Anjo caído -- Capítulo 3



             Eduarda estava maravilhada com o que havia descoberto na tal ala norte. Não só havia quartos mais arrumados e com suı́tes, como também um gerador que funcionava muito bem, produzindo energia. Era como se aquela parte tivesse sido montada para alguém, pois havia até mesmo um fogão, geladeira, mesas, armários e nesses armários havia alimentos, alguns já vencidos, porém outros ainda demorariam para ficarem sem utilidades.
                 Pegou um pacote de biscoito, seguindo até uma parecida sala de estar. Limpou a poeira da poltrona, em seguida sentou.
                 Bem, ali sim podia ser possível habitar, porém não percebeu resquı́cios da doutora por ali.
             Aquela mansão era demasiadamente grande. Deveria haver outras coisas a serem descobertas, mas por enquanto, ficaria naquela parte da construção, pois assim evitaria encontrar com a toda poderosa.
              Lembrou-se da cicatriz que ela trazia no lábio superior e com certeza ela deveria ter adquirido depois que ambas se encontraram no hospital, pois se recordava bem de ter ficado observando-a minuciosamente, enquanto seu sangue era retirado, e naquele rosto perfeito não havia nada que molestasse a beleza que ela orgulhosamente exibia.
               Levou o alimento à boca, pensativa. Não que aquela marca lhe corrompesse ou lhe enfeasse, apenas deixa-a com uma aparência mais selvagem, sinistra talvez, bem mais perigosa do que antes.
              Cobriu o rosto com as mãos.
             O melhor a fazer era começar a estudar, assim, conseguiria se sair bem nas provas e poderia ir embora o mais rápido possível dali. Tinha certeza que sua estadia não seria nada agradável, então o melhor era se manter o mais longe da Berlusconi, até que pudesse retornar para a cidade.
             Ouviu o som do celular.
             Não reconheceu o número, mas atendeu.
             -- Nossa, Eduarda, que bom que consegui falar contigo. – A voz de Flávia se mostrava aflita.
            -- Bem, levando em conta que fui mandada para um castelo assombrado, fico feliz em ver meu celular funcionar. – Ironizou.
            -- Não diga isso, esse lugar também não é tão mal. – Deu uma pausa. -- Se hospede na ala norte. 
               Duda respirou fundo, relanceando os olhos em sinal de tédio.
            -- Bem, só agora consegui saber que existia isso aqui. A doutora Angel do mal me mandou para cá.
            -- Como ela está? – A loira indagou preocupada. – Como ela está reagindo com a sua presença?
            -- Bem, muito bem... Ainda não me arrastou para retirar meu sangue com uma agulha, então tudo parece
             -- Por favor, Eduarda, estou falando sério, deixe de fazer piadas. – Repreendeu-a.
           -- E o que quer que eu diga? Na verdade eu que estou esperando algumas respostas, afinal, o que se passa aqui? Quando me disse que iria morar com a poderosa, não me falou que estaria tão isolada de todos e correndo risco de ser trucidada a qualquer momento.
             -- Isso será bom para ti. Ficará afastada das más companhias, poderá estudar, se concentrar no que precisa fazer.
              -- Bem, isso se a sua amiga não me matar antes.
              -- Ela não faria isso!
            -- Eu não sei, afinal, a encontrei duas vezes hoje e nessas ocasiões não recebi nada além de grosseria. 
             A respiração pesada da loira podia ser ouvida, enquanto ficavam em silêncio por alguns segundos.
               -- Mantenha-se desse lado da casa e não terá problemas, ela jamais irá até aı́.
               -- Por que ela não vem? – Perguntou curiosa. – Afinal, essa é a parte civilizada da mansão.                   “  Talvez porque ela não seja mais civilizada.” – Ponderou a doutora do outro lado da linha.
              -- Isso não vem ao caso. – Desconversou. – Te mandei uma mensagem com um número. Você pode ligar e pedir comida sempre que quiser, eles entregarão, mas não permita a entrada de ninguém, pegue a comida fora do portão e seja discreta.
              -- Por que tudo isso? A doutora Angel não trabalha? Ela não vai ao hospital?
              -- Não!
              -- Como não?
            -- Maria Eduarda Fercodini, gaste seus pensamentos com seus estudos e não fique especulando a vida dos outros.
              -- Ok! Não pergunto mais nada a você!
              A conversa demorou ainda mais algum tempo, até que desligaram.
            A garota estava ainda mais intrigada com toda aquela história e percebeu que Flávia não lhe falaria nada.
             Lembrou-se do velório do padrinho, alguns dos rumores que ouviu foi que a única herdeira de Antônio tinha enlouquecido antes do pai morrer.
              Seria aquilo verdade?
            Bem, seria uma explicação lógica, pois era impossível acreditar que aquela brilhante mulher tenha aberto mão de tudo para viver isolada naquele lugar.
              Encostou-se melhor, depois tentou acessar a internet do celular.
           Havia inúmeras mensagens do namorado, Bruno. Sabia que o rapaz não era um modelo de virtude, porém se sentia feliz em tê-lo por perto, era uma forma de preencher o vazio que tinha por dentro, a solidão de não ter ninguém naquele imenso mundo que se preocupasse consigo ou até que se lembrasse de sua existência.
            Lembrava-se com saudades dos momentos maravilhosos que ficara acompanhada do padrinho. Ele a levava ao cinema, ao teatro, era sempre muito atencioso com seus problemas, com suas crises de adolescência e com sua dor pela perda da mãe.
                Fechou os olhos, deixando o aparelho celular de lado.
             O dia fora agitado e naquele momento só deseja descansar um pouco, dormir e dormir um pouco mais.




               Anos antes...
               A sala de cirurgia estava pronta.
            Os enfermeiros esperavam apreensivos, porém mesmo assim confiantes por saber quem estaria ali dentre alguns segundos.
               Flávia foi a primeira a entrar, em seguida a morena de olhos negros foi a próxima.
            Observou cada um que estava ali. As máscaras só deixam que visse a expressão de seus rostos.
           Angelina sabia que deveria dar o seu melhor, não só porque sabia seu pai estava esperando apenas um deslize para criticá-la, porém naquele momento o mais importante era a vida daquele homem deitado na maca, ligado a inúmeros aparelhos.
          Mais uma vez encarou os profissionais. O melhor daquele hospital fora colocado a sua disposição, era perceptível a preocupação deles, porém eles também sabiam quem era a mulher que estava ali.
              Lembrou-se das palavras do seu maior guia na universidade. Um professor, exı́mio cirurgião, que precisara deixar a profissão devido a uma doença que o acometeu. Ele sempre lhe segurava as mãos e dizia: Foram feitas para a cura, anjo.
            Mirou a amiga de infância.
            O olhar dela era sereno e doce, alguém que você poderia contar em todos os momentos.
Respirou fundo tentando controlar a ansiedade. Desejava que tudo saı́sse bem para poder comemorar com a namorada.
           Naquele dia a pediria em casamento. Estava cansada de passar suas noites solitárias, sem falar que em breve teria que seguir para uma especialização na Alemanha e desejava tê-la ao seu lado.
         Soltou a respiração lentamente, em seguida piscou de forma ousada para a loira. Humildemente, tomou a mão de todos, fazendo uma oração em agradecimento. Observou por alguns segundos o paciente.
          Virou-se ao ouvir a porta se abrir e lá estava seu pai, mas quem lhe fez abrir um enorme sorriso foi a presença da mãe.
          Os procedimentos começaram e aos poucos a equipe médica se fascinava com a perı́cia que a inexperiente doutora apresentava.
           Ângela observava a variação dos batimentos cardı́acos, enquanto Antônio agia como se fosse superior a tudo e a todos.
           Depois de quatro cansativas horas, a intervenção chegou ao fim e poderia ser considerado um verdadeiro sucesso.
            Angelina agradeceu a cada um que estava lá, seguindo para fora, tendo a mãe e a amiga ao seu lado.
          -- Ah, meu pequeno anjo, você foi maravilhosa. – Dizia a cardiologista. – Estou ainda mais orgulhosa do que antes.
           -- Isso pede muita pizza. – Flávia abraçou a tia. – Precisamos de uma médica renomada para patrocinar essa farra.
             Todos caı́ram na gargalhada.
           -- Sim, sim, porém antes terei que ir buscar a Patrı́cia. Ela vai ficar muito feliz em saber que me sai bem.
         As duas mulheres observaram a morena se afastar e não conseguiram evitar a trocar olhares pesarosos entre si.
           Mesmo que preferissem não se meter na escolha da médica, não aprovavam aquela relação. Não por se tratar de uma relação homoafetiva, mas por não acreditarem que a psicóloga sentisse o mesmo por Angel.
            Angelina falou com a namorada, combinando ir buscá-la em pouco tempo, mas antes tinha que tomar um banho e trocar a roupa.
             Já se vestia quando Antônio adentrou o espaço. A jovem ficou parada, fitando-o.
         -- Sua ousadia podia ter levado o paciente a morte. – Começava implacável. – Só porque é minha filha, achas que pode brincar de ser Deus?
            -- Fiz o que tinha que ser feito. – Ignorou-o, abrindo a mochila para guardar algumas coisas.
             -- Olhe para mim enquanto me fala, sua petulante. – Segurou-lhe o braço. – Não ouse se achar boa o suficiente só porque fez aquela encenação estúpida.
           Angel respirou fundo. Já estava acostumada com os surtos do patriarca. Nada que fizesse estava bom o bastante para ele, mesmo diante de todo o seu esforço e dedicação sempre era cobrado mais e mais.
              -- Certo, papai! – Afastou-lhe delicadamente a mão. – Próxima vez seguirei totalmente seus ensinamentos. – Beijou-lhe a face, saindo do cômodo em seguida.
            



           O luxuoso edifı́cio de vinte andares trazia os mais importantes consultórios dos mais renomados médicos.
               A corretora de imóvel esperava ansiosamente pala a aprovação da elegante loira que via tudo com olhar crı́tico.
               -- E então o que achou?
              Patrı́cia andava de um lado para o outro. Depois de longos segundos, manifestou-se.
            -- Adorei o espaço. – Suas palavras foram interrompidas mais uma vez pelo som do telefone. – Espere só um pouco. – Atendeu. – Sim, amor, estou vendo as salas. Eu amei, mas preciso do depósito ainda para hoje. – Deu uma pausa. – Por favor, não vamos brigar por isso, já falei não há nada entre mim e ela.
            De repente, a porta se abriu e lá estava a sorridente Angelina.
             Imediatamente, Patrı́cia encerrou a chamada, correndo para os braços da namorada.


            Dias atuais.
           Angelina estava no escritório.
           Sua mente fervilhava com lembranças da fatı́dica noite.
           Dominada pela fúria, derrubou alguns itens que estava sobre a escrivaninha.
           Era doloroso para ela viver com todas as informações que ficavam cada vez mais clara em sua mente.
          Quando despertara naquele dia no hospital, muitas coisas ficaram escondidas em sua mente, mas aos pouco tudo vinha sendo revelado cruelmente.
        Segurou o copo que tinha um pouco de água, apertando-o com tanta força que o espatifou, ferindo a mão com os cacos.
            Observou o sangue jorrar, continuando parada, fitando o liquido. As cicatrizes fı́sicas estavam sendo lavadas naquele momento.


           Eduarda devorava os livros. Nem mesmo prestava atenção ao tempo que passava rapidamente.   
             O celular despertou.
             Quatro horas já.
             Levantou-se, espreguiçando-se para alongar os músculos.
           Precisava caminhar um pouco, esticar as pernas para depois voltar aos estudos. Estava com fome, mas antes de fazer algo iria até a ala do dragão.
               Sorriu.
            Precisava encontrar um objeto para colocar sobre sua mesa. Arrumara tudo tão bonito, mas faltava algo para dar o último toque.
               Esperava não ter que encontrar o “doce anjo” Pensando nela, lembrou-se de algo estranho.
           Meses antes o namorado comentara consigo que viu em uma revista a herdeira dos Berlusconis em uma famosa boate de Londres. Bruno até falara que a médica largara tudo para torrar a herança que o pai deixara para ela. Porém se aquilo era verdade, o que fazia a doutora naquele lugar deserto e sem luxo?
           Agoniada com o excesso de pensamentos curiosos, seguiu cuidadosamente para não acabar caindo.
             Não entendia o motivo de todas aquelas proteções nas janelas, não só as cortinas, mas também havia tábuas impedindo a entrada do sol.
                -- Só pode ter virado vampira! – Falou baixo.
             Sobressaltou-se ao ouvir barulho de coisas quebrando. Impulsivamente, seguiu a direção do ruı́do, parando diante de uma enorme porta de madeira.
                  Abriu-a.
                  Velas iluminavam o ambiente, desenhando imagens nas paredes.
             Com certeza se tratava de uma espécie de escritório, pois havia uma escrivaninha, uma cadeira diante dela e muita poeira.
               Viu os vidros pelo chão e lá estava a doutora. Ela estava de pé, observando as próprias mãos. Hesitou em se aproximar, mas ao ver o sangue, correu preocupada até ela.
                    -- Deus meu, o que houve? – Segurou-lhe os membros.
                    Angelina parecia em transe, olhando o vermelho lhe tomar toda a pele já ferida.
                A Fercodini fitou os lados em busca de algo para estancar o sangramento, mas não havia nada que pudesse ser aproveitado.
              Decidida, retirou a própria camiseta branca, ficando apenas de sutiã. Apertou para poder conter o fluxo.
                   Só naquele momento os olhos negros a encararam.
                 Duda aproveitou a proximidade para inspecionar melhor aquela mulher. Era possível ver a dor presente naquelas pupilas. Não havia brilhos, só um vazio profundo, como se estivessem perdidos.
             Sentiu uma vontade estranha de lhe tocar a face. Cuidar e proteger como se faz com uma criança.
            Mirou os lábios entreabertos, a cicatriz se destacava, mas não maculava a beleza dela, na verdade, a deixava ainda mais bonita.
               A Berlusconi pareceu despertar, afastando-se, recolhendo a mão.
                Observou os seios redondos bem instalados no sutiã branco de renda. Afrontou-se.
             -- Quem te deu permissão para vir aqui? – Gritou. – Disse para ficar na ala norte. – Encarou-a, evitando os montes que se mostravam. – Saia daqui imediatamente. – Deu-lhe as costas.
               Eduarda respirou fundo, soltando lentamente o ar. Louca!
              -- Eu estava lá, porém ouvi barulhos e vim ver do que se tratava. – Justificou-se.
             -- Ah, além de tudo ainda é uma fofoqueira. – Virou-se, atirando a camiseta que já estava toda suja, jogando-a ao chão. – Não se meta em coisas que não são de sua conta.
                 Duda observou a blusa com olhar de pesar.
             -- Sabia que essa camiseta custou caro? – Balançou a cabeça. – Ai, Deus, que vida! 
                 A morena pareceu confusa, mas recuperou a altivez rapidamente.
                  -- Saia daqui agora mesmo, sua pirralha.
               -- Eu só queria ajudá-la, doutora! – Levantou a cabeça em desafio. – Não imaginei que a senhora ficaria tão fora de si por um gesto tão simples. – Passou a mão pelas longas madeixas. – A senhora deveria procurar um psicólogo...
               Angelina foi até ela com passos largo e olhar ameaçador, parecia disposta a usar da violência fı́sica. 
                  Eduarda recuou.
                -- Eu não preciso da sua ajuda. – Esbravejava aos brados. – Não preciso da ajuda de ninguém. 
                    A jovem levou as mãos a lateral da cabeça, cobrindo as orelhas.
                   -- Ok, senhora! Não precisa de tantos gritos. Que bom que não há vizinhos para ouvi-la.
                A Berlusconi parecia ter perdido sua total paciência, pois mesmo com a mão ferida. Tomou-a jovem pelo braço, tirando-a de dentro da sala à força.


               A noite seguia alta, fria naquela região. Não havia vizinhos, estradas ou viajantes que pudessem macular a paz daquele lugar que trazia entre suas paredes um ser atormentado pelas coisas do passado.
                Anos atrás, aquela construção estava sendo preparada para hospedar um casal apaixonado que aspirava a felicidade, porém o tempo mostrou como as aparências são capazes de enganar e a insensibilidade de muitos fere sem se importar se com essas ações acabem por destruir a vida de muitos.


               O sol já raiava, forte, brilhante apagando os resquı́cios de chuva do dia anterior. Podia-se ouvir os pássaros cantando e o soar do vento naquelas terras solitárias.
               Angelina continuava no mesmo lugar onde passara toda a noite. Seus olhos não descansaram em nenhum momento, como já era de costume. Quando conseguia dormir seu sono era perturbado por pesadelos, por imagens que pareciam terem ficados marcadas em sua mente.
             Esticou os braços, movimentando os dedos lentamente, sentindo-os rı́gidos. Estavam doloridos e cada dia que passava percebia que tudo ficava ainda mais difı́cil em trabalhos manuais.
                   O corte jazia lá, inflamado já por sua condição anterior.
              Lembrava-se da época que fez sua primeira cirurgia. Ela seguira a mesma especialidade do pai, neurocirurgiã, e sempre se dedicara ao extremo para poder ser motivo de orgulho de Antônio Berlusconi.
                  Perdera tudo que sonhara, que acreditara... De tudo o que viveu nada lhe sobrou.
              Levantou-se, seguindo até a janela. Afastou um pouco a cortina e seus olhos ficaram irritados com a claridade, fechou-os, em seguida os abriu novamente.
               Ficou surpresa ao ver o mesmo carro que trouxera a Eduarda parado em frente a casa. Teria vindo buscá-la?
               Esperava que sim.
            José retirou algumas sacolas, entregando a jovem. Também uma caixa que continham livros dentro. 
              Angelina voltou a fechar a cortina.
             Nada com aquela garota lhe interessava e agora que ela estava na ala norte não a veria mais, afinal, aquela parte da casa era mais o perfil dela.
               Precisava de um banho e era isso que faria naquele momento.


            Eduarda fez uma lista de algumas coisas que precisaria para viver naquele lugar tão remoto, então pediu para Flávia e lá estava o motorista fazendo a vontade da garota.
              -- Por que tanto utensı́lios de limpeza? – José colocou as sacolas no chão. – Vai trabalhar fazendo faxina?
             -- Bem, preciso colocar as coisas em ordem, afinal, não vou ficar em um lugar que respira poeira e mofo.
               -- Mas você só vai fazer isso nessa ala não é? – O motorista indagou preocupado. – Não acho bom que se meta no espaço da senhorita Berlusconi. Fique por aqui. Doutora Flávia pediu para lhe dizer para não ficar vagando pelas outras partes da casa, aqui você tem mais do que o necessário.
                 Duda apenas fez um gesto afirmativo com a cabeça.
           Tivera um bom exemplo no dia anterior para evitar sair por aı́ explorando o castelo do monstro. A jovem retirou os livros da caixa, colocando-os sobre a mesinha que ficava na sala.
              -- Quando você virá me buscar para fazer as avaliações na universidade? – Encarou-o. – Preciso saber a data das provas, tenho que me preparar muito bem.
                 O homem retirou do bolso um envelope, entregando-a.
                 -- Aqui estão os assuntos e as datas das avaliações.
               -- Ótimo! – Sorriu. – Obrigada por ter se deslocado até aqui para me trazer as coisas.
                 José retribuiu o gesto.
                -- Bem, agora preciso ir, tenho que passar no hospital para pegar algumas coisas que a doutora pediu.
              Duda não o acompanhou até a saı́da, estava muito entusiasmada com tudo que chegara. Começaria uma limpeza total naquela área, pois se tinha que viver ali, pelo menos desejava que o lugar fosse limpo e aconchegante.
                 Naquele dia começaria o projeto limpeza e tentaria tornar aquele lugar habitável.
             Agora entendia a preocupação de Flávia quanto a ela se aproximar da doutora Angel. Sempre soube como aquela mulher podia ser cruel, mesmo tendo aquela aparência tão bonita.
            Examinou o espaço, pensando por qual parte deveria começar, pois a ala era do tamanho de um apartamento de porte médio, então o trabalho não seria pequeno e nem fácil.

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