Dolo ferox -- Capítulo 15


  A trapezista pareceu desejar mergulhar naqueles olhos tão verdes. Desejou que estivesse claro para poder examinar toda a expressão daquela face bonita, mas apenas via o que o fogo das velas projetavam.
      -- Estaria a cometer um crime, estaria a fazer algo que vai contra as nossas leis… Iria presa e pagaria caro por isso…
       -- Só isso? -- Disse fazendo pouco caso. -- Nada de queimar no fogo de inferno e sentir a ira do todo poderoso sobre mim?
      A circense tentou se afastar, mas foi detida, ficando presa entre o corpo quente e o instrumento musical.
        -- Quero voltar para o meu quarto!
      -- Por quê? Estava tão bem me espionando… Agora você pode fazer melhor… Espione de perto… Veja de perto o que tem aqui… -- Aproximou a boca dela.
        A morena lhe fitava, enquanto mirava os lábios rosados… O hálito de vinho parecia tão delicioso que sentiu vontade de provar.
         Por que tinha a impressão que havia um imã que a atraia perigosamente…
        Nunca em toda vida sentira algo de tamanha magnitude, parecia que estava sendo atraída para um precipício.
         Mas e se Isadora estivesse certa?
        -- Quem é você? -- Questionou temerosa.
        a Valerie colou os lábios em sua face e lentamente seguiu até a orelha, mordiscou-lhe a pontinha, enquanto lhe sussurrava:
        -- Beije-me e descubra...
        A trapezista sentiu um arrepio percorrer a espinha, enquanto espalmava as mãos contra os seios dela, tentando mantê-la distante, mas se arrependeu ao sentir a maciez do colo em seu tato.
        -- Diga-me… Fale-me a verdade… -- Pediu baixinho.
        Natasha colocou a perna entre a dela, enquanto continuava a lhe falar ao pé do ouvido.
       -- Você pode descobrir… Há várias formas para fazer isso… Sinta meu cheiro… Meu toque… -- Depositou as mãos em seus quadris. -- Seja corajosa, afinal, é isso que andas a fazer nos últimos dias… Estás a me investigar. -- Fitou-a. -- E então, não deseja obter as respostas? Ou tens medo da verdade? -- Mexeu o quadril de encontro ao dela como se estivesse a dançar.
        -- Não tenho medo de você! -- Tentou se desvencilhar, mas a arquiteta a deteve.
      -- Ainda não! -- Voltou a pressioná-la contra o piano. -- Só a deixarei ir quando esclarecemos todas as suas dúvidas.
       -- E se eu não quiser? -- Desafiou-a. -- Pois eu realmente não acredito que falará a verdade, estou apenas a perder meu tempo.
      A arquiteta arqueou a sobrancelha esquerda, enquanto baixava a tampa do instrumento musical, em seguida, suspendeu a jovem, sentando-a sobre ele, mesmo diante dos protestos.
       Valentina tentou se livrar, mas percebeu que não seria uma coisa boa lutar. Observou como a mulher se posicionava entre as suas pernas, entre suas coxas.
         Natasha levantou a cabeça e a encarou.
        -- Vamos, descubra o que deseja de uma vez por todas. Estou cansada de brincar de faz de conta contigo. -- Estendeu a mão e pegou a garrafa de vinho.
         A circense a via beber grandes goles no gargalo. 
        Tentava manter a tranquilidade e buscando na memória o que se passou no navio para manter-se controlada diante das sensações que lhe desestabilizava seu sistema nervoso.
          Respirou fundo e sentiu o cheiro dela…
         -- Então, palhacinha de circo, como vai ser? -- Deixou a bebida de lado, enquanto depositava as mãos em suas coxas. -- Vamos conversar!
          A morena arrumou os cabelos por trás da orelha em um gesto que denotava nervosismo.
         -- Certo, futura duquesa! -- Provocou-a. -- Direi novamente algo que desde que a vi naquele dia no meu trailer não para de martelar na minha cabeça! Era como se fosse a primeira vez que estivesse a te ver...
       Natasha a encarava com expressão impassível, enquanto seus dedos faziam movimentos circulares na perna da garota.
         Valentina sentia o toque e mais uma vez sentiu-se paralisada diante da carícia e já iniciava o protesto quando a ruiva estendeu a mão, segurando-lhe a nuca e trazendo-a para mais perto.
            Um trovão fora ouvido, mas não pareceu incomodá-las.
       As labaredas das velas iluminavam o rosto de ambas. O olhar assustado da trapezista e o arrogante da neta de Isadora.
           Era possível sentir o hálito se mesclando e as respirações de ambas um pouco mais acelerada.
           -- Sinta se a Nathália te beija assim…
         Antes que Valentina pudesse responder, teve os lábios esmagados em um toque urgente e cheio de desespero.
           Tentou não ceder!
           Em sua mente buscava as lembranças que a feriram tanto naqueles últimos dias…
        Natasha aliviava a pressão, enquanto passava a língua por toda a extremidade dos lábios… Fazendo-o com delicadeza.
            A jovem recordava do que se passou com a loira e a dor que sentira naquele momento…
       A ruiva aliviou a pressão em sua nuca, enquanto beijava o queixo dela, mordiscando-o, acariciando o rosto e voltando aos lábios.
           A morena sentiu uma fúria em seu peito, algo que beirava ao desespero do desejo e da raiva por sentir-se tão fragilizada diante da mulher que ali estava.
            A boca se abriu de forma como se fosse devorar a arquiteta que não se fez de rogada. Sentiu a língua dela buscar a sua e permitiu que tivesse o controle do ato por alguns segundos, deixando-a explorar, permitindo que lhe castigasse com sua brusquidão.
          Valentina lhe mordeu a pele carnuda, prendendo em seus dentes, enquanto a feria, perdia-se nas próprias sensações do toque. Digladiava até a outra lhe capturar a língua, sugando-a tão forte que teve a impressão que seu corpo estava todo ligado naquele beijo.
        Gemeu contra os lábios, enquanto lhe tomava o rosto em suas mãos para não interromper o contato. O sabor do vinha era delicioso no paladar da ruiva.
          Natasha tocou os seios sobre a blusa, excitando-se ao senti-los sem nenhuma proteção. Apertou-os sobre o tecido e logo suas mãos se aventuravam por baixo, tendo os montes em seu tato, cabendo de forma tão perfeita. Apertou os mamilos, provocando-os, deixando-os deliciosamente prontos para serem tomados, usava a palma da mão para deixar a exploração ainda mais castigante.
            A namorada enganada da Nathália jogou a cabeça para trás, permitindo-se aquele viciante prazer que lhe açoitava a alma. 
             O beijo se tornava mais exigente, mais dominador, equiparando-se com a precisão das carícias em seu busto.
              Natasha quem interrompeu o contato, mas não se afastou.
              Valentina cerrou os dentes em frustração. A respiração estava acelerada.  Encarou a ruiva cheia de raiva e tentou sair do piano, mas a ruiva a deteve.
              -- Deixe-me! -- Empurrou-a, mas a arquiteta lhe deteve as mãos.
        -- Por que está tão bravinha hein? -- Questionou com um sorriso sarcástico. -- Estamos esclarecendo suas dúvidas de uma vez por todas. -- Conduziu-lhe o tato até as amarras do próprio roupão. -- Você não deseja a verdade? -- Indagava sem deixar de fitá-la. -- Hoje você saberá…
             A morena sentia os dedos sobre os seus e não demorou muito para que o nó do tecido felpudo que cobria o corpo da neta de Isadora estivesse totalmente aberto.
             Os olhos negros miraram os seios demoradamente…
             Eles eram lindos!
          Empinavam-se para frente, era como se exigissem o toque e não houvesse ninguém que pudesse se negar a fazê-lo.
            -- Diga-me de uma vez quem você é! -- Exigiu, mirando-a. 
            O barulho do vento lá fora fazia eco nos aposentos, enquanto o flamejar das velas projetavam sombras em seus rostos.
              A ruiva fez um gesto de assentimento com a cabeça, enquanto a fazia tocar os seios.
         Valentina tentou se livrar, mas ao senti-la colar os lábios mais uma vez em seu ouvido, começando a sussurrar, teve a impressão que estava a beira de um precipício.
              -- Toque-me… -- Ordenou. -- Descubra o que deseja tanto…
             A morena fechou os olhos, perdida nas palavras.
             -- Conheça-me…
        A circense sabia que deveria ir embora, afastar-se, mas continuava. Acariciou o abdome e desceu mais um pouco.
             -- Sinta-me… -- Murmurava.
           A jovem fazia. Sentia a maciez da pele em seus dedos. Tocou em seus seios e sentiu o corpo paralisar. 
              Todo seu ser reagia a ela, e de repente sentiu tremores.
              Natasha se afastou. Fechou o roupão, depois voltou a mirá-la. Mais uma vez viu a frustração no olhar da jovem.
              -- E então, senhorita?
          Os olhos negros estavam bem abertos, presos nos verdes que apresentavam um brilho diferente. 
              Por que a desejava tanto? Por que se sentia irritada por ela ter interrompido o contato.
              Jogou os cabelos para trás.
              -- Você não é ela! -- Disse cheia de convicção. -- Deus, você não é ela!
            Natasha teve a impressão que o sangue perdia todo o álcool que ingeriu naquele dia. Sentia-se sóbria diante da verdade que agora se tornava inevitável.
            Estava cansada de ter que desempenhar aquele papel diante da circense, cansada de fingir ser a mulher que a outra se dizia enamorada.
           A morena desceu do piano, partindo pra cima da arquiteta, mas a outra lhe segurou as mãos para se livrar do ataque.
            -- Vamos conversar, senhorita!
           Valentina nem respondeu quando teve o braço segurado e praticamente foi arrastada para fora do ambiente.
         Mesmo diante dos protestos, a Valerie caminhou pela escuridão com ela até o quarto que a jovem ocupava.
            Ouvia os xingamentos que ela proferia e entendia em parte aquela cólera, mas também fora conduzida até ali devido os planos da irmã, então não era culpada. 
              Chegando lá, a circense lhe arranhou a face, enquanto se livrava das amarras.
              Natasha acendeu as luzes e o ambiente ficou iluminado.
              -- Onde está a Nathália? -- A garota indagou. -- O que fez com ela?
        A arquiteta levou os dedos ao arranhão que levou na face, enquanto seguia, sentando-se confortavelmente na poltrona. Cruzou as pernas, enquanto encarava a moça ali parada. Via a indignação em seus olhos.
         -- Eu não sei, mas espero que logo ela apareça para que eu a faça esclarecer e pagar pelos crimes que cometeu.
             A trapezista se aproximou apontando o indicador.
            -- Crime cometeu você e nem se sabe quantos. -- Limpou a boca como se estivesse enojada. -- Te denunciarei e você será obrigada a falar onde está a Nath!
             -- Já disse que não sei onde sua amada está, palhaça de circo!
             Valentina começou a andar de um lado para o outro, parecia enjaulada, parou diante dela.
              Como aquele ser humano fora capaz de assumir o lugar de outro, pior, como ousara a lhe tocar como se tivesse direitos?
         -- Que espécie de demônio é você? Como pôde se passar por outra pessoa… Como ousou encostar em mim? -- Indagou cheia de indignação. -- Você vai pagar caro por isso!
             A ruiva se levantou e foi até ela, tomando-a pelos ombros.
            -- Não tenho obrigação de te dar explicação alguma, mas pode ter certeza que se desempenhei esse papel foi porque fui obrigada!
            -- Mentira! -- A morena se desvencilhou com um safanão. -- Isadora me disse que você é uma assassina e que deve está fazendo todo tipo de maldade com a Nathália… -- Passou a mão pelos cabelos. -- O que é? Inveja é? Sabe que nunca chegaria perto do que ela é!
            A arquiteta esboçou um sorriso arrogante. 
              -- Foi pra mim que você quase deu ainda pouco…
            Valentina partiu às cegas para cima dela e ambas caíram sobre a cama. Natasha tentava se livrar dos ataques, ouvia a respiração acelerada e tentava não a ferir, desviando dos golpes, conseguindo ficar sobre ela, segurando-lhe os braços acima da cabeça.
               -- Chega, vai se machucar! -- Repreendeu-a.
              Mas a morena tentava ao máximo se livrar, enquanto as lágrimas lhe banhava a face. 
              -- Quero ir embora… Deixe-me ir!
             -- Não… -- Esboçou um sorriso triste. -- Você esteve com a minha amada vovozinha… Então ela deve ter contado um montão de coisas… -- Umedeceu os lábios demoradamente. -- De tudo, apenas deve acreditar quando ela disse que sou perigosa… E que deve tomar cuidado comigo! -- Levantou-se. -- Assim que a minha irmã aparecer essa farsa vai terminar, enquanto isso continuamos como estamos.
             A garota se apoiou no cotovelo, fitando-a.
            -- Acha mesmo que vai me manter calada diante disso? Tenho sua confissão! Estou enojada por saber de tudo isso!
              A arquiteta cerrou os dentes ao ouvi-la, mas tentou manter a calma. 
              -- E vai ficar calada, a menos que deseje que tire o bebê de ti! -- Ameaçou.
              Valentina se levantou, parecia pronta para atacar novamente.
              -- Não irá encostar no meu filho com a Nathália! -- Passou a mão pelos cabelos. -- Meu Deus, agora tudo está claro! Com certeza aquela mensagem que recebi foi tudo armação tua! -- Acusou-a. -- Fez-me acreditar que ela tinha me traído, tudo por um plano maldito.
             -- Olha, sua idiotice me surpreende, mas não perderei meu tempo com explicações não, apenas te direi algo: a criança que tu esperas é minha! -- Disse com um sorriso triunfante. -- foram meus óvulos que inseminaram em ti!
                  A surpresa estava presente naquele olhar.
                  -- Mentira! -- Falou baixinho.  -- Está inventando! Continuas a mentir!
               -- Não, eu não estou! Vai ter um filho meu e se não colaborar ficando calada, eu o tirarei de ti!
                -- A Nathália…
             -- A sua amada Nathália -- interrompeu-a -- passou-se por mim durante meses, assumiu os meus negócios e cometeu crimes e por fim te engravidou, crente que eu estaria morta e você teria o meu herdeiro e com isso ambas ficariam com tudo que é meu, mas os planos dela não saíram como ela imaginou e eis que estou aqui, viva e pronta para caçá-la até o inferno para que pague pelos crimes que cometeu.
               -- Isso não é verdade… -- Falou baixinho.
              -- Pague pra ver! -- Seguiu até a porta, mas voltou-se para ela. -- Meu nome é Natasha Valerie e não sou a futura duquesa de Hanminton.
          Antes que Valentina falasse mais alguma coisa, a neta de Isadora deixou os aposentos, seguindo até os seus.
           Jogou o roupão no chão, enquanto seguia até o banheiro.
           Ligou o chuveiro, ajustando a temperatura para a fria.
            Sentiu a água lhe molhar as costas, relaxando os músculos.
            Em parte sentia-se aliviada por tudo ter acabado. Estava cansada de fingir diante da Valentina ser a Nathália. Era como se realmente fosse a sombra da irmã como todos costumavam dizer. 
      Agora a circense já sabia e com certeza não permitiria mais nenhum tipo de acesso, nenhum contato, afinal, não era sua amada quem estava ali.
               Lembrou-se dos olhos negros cheios de desprezo.
     Cerrou os dentes fortes, enquanto sentia os cabelos sendo molhados e permanecia ali, como se não houvesse vontade de sair dali.



             Valentina continuava parada no mesmo lugar e tinha os olhos focados na porta por onde a ruiva saíra.
              Em sua cabeça passava um milhão de coisas: perguntas, dúvidas e alguns fatos que desejavam manter em uma parte secreta, pois temia expor. Talvez por vergonha ou por perceber que havia muito mais naquela história que gostaria de admitir.
              Dentro de si sempre soube que não estava lidando com a Nathália. Desde a primeira vez que fora beijada bruscamente até as carícias mais intensas. Sempre soubera, então por que se permitiu? Por que se deixou tocar? Por que permitiu que seu corpo fosse profanado?
                 Seguiu lentamente até a cama, deitando-se pesadamente.
                 -- Natasha Valerie… -- Falou o nome, achando-o estranho. -- Natasha Valerie… -- Repetia.
                 Qual era a verdade em toda aquela história?
                 



                 Leonardo chegara à cobertura antes de receber a ligação da ruiva, pois tinha alguns pontos para resolver com ela sobre alguns contratos. Então quando estacionava o carro, o telefone móvel tocou e a voz da arquiteta se fez ouvir.
                    Seguiu rapidamente para o interior, encontrando-a no escritório.
                  Natasha quase não dormira na noite anterior, então se cansara de rolar de um lado para o outro, Levantou-se, tomou banho e ali estava vestindo roupas próprias para a malhação.
                     Estava a desenhar sobre a escrivaninha quando a porta se abriu e o empresário apareceu.
                   -- Bom dia, Nath! -- A cumprimentou com um sorriso, sentando-se. -- Já estava aqui antes da sua chamada, te trouxe algumas plantas para que observes comigo alguns detalhes.
A ruiva inclinou-se na cadeira, enquanto girava entre os dedos uma caneta dourada. Ponderava sobre tudo, como já o fez inúmeras vezes naquelas últimas vinte e quatro horas.
-- Falei com Rick! -- O mais velho dizia. -- Viajou em busca da pista que Rebeka deixou escapar, está entusiasmado, acredita que logo tudo vai ser esclarecido.
A mulher deu um sorriso sem nenhum pingo de humor.
-- Preciso que fale com a palhaça de circo! -- Dizia calmamente.
O homem estreitou os olhos confusos.
Fitou a face bonita e viu o arranhão.
Meneou a cabeça em preocupação.
-- O que se passou agora? Pensei que já tinham superado essa fase de gata selvagem!
A ruiva ignorou a piada.
-- Ela falou com a Isadora, não sei como, mas falou.
O arquiteto se levantou agitado.
Caminhava de um lado para o outro.
Parou diante da mesa, apoiando ambas as mãos sobre o tampo.
-- Negue! Diga que sua avó não está bem, fale qualquer coisa, porém negue tudo que a duquesa falou. E evitaremos que ela volte a se aproximar.
-- Não tenho como negar… -- Deixou a caneta de lado, enquanto o encarava. -- Contei toda a verdade! 
Os olhos de Antonini se abriram em total incredulidade.
Sentou pesadamente sobre a cadeira.
-- Estás a brincar não é mesmo?
A Valerie negou com um movimento de cabeça.
-- Estava cansada de desempenhar o papel da minha irmã para a amante dela. -- Levantou-se, mas permaneceu no mesmo lugar. -- Não entedes como é impossível agir como ela? -- Umedeceu o lábio superior. -- Estava sufocada desde o cruzeiro. Agoniada por ter que desempenhar um papel que não combina comigo.
-- Natasha, você parece que não entende a gravidade da situação. Parece que perdeu a serenidade. O que se passa? Você não é assim!
Ela ainda abriu a boca para retrucar, mas permaneceu calada, pois Leonardo estava certo.
Se fosse com outra pessoa, teria negado, mas não com ele. 
Ele estava certo!
Há algum tempo jamais se sentiria daquele jeito. Jamais se importaria por ter transado com Rebeka e a Valentina ter ciência do ocorrido, porém agora havia coisas a mais dentro de si. Não sabia o que se passava e tampouco conseguiria explicar. Apenas entendia que o melhor fora contar a verdade para ela.
-- Apenas vá até a trapezista e a convença a ficar calada. Faça um acordo, qualquer coisa, mas faça colaborar comigo nessa farsa.
O homem passou a mão pelos escassos cabelos.
-- Como farei isso?
-- Tente!



Na mansão Vallares, Nícolas levou o pai até o bonito e bem cuidado jardim.
Patrício parecia melhor, mas precisava da cadeira de rodas para se locomover devido à fraqueza.
A grama verde tomava todo o espaço.
Seguiram até a piscina, colocando-o sob uma dos guarda-sóis. Sentou-se na cadeira.
A empregada tinha trazido frutas e sucos.
Os dois homens permaneceram em silêncio. Nada fora dito por longos segundos.
O mais jovem bebia um pouco de refresco e ficava a pensar se tivesse sido ele a morrer, não teria causado tanta dor ao pai. Sabia bem como o pai tinha verdadeira adoração pela filha e como sua saúde se deteriora depois do que passou.
Precisava fazer a Natasha voltar para cadeia, quem sabe assim conseguiria dar um pouco de paz ao conde.
Há dias não falava com Isadora, mas a última conversa que tiveram não parava de martelar em sua cabeça.
Se aquilo que ela falara realmente fosse verdade, não sossegaria enquanto não desmascarasse a assassina da irmã.
Estava disposto a ir até ela, não esperaria pelos planos mirabolantes da duquesa.
-- Quero voltar ao meu quarto!
A voz debilitada de Patrício lhe chamou a atenção.
-- Mas, papai, o médico falou para o senhor tomar um pouco de ar puro. -- Protestou.
O conde o encarou.
Os olhos eram tão negros e vazios, nem parecia o homem cheio de vida que dominava a todos.
-- E você acha que a mim interessa o que esse médico diz? -- Começou a mexer na cadeira de rodas.
Nícolas sabia que não havia outra coisa para fazer, posicionando-se por trás do homem, levando-o para o interior da mansão.




Valentina tinha acabado de tomar banho.
Acordara com dor de cabeça, devido à insônia que teve na noite anterior.
Amarrou bem as amarras em sua cintura, quando ouviu batidas na porta.
Esperou temerosa, imaginando se poderia ser a ruiva. Não conseguira descansar, pois seu sono fora assombrado por pesadelos terríveis. Via Nathália a lhe pedir ajuda, enquanto os olhos verdes diabólicos ria da sua dor.
                Engoliu em seco.
               O que deveria fazer? Não tinha dúvidas que a cópia da mulher que se apaixonara seria capaz de qualquer coisa para manter aquela história em segredo, mas então, por qual razão confessara a verdade?
-- Posso entrar, querida?
Aquele seria cúmplice dela!
Irritada foi até a porta, abrindo-a.
Ambos se encararam e o homem ainda esboçou um sorriso simpático tentando amenizar o clima de pura raiva que via naquele olhar.
A morena seguiu até a janela, dando as costas para a visita.
Observava tudo com atenção. 
A rua estava vazia de pessoas, apenas observava os carros de luxos que estavam estacionados por ali.
Observou o verde de uma praça bem cuidada. Havia árvores, gramas e flores.
Respirou fundo!
-- Qual a sua participação em tudo isso? -- Indagou sem se voltar.
Leonardo observava os ombros tensos. Desde que a arquiteta lhe contara tudo ficou a pensar como faria para convencer a moça a não gritar para todos o que sabia, porém nada lhe passava pela mente.
                Respirou fundo.
-- Foi tudo minha ideia, senhorita! -- Disse depois de um tempo.
A circense se virou para ele. Tinha a testa franzida e uma expressão de surpresa.
-- Quando a Natasha foi resgatada, havia inúmeras acusações contra ela… -- Caminhou até a poltrona, sentando-se. -- Não podia deixá-la ir presa, ainda mais quando tive minha parcela de culpa em tudo o que aconteceu. -- Fitou-a. -- Ela achou um absurdo todo esse plano, ainda mais quando fora dito sobre você.
Valentina se aproximou com os olhos estreitados.
-- Achas mesmo que acreditarei nisso? -- Colocou as mãos nos quadris. -- Onde está a Nathália? O que fizeram com ela?
-- Meu bem, se soubéssemos,  essa situação já teria se resolvido há tempos.
A morena andava de um lado para o outro. Sua cabeça fervilhava em pensar em tudo aquilo que estava acontecendo.
-- Não acredito em vocês!
Ele fez um gesto de assentimento, enquanto se levantava e já se encaminhava para a porta quando a voz dela o deteve.
-- A criança que eu espero é de quem?
Leonardo depositou a mão na maçaneta, virou-se para ela.
-- Por que pergunta se não acredita no que é falado?
Ela se aproximou mais, fitando-lhe os olhos.
-- Fale!
Ele fez um gesto de assentimento com a cabeça.
-- Sim, valentina, você carrega um filho da Natasha Valerie dentro de si.
O homem deixou o quarto, enquanto a morena permanecia parada com o olhar ainda mais perplexo.


Alguns dias depois…
Rick seguiu até a construtora.
Fora informado por Leonardo que a ruiva se encontrava lá. Também estava ciente dos últimos acontecimentos, fora lhe falado sobre a Valentina já conhecer a verdade sobre a mulher que a mantinha consigo.
Tentara falar com a Natasha sobre isso, mas a arquiteta nem mesmo atendera suas ligações. Tornava-se uma tarefa difícil levar adiante aquele plano quando a Valerie agia com total arrogância.
Parou diante da secretária.
-- O senhor Antonini e a senhora Nathália os espera. -- Disse levantando-se e seguindo na frente até a grande porta.
O detetive agradeceu com um gesto de cabeça, enquanto a seguia.
Respirou fundo ao adentrar o espaço.
Havia uma mesa oval de vidro, doze cadeiras a compunham.
Natasha ocupava a da presidência e o mais velho estava ao seu lado e sua expressão era de pura impaciência.
-- Bom dia! -- Cumprimentou-os com um sorriso.
A neta desprezada de Isadora apenas o mirou por alguns segundos.
Ele sentiu aquela sensação de desejo ao vê-la.
Estava linda com sua blusa de seda preta de mangas longas, colete azul-marinho e calça justa combinando com a parte de baixo. Os cabelos estavam ainda mais vibrantes, uma mexa caia sobre sua face.
-- Não estou disposta a ouvir reclamações. -- Falou sem delongas, mirando os dois homens.
Aqueles últimos dias foram mais tranquilos. Não precisa desempenhar o papel de Nathália para a circense, na verdade nem mesmo a viu. Tomara todas as providências para que a avó não se aproximasse e focara sua atenção e tempo em Rebeka.
-- Não irei falar nada, pois você já fez e nada que eu disser vai mudar isso! -- Sentou-se. -- Tenho uma notícia para ti. -- Abriu a pasta que trazia e colocou sobre a mesa várias fotos.
Os olhos verdes se estreitaram ao fitá-las.
-- O marido da sua irmã está morto… A polícia acredita que tinha a ver com dívidas de drogas.
Leonardo pegou uma das imagens e olhava com cuidado, tinha em seu olhar a compaixão.
-- E a Nathália? -- O arquiteto questionou.
A Valerie apenas deu de ombros, enquanto encarava Rick.
-- Essa está muito viva e eu tenho certeza que está por perto. -- Falou com ar preocupado. -- Redobrei a vigilância ao redor de todos que ela pode se aproximar, mas se minha intuição não vai me enganar depois de tantos anos, posso te garantir que ela correrá direto para a circense.
Natasha se mexeu na cadeira. Parecia incomodada ao ouvir aquilo.
A ideia da irmã se aproximar da trapezista a deixava desconfortável, pois sabia que a morena não estava mais com raiva da futura duquesa, sabia que ela agora acreditava que tudo que se passara fora parte do plano da irmã rejeitada. 
Levantou-se, apoiando as mãos sobre o tampo da mesa.
-- Não deixarei que ela chegue perto enquanto a Valentina estiver carregando meu filho dentro dela.
Rick assentiu.
-- Hoje haverá um baile e todos sabemos que a Nathália não perdia um. A aristocracia estará presente e você recebeu convite de Nícolas Vallares.
A ruiva cerrou os dentes, enquanto sua expressão se tornava indecifrável.
-- Tenho certeza que Isadora foi até ele e falou das suspeitas.
Os dentes alvos se abriram em um sorriso de escárnio.
-- O amor que a minha avozinha sente por mim é tocante…
O detetive assentiu.
-- Você vai a essa festa e vai levar consigo a Valentina!
-- Está louco?! -- Leonardo levantou. -- Sabe que isso isso é uma armadilha e ainda deseja que ela se arrisque.
A Valerie sentou novamente.
Umedeceu os lábios.
Não parecia preocupada.
-- Com certeza que irei! -- Disse por fim. -- Não perderia um baile desses por nada!
-- Mas, Natasha… -- Protestava Leonardo.
-- Calma, amigo, confio que tudo vai sair bem, só preciso que você -- fitou a ruiva -- convença o seu cunhado que está lidando com a Nathália, assim tiramos ele do nosso pé, pois sei que há um detetive atrás de ti. -- Fez um gesto com as mãos para acalmar o mais velho. -- Tirando Isadora e Valentina, os demais não tiveram essa proximidade com nenhuma das duas irmãs a ponto de garantir com precisão quem é quem… Ainda mais o irmão de Verônica. Pouco contato você teve com ele, apenas aja com frivolidade e tudo ficará bem.
-- E se Isadora fizer um escândalo ou a Valentina ousar falar algo? -- Leonardo questionou cheio de pavor. -- Não entende o quão arriscado será isso? 
A ruiva sabia que os temores de Leonardo tinham fundamentos, mas faria o que o detetive disse.
-- Irei para a casa agora mesmo e convencerei a minha amada! -- Levantou-se.
-- Mais uma coisa -- o detetive disse -- sua irmã se divorciou do marido antes de te sequestrar e a mensagem que fora enviada a circense partiu do celular dele… Então o casal estava em pé de guerra e disposto a destruir os planos da bela duquesinha… Tenho certeza que logo vão te chamar para depor. -- entregou-lhe um envelope. -- Leia isso com atenção, estude para que consiga responder tudo o que te perguntarem.
A ruiva recebeu o invólucro, enquanto assentia, deixando a sala.
Quando os homens ficaram sozinhos, Leonardo falou:
-- Achas mesmo que esse plano vai dar certo? -- Voltou a sentar. -- A Valentina está possessa e não acredito que ela consiga se manter calada diante de tudo isso não.
O mais jovem passou a mão pelos cabelos.
-- As coisas estão ficando difíceis, amigo, é necessário tirar o Vallares da nossa cola ou a Natasha estará perdida. Acredite, já pensei em mil coisas, mas esse é o melhor plano se ela se sair bem. Você também estará lá com a Helena, mas não se aproxime muito, pois todos sabem que a Nathália não é sua gêmea favorita.
Leonardo respirou fundo.
-- Estou ficando com medo de tudo isso… Onde a Nathália está? Ela precisa aparecer e temos que provar que ela cometera esses crimes.
-- Eu fui até a pista soltada pela Rebeka e tenho a impressão que a amada da Isadora está fugindo não só da irmã, mas de outras coisas.
-- O que poderia ser? -- Indagou preocupado.
-- A máfia… Há dívidas e por esse motivo que tenho certeza de que ela irá direto até a Valentina… Afinal, a circense além de ser neta do conde, carrega no ventre o herdeiro da Valerie.
O arquiteto cobriu o rosto com as mãos.
-- Quando a Natasha descobrir…
Rick assentiu, pois temia por esse momento ainda mais.



      A cobertura do apartamento da Valerie contava com uma piscina e várias espreguiçadeiras coladas nas bordas. Também havia mesas com guarda-sóis.
Naquela manhã ensolarada, Valentina não aguentava mais ficar presa no quarto e fora sugestionada pela empregada a subir até a área de lazer para tomar um pouco de ar puro e relaxar.
Vestiu um biquíni azul e naquele momento aproveitava a água.
Ainda estava a ponderar a descoberta da última semana. Ainda tinha a mente perturbada por todas as coisas que Isadora falara. Seria mesmo aquela que se passava por Nathália uma assassina? Lembrava dos olhos tão verdes e que em muitos momentos se mostravam vazios e havia algo dentro de si que se negava a acreditar que ela poderia fazer algo assim.
Mexia a mão na água, produzindo pequenas ondas.
                Seria realmente verdade que o filho que esperava era da tal Valerie? Se isso fosse verdade as coisas ficavam ainda mais preocupantes, pois não acreditava que ela lhe deixasse ficar com a criança...
                Seria mãe do bebê daquela mulher?
Por que sua cabeça apenas se focava em que tipo de pessoa a Natasha era e não parecia tão interessada em lembrar da Nathália?
Eram irmãs gêmeas!
por que a namorada nunca falara sobre isso? E por que a duquesa odiava tanto a ruiva?
Qual era a verdade em tudo aquilo?
Se Nathália aparecesse, ela poderia esclarecer as coisas, mas a ruiva falava não saber onde estava a outra.
Com a mente perturbada, a trapezista decidiu nadar.


Natasha chegou ao apartamento e fora avisada que a circense estava na piscina.
Seguiu até o vestiário, colocando um biquíni preto e seguiu até o destino, mas antes tomou os analgésicos que o médico passou.
Nos últimos dias não estava usando muleta, mas à noite sempre necessitava da fisioterapeuta para que aliviasse as suas dores.
Subiu as escadas, mas não se aproximou de imediato.
Observava a morena de longe e sentia os bits se acelerarem.
Prendeu os cabelos em um coque, enquanto tentava se livrar daquelas sensações. Por que sentia saudades daquela palhaça de circo?
Na última semana seu caso com Rebeka estava no auge, porém sempre que retornava para a casa de madrugada, ansiava por ver aqueles olhos negros e ouvir aquela voz, mesmo que sempre ao se dirigir a si só denotasse raiva, antes por pensar ser a traidora da Nathália, agora por pensar a estar lidando com uma assassina.
Maldita Isadora!
Quando tudo fosse esclarecido, muitos pagariam por tudo que fizeram… E a bela morena estaria em sua lista.
Colocou os óculos escuros, enquanto seguia até onde a moça estava.
Valentina emergiu, sacudiu a cabeças para se livrar do excesso de água e ao abrir os olhos viu a ruiva que se aproximava.
Por alguns segundos perdeu o fôlego e nada tinha a ver com a água.
Como a confundira com a Nathália?
O andar daquele ser beirava a selvageria e sensualidade. Sua postura era ainda mais arrogante que toda a aristocracia junto, sem falar na expressão de sarcasmo que não lhe abandonava a face.
Fitou-a de cima abaixo, reparando em como era bela, em como seu corpo se exibia com superioridade.
Observou a cicatriz na perna e imaginou o que realmente se passara com ela.
Umedeceu os lábios ao lembrar de sentir aquele corpo colado ao seu, desejoso de si.
Seria tudo fingimento?
Antes que pudesse falar algo, a irmã gêmea da mulher que deveria povoar a sua mente se jogou na água.
Observou-a atravessar a nado e parar ao seu lado, praticamente colando a si.
-- Calma, não vai ser agora que vou torcer o seu pescoço até que a vida abandone seu lindo corpinho. -- Debochou diante do olhar assustado.
Valentina fitou os olhos verdes e viu como parecia se divertir com a cena.
                 Há dias não a via e mesmo que jamais admitisse, em seu íntimo ansiou por vê-la. 
                 Viu a provocação brilhar em sua expressão.
Sem desejar participar daquele jogo, virou-se, seguindo até a borda da piscina, apoiou os braços, ficando lá. Apenas sentia o sol em sua pele, olhava tudo ao redor e tentava ignorar a dona da casa.
                Não demorou para sentir a presença da arquiteta ao seu lado.
-- Sentiu a minha falta? -- A ruiva indagou olhando para a frente.
A circense permaneceu calada.
-- Hoje iremos a um baile da aristocracia… Seu vestido foi escolhido por mim… Você vai ficar linda dentro dele...
Só naquele momento os olhos negros a encararam.
                A arquiteta a fitava, enquanto mordiscava a lateral do lábio inferior.
-- Leve-me para ver se não grito para todos quem é você e vamos ver se ainda vai exibir esse sorriso sarcástico.
Natasha mirou a boca rosada demoradamente, mas depois voltou a fitar os olhos negros como a noite sem lua. 
-- É um risco que vamos correr… Sua palavra contra a minha… Uma amante despeitada porque descobrira que estava sendo traída por uma loira… -- Mudou de posição, enquanto encostava as costas nos azulejos. -- Seus chifres vão ser o assunto da alta classe... Então melhor não arriscar ser ridicularizada. 
Indignada, Valentina parou de frente para ela.
                Com as mãos nos quadris, arqueou a sobrancelha esquerda. 
-- Achas que me importo com quem você se deita? -- Indagou sem esconder a irritação. -- Imagino que a tal da Rebeka não saiba que está lidando com a cópia falsificada. -- Provocou-a. -- Terá uma decepção quando ficar sabendo!
Os dentes alvos da arquiteta se mostraram, mordiscando o lábio inferior e tendo um olhar misterioso em sua face.
A trapezista sentiu a raiva ainda ficar maior diante do silêncio, pois conseguia interpretar bem aquele ar presunçoso.
-- Achas que seguirás com esse plano até quando?
-- Até a sua amada Nathália aparecer e eu colocá-la na cadeia para pagar por tudo o que fez. -- respondeu calmamente. 
-- E você também pagará? -- Desafiou-a. -- Porque eu não acredito em nada que me falou até agora, tenho certeza de quem é a vilã dessa história.
Natasha depositou as mãos em seus ombros, acariciando os sinais que apareciam, parecia a coisa mais normal a fazer.
-- Ah, deixe-me dizer algo para esclarecer suas dúvidas… A sua amada Nathália não se afastou de ti porque quis, nem fora ela quem te enviou aquela mensagem… Fora o maridinho dela, ele parecia desejar acabar com o romance tão lindo entre vocês. -- Tocou-lhe a face. -- Então já pode voltar a amá-la com toda sua devoção e planejar sua lua de mel… e em como entregará seu lindo corpinho a ela… Nas visitas íntimas da prisão...
Valentina observou a mão de dedos longos baixarem e logo a sentiu na alça fina da parte de cima do biquíni.
Encarou os olhos verdes e viu como estavam escurecidos e os lábios entreabertos.
Sentiu os dedos atrevidos acariciar os seios e teve a impressão que não tinha forças para fazê-la parar. Apenas sentia aquela pressão em seu abdome, aquela ânsia que parecia desejar dominar seu corpo.
A boca se aproximou da sua, mas não a tocou, seguindo até sua orelha, sussurrou em seu ouvido.
-- No baile da aristocracia você vai poder ouvir muito sobre Natasha Valerie, escutará barbaridades e poderá saciar suas curiosidades… -- Libertou o seio esquerdo e ficou a observá-lo. -- Não deseja isso? -- Encarou-a. -- Descobrir mais sobre mim?
A respiração da morena estava acelerada, quando deteve o toque.
-- E então irá comigo?
Natasha observou o corado que se apossava das bochechas dela.
-- Ainda não ouvi as ameaças e chantagem caso eu me negue a ir ou ouse falar tudo o que sei…
-- Acredito que isso esteja bem claro na sua mente… Aposto que quando está sozinha, isso martela em seu cérebro… -- Fitou o mamilo que exibia empinado. -- Fora outras coisinhas mais gostosas...
Valentina nem teve tempo de falar algo, pois a ruiva se afastava, deixando a piscina com um enorme sorriso.

Comentários

  1. Estou ansiosa sim pelos próximos capítulos.
    Parece que essa festa promete muitos fatos importantes,para nos deixas cada vez mas envolvidos.
    parabéns geh pela história maravilhosa 😄

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá,linda, demorei, mas retornei, estive adoentada e precisei ficar distante da escrita, por isso o capítulo de quinta não saiu, mas estou postando um maior para compensar e com o início dessa festa.
      Beijos e boa noite.

      Excluir
  2. Loucaaa pra saber mais !!! Autora tu é sensacional! As personagens sensacionais!!! Meu comentário parece uma redundância sem fim... Coisa boa ler algo legal e mto original! Parabéns! Manda aí o próximo kkkk depois de tanto elogios kkkk beijo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, querida, kkkkkk infelizmente não tive como retornar tão rápido como o seu desejo, mas já trouxe um capítulo imenso para compensar a demora.
      Beijos.

      Excluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Sempre sendo perfeita em teus contos, te acompanho desde quando postava sua segunda história no lettera e fui fisgada instantaneamente pelas inúmeras camadas de intensidade e pelas referências riquíssimas que engrandecem tua escrita. É uma tortura contar o tempo até um novo capítulo, mas a qualidade é inquestionável, sempre vale a pena passar por esses momentos de ansiedade.

    Obrigada por compartilhar seu dom com a gente!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, querida, eu fico lisonjeada com suas palavras e também muito grata pelos elogios. É um imenso prazer escrever e ainda mais viajar nesse mundo com as minhas leitoras.
      Um grande abraço, linda, e tenha uma boa noite.

      Excluir
  5. A tensão entre essas duas está cada vez as enlouquecendo,mas uma hora isso acaba não cama.
    Quem está ansiosa sou eu para que isso aconteça.
    Até o próximo capítulo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, meu bem, essas duas mulheres vivem uma intensa batalha, mas o sentimento que cresce em seus corações vem se tornando cada vez mais forte, superior e em breve não resistirão a eles.

      Excluir
  6. Estou ansiosa que você volte a postar a FERA FERIDA,UMA DAS MELHORES HISTÓRIAS que já li.

    ResponderExcluir
  7. Ola autora...to aqui me deliciando com mais uma ruiva...essa natasha tá empatada com a Condessa Bastarda entre minhas personagens favoritas ....ta muito boa a historia! minha vontade é sentar e ler até acabar todos os capitulos, mas infelizmente o tempo não ta ajudando, então eu vou tomando as pilulas...rsrsrsrs. beijos

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A antagonista - Capítulo 25

A antagonista- Capítulo 22

A antagonista - Capítulo 21