador. -- Falasse que sua única intenção era ajudar a sua amiguinha.
A ruiva puxou o braço com um safanão.
-- Ah, a mimadinha milionária retornou ao corpo foi?
Flávia estreitou os olhos ameaçadoramente.
-- E você é o quê? – Levantou a cabeça. – Uma mentirosa que mostra interesse só para me manter cativa?
-- Não! – A jovem gritou. – Só não farei o papel de válvula de escape para a senhorita. – Baixou o tom de voz, tentando controlar a respiração. – Achas que não percebi o seu jeito enamorado pela senhora Berlusconi? Acha que não vi o ciú mes presente em seu olhar quando a Duda disse que iria até a sua amada? – Balançou a cabeça negativamente. – Você tinha acabado de me beijar de forma apaixonada e segundos depois seus olhos brilhavam por outra.
A loira pareceu surpresa e constrangida com as palavras que ouviu. Deu alguns passos para trás como se tivesse sido atingida.
Fitou os olhos verdes e pôde ver a decepção reinando ali. Sim!
Não negaria para si que ficara enciumada com o fato da Fercodini ir até a Angel, ainda mais porque sabia que era aquela menina que a amiga desejava junto a si.
Passou a mão pelos fios dourados que se encontravam soltos. Respirou fundo.
-- Desculpe-me... – Disse baixinho antes de deixar o apartamento. Ester permaneceu quieta, não esboçando nenhum tipo de reação.
O melhor era não alimentar aquele sentimento. Uma vez sofrera muito por causa de um ser humano mesquinho e a última coisa que desejava era provar novamente daquele veneno.
Flávia caminhou cabisbaixa até o carro, mas não entrou imediatamente.
Encostou-se a ele, de braços cruzados observava a luz que iluminava a casa de Duda.
Poderia ter ficado lá e tentado explicar o que se passava dentro de si, mas não fora forte o bastante para aquilo, ainda mais porque ela mesma não sabia o que vinha lhe acontecendo. Havia uma confusão de sentimentos dentro do seu peito.
Cobriu o rosto com as mãos.
Suspirou.
Vencida, entrou no veı́culo.
Observou a hora no painel.
Tarde! Mas não o suficiente para dormir... Mas o suficiente para retirar seu time de campo...
Pensou em ir até o apartamento da Angel, mas sabia que aquilo não era algo bom para fazer. Ester estava certa, deveria deixar a amiga tentar se acertar com a Eduarda, mesmo que isso a incomodasse.
Por que não conseguia se libertar daquele sentimento?
Passara tantos anos vivendo à mercê daquele amor que achava difı́cil se libertar das amarras que a prendia. Tentando não pensar em tudo aquilo, buscou algo para se distrair.
Discou o número de Henri e depois de alguns minutos ouviu a voz de sotaque carregado.
-- E a Patrı́cia? – Indagou depois de cumprimentá-lo. – Teve trabalho em se livrar dela?
-- A deixei em uma casa, ela quem disse que queria ficar lá.
-- E a louca falou mais alguma coisa? – Ligou o automóvel.
-- Choramingou todo o caminho dizendo que amava a Angel e que fora vı́tima de Antônio. – Deu uma pausa. – Quem a escuta tem a impressão que ela realmente acredita no que diz.
A loira relanceou os olhos em expressão de tédio.
-- Ela não passa de uma vagabunda. – Acelerou o carro. – Como pôde se passar por um papel como aquele? Pior, como ousou demonstrar ciúmes e ofender a Duda quando ela agiu como um lixo de pessoa. – Apertou a direção forte. – Ela fora responsável por desgraçar a vida de uma pessoa maravilhosa... Graças a ela, hoje só conseguimos ver as trevas em alguém que um dia fora um anjo.
Mattarelli permaneceu em silêncio por alguns segundos, até voltar a falar.
-- Então realmente a Duda tem alguma coisa com a Angel!
Flávia mordiscou o lábio inferior demoradamente.
-- Sim...
-- A Angelina não está pronta para um novo relacionamento e pode magoar muito a minha... – Pigarreou – A Maria Eduarda.
-- Bem... a Fercodini não é criança, sabe bem onde está se metendo. – Disse irritada. – Nos falamos depois, preciso ir para casa.
Henri se despediu e mais uma vez o silêncio reinou no interior maldita Patrı́cia!
Quando ela deixaria todos viverem em paz? Será que ela não tinha noção de tudo o que fez?
Duda observou o relógio que marcava quase onze horas. Esperava que a médica despertasse menos bêbada.
Explorou o lugar e conseguiu encontrar uma vassoura, bolsas e luvas. Cuidadosamente se livrou de alguns vidros quebrados que estavam próximos aos pés de Angel.
Ela deveria estar muito descontrolada, pois vária garrafas foram quebradas ali. O cheiro forte de álcool estava totalmente presente no recinto.
Deus! – Pensou. – O que essa mulher vinha passando nos últimos anos?
Se tivesse lido aquilo em um livro, jamais associaria a vida real. Traição... Mortes... Perdas irreparáveis...
Agora entendia o fato dela ter se isolado naquele lugar durante tanto tempo, agora entendia o arrependimento que via nos olhos do Padrinho.
Recordava-se de que quando ele estava muito doente, inúmeras vezes manifestara o desejo de rever a filha. Via-o chorar sempre, via-o morrer a cada dia por tudo que fizera com a Angelina.
Inúmeras vezes Eduarda falara com Flávia. Inúmeras vezes pedira para que a médica entrasse em contato com a herdeira do Berlusconi para que ela o visitasse. Jamais imaginara que aquele era o real motivo para aquele distanciamento.
E Patrı́cia?
Como poderá cometer tamanha traição?
Fitou-a, surpreendendo-se ao ver os olhos negros a encararem. Estavam embriagados ainda e demonstravam confusão.
-- Então eu não estava sonhando... – Falou em um fio de voz.
A jovem Fercodini ficou parada, observando-a minunciosamente.
Os cabelos em desalinhos lhe dava uma aparência mais selvagem. Os primeiros botões da camisa estavam abertos, deixando a vista a pele morena.
-- Eu te chamei com os meus pensamentos... – Tentou levantar, mas parecia sem forças para aquilo, decidindo continuar sentada. – Continuo perdendo o fôlego só em te ver.
Duda sentou em outra poltrona, ficando de frente para ela.
-- Você está muito bêbada! – Tentou não se perturbar com o olhar despudorada que passeava por todo seu corpo. – Quebrou quase a sala toda... Por quê?
Angelina desviou o olhar, fixando-o em um ponto perdido, até retorná-lo para a jovem. Eduarda conseguia ver o brilho perigoso, mas também conseguia ver lampejos de dor e mágoa. Rapidamente foi até ela, antecipando-se antes que ela fosse ao chão.
Abraçou-a pela cintura, tentando equilibrá-la. Desviou a cabeça para se livrar de um beijo.
Ouviu o gargalhar debochado e deliciosamente rouca que saiam da doutora.
Angelina lhe circundou o pescoço, não só se apoiando, mas também se colando totalmente a ela.
-- Sua pele transpira álcool. – A garota reclamou, tentando manter as faces afastadas. – Tenho a impressão que mergulhastes em uma banheira de vinho.
-- Você fala apenas do aroma. – Colou os lábios na orelha dela. – Não deseja saber se meu sabor também é etı́lico. Quer deslizar sua lı́ngua por meu corpo para que possa sentir? – Riu alto, virando a cabeça para trás.
Eduarda sentiu o rosto pegar fogo diante da insinuação.
-- Imagina a sua lı́ngua no meu sexo...—Encarou-a. -- Garanto que ele se encontra bem sóbrio... Mas você pode penetrar bem gostoso para tirar suas próprias conclusões...
A garota a fitou, tentando manter distância, mesmo que não pudesse soltá-la, pois temia que ela caı́sse.
-- Você está precisando de uma banho isso sim!
As mãos da médica tocaram os seios sobre a blusa.
-- Dê-me um banho de gato, meu bem... Eu vou adorar isso.
A Fercodini conseguiu fazê-la sentar na poltrona, mantendo uma boa distância.
Passou a mão pelos cabelos em desalinhos. Pensando o que deveria fazer para poder deixar aquela mulher sóbria. Estava começando a se arrepender de ter dispensado José.
Observou o sorriso safado.
-- Ainda estou a delirar... Só pode.
Mas uma vez Angelina se levantou trôpega, porém antes que ela seguisse a direção do bar, Duda a tomou pelo braço.
-- Está querendo ter um coma alcoólico!? – Repreendeu-a impaciente.
-- Quero apenas prolongar sua presença na minha mente avariada.
Eduarda já se mostrava irritada, observando o enorme apartamento, imaginando onde seria os aposentos da médica.
-- Onde é seu quarto?
A Berlusconi apontou para a enorme escadaria. O suspiro resignado de Eduarda pôde ser ouvido.
-- Apoie-se em mim! – Colocou a mão de Angel em sua cintura, começando a caminhar de forma lenta.
A morena praticamente estava sendo arrastada, enquanto a Fercodini se concentrava para que ambas não caı́ssem.
-- Vamos pra cama já? – A morena falava com a voz enrolada. – E as preliminares?
Duda lhe olhou de forma enviesada.
Depois de uma verdadeira eternidade de esforços, conseguiram adentrar o enorme espaço. Não havia particularidades ali, apenas o preto e o branco que reinava em todos os lugares. As cortinas estavam fechadas, mas a luz estava acesa.
A cama enorme estava impecavelmente arrumada. Havia um armário embutido com portas de correr, uma enorme tv, um escrivaninha tendo sobre um computador. Sentiu os pés afundar sobre o carpete.
A Berlusconi quis seguir em direção do leito, mas foi detida pela estudante.
-- Você precisa de um banho para tentar amenizar esse porre. – Observou uma porta entreaberta.
-- Não... Não... – A morena tentou se soltar da jovem.
-- Calma, doutora, a gente vai para o banho primeiro.
Cuidadosamente conseguiu levá-la até o enorme banheiro. O lugar era grande, tinha uma banheira espaçosa, pensou em coloca-la lá, mas acabou optando pela ducha.
Seguiram até o box.
Encostou-a parede.
Ouviu-a resmungar palavras desconexas.
Encarou-a, vendo os olhos fechados, teve vontade de rir da expressão de desagrado que ela demonstrava, mas acabou se concentrando em tirar a blusa.
Viu o sutiã de renda preto. A peça moldava os seios de forma perfeita, valorizando ainda mais o colo bonito e sexy.
Fitou os sinais que enfeitavam-no.
Sentiu vontade de acariciar a pele sedosa, tocá-la com os lábios, porém decidiu sufocar aqueles pensamentos perturbadores.
Os olhos negros se abriram, fitando-a.
Estavam ébrios, mas também exibiam aquela sensualidade perigosa e ousada que eram combinações terríveis.
De repente lembrou-se da última vez que se amaram. Recordou-se de ter encarado aquele olhar safado e provocante da última vez que se entregaram àquele sentimento.
Maneou a cabeça para se livrar desses pensamentos. Começou a livrá-la da camisa, evitando contato visual.
-- Você é a tagarela mais linda que já vi em toda a minha vida. – Angel falou baixinho. – Eu adoro sua boca... Adoro a forma inocente que ela move...
Duda engoliu em seco.
Recordou-se da confissão que ouvira quando chegara ao apartamento, Seria verdade o que fora dito ou fora enganada por seu próprio desejo? As palavras ainda martelavam em seu cérebro.
Começou a desabotoar a calça, sentindo a maciez da calcinha em seus dedos. Na verdade era a doutora que projetava o quadril para frente para que tivessem o contato.
Fitou-a novamente, enquanto a sentia se esfregar em sua mão... Sentiu-a molhada...
-- Você precisa banhar! – Disse por entre os dentes, sentindo o rosto corar.
Um sorriso se desenhou nos lábios sensuais.
-- Sabe o que eu preciso? – Tocou-lhe a face. – Preciso do seu sexo molhado colado ao meu... – Disse baixinho. – Quero ouvir as fricções... Quero que rebole bem gostoso... Quero que rebole sobre mim... Eu preciso que goze dentro de mim... Que seu mel invada...
Duda parecia enfeitiçada.
Os olhos estreitos pareciam demonstrar algum tipo de dor.
Percebeu quando a mão de Angel ficou sobre a sua, levando-a até o interior de calcinha da médica. Ela estava úmida! Deliciosamente úmida.
Fitou-a mais uma vez... Engoliu em seco.
-- Não é uma boa ideia... – Disse em um fio de voz.
-- Por quê? – Aumentou mais a pressão. – Não pode negar que me deseja também... – Exibiu um sorriso arrogante. – Você também me quer, meu bem!
Irritada, Eduarda retirou a mão, em seguida terminou de tirar a calça que ela usava. Conseguiu livrá-la do tecido. A jovem se afastou, abrindo a ducha, deixando-a sob a água.
Odiava aquela segurança, aquela prepotência, pois sabia que era verdade, que estava totalmente apaixonada por ela.
Via o lı́quido molhá-la, tentava não se distrair com a visão daquele corpo. Observou-a inquieta, temeu que acabasse escorregando.
Deus do céu!
Livrou-se rapidamente das próprias roupas indo até a Berlusconi.
-- Vai acabar se machucando! – Repreendeu-a.
Tentando não prestar atenção nas reações da sua libido aflorada, livrou-a da lingerie. Pegou o sabonete, tocando a pele sedosa, mas sua mão foi detida firmemente.
Duda a fitou surpresa, mas antes que pudesse esboçar algum protesto, sua boca fora tomada bruscamente. Para quem estava muito embriagada, Angelina demonstrava muita força, pressionando-a contra o concreto. Permitiu o beijo, conduzindo-a de forma mais suave.
Sentiu a lı́ngua delinear os lábios, aspirando ansiosamente a invasão que veio mesclada com o sabor de álcool, cloro e puro tesão.
Sugou-a deliciosamente, chupando vigorosamente, sentindo a costumeira pressão no abdome.
O roçar das peles molhadas, os seios que se encontravam, os sexos que pareciam querer fundissem.
Não deveria ceder aos encantos daquela mulher tão facilmente, mas ao sentir os dedos tocarem na junção de suas coxas, gemeu contra o ombro dela.
Nunca em sua vida se imaginara tão entregue a um sentimento. Estava vulnerável aos prazeres e aos encantos da herdeira de Antônio. Desde que a médica surgiu em seu caminho, acabara perdendo todo o controle sobre si e isso era demasiadamente perigoso.
Sentiu a carı́cia no pescoço... Gemeu baixinho...
Os beijos se propagavam por aquela região, enquanto as mãos massageava os seios que se mostravam doloridos, exigentes pela carı́cia...
Ouvia a respiração acelerada dela ou era a sua?
O mamilo rosado fora apertado... Depois sentiu a boca se fechar sobre ele... Mordiscando... Mamando... Inclinou a cabeça para trás... Queria muito mais que aquilo... Queria muito mais do que suportaria...
Teve o lábio tomado mais uma vez, em seguida apoiou a perna direita no quadril da morena. Os olhares se cruzaram.
O desejo consumia os olhos claros e o par de ébano.
O gosto daqueles lábios, a forma ousada que se movimentava sobre os seus... O jeito dominador... Insolente...Puramente sedutor.
-- Você é minha! – Angelina massageou o sexo aberto com o polegar. – Mesmo que negue, mesmo que esconda o que sente... – Brincou com o clitóris que se mostravam intumescido . – É minha... – Buscou a entrada... Penetrando-a lentamente.
Dessa vez o som que saiu da garganta de Duda fora mais alto, manhoso...
-- E o que você sente? – Rebolou o quadril até sentir o dedo ir mais fundo. – O que sente? – Perguntou encarando-a.
– O que sente por mim?
Eduarda fechou os olhos ao sentir o deslizar mais potente. O vai e vem que parecia seguir uma música imaginária.
Sentiu quando fora invadida duplamente... Adorou a massagem que era feita em seu ı́ntimo...A dor deliciosa... A forma apertada... Parou um momento... Mas depois maneou novamente ao encontro do tato...
-- Diga... – Pediu mais uma vez. – O que sente... ain... Hun...
Mas ao ver a hesitação das palavras que desejava ouvir, tentou se afastar, porém a médica a deteve firmemente.
-- O que quer ouvir? – Penetrou-a com mais força. – Fala... – Encarou os olhos brilhantes.
Duda tentou empurrá-la, mas sentia o prazer ficar cada vez maior... Odiando-se por isso, odiou-se por ser tão entregue ao toque...
Encarou-a mais uma vez, tentando se desvencilhar, mas as palavras que vieram foram recheada de paixão.
-- Estou perdida... – Penetrou-a novamente. – Estou perdidamente apaixonada por ti...
Eduarda viu a água molhar a face, mas teve a impressão que também havia lágrimas naqueles olhos tão escuros. Sentiu-a aumentar a pressão...
-- Repete! – Pediu sem fôlego. – Repete... Eu preciso ouvir novamente... Preciso... – Falava entre gemidos roucos.
Angelina colou os lábios em sua orelha.
A respiração acelerada... O som da água que banhava os corpos apaixonados... Os toques que se intensificavam... Sentiu a estudante tremer... Sustentou-a...
-- Estou apaixonada... – Invadiu-a. – Perdidamente apaixonada por você, Maria Eduarda Fercodini.
O olhar que Eduarda lhe dirigiu trazia confusão... Mas também estava totalmente transfigurado pelo prazer... Mirou os olhos negros, a boca entreaberta... A água que lhe banhava...
-- Eu... Eu amo você...
A declaração e a pressão em seu sexo lhe levaram para um enorme abismo, tendo o prazer reinando de forma absoluta.
Seu corpo bombeou... Sentia-se tremer... Tremer... Sentiu o poderoso orgasmo lhe tirar o ar... Mas em sua mente apenas martelava...
“ Eu... Eu amo você...’
“Eu... Eu amo você...”
“ Eu... Eu amo você...”
Mais um capítulo maravilhoso!
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