Anjo caído -- Capítulo 19

         Os sons que encheram o quarto há algum tempo cessaram e agora apenas a respiração singela das amantes podia ser ouvida.
         Os aposentos não estavam mergulhados na penumbra, jaziam claros, iluminando os corpos das duas jovens que descansavam cansadas do exercı́cio delicioso.Angelina mantinha os olhos fechados. Ainda sentia os espasmos que lhe acometera no auge do prazer. Não era apenas sexo, estava claro! O contentamento da sua alma por ter nos braços a doce tagarela ultrapassava todos os limites da simples atração fı́sica.
          Mas como lidaria com algo assim?
         Sabia  que  não  estava  pronta  para  um  envolvimento  daquele  nível,  mesmo  sabendo  que  também  não  aceitaria deixá-la.
         Era estranho, pois os sentimentos se mostravam mais intensos e perigosos lhe dando a certeza de que aquela menina poderia fazer um estrago um milhão de vezes maior do que fizera Patrı́cia.
       Teve vontade de sorrir ao lembrar-se de como a psicóloga fora colocada para fora daquela história desgraçadamente por uma garotinha de lı́ngua afiada.
            Sentiu Eduarda se mexer, escalando-a.
            Abriu os olhos, deparando-se com o lı́mpido mar verde, encarando-a atenciosamente.
           Aproveitou para observar melhor os traços bonitos de sua ninfa, ficando surpresa ao notar pela primeira vez algumas sardas a lhe enfeitar o nariz afilado. Viu os lábios rosados entreabertos, mostrando os dentes brancos e brilhantes.
            O coração falhou uma batida ao ver o lindo sorriso que fora presenteada.
         -- Sabia que és maravilhosamente bela, senhorita Fercodini. – Abraçou-a pela cintura. 
          Duda observava os sinais sobre o colo, admirando a pele sedosa.
         -- Não acredito que chegue aos seus pés, doutora Angel. – Voltou à atenção a boca bem feita. – Acho sexy essa cicatriz. – Tocou a pele marcada do lábio superior com o indicador. – O que houve com ele?
          A estudante percebeu a mudança no semblante da Berlusconi, arrependendo-se imediatamente de ter proferido as palavras.
         -- Perdoe-me! – Antecipou-se. – Não desejo importuná-la com a minha tagarelice. 
          Angelina desviou o olhar, parecia perdida em suas divagações, até voltar a fitá-la.
         Estranhava o desejo de falar sobre aquele assunto, depois de tanto tempo sentindo a angustia por todos aqueles fatos, sentia a necessidade de se abrir, pois percebia que o peso em suas costas estava demasiadamente insuportável.
           Beijou cada um dos delicados dedos da amada.
         -- Houve um acidente. – Mordiscou o lábio inferior. – O carro... – Deu uma pausa. – O carro explodiu...
          Eduarda podia ver a dor dançando naquele olhar perdido, ouvia a tristeza no tom rouco embargado.
           -- Com o impacto... – Fechou os olhos por alguns segundos. – Os vidros foram lançados contra mim. – Voltou a encará-la. – Restaram-me muitas cicatrizes... – Mirou as próprias mãos.
        Percebeu a lágrima solitária rolar na face da estudante. Secou-a com um beijo, sentindo o paladar salgado.
        Não viu o gesto como pena, mas como empatia e isso não a irritou como era comum quando alguém demonstrava se estarrecer com sua história.
         -- Naquele dia... – Tocou-lhe o rosto com o polegar. – Eu perdi tudo... – Respirou fundo, sentindo uma imensa vontade de se entregar ao choro. – Perdi a pessoa que eu mais amava em todo o universo...
             Duda ponderou por alguns segundos, vendo o ébano brilhar intensamente.
             -- Sua mãe... – Disse baixinho.
            Angelina fez um gesto afirmativo com a cabeça, em seguida fechou os olhos.
           Ainda doı́a... Essa perda fora a pior de todas, pois se sentia culpada por tudo o que ocorreu, não conseguia aceitar a forma tão cruel que  Ângela perdera a vida, pior, não conseguia aceitar não ter conseguido salvá-la ou ter partido em seu lugar.
            A Fercodini apenas a observava, imaginando o tamanho da dor que deveria estar preso naquele coração, também perdera sua amada Cecı́lia e mesmo depois de tanto tempo, a saudade era enorme.
              Recordou-se de que na época da morte da senhora Berlusconi estava em provas na escola e ficara sabendo pelo próprio padrinho, porém ele jamais dissera que a filha também se envolvera no mesmo acidente.
      Sentiu vontade de perguntar mais algumas coisas, porém achava melhor que esses questionamentos fossem feitos em outro momento.
                Duda voltou a lhe tocar a cicatriz. Angelina a fitou.
              -- Bem, pelo menos fiquei mais charmosa e ando fazendo o maior sucesso com as estudantes de Medicina. – Gracejou.
            A médica estranhou as próprias palavras. Era a primeira vez que fazia piada com a desgraça que se abateu sobre si.
            -- A é? – A Fercodini arqueou a sobrancelha esquerda. – Só espero que as tais discentes só não cheguem a descobrir como essa boca é perfeita em suas ações. – Mordeu o lábio inferior.
              A morena lhe acariciou as costas, tocando a lateral dos seios com o polegar.
             -- O que essa boca faz que você gosta tanto? – Questionou contra os lábios rosados. 
             Antes que a jovem pudesse responder, ouviram o latido que parecia reclamar.
             Ambas sorriram.
             -- Acho melhor irmos comer. – Duda levantou, enrolando-se em um lençol branco. – Não está como fome? 
           A neurocirurgiã não pareceu se importar com a própria nudez quando seguiu até a afilhada de Antônio.
             -- Estou faminta.
          Duda sentiu aquela pressão no baixo ventre ao ver a expressão de safada que se desenhava também naquele rosto forte.
             Pigmaleão reclamou mais uma vez.
            A morena sorriu debochada, vestiu o roupão, pegando o pequeno pug nos braços.
          -- Acho que precisamos de um irmãozinho para ele, assim não fica interrompendo. – Afagou-lhe as orelhas. Eduarda se aproximou, segurando a face bonita em suas mãos, dando-lhe um beijo molhado e exigente nos lábios bem feitos.
           -- Vamos comer? – Piscou ousada. 
            Angelina suspirou.
          -- Vamos, mas quero que saiba que não é isso que desejo comer nesse momento. Duda delineou a boca bonita com o indicador, até vê-los sendo capturados...
          A médica passou a lı́ngua, em seguida chupou-os demoradamente, até soltá-los. Observou os olhos verdes se estreitarem.
           -- Vamos? – Seguiu na frente com o filhote nos braços.
           Eduarda mordeu o lábio inferior, em seguida passou as mãos pelos cabelos, tentava controlar o desejo que já gritava novamente para ser saciado.
            Olhou para o teto.
            -- Deus, estou perdida!




           Henri entrou no quarto onde estava hospedado.
        Seguiu até a escrivaninha, vendo as fotos que conseguira com uma antiga amiga de Cecı́lia. Colocou os óculos.
           Observou-a em dias de parir...
          Fitou a face bonita, sentindo uma enorme saudade dos momentos maravilhosos que vivera ao lado dela, mesmo tendo sido tão poucos, foram suficientes para que ele pudesse saber o que realmente era o amor.
           As datas batiam!
         Pelas informações que colhera tinha quase cem por cento de certeza que a jovem Maria Eduarda era sua filha. Passou a mão pelos cabelos grisalhos.
         Há uma semana deixara a capital em busca de informações sobre a mulher que amara um dia. Tivera sorte em conseguir encontrar uma amiga de Cecı́lia e fora através dela que conseguira juntar algumas peças daquele quebra cabeça.
           Levantou-se!
          Sentia uma sensação de felicidade enorme, pois a sua relação tivera um lindo fruto, porém ainda se irritava por ter sido afastado da filha, não só pela mulher que fora seu porto seguro, mas também por Antônio Berlusconi.
         Henri Mattarelli não constituı́ra famı́lia com a ex-esposa e devido a isso se encantara com Angelina, transferindo todo seu amor paternal para ela.
Bateu com o punho fechado contra a madeira da escrivaninha.
            O neurocirurgião sabia de toda aquela história, até do nome e sobrenome da amada, então por que nunca falara nada para si?
             Miserável!
             Tentou manter a calma.
          Precisava ter certeza da paternidade, precisava disso para usar como respaldo quando fosse contar toda a história para Eduarda.
          Pensou em ligar para Angelina para falar sobre tudo aquilo, mas decidiu esperar quando retornasse, assim poderia falar todos os detalhes.
          -- Minha filha... Minha filha... Nossa filha, Ceci... Por que não me procurou? Por que sumiu e não me deixou ficar ao seu lado?
         Voltou a se acomodar, continuando a observar as fotos que traziam a imagem da bela mulher que um dia mudara toda sua monótona vida.




           Bruno se levantou, vestindo a calça, enquanto observava a loira o fitar, exibindo sua beleza nua.
             -- Você não tem vergonha de me chamar de Angel? – Gritou com as mãos na cintura. – E' uma ofensa!
              -- Ofensa para ela! – Levantou-se também sem se cobrir. – Você não chega aos pés da minha esposa! – Gritou. – Espero que pelo menos tenha sucesso em reconquistar a fedelha e reze para ela não ter sido seduzida pela minha amada Berlusconi, aı́ você nunca terá chance mesmo!
             O rapaz vestiu a camisa.
            -- A Eduarda não é lésbica, você está surtando! Patrı́cia o segurou pelo braço.
         -- Ah, meu querido idiota, não precisa ser... Não quando se está nos braços da doutora... Na cama ela é um animal insaciável, passional de mais para que alguém resista ao seu charme!
           -- Ela era tão boa que você transou com o pai dela! – Desvencilhou-se do toque.
           -- O fiz porque a minha amada ainda não tinha o dinheiro que eu desejava, podia ser deserdada a qualquer momento e eu tive que garantir que isso não acontecesse. Fiz por ela!
          -- Imagino que sim! – Relanceou os olhos tediosamente. – Vou embora! – Jogou-lhe um beijo.  – Espero que fique aı́ remoendo seu passado.
           A loira o observou deixar o luxuoso quarto.
           Retirou todos os lençóis da cama. Enojada com o cheiro do amante.
         Nem sabia o motivo de ter transado com ele, na verdade, só conseguira chegar ao último estágio de prazer por se imaginar com a Angelina.
         Depois de reencontrá-la, percebera como a queria para si novamente e não descansaria até que isso acontecesse. Estava disposta a tirar todos do seu caminho sem se importar com o método que usaria para realizar tal intuito.




            O som da TV invadia a sala.
          Angelina jazia sentada na poltrona, esperando Duda que fora por o pug para descansar, pois o cachorro parecia muito ativo com a presença da médica.
           Inclinou a cabeça para trás, fechou os olhos.
          Sentia-se tão bem naquele lugar que chegava a ser estranho, ainda mais pelo fato daquela ser a casa de uma das amantes do seu pai.
          Conhecera Cecı́lia e mesmo que nunca tivesse dito isso para alguém, chegara a simpatizar com a assistente, porém ao ouvir da boca de Antônio que ela era sua amante, enojara-se imediatamente, evitando cruzar com ela pelos corredores do hospital. O mesmo se passara com a filha dela.
          Fora testemunha de como o pai tratava bem a jovem que um dia pensara ser uma bastarda e isso a fez odiar muito aquela garota.
            Ouviu passos, observando Duda se aproximar.
         A jovem usava uma camisola no meio das coxas, o tecido diáfano deixava as vistas a minúscula e sensual cacinha.
           Os seios estavam bem apoiados, mostrando-se pelo decote generoso.
           Os cabelos foram presos em um coque.
          -- Sua presença deixou o Pig eufórico! – Aproximou-se, sentando em uma poltrona à frente. – Quase que ele não dorme.
        Angelina sorriu, coisa que Eduarda adorava ver mais do que qualquer outra coisa naquele mundo.
            -- Eu gosto dele... Não sei como, mas gosto!
           -- Ele tem meu charme! – Duda mostrou a lı́ngua como criança traquina. – Pois sei que jamais se imaginaria gostando de mim também.
            A médica a fitou as pernas cruzadas.
        -- Está ficando convencida, tagarela. – Apontou para o colo. – Vem aqui. – Ordenou. 
          A estudante estreitou os olhos.
         -- Pedindo funciona mais, senhora Berlusconi. – Provocou-a sem sair do lugar.
       -- A é? – Mordiscou o lábio inferior. – O que eu pedir você me dá? – Mirou os lábios rosados.                Duda sentiu a boca seca.
         Como podia ser tão difı́cil resistir a toda aquela sensualidade que parecia fazer parte de cada célula daquela mulher.
        Jamais se imaginara tão passional, jamais acreditara naquela história que havia esse tipo de atração sexual que turvava a mente das pessoas. Sempre pensara que isso era exagero dos apaixonados, porém desde que reencontrara a doutora Angel, perdera totalmente o controle de suas ações.
             -- Depende da forma que pedir... 
             Viu o brilho nos olhos negros.
         Angelina seguiu até ela, estendeu a mão que foi segurada prontamente. Voltou ao sofá, trazendo-a para sentar em suas pernas, de lado.
           -- Você não pediu. – Eduarda a fitou.
           Angelina tocou o pescoço esguio com os lábios, inalando o cheiro gostoso, deliciando-se com a pele macia.
          -- Você disse: Depende da forma de pedir... Eu o fiz, mas não usei palavras. – Mordiscou a orelha. Depois a encarou.
             -- Estou com fome...
         Eduarda observou os dedos longos tocarem o tecido da roupa... Tocando sutilmente o seio direito.
           -- Pensei que você tivesse enchido, afinal, comeu cachorro quente, churrasquinho... – Fez-se de desentendida. Viu a mão pousar sobre sua coxa, subindo aos poucos até sua peça intima. Tocando-a sobre a seda.
            -- Sim... – Sussurrou em seu ouvido. – Mas a minha fome é outra... 
            A estudante sentiu os pelos da nuca se arrepiarem.
             -- De... – Engoliu em seco. – De que tem fome?
         -- De comer você... – acariciou o tecido. – Já parou para pensar como está me seduzindo desgraçadamente. 
             Duda a fitou.
             O tom rouco e baixo era uma atentando contra a sua sanidade
           -- E o que você faz comigo... – Fechou os olhos por frações de segundos. – Tem ideia do que faz comigo com um simples olhar... Sussurrar... Toque...
          Angelina baixou as alças da camisola, sem deixar de fitá-la... Os seios redondos já doı́am pelo desejo de serem tocados...
           -- Estão com frios... – Apertou o mamilo com o polegar e o indicador.
           -- Hun... – Maneou a cabeça negativamente.
         A Berlusconi massageava os montes que se empinava ao seu tato. Ora fazia lentamente, depois usava de sua costumeira forma brusca.
          Ouviu o gemido baixo.
         A Fercodini observava o controle que a morena exibia, como se fosse imune... Mas sabia que ela não era, se entregava com a mesma paixão, mesmo que buscasse dominá-la sempre em sua teia de sedução.
          Duda afastou o roupão.
       -- Mostre-me o tamanho do seu desejo por mim... – A herdeira de Antônio pediu, ao mesmo tempo em que lambia o biquinho excitado que se apresentava ousado para si. – Quero saber o quanto me quer.
      Agora a boca tomava posse, mamando tal como um bebê faminto... O ato era feito demoradamente e a jovem estudante já não parecia ter forças para resistir a sedução.
           Inclinou a cabeça e o corpo, ficando mais frontal.
           -- hunnn...
           -- Você gosta? – A morena a fitou.
           -- Eu amo...
           -- Mostre-me o quanto...
         A garota tomou uma das mãos da amante... Levou o indicador aos lábios. Inicialmente, lambeu-o, em seguida sugou-o...
          Os olhos negros cerrados, encararam-na.
         Agora sim Eduarda pôde ver a expressão de puro tesão, desespero e agonia pela antecipação do que estaria por vir. Atrevida, conduziu o dedo ensopado até o interior da sua calcinha.
          Viu-a mordiscar o lábio inferior ao tocar a pele úmida...
           Afastou um pouco as coxas, enquanto afagava o busto da médica.
          -- Veja... – A jovem sussurrou. – Percebe o que faz comigo...
         A Berlusconi deslizava, sentindo o o sexo excitado... Massageou mais forte... Lambuzando-se, em seguida passou sobre os lábios da amante... Beijando em seguida, lambendo o mel agridoce.
          -- Ain...
          Eduarda protestou quando a mão permaneceu parada em seu ponto mais ı́ntimo.
          -- Abra-a... – Exigiu.
        Duda ouviu o tom de comando, decidindo provocá-la, desvencilhou-se do toque, deixando o colo da cirurgiã. Angelina a fitou surpresa.
         -- Peça, senhora, e eu lhe darei tudo o que quiser, porém não use tom de general que vai acabar perdendo o que tem de ganhar... – Piscou, seguindo para o quarto.
          A médica sorriu, em seguida passou as mãos pelos cabelos desalinhados.
         Seguiu até a janela que dava para a praça, apoiou as mãos. Observou a rua que já se encontrava deserta.
           Respirou fundo.
          -- Ah, você quer brincar, princesa... 
           Caminhou lentamente até o quarto principal.
          Eduarda estava diante da penteadeira, o joelho repousava dobrado sobre o banquinho. Mirava-se.
         Uma das luzes estava acesa o que impedia que os aposentos ficassem totalmente mergulhados na penumbra. Ela viu a porta se abrir e pôde ver o reflexo daquela deusa maravilhosa, encarando-a, parada ali.
          Acompanhava todas as ações, ouvia a respiração pesada...
          Teve que se segurar ao móvel quando a viu se livrar do roupão, ficando totalmente nua.
          Manteve-se imóvel, mesmo quando a observou se aproximar sem deixar de fitar seus olhos por nenhum momento. Viu-a tocar em seus ombros, baixando as alças da camisola, fazendo-a deslizar por seu corpo até o quadril.
          Sentiu a massagem nos ombros.
        -- Eu te quero tanto... – Sussurrou contra a pele do pescoço. – Nunca em toda a minha vida quis tanto alguém como te quero...
        Duda segurou as mãos da médica, levando-a até os seios, fascinada com o olhar que refletia junto ao seu.
        -- Prove que me quer tanto assim... – Baixou a perna para que a veste lhe deixasse o corpo.  Angelina tocou a lingerie... Depois colocou a mão sob o tecido.
           Eduarda mais uma vez apoiou a perna, dando um melhor acesso as carı́cias.
         Os olhares se encontraram através do vidro polido metalizado. Pareciam mergulhados um dentro do outro, fundindo-se em pura sensualidade.
         A Berlusconi sentiu o rebolar lento em suas mãos, colando-se mais ao bumbum que se esfregava ao próprio sexo.
           -- Quero-te tanto que chega a doer... – Disse em seu ouvido. – Não me castigue me mantendo longe... – Penetrou-a lentamente. – Fico como um animal perdido... Sem rumo... É isso que faz comigo.
            A Fercodini se surpreendia a cada frase que era sussurrada.
           Acolheu o segundo dedo dentro de si... Seguindo um ritmo imaginário.
       A médica aumentou um pouco mais a pressão até ouvi-la gemer alto, detendo-lhe os movimentos. Eduarda se virou para ela, livrando-se da calcinha. Abraço-a pelo pescoço.
           -- Eu sou sua... Sua...
           Os lábios se encontraram em um delicioso beijo.
         As bocas se uniram com paixão, enquanto as peles quentes se roçavam... A união dos seios causando uma descarga elétrica.
            Duda gemeu ao ter a lı́ngua sugada.
          Sentiu as pernas tocarem a estrutura da cama. Lentamente foi deitando sobre o leito até tê-la sobre si...
       Amaram-se pacientemente... Conhecendo cada detalhe dos corpos que se buscavam com paixão... Sentadas sobre o lençol branco, as pernas emaranhadas, permitindo a perfeita união dos sexos molhados, escorregadios... Buscando o encaixe não demorou muito para acontecer...
         Os gemidos altos eram abafados por beijos, enquanto dançavam o mesmo ritmo... O mesmo embalo...
         Angelina cravou os dentes sobre o pescoço da amada... Mordendo-o, da mesma forma que sentia as unhas cravarem em suas costas, rasgando-a, arranhando-a em puro prazer...
         Ambas apoiaram nos braços, enquanto unidas aumentava mais as investidas... Os sons das fricções e do respirar acelerado enchia o ambiente.
          Quando seus corpos não aguentavam mais de tanto prazer, as amantes se derramaram, unidas em um grito de prazer... Sentiram-se sacudidas por um poderoso orgasmo...
          A médica ainda teve forças para trazer sua amada sobre si, enquanto ouvia o bater acelerados dos corações que pareciam seguir o mesmo embalo descompassado.
          

           A noite fora bem aproveitada, sendo que ambas só conseguiram dormir nas primeiras horas da manhã. Eduarda despertou antes, pois naquele dia precisava trabalhar.
       Lutando contra a vontade de ficar no leito, ao lado da bela mulher que dormia realmente como um ano, seguiu até o banheiro.
         Não demorou muito em sua higiene pessoa, arrumou-se rapidamente ou chegaria atrasada. Não abriu as cortinas e nem acendeu as luzes para não despertar a médica.
        Seguiu para a cozinha onde já encontrou Pigmaleão reclamando por comida. Encheu o recipiente com a ração. Em seguida o acolheu em seus braços, beijando-o.
          -- Precisa de um banho, garoto. – Colocou-o ao chão. – Não faça bagunças, a sua amada, melhor, a nossa amada está dormindo.
             -- É mesmo?
         A estudante voltou-se rapidamente e lá estava a médica vestindo o roupão. Sorriu ao ver a melhor imagem do seu dia.
             -- Por que me deixou sozinha?
          Duda foi até ela, dando-lhe um beijo que pensara em ser rápido, mas a outra o aprofundou mais.
             -- Eu preciso trabalhar. – Afastou-se. – Por mim passaria todo o dia contigo, mas não posso.
           -- Trabalhar? – Arqueou a sobrancelha. – Não precisa disso, você ganha o suficiente para só estudar. – Repreendeu- a. – Então continua não sacando o dinheiro da conta?
          Flávia contara sobre a rebeldia da afilhada de Antônio que se negava a receber a ajuda de custos que ficara estabelecida no testamento do multimilionário.
         -- Olha, Angel, eu não desejo ter mais nada que não seja fruto do meu próprio esforço. A médica viu a determinação brilhar naqueles olhos verdes.
            Abraçou-a pela cintura.
           -- Então deixe que eu a ajude.
       A Fercodini irritou-se ao imaginar o que estava sendo proposto naquele momento. Desvencilhou-se do toque.
       -- Não sou sua amante! – Frisou bem a última palavra. – E jamais aceitaria ser sustentada por você, por sua imensa riqueza.—Desdenhou chateada.
           A Berlusconi respirou fundo.
         A última coisa que desejava era arrumar uma discussão, ainda mais depois da deliciosa noite que tiveram. Voltou a se aproximar.
     -- Não quero brigar. – Acariciou-lhe a face. – Mas precisa se lembrar de que em poucos dias deverá começar o internato. – Deu um beijo rápido nos lábios que permaneciam em linhas finas. – Terá que se dedicar a sua profissão.
         -- Eu farei isso, mas não com a sua ajuda!
        Angelina sabia que ela tinha ficado brava, então tentava não perder a paciência com o orgulho idiota que a menina aparentava naquele momento.
          -- Nos vemos hoje? Posso te ligar? Vai me atender? 
          Duda assentiu.
         -- Terei que ir até a universidade resolver uns problemas e pode ser que demore um pouco, porém a atenderei quando me ligar. – Tentou se soltar dos braços que a abraçavam pela cintura. – Deixe-me ir ou chegarei atrasada.
           -- Onde trabalhas? – Questionou sem soltá-la.
         -- No mesmo lugar onde a minha amiga Ester. – Afastou-se. – Preciso ir, pois ainda terei que ver o problema da minha habilitação, assim posso voltar a usar o meu carro.
           Beijou rapidamente a médica.
           -- Se estiver com fome, tem comida na geladeira.
            Seguiu até a saı́da da cozinha, mas deteve-se, virando-se para a morena.
        -- Adorei a forma que me amou... Adorei passar a noite contigo e despertar em seus braços...                   Antes que Angelina pudesse responder, a outra saiu rapidamente. A Berlusconi sentou na cadeira, observando o filhote comendo seu desjejum.
          -- Eu amei muito mais, minha linda tagarela... – Exibiu um sorriso satisfeito. – Mas acho que você vai ficar muito brava com o que farei...

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A antagonista - Capítulo 25

A antagonista- Capítulo 22

A antagonista - Capítulo 21