A condessa bastarda -- Capítulo 34
Clara se vestiu rapidamente, deitando-se na enorme cama. Cobriu-se! Esperou alguns segundos, até ouvir mais uma vez o barulho da água caindo.
Fechou os olhos, tentando dissuadir sua memória das imagens que começava a se formar em seu cérebro.
Não fora fácil parar naquele momento. Precisara lutar consigo mesma até entender que seria preciso um tratamento de choque contra aquela mulher sensual e sexy.
Sentiu a presença forte, fingindo que estava dormindo. Tinha certeza que estava sendo observada minuciosamente, a pele se arrepiou imediatamente.
Vitória sentia vontade de puxar o lençol e tomá-la para si fortemente, porém sabia que essa não seria a solução para o problema, lógico que satisfaria o desejo que queimava em seu peito, em seus corpo, porém a guerra continuaria por um bom tempo.
Cobriu o rosto com as mãos.
Sentou-se no leito.
O cheiro da jovem era suficiente para mexer com todos os seus sentidos. Apagou as luzes, mas não se deitou.
Beijou-lhe a face, em seguido deixou os aposentos.
Pegou o pacote que Miguel lhe entregou, seguindo para o escritório. Deitou-se no sofá e ficou a observar o que havia dentro do envelope. Uma espécie de diário...
Olhou a foto mais uma vez...
Aline...
O nome era doce... Ela tinha um olhar, sonhador... O sorriso era grande, sincero... Lembrou-se da sua Branca de Neve...
Começou a ler as páginas e cada frase a surpreendia...
-- Eu não acredito que fui traı́do por Alex, confiei no miserável. – Otávio bateu forte sobre a escrivaninha. Marcelo e ele estavam escondidos em um hotel na capital.
-- Bem, pelo menos, o desgraçado avisou, dando tempo de fugirmos. – Tomou uma dose de uı́sque. – Temos que ir mais longe, vamos deixar o paı́s.
-- Sim, é isso que farei o mais breve possível.
-- Nós faremos... – O pai de Marcos corrigiu.
Otávio assentiu, tomando todo o conteúdo do copo.
Clara acabou cochilando e quando despertou buscou a amada ao seu lado e não a encontrou. Observou o relógio da cabeceira e constatou que em poucas horas amanheceria.
Levantou-se, vestiu o robe, resolvendo procurar onde estava a sua mulher.
Seguiu até o quarto que ela ocupara quando estava desmemoriada, mas não havia ninguém lá. Desceu as escadas, indo até o escritório, então encontrou quem estava a buscar.
Por alguns segundos permaneceu ali, fitando a bela imagem da ruiva em seu sono tranquilo. A luminária estava acesa iluminando a face da linda condessa.
Aproximou-se mais.
Os lábios estavam entreabertos, suas mãos estavam apoiadas em seu peito e havia algo entre seus dedos.
Fitou e percebeu que era a foto que Miguel lhe entregara. Tomando cuidado para não lhe despertar, viu a imagem com atenção.
O conde era um homem bonito e pode perceber que ela herdara dele a expressão forte, sarcástica, arrogante... Observou o sorriso que ele dirigia para a bela jovem ao seu lado, não havia dúvidas do seu fascı́nio pela moça que parecia ainda mais encantada.
Sentou-se na outra poltrona, pegando uma espécie de diário que estava caı́do ao chão.
A letra bonita retratava o dia a dia de sua vida na Itália. Algumas coisas triviais e outros fatos interessantes, como sua paixão por Vitório e a descoberta da gravidez.
Sentiu-se emocionada com as palavras que Aline usara para falar do bebê que esperava e ficou feliz em saber que aquela criança fora fruto sim de uma relação, que mesmo sendo proibida, fora cheia de paixão.
Não gostava de ficar pensando como poderia ter sido as coisas se fossem de forma diferente, porém não conseguia não cogitar a possibilidade de como poderia ter sido distinta as coisas se a condessa tivesse tido ao seu lado sua mãe, se tivesse sido criada com amor.
Bem, isso talvez não fosse tão importante, pois sabia que diante de todas as dificuldades e todos os problemas que enfrentara, se apaixonara e se apaixonaria novamente por sua cabeça dura.
Sorriu... Levantou-se e foi até ela, sentou-se, em seguida se aconchegou, deitando em seu peito.
Fechou os olhos e se permitiu a sensação maravilhosa de estar aconchegada àquele corpo... Estreitou-a mais forte... Lembrou-se de uma canção que ouvira quando ainda era uma adolescente...Começou a cantarolar em seu ouvido,
sussurrando para não despertá-la.
“Quando você está comigo é quando eu digo Que valeu a pena tudo, tudo o que eu sofri Não sei se é um sonho ainda, Ou é uma realidade, Mas quando estou contigo é quando digo Que este amor que sinto é porque você o mereceu Com dizer, amor, que outra vez amanheci chorando de felicidade. A teu lado eu sinto que estou vivendo Nada é como ontem...”
A manhã amanheceu ensolarada na fazenda dos Duomont.
Felipe ainda pensou em seguir direto para a delegacia, mas tinha que trocar de roupa, pois tivera um problema na estrada e acabara se sujando de graxa ao consertar o carro.
Estava saindo do banho quando a esposa entrou esbaforida.
-- Então, aı́ está você! – Falou em tom acusador. – é um pai desnaturado que não se preocupa com as loucuras que a sua filha anda aprontando.
-- O que houve com a Clara? – Indagou em tom preocupado. Segurou-lhe os ombros. – Diga o que se passa.
-- Ela casou com o Marcos e agora deseja anular o matrimônio...
-- Quê? – O homem a interrompeu perplexo. – Casou-se? Como?
Clarice se desvencilhou do toque.
-- Casou-se simmmm... Ela era prometida dele desde que era uma criança, então cumpriu o que deveria ter sido feito há tempos.
O Duomont passou a mão pelos cabelos em gesto de confusão.
-- Não, tenho certeza que ela não faria isso, ela jamais teria casado... – Caminhou até o armário pegando um par de roupas.
-- Isso não vem ao caso agora, o que desejo é que a obrigue a cumprir os votos que fez.
Felipe se vestiu rapidamente.
-- Como assim obrigá-la?
-- Aquela desgraçada da condessa a levou para sua fazenda e encheu-lhe a cabeça...
-- Ela está com a Vitória?
-- Sim, mas por pouco temp...
Ele nem esperou ela terminar a frase, saindo rapidamente do quarto.
Vitória abriu os olhos e viu a cabeleira negra espalhada em seu peito. Fitou-a e encontrou os olhos misteriosos observando-a.
-- Bom dia, poderosa Mattarazi...
A ruiva sorriu diante daquele olhar traquina.
-- Não resistiu e correu até mim foi... – Arqueou a sobrancelha. – Ninguém resiste ao meu charme de condessa...
O som da gargalhada da Duomont foi tão gostoso que a empresária se pôs sobre ela, enchendo-a de cócegas.
Clara se debateu tanto que ambas acabaram indo parar no carpete.
-- Para... Para... – Dizia sem fôlego.
Estavam tão entretidas que não ouviram o som da porta abrir. Julieta e Felipe observavam a cena.
O Duomont pigarreou, mas foi inútil.
-- Não acham que estão grandinhas para ficar se engalfinhando pelo chão...
Clara empurrou a condessa, ficando chocada ao ver quem estava ali.
Vitória apenas se levantou lentamente, voltando para o sofá.
-- Papai!!!!! – Sua voz quase não saiu.
Mattarazi sorriu ao ver a face da amada se tingir de vermelho. Levantou-se e foi até o sogro.
-- Como vai? – Estendeu a mão.
-- Estou... Estou bem...
-- O que faz aqui, papai? Aconteceu algo?
-- Bem, eu que desejo saber o que se passa.
-- Então, deixarei que conversem, vou tomar um banho. – Virou-se para Julieta. – E a senhora vem comigo, estou faminta... – Encarou a jovem. – Não imagina o quanto...
Clara engoliu em seco, pois sabia de qual fome a empresária estava falando.
A Dumont fez um gesto para que o pai se acomodasse, fazendo o mesmo em seguida. Felipe tomou-lhe as mãos nas suas.
-- Por que casou com o Marcos?
A jovem mordiscou o lábio inferior, parecia pensativa.
-- Ele ameaçou matar a Vitória...
Ele se levantou.
-- Como aquele desgraçado teve coragem de fazer isso? – Caminhou pela sala. – E sua mãe? – Voltou até ela. – Clarice não está envolvida nisso está? – Observou a expressão de Clara e não foi preciso que ela respondesse. – Maldita seja!
A Duomont foi até ele, pondo a mão em seu ombro.
-- Por favor, não brigue com ela... Não quero causar esse problema em seu relacionamento.
-- Relacionamento? -- Disse perplexo. – Eu sinto muito, mas darei entrada nos papéis o mais rápido possível, irei me divorciar da sua mãe, não tenho condições de continuar com isso.
-- Mas papai...
-- Não quero que se meta nisso, quanto ao Marcos, agora mesmo irei até ele, quero que o desgraçado me explique como foi capaz de um ato tão covarde.
-- Não! Há muita coisa acontecendo, não quero que se envolva em nada por enquanto.
-- Do que fala? – Indagou preocupado. – Ainda há mais coisa?
Clara assentiu afirmativamente, convidando Felipe a sentar novamente. Detalhadamente, começou a narrar tudo o que estava se passando.
O dia estava ensolarado.
A condessa montou no Bastardo e seguiu até a usina, precisava ver uns documentos, antes de seguir até a prefeitura.
Não voltara a ver a Clara, pois quando desceu, ela ainda estava com o pai.
Verificou algumas coisas, falou com alguns empregados, em seguida foi até o escritório. Precisava revisar alguns papéis.
Estava discando para Juan, quando a porta foi aberta. Miguel parecia furioso.
-- Por que entrou assim?
-- Vitória, você acha que é brincadeira, acha que sua vida não está correndo perigo... – Bateu forte sobre a escrivaninha. – Está agindo como se fosse uma super heroı́na, está querendo morrer?
A ruiva se levantou, furiosa.
-- Como ousa falar assim comigo? – Fitou-o irritada. – Não é da sua conta o que eu faço, então pare de me encher com isso.
-- Você é um egoı́sta... – Balançou a cabeça negativamente. – Não pensa nas pessoas que te amam? Imagina como a Clara ficará se algo te acontecer, como eu ficarei...
A condessa estreitou os olhos ameaçadoramente, mas pareceu se acalmar, voltando a sentar. Colocou os óculos e voltou a ler os documentos, enquanto Miguel permanecia no mesmo lugar. A empresária jogou os papéis, então voltou a fitá-lo.
-- Ok, hoje mesmo irei para Roma. – Disse vencida.
O advogado soltou a respiração, estava aliviado.
-- Você ficará responsável por tudo, espero que sua esposa resolva tudo isso rapidamente.
-- Tenho certeza que ela está fazendo tudo para prender os miseráveis.
-- Outra coisa, espero que a anulação desse casamento aconteça o mais rápido possıv́ el.
-- Não se preocupe, estou resolvendo tudo.
-- Ótimo! Reserve o avião, assim que resolver os problemas, irei. Miguel contornou a mesa, surpreendendo Vitória com um abraço.
-- Obrigada!
A condessa nem teve tempo de protestar, pois imediatamente, o tio saiu da sala.
Marcos observava a patrulha parada diante de sua residência. Sorriu!
Sabia o que deveria ser feito, assim as coisas voltariam ao normal e ele poderia resolver de uma vez todos os seus problemas sem ser notado.
O helicóptero tinha pousado na quadra da fazenda.
A condessa seguiria até a capital nele e lá pegaria a aeronave até Roma.
Era quase duas da tarde e Clara esperava entusiasmada pela chegada da sua amada. Não a viu desde que acordaram naquela manhã, mas ficara imensamente feliz ao saber que a ruiva tinha decidido criar juı́zo e se proteger das ameaças.
A Duomont viu o comandante entrar e Vitória o acompanhava, já levantava da poltrona para ir até ela quando viu Larissa aparecer.
A empresária seguiu até a veterinária.
-- Está acomodada, princesa? – Sentou ao seu lado, tomou-lhe a mão. – Estou fazendo sua vontade.
-- Que bom! – Disse secamente.
-- Condessa, pode vir ver os slides?
Clara relanceou os olhos ao ouvir a voz da engenheira. A ruiva lhe deu um beijo rápido.
-- Preciso resolver uns problemas com a Larissa, ela ficará responsável por resolver alguns problemas.
A Duomont apenas assentiu, observando-a seguir até a oferecida que nem mesmo tentava esconder a atração pela empresária.
Valentina não conseguiu
conversar com Felipe, infelizmente não conseguia juntar as peças daquele
quebra-cabeça.
Tinha quase certeza que a
morte de Frederico não tinha sido ações dos agiotas.
Voltou a ler os depoimentos de
cada um que ali estiveram falaram. Teria que mais uma vez investigar os álibis
de todos, pois só assim poderia conseguir voltar ao caminho certo.
Levantou-se.
Naquele momento precisava ir à
busca de Otávio e Marcelo, precisava proteger a Mattarazi, teria que acabar
com aquela ameaça iminente.
Chegaram a capital e seguiram diretamente até boing. Fariam uma conexão rápida em
Amsterdam.
Larissa não embarcou com eles, mas o abraço que ela deu em Vitória
não
passou despercebido pela jovem
A condessa se acomodou ao lado da amada, anexaram
os cintos de segurança, esperando
que a aeronave decolasse.
-- Pronto, teremos uma viagem longa... – Beijou-lhe a mão. – Mas não tem do que reclamar, estou fazendo sua vontade.
A jovem apenas assentiu.
Ouvia-se a voz do piloto
anunciando a rota, o som dos motores sendo ligados. Permaneceram em silêncio até a aeronave está no ar.
-- Deseja algo, condessa? -- A comissária de bordo indagou sorridente.
-- Traga algo forte... E você, amor?
– Fitou a morena.
A jovem apenas
fez um gesto negativo com a cabeça.
A moça pediu licença, afastando-se.
-- Você está bem?
Mais uma vez a Duomont respondeu
com gestos. Afirmando algo que sua expressão não denotava. Vitória tocou-lhe os lábios rapidamente. Pegou o notebook, precisava ler alguns contratos, pois não houve tempo
para Larissa mostrar tudo.
-- Já esteve em Roma?
-- Não!
-- Eu vivi lá boa parte da minha infância... – Dizia pensativa. – Em um colégio de freira...
A condessa a encarou e percebeu que ela tinha
dormido.
Clara permaneceu de olhos
fechados, não desejava falar nada.
Sabia que se falasse algo acabaria se irritando muito e ambas brigariam, mas também não
podia agir normalmente quando o ciúmes
queimava em seu peito.
Talvez, não tivesse acontecido
nada entre elas, mas a palavra que ouvira no dia fatı́dico do acidente ainda
martelava em seu cérebro e tinha certeza que a tal engenheira estava
apaixonada por Mattarazi.
A condessa observou
a jovem dormir encolhida na poltrona. Parecia
não desejar encostar-se a si. Tinham
chegado a Amsterdam, não sairiam
da aeronave, pois partiriam em breve.
Seguiu até o
banheiro, não demorando muito
retornou a poltrona. Observou os
olhos negros lhe olhando.
Sentou-se.
-- Eita que soninho gostoso. – Encarou-a. – Descansou? Está com fome?
-- Não! – Respondeu secamente, levantando-se. – Vou sentar lá atrás.
-- Por quê? – Indagou confusa.
-- Porque quero. – Respondeu simplesmente se afastando.
A aeronave não contava com passageiros, além da tripulação e das duas
mulheres.
Vitória não gostou da forma
como a jovem lhe tratou, mas esperaria até o boing decolar para resolver esse
problema.
Clara fechou os olhos, sentindo o avião levantar
voo.
Ficou feliz que a ruiva não
fora atrás de si, sabia que não conseguiria segurar a raiva por muito tempo,
por isso preferia ficar sozinhas.
A condessa esperou
meia hora e como viu que sua amada não retornaria foi até ela.
Encontrou-a lendo um livro, sentou-se, retirando a brochura
de suas mãos.
-- Está brava comigo por qual
motivo? – Fitou-a. – Eu fiz o que você queria, estamos indo até Roma, então
não entendo a sua frieza.
-- Ah, não diga! – Debochou, levantando-se.
-- Amor, por
favor, o que eu fiz? – Indagou
apreensiva, segurando-lhe a mão. –
Diga.
A Duomont respirou fundo, depois decidiu
sentar, virando-se para ela.
Mattarazi viu os olhos negros se estreitarem.
-- Como ousou trazer sua amante junto até a capital?
Pior, ficou o tempo todo com ela, não tem vergonha?
Vitória não pode disfarçar o sorriso, acabando caindo em uma gargalhada rouca.
A veterinária ficou tão
furiosa que tentou se afastar mais uma vez, porém a empresária a trouxe para
o seu colo, segurando-a firme.
-- Solte-me! – Debatia-se.
A condessa lhe segurou as mãos, pois sabia que seria arranhada.
-- Já disse que não tenho nada
com a Larissa. – Falou firme. – Se a trouxe foi porque era necessário para que
ela resolvesse alguns problemas na capital.
-- Que fosse de carro,
que fosse de jegue, de bicicleta, mas não contigo. – Mais uma vez tentou se desvencilhar.
A condessa sabia as consequências para seu ato, mas mesmo assim tomou-lhe a boca fortemente.
Sentiu-a morder, porém não a soltou e aos poucos foi invadindo
os lábios, penetrando com a lı́ngua
os recantos do seu espaço.
Quando a ruiva a sentiu mais
entregue, soltou-a, tirando-lhe a jaqueta de couro, tocou-a sob a camiseta,
abrindo o fecho frontal do sutiã.
Clara gemeu baixinho,
contra os lábios dela, ao sentir os mamilos
sendo explorados experientemente. Tentou empurrá-la, mas suas forças foram contidas mais uma vez.
-- Não, Branca de Neve... – Sussurrou em seu
ouvido. – Não a deixarei sair, necessito de ti... – Tirou-lhe a blusa.
Observou fascinada os seios
redondos que estavam na altura de sua boca.
Fê-la sentar com as pernas
abertas, montado em seu colo.
-- Você está louca, alguém pode nos ver. – Fechou os olhos ao tê-la
encostada em seu busto. – Saia...
-- Ninguém vai nos ver, as comissárias só virão aqui se forem
chamadas... – Abocanhou um dos montes.
-- Não... – Dizia tentando
manter a sanidade. – Estou... Estou brava... Estou uma fera contigo... –
Protestava debilmente. – Vá atrás da sua engenheira.
Clara tentou empurrá-la, mas acabou se rendendo aos carinhos ousados.
Inclinou a cabeça para trás,
aproveitando a carı́cia, sentindo-a mamar tão gostoso que vontade de gritar,
precisando morder o lábio para não fazê-lo.
A lı́ngua da ruiva brincava deliciosamente com o bico rosado,
mordiscando, lambendo-os.
Abriu os botões da calça jeans da amada, mas o tecido era muito justo e o
acesso ao interior não estava sendo
fácil, pensou em pedir para ela retirar, mas temia que a jovem despertasse
da nuvem de desejo e se rebelasse mais uma vez.
Magistramente, inclinou a poltrona ao limite. Conseguiu
fazê-la deitar, ficando
sobre ela... Tomou-lhe os lábios mais uma vez, enquanto a livrava da calça...
Sorriu vitoriosa quando sentiu a calcinha úmida...
Tirou-lhe o resto da roupa e
rapidamente, fez o mesmo com as próprias. Retomou o assento, trazendo-a para
ocupar a posição de amazonas.
Clara sentiu os pelos se arrepiarem ao ter o contato com a pele nua.
As bocas se encontravam com urgência, perdidas em seus desejos, em seus
corpos que clamavam por muito mais.
A condessa segurou-lhe os
quadris, sentindo-a rebolar gostosamente. Abriu-se mais, buscando assim
estreitar ainda mais o contato.
As fricções, o
escorregadio se fundindo, lambuzando-as.
Clara conduziu-lhe a mão até seu sexo, fazendo-a penetrar...
-- Mais... Quero... Quero mais...
Vitória não se fez de rogada, tomando-a impetuosamente. Descontando nela a paixão que queimava em seu sangue. A
veterinária se apossou dos seios fartos,
devorando-os, mexendo ainda mais, sentindo
o poder que emanava dela.
-- Sou a sua dona, condessa... –
Falava por entre os dentes. – Só eu posso amá-la. --Invadiu-a, buscando
aprofundar ainda mais os movimentos... – Minha... – Meteu mais forte.
-- Eu sou sua, Branca de Neve... Só sua, Maria Clara Duomont...
Os gemidos se tornaram mais altos, sendo preciso que a empresária
tentasse sufocá-los com beijos.
Sentia que seu corpo não
resistiria por muito tempo e foi quando a outra lhe mordeu o lábio, cravando
os dentes em seu ombro que sentiu a adrenalina chegar ao limite, levando-a ao
prazer extremo.
-- Te amo...
A veterinária conseguiu ouvir, antes de fechar os olhos, vencida pelo
cansaço.
Os dias em Roma passavam interessantes.
Clara estava encantada com a forma que a condessa a tratava, mesmo que não houvesse um papel alegando
aquilo, era como se fossem casadas e essa relação cada vez ficava mais gostosa. Fosse em sua cama, onde
dividiam na enorme cobertura, ou em seus passeios
pela bela cidade,
ou lhe acompanhando em seus compromissos empresariais.
Nunca tivera
a oportunidade de conhecer a capital da Itália,
mesmo tendo passado
boa parte da infância
na Europa, então era maravilhoso ter a amada como sua guia turı́stica, levando-a para conhecer
os mais belos lugares.
Deslumbrou-se
com os sı́tios arqueológicos, como
o Fórum Romano, o Mercado
de Trajano, o Fórum de Trajano, o Coliseu e o Panteão. O Coliseu, sem dúvida um dos sı́tios arqueológicos mais
emblemáticos de Roma e é considerado
como uma das maravilhas do mundo.
Caminhavam
de mãos dadas pela cidade, vendo as obras de artes e a sensibilidade dos
artistas antigos e contemporâneos.
Pararam em um café que tinha suas mesas em
plena praça.
-- E então,
Branca de Neve?
– Tomou-lhe as mãos. – Sou digna do seu perdão? – Piscou travessa. Clara a fitou demoradamente.
Conhecia
aquele olhar, aquele jeito provocante, mas deliciosamente sensual por trás
daquela personalidade tão arrogante.
-- Bem, senhora condessa,
creio que está indo pelo caminho
certo.
Um rapaz franzino
apareceu para servi-las, em seguida afastou-se.
-- Falei com
o Miguel... – Bebericou lentamente. – Ele disse que em breve você estará
livre. – Colocou a mão no
bolso do casaco, retirando uma caixinha de veludo, branca.
– Mesmo sabendo como sou, conhecendo todos esses defeitos, o meu jeito difı́cil
de lidar com as coisas... – Mordeu o
lábio inferior. – Mesmo assim,
aceitaria ser a minha esposa.
A Duomont
observou a insegurança presente naqueles olhos verdes e ficou surpresa,
afinal, aquela era a poderosa Mattarazi, a mulher que nunca demonstrava suas fraquezas, que sempre agia com segurança em todos os seus atos.
Sorriu docemente.
-- Mesmo que ainda não existam
papéis formalizando... Eu já sou sua esposa há tempos...
Vitória soltou a respiração lentamente, abriu o estojo,
retirando a joia delicada. Tomou a mão de sua amada, depositando em seu
anelar o sı́mbolo de sua total rendição, em
seguida, a veterinária fez o mesmo.
-- Bem, pelo menos assim, as oferecidas verão que você já tem dona.
Os risos de ambas denotavam a felicidade que sentiam naquele momento.
Valentina
estava em seu escritório quando
recebeu uma ligação anônima lhe
dando a exata localização de Otávio e
Marcelo. Imediatamente, entrou
em contato com a delegacia da capital, saindo
em seguida em diligência.
Com a prisão dos que ameaçavam a vida da
condessa, a estadia do casal na Itália não era mais necessário, mesmo assim, ainda permaneceram por mais uns dias, porém os
negócios precisavam ser tocados por sua dona.
O clima parecia calma,
até mesmo Marcos aceitara
de bom grado a anulação
do casamento, não colocando nenhum obstáculo, surpreendendo a todos
com seu arrependimento, porém a
condessa, apesar de amar sua princesa de contos de fadas, não acreditava
muito no conto, cujo sapo virava prı́ncipe.
Clara estava
acompanhada do pai. Juntos foram ver um espaço que ela desejava transformar em
sua clı́nica veterinária.
-- Falei com o gerente do
banco. – Ela falava entusiasmada. – Ele me dará um empréstimo e assim poderei
montar tudo.
-- Ah, filha,
eu fico tão feliz. – Felipe a abraçou. – Sei do seu desejo
e de como ama o que faz, fico muito orgulhoso de ti.
Caminharam até a sorveteria, sentando.
-- E a fazenda?
-- Tenho certeza que
conseguirei trabalhar o suficiente para poder pagar a Vitória muito em breve.
Estou me dedicando e também aprendendo com o Batista. – Sorriu.
-- Eu fico muito feliz, papai... – Tomou o sorvete por alguns segundos,
hesitante. – E a mamãe?
-- Já entrei com o pedido de divórcio, o Miguel se ofereceu para me ajudar. – Observou as crianças brincando
na rua. – Ela se nega, não aceita a
pensão que foi estipulada.
Infelizmente, não há outro caminho para ela, pois não tenho nada, a fazenda está no nome da condessa e as outras
propriedades foram tomadas pelo banco.
-- Tem certeza que não deseja dar uma nova chance para a relação de
vocês?
-- Não há relação, filha, só a ambição da sua mãe.
-- Não posso abandoná-la, a ajudarei, não com o dinheiro da Vitória,
mas com o que eu ganhar com a minha profissão.
Valentina caminhava de um lado para o outro em sua sala.
Mesmo com a prisão de Otávio e
Marcelo, ainda não acreditava que tudo estivesse resolvido, pois ainda não
fora capaz de elucidar o caso do assassinato de Frederico.
Observou o quadro que montara
com os principais suspeitos
e quem tinha possıv́ eis motivos
para matar o fazendeiro.
O álibi
de Marcelo fora comprovado, mas ele poderia
ter mandado alguém fazer
o trabalho sujo...
A porta foi aberta
interrompendo suas divagações e lá estavam Miguel
com o filho nos braços.
-- Amor, vamos chegar atrasados a comemoração. – O
advogado reclamou.
Naquela noite haveria uma festa
para inaugurar a primeira parte da encanação que levava água para as fazendas
vizinhas, assim, todos poderiam continuar com sua agricultura.
-- Prometo que daqui a pouco apareço. – Caminhou até eles, beijando cada um. – Preciso resolver
umas coisas antes de sair.
-- Vai perder a
apresentação da condessa com o Bastardo? Melhor, a Clara vai competir com a
Branca de Neve... Hoje veremos quem será a melhor.
Valentina sorriu.
Sentia-se feliz porque tudo
parecia tranquilo entre a esposa e a empresária, felizmente tudo estava se
resolvendo por ali.
-- Não demorarei,
prometo não perder essa disputa de titãs.
Miguel assentiu, deixando-a sozinha.
A delegada voltou sua atenção para o expositor.
Fitou
a foto de Clarice...
Ela não tinha motivos para
matar o sogro, mas seu depoimento fora um pouco perturbante, ainda mais quando falara que tinha estado com Marcos naquele dia, pareceu querer deixar
claro que esteve com ele.
Discou para Felipe.
Com todas as coisas que aconteceram, acabou não tendo tempo para falar com o Duomont.
Assim que ouviu a voz do pai de Clara, indagou
rapidamente.
-- Você estava com Marcos no dia da morte de
Frederico?
-- Não, estava com a Clarice, estávamos viajando para a fazenda.
-- Mas em algum momento naquele dia, ela se afastou, ou sei lá,
mencionou que o veria.
-- Não, ela apenas tinha dito
no dia anterior que ele estava na capital e que desejava ver a Clara. – Ficou
alguns segundos em silêncio. – Por quê? Aconteceu algo?
-- Nada... Obrigada!
Encerrou a chamada.
Clara preparava branca de Neve. Batista
se aproximou.
-- E a Vitória? – A jovem indagou ao vê-lo.
-- Ela se atrasou um pouco
porque liberou todos os empregados para estarem aqui, teve um problema na
usina, mas já tinha terminado. Pediu que eu viesse na frente, iria tomar um
banho, selar o Bastardo e em pouco tempo chegaria.
-- Mas já são quase sete horas... – Dizia apreensiva.
Pegou o celular, discando para ela, mas não houve resposta para sua
chamada.
Algo a estava perturbando
terrivelmente naquele dia. Um pressentimento, uma pressão em seu peito como se algo ruim fosse acontecer.
-- O que houve? – Miguel se aproximou.
-- Nada, vou buscar a Vitória. – Entregou as rédeas da égua ao
administrador.
-- Algum problema? – O advogado a fitou preocupado.
-- Eu não sei, apenas estou com um pressentimento ruim.
-- Irei contigo, deixe-me apenas encontrar a babá para deixar o Miguel.
A fazenda Mattarazi estava vazia. Todos foram
para a cidade.
Vitória tomou banho rapidamente, vestiu o traje de montaria,
seguindo até o estábulo. Acariciou a crina do garanhão que parecia um pouco agitado.
-- Calma, garotão, daqui a
pouco estaremos na competição, aı́ mostraremos as nossas Brancas de Neves quem
manda. – Sorriu.
Ela caminhou para pegar a sela, mas ao virar-se de
costas, sentiu uma pancada forte na cabeça indo ao chão.
Adoro está história sou sua fã geh Padilha
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