A condessa bastarda -- Capítulo 21

        Clara a aconchegou em seus braços, sentindo a respiração leve, tranquila. Acariciou-lhe as madeixas, sentindo a maciez dos fios deslizarem por seus dedos. Era estranho aquele sentimento que habitava dentro de si, parecia fogo a lhe queimar, mesmo quando tentava criar barreiras de gelo.
           Fechou os olhos e tentou dormir. O dia seguinte requereria muito mais da sua paciência.


         A condessa despertou com uma terrível dor de cabeça. Tentou abrir os olhos, mas parecia sem forças para efetuar Praguejou ao sentir a claridade invadir o quarto.
         -- Bom dia, minha senhora!
         Cobriu os olhos com o braço, tentando se acostumar com a luminosidade que agora se apossava do espaço.
         -- Como ousa? – Indagou furiosa. 
         Estreitou os olhos, fitando-a.
        Viu que ela deveria ter acabado de tomar banho. Estava lindamente vestida com calça jeans azul, colado ao corpo, camiseta preta e os cabelos ainda estavam úmidos.
       -- Você deveria sair da cama, o dia está lindo, afinal, seu cavalo precisa de exercı́cios. – Terminou de abrir as janelas.
           – Pronto, assim, a senhora aproveita o rei solar e cura essa ressaca.

          Vitória se levantou tão bruscamente que sentiu tontura, sem falar que a toalha que fora colocada em seu corpo na noite anterior já não estava mais lá.
             Clara a fitou e viu o olhar desafiador da ruiva, mesmo estando totalmente despida, não parecia perder seu infinito orgulho. Mirou as coxas torneadas, o triângulo tentador, o abdome liso...e os seios... Encarou-lhe os lindos e perigosos olhos verdes.
               -- Não esqueça quem eu sou. – Levantou a cabeça. – E não me desafie ou poderei destruı́-la.
            -- Primeiro. – Jogou-lhe a toalha. – Cubra o seu pudor. – Sorriu. – Afinal, uma mulher que pertence a nobreza não pode aparecer nua diante de sua escrava.
            Quando a jovem virou as costas para ir embora, sentiu-se puxada pelos ombros e fortemente pressionada contra a porta.
              -- Não me desafie, Branca de Neve. – Disse por entre os dentes.
         -- Mas e eu fiz o quê? – Fingiu-se de inocente. – Apenas fui educada e gentil a lhe cumprimentar e lhe desejar um bom-dia. 
             A condessa esboçou um perigoso sorriso, depois se aproximou do seu ouvido.
          -- Não brinque comigo... – Beijou-lhe a face demoradamente. – Eu posso esquecer meus bons sentimentos referentes à sua pureza.
        A Duomont viu o desejo estampado em sua face, espalmou as mãos em seu peito, tentando afastá-la, mas ao sentir a maciez do colo alvo seu corpo tremeu.
            Desvencilhou-se do toque antes que perdesse a cabeça.
        -- Está assustada, princesinha? – Provocou-a ao vê-la corada. – Me vestirei, pois sei que não resistirá a mim por muito tempo.
         Clara a viu caminhar até o banheiro e retornar vestindo um roupão preto.
         -- Sentiu minha falta?
         -- Não, pra mim, poderia ter ficado os oito meses viajando.
        Vitória sorriu, aquele sorriso preguiçoso que era sua marca registrada.
        -- Você me banhou?
        -- Sim, afinal, você estava fedida, parecia que tinha tomado banho de álcool puro. – Torceu o nariz.
          -- Não se aproveitou de mim, não é? – Atormentou-a.
         Clara sentiu o rosto em chamas. Deixou o quarto, mas ainda pode ouvir no corredor a gargalhada debochada da condessa.
          Saiu pisando duro, porém teve vontade de retornar ao quarto e fazê-la parar de rir, mas ela sabia que seria inútil uma discussão naquele momento.


            Marcos seguiu até a casa dos Duomont, pediu para falar com Frederico.
           -- Bom dia, meu rapaz.
           O polı́tico foi até ele, abraçando-o.
           -- O que o traz aqui?
          Ambos sentaram no sofá da enorme sala.
         -- Desejo que o senhor coloque um fim no trato que fez com a condessa. – Disse firme. – Me casarei com sua neta e com o dinheiro que receberei de herança, quito a dívida com a maldita Mattarazi.
         O fazendeiro levantou-se, seguiu até o pequeno bar, preparou dois drinques, entregou um ao rapaz, voltou a sentar. Bebericou lentamente.
            Sua viagem à capital não tivera ainda um resultado concreto, pois recebera apenas promessas.
           -- Não sei, afinal, estou contando com mais do que essa fazenda. – Fitou-o. – Você poderia me ajudar a reerguê-la?
           -- Sim. – Marcos bebeu todo o conteúdo do copo. – Eu farei qualquer coisa para retirar a Maria Clara daquele lugar.
         Frederico pensava se isso era um acordo rentável, pois conhecia Marcelo e sabia que ele era muito ambicioso para permitir que o filho cedesse tanto da sua herança que não poderia ser tão grande assim.
            Qualquer passo em falso e a condessa lhe tomaria tudo.
            -- Qual o montante da sua herança? – Foi direto ao ponto.
            -- Mais de quinhentos mil. – Respondeu orgulhoso. 
            O polı́tico levantou-se irritado.
          -- Isso não chega nem perto do que estou devendo àquela miserável. – Falou alterado. – Preciso muito mais do que essa quantia irrisória.
           Marcos também se levantou.
         -- Não quero saber do que o senhor precisa, o que estou a dizer é que agora mesmo irei à fazenda e tirarei a minha noiva de lá à força.


          Vitória seguiu até a pequena clı́nica e ficou encantada com tudo o que viu, depois caminhou até o estábulo, selou o garanhão, montou-o e seguiu a trotar pelos pastos verdejantes. Foi em direção ao centro de treinamento, parando lá, ficou a observar a linda veterinária junto a égua.
        Realmente a garota tinha jeito. Era confiante e parecia saber bem o que estava fazendo. Viu-a entregar uma maçã ao animal e depois acariciá-la, apesar de ainda rebelde, percebeu que o bicho estava menos arredio e para sua surpresa, viu princesa montar na Branca de Neve e não ser atirada longe.
          Clara tocou carinhosamente no animal e depois a montou. Era a primeira vez que ela fazia aquilo, ainda não se sentia segura, mas o bicho não a arrematou, então, ela ficou por alguns segundo sobre ela, tentando criar um maior laço.
          Ao senti-la inquieta, desceu.
         -- Boa menina! – Deu-lhe outra maçã.
          Virou-se e viu a condessa parada sobre seu poderoso garanhão olhando-a.
        Caminhou para fora do setor de treinamento, ignorando-a, seguiu para a clı́nica, mas conseguia ouvir o cavalo seguindo-a de perto.
        Ao perceber que ela estava muito próxima, voltou-se pra fitá-la, mas foi surpreendida sendo puxada para sobre o cavalo.
          Gritou assustada.
          -- Você está louca!?
        -- Calma, bonequinha. – Acomodou-a a sua frente. – Vamos dar uma volta, quero que me diga como estão meus animais, se você não está judiando deles como faz comigo. -- Provocou-a. 
             Clara permaneceu ereta, não desejava ter nenhum contato fı́sico com aquela mulher.
          -- Você poderia perguntar isso em qualquer lugar e não precisava quase arrancar meu braço para obter essas informações.
          -- Ah, não foi essa a minha intenção. – Acariciou-lhe o ombro e depois o beijou. – Daqui a pouco não sentirá mais nada.
           Vitória incentivou o garanhão a ir mais rápido e o perfeito trote poderia ser ouvido e apreciado.
          As terras da condessa eram bem cuidadas, o verde parecia um carpete a forrar os vales cheios de árvores.
          A Duomont sentia os cabelos sendo embaraçado pelo vento, mas fazia tanto tempo que não se deliciava sobre um animal que nada importava, nem mesmo a companhia que não era uma das melhores.
          -- Você está fazendo um bom trabalho com a Branca de Neve. – Disse bem próximo ao seu ouvido. – Você é boa em domar feras.
             Maria inclinou o pescoço, encarando-a.
             Observou o olhar forte, a expressão divertida acompanhada de deboche.
             Às vezes tinha um desejo enorme de encher de tapas aquela cara cínica, em outros momentos ansiava por beijar a boca tão rosada..
          -- Você conseguiria me domar? – Provocou-a, piscando. -- A Branca de Neve você premiou com maçãs por seu bom comportamento... -- Colocou os lábios na orelha dela. -- O que me daria se eu me comportasse bem?
          Clara mordeu a lateral do lábio inferior, sentindo um arrepio passar por todo seu corpo.
           -- Nem me daria a esse trabalho... Seria uma perda de tempo! 
           A condessa sorriu, fez Bastardo diminuir o trote.
          -- Eu não valho a pena? – Soltou as rédeas, fingindo ter sido afetada por tais palavras. -- Senti-me magoada!
           -- Não, não vale um mı́nimo esforço da minha parte. – Enfrentou-a, encarando-a.
          Ousada, a ruiva colocou as mãos por baixo da camiseta da jovem e soltou o fecho dianteiro do sutiã.
        A morena segurou-a, tentando deter o toque. Sorte que não havia ninguém por ali para presenciar algo assim.
          -- Eu gosto dos seus seios. – Mordeu-lhe o lóbulo da orelha. – Gosto de senti-los na minha boca. – Pegou-lhe as mãos e a fez segurar as rédeas. – Controle o cavalo ou ele nos levará até onde os peões estão trabalhando.
           Clara nem mesmo soube qual reação ter, pois não imaginara algo tão atrevido da parte da ruiva.
             -- Chega, Vitória... – Falou sem fôlego. – Imagina se alguém ver isso.
          A condessa pareceu não se importar com as palavras ditas, pois estava tão embriagada de desejo que apenas se deliciava com o cheiro daquela mulher em seus braços. Colou os lábios em seu pescoço, levou uma das mãos até o cóis da calça.
          Clara sentiu quando os dedos da poderosa tocava sua calcinha, estava excitada com aquela situação, mordeu a lı́ngua para não gritar quando os longos dedos tocaram seu sexo úmido.
              -- Quero fazê-la minha de tantas formas... – Sussurrava. – Quero que seja minha...
           A Duomont sentiu o garanhão parar e isso a acordou do transe. Rapidamente livrou-se das carı́cias, pulando do Bastardo.
              -- Sinto muito, condessa, mas não estou muito a fim. -- Falou um pouco mais alto. 
           Mattarazi a fitou sem entender o que tinha ocorrido, estava ainda envolvida pelo desejo que castigava seu corpo. Passou a mão pelos cabelos, esporeou o cavalo e saiu galopando.
            Fez o animal ir mais rápido, tentando assim dissipar a vontade de tomar aquela garota para si, mesmo que precisasse usar a força para isso.
          Sabia que ela não era imune, pode sentir a excitação que ela demonstrara, sentiu o cheiro, a libido... Tinha a prova em seus dedos.
             -- Maldita Branca de Neve... – Gritou alto.


             Clara passou todo o dia sem ver a inimiga.
            Já era noite quando estava a sair da clı́nica, ouviu o celular tocar, atendeu.
             -- Preciso te ver, amor.
             A jovem ficou surpresa ao ouvir a voz do noivo.
           No último mês ele não a procurara uma única vez, sem falar que quando conversaram, ele deu a entender que tudo estava terminado entre eles.
              -- Eu não posso sair.
              -- Eu estou aqui dentro, no estábulo da condessa mais precisamente.
              -- Mas como você conseguiu entrar? – Indagou surpresa.
           Havia muitos seguranças naquele lugar e tinha certeza que não permitiriam a entrada dos inimigos da dona.
              -- Venha, não tenho muito tempo.


              -- Pelo que vi tudo está tranquilo.
              Vitória deu a volta e sentou em sua mesa.
              Estava na usina, passara o dia verificando a produção da cachaça.
         Uma bela mulher, morena, alta e de quase seus trintas anos, sentou cruzando as pernas torneadas.
              -- A senhorita foi uma ótima aquisição para a empresa. – Elogiou-a.
              -- Fico feliz, mas realmente sou uma das melhores engenheiras quı́micas da região.
             -- Bem, espero que não ocorram atrasos com as entregas, pois precisamos respeitar os prazos.
              -- Não se preocupe, eu mesma me certificarei disso.
             -- Bem, Larissa, assim eu não me preocuparei com nada. – Observou a garrafa que estava em sua mesa. – Tenho a impressão que não me arrependei de tê-la ao meu lado.
             -- Presente meu, essa está bem concentrada.
            A condessa teve a nı́tida impressão que aquela bela mulher estava flertando consigo. Os olhares que ela lhe direcionava não pareciam nada discretos.
              Retirou dois copos da gaveta, abriu a garrafa, colocou nos copos e entregou um a morena.
              --Acompanhe-me, veremos se você é tão boa como dizem.
              -- Eu posso mostrar isso com o maior prazer, condessa. – Piscou sedutora.


             Clara chegou ao estábulo e encontrou Marcos apontando uma arma para o Bastardo.
             -- O que está fazendo? – Segurou-lhe o braço.
             -- Vou matar esse maldito animal para me vingar da desgraçada da condessa.
              -- O animal não tem culpa de nada, por favor, não faça isso. – Fitou-o.
             O rapaz pareceu pensar por alguns segundos e depois guardou o revólver.
            -- Quero que volte comigo, quero me casar contigo amanhã mesmo. – Segurou-lhe as mãos. – Com o dinheiro que receberei de herança poderemos ter uma vida maravilhosa, bem longe dessa psicopata.
           -- As coisas não funcionam assim. Precisa-se de tempo para que as papeladas fiquem prontas. – Tentou explicar. – Vamos esperar, oito meses passa rápido.
          -- Não entende que te quero. – Segurou-lhe o rosto, beijando-a.
           -- Que cena mais linda!
         Clara se afastou abruptamente do namorado. Mirou Vitória que estava apoiada na baia da Branca de Neve com os braços cruzados. Parecia tranquila, mas seus olhos estavam tão escuros que nem era possível ver o verde.
            -- Vim buscar a minha mulher e não sairei daqui sem ela. – Marcos a enfrentou.
            -- Sua mulher? – Estreitou os olhos ameaçadoramente.
            -- Sim! Minha! – O jovem pomposo afirmou orgulhoso.
          A Duomont percebeu que a condessa estava a ponto de voar sobre eles, então decidiu ficar entre os dois.
            -- Vá, Marcos, por favor, vá embora.
          -- Embora? – A ruiva cuspiu a palavra. – Esse desgraçado invade as minhas terras e você diz pra ele ir embora. 
            Vitória em passos rápidos se aproximou, mas a morena ficou entre ela e o noivo.
          -- Venha, maldita. – O filho do prefeito lhe apontou a arma. – O meu maior desejo é matá-la.                 Clara precisou abraçar Mattarazi para impedi-la de tentar voar sobre o rapaz.
           -- Por favor, saia daqui Marcos. – Pediu. – Não faça uma loucura dessas. Por favor. – Pediu, pois sabia que não conseguiria segurar aquela mulher por mais tempo.
             Marcos a fitou por mais um momento e saiu em disparada.
             A condessa tentou se desvencilhar, porém a neta de Frederico foi mais forte, segurando-a pela cintura, conseguiu levantá-la e jogá-la em uma baia vazia.
             -- Acalme-se! – Maria gritou.
            A ruiva parecia possessa e partiu para cima da jovem novamente. Clara, nem mesmo sabia de onde tirou a força para detê-la, jogando-a novamente no feno.
           -- Por favor, pare. – Pediu, passando as mãos pelos longos cabelos. – Eu não quero machucá-la. 
             Vitória fechou as mãos com tanta força que sentiu as unhas ferirem a palma da mão.
        -- Maldita vagabunda. – Gritou. – Miserável. – Levantou-se. – Deitou-se com aquele desgraçado, enquanto também se entregava pra mim.
            O maxilar da Duomnt enrijeceu. Como ela era capaz de falar tais coisas, pois desde que se envolveram, nem mesmo conseguia beijar Marcos sem que sua mente automaticamente chamasse por outra...
            Naquele momento ela sentiu que toda sua raiva viria à tona e não faria nenhum esforço para mantê-la presa.
           -- Estou cheia de você e de sua maldita arrogância. – Apontou-lhe o indicador. – Estou cheia das suas acusações, desse seu nariz empinado como se fosse melhor do que todo mundo. – Chegou mais perto. – Você não passa de uma amargurada, uma estúpida que faz o que quer e não pensa se isso vai ferir os outros. -- Respirou fundo. -- Inventou essa maldita proposta só para me humilhar, porque você é uma sádica!
               Vitória ainda teve a audácia de mostrar aquele sorriso sarcástico.
                 -- Eu sou a condessa, princesinha de contos de fadas. 
                Clara bufou.
                 -- Eu vou te mostrar a princesinha de contos de fadas. 
                A ruiva a fitou.
            Viu suas narinas abrirem, mas mesmo assim tentou sair, desafiadora, porém a garota a empurrou forte contra a madeira, segurando-a.
                 Antes que pudesse dizer qualquer coisa, teve sua camiseta rasgada.
                -- Está louca...?! -- Indagou perplexa. 
                Maria pegou um pequeno punhal que estava na bota, mostrou-o à ruiva, depois lhe rasgou a calça.
                -- Só pode ter enlouquecido... – Falou receosa.
               -- Sim! – A neta de Frederico a mirou de cima abaixo de forma despudorada. – Estou louca desde o dia que meus olhos cruzaram com os seus... – Respirou fundo. – Não estou falando do momento que você quase me pisoteou com o Bastardo, porém foi no dia do funeral da minha tia... – Arrancou-lhe o sutiã. – Desde aquele momento, eu estou louca por sua causa.
              A condessa abriu a boca para falar algo, mas teve os lábios tomados por tamanha violência que chegou a sentir o gosto de sangue... Seu ou dela? Seus seios foram apertados, seus mamilos pareciam implorar por mais...
              Gemeu ao sentir os lábios tomarem os montes redondos tão bruscamente... Cravou as unhas em seus ombros...
               Sentia a lı́ngua brincar ao redor de sua aureola, prendendo-o nos dentes, depois, mamou...e o fez com tanta perı́cia que deixou a outra ainda mais excitada.
            -- É isso condessa, é isso que você quer... – Apertou-lhe o sexo sobre a calcinha. – Deixe-me senti-la... – Sussurrou em seu ouvido. – Não foi isso que queria ontem quando estava bêbada... Foi isso que quis hoje enquanto cavalgávamos... Queria que eu desse para ti em cima do Bastardo... Você vai dar pra mim aqui!
              Vitória a encarou e parecia não reconhecer a moça que estava diante dos seus olhos. Tentou detê-la, porém seu corpo queimava de paixão...
                A Duomont levantou sua perna, fazendo-a prender em sua cintura.
               -- Já que eu sou a Branca de Neve... – Colocou a mão dentro do tecido. – Vou querer comer a maçã... – Lambuzou os dedos e depois os levou a boca. – Será que também está envenenada?
           Mattarazi pareceu hipnotizada ao vê-la lamber os dedos, via a lı́ngua fazendo os atos languidamente e sentiu a boca seca. 
                Clara levou a mão até o sexo pulsante, esfregando-o.
                A ruiva gritou ao sentir o ı́mpeto com que foi penetrada...
               -- Ain... -- Gemeu baixinho.
            Os olhos negros encontraram os verdes... Eles brilhavam perigosamente, cheios de ira, mas também cheios de lascívia. 
              A condessa sentia as invasões e mesmo enraivecida pela forma  que estava sendo tratada, não tinha como resistir ao prazer de estar sendo tomada daquele jeito.
                Clara penetrou mais um dedo, mas retirou-os e levou à boca da inimiga.
               -- Sinta... – Ordenou-a. – Veja como seu sabor é delicioso... Inebriante...
             Vitória chupou-lhes, mas precisava de muito mais... Segurou-lhe a mão, levando-a novamente ao centro do seu prazer.
               -- Você quer? – Mordiscou o lóbulo da orelha. – Peça... Implore e eu verei se você merece...
              A ruiva era muito orgulhosa, mas parecia enfeitiçada... Totalmente entregue a vontade de ser tomada por completo.
               -- Faça...
               -- Não, não... – Beijou-lhe.
            A lı́ngua invadiu sua boca e parecia não ter muita pressa, pois explorava cada canto, lambendo-a, buscando a sua, chupando-a, puxando-a...
               Baixou as mãos, tomando mais uma vez os seios, seduzindo-a, torturando-a com uma perı́cia nunca imaginada. 
                  Parou abruptamente.
                  -- Peça... – Insistiu.
                  -- Tome-me, faça-o... -- Vitória ordenou. 
             -- Não, peça... Se continuar usando esse tom de autoridade... – Começou a massagear seu sexo. – Sairei daqui e a deixarei sozinha...
                 A ruiva abraçou-a, escondendo o rosto na lateral do seu pescoço.
               Nunca em toda sua vida sentira um prazer tão intenso, insistente, firme, sedutor... Rebolou os quadris, mas percebeu que ela tinha cessado os movimentos.
               Mirou-a.
             -- Eu sou a herdeira de uma das famı́lias mais tradicionais da Itália, sou a ú ltima descendente de uma linhagem nobre. – Empinou o nariz. -- Sou a condessa Vitória Elizabeth Fiaccadori de Mattarazi VI e nunca em minha vida me humilharia a uma Duomont.
            Clara sorriu, já esperava aquilo, era muita arrogância para um ser humano. 
            Jogou-a sobre o feno, encantada com a beleza que ela exibia.
           A ruiva chegou a pensar que ela iria embora, mas quando a viu despir cada peça de roupa, seu sangue ficou ainda mais quente.
          Mirava embevecida, desejava-a mais de que qualquer coisa que quisera em sua vida, mesmo que passassem mil anos, continuaria a aspirar por aquela jovem de rosto doce, mas que se mostrava cada vez mais determinada, mais dona de si, mais sedutora.
            Ao vê-la totalmente despida, foi até ela, tentou tocá-la, mas não lhe foi permitido.
         A neta de Frederico lhe pôs de costas, apoiando-a na cerca de madeira que separava a baia. Colou o corpo em suas costas, sentindo o próprio sexo roçar as nádegas bem feitas da fazendeira.
          A ruiva apoiou a perna na madeira, abrindo-se mais, acolhendo a mão que lhe acariciava possessivamente.
            Rebolou, sentindo lambuzar seu bumbum.
             -- Então eu sou uma princesinha de contos de fadas? – Invadiu-a. – Então você não gostou de fazer amor comigo... – Meteu mais forte.
            A condessa vibrava a cada estancada, ouvia as palavras e depois só  os seus gemidos poderiam ser audíveis.
               -- Então, é você a poderosa condessa... – Falava sem fôlego. – Não... – Tomou-a com força... – Você é minha... – Acelerou ainda mais. – E será sempre minha.
            A ruiva sabia que não aguentaria por muito tempo, os impulsos e o manear dos seus quadris aos poucos foram substituı́dos por um grito de satisfação total.
           Clara se encostou a ela tentando recuperar o fôlego, sentia que aos poucos o ar voltava aos seus pulmões. 
               Vitória se virou, abraçando-a, sussurrando em seu ouvido.
          -- Eu estou perdidamente apaixonada por ti e sinto que morrerei se não te ter ao meu lado.                  Naquele momento apenas o relinchar do Bastardo cortou o silêncio profundo da noite de lua cheia.
            A bela Branca de Neve sentiu os lábios sendo tomados em um beijo doce, sublime, cheio de amor e temor.

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